O eclipse solar anular começou a ser visto do Brasil por volta das 15h deste sábado, 14. O fenômeno teve início por volta das 12h30, na costa oeste dos Estados Unidos, e percorreu o caminho pela América Central e Colômbia. Foi um espetáculo para milhões de pessoas nas Américas à medida que a Lua se movia e o anel se formava.
Eclipse solar
Diferentemente de um eclipse solar total, a Lua não cobre completamente o Sol durante o fenômeno de “anel de fogo”. Quando a Lua se alinha entre a Terra e o Sol, ela deixa uma borda brilhante e ardente.
No Brasil, o fenômeno seguiu até o pôr do sol, por volta das 18h. A faixa de anularidade passou por nove Estados: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Só duas capitais, no entanto, tinham previsão de ver a anularidade: Natal e João Pessoa. Em outros Estados, como São Paulo, o eclipse foi parcial. Na capital paulista, o céu permaneceu nublado durante todo o dia. O tempo ruim motivou memes da internet. Veja aqui.
No planetário do Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, sessão lotada teve transmissão ao vivo do fenômeno visto em João Pessoa, na Paraíba. “Eu estou um pouco frustrado porque passei 24 anos da minha vida morando no Amazonas, onde o eclipse era sempre parcial. Agora, quando conseguiria ver de lá pela primeira vez, estou morando em São Paulo, onde não dá para ver nada”, brincou o professor de física Luís Gouvea, de 25 anos.
O eclipse completo – desde o momento em que a Lua começa a obscurecer o Sol até que tudo volte ao normal – tem uma duração de 2 horas e meia a 3 horas em qualquer local. A parte do “anel de fogo” dura de 3 a 5 minutos, dependendo da localização.
Em parceria com entidades estrangeiras, o Observatório Nacional transmitiu o fenômeno pelo YouTube. Durante a transmissão, o clima foi de emoção em várias cidades do Brasil.
Assista abaixo como foi:
O eclipse anular ocorre quando a Lua está em seu apogeu (o ponto mais distante da Terra, em sua órbita). Nesse período, a Lua parece menor do que o Sol no céu. O último eclipse anular do Sol ocorreu em junho de 2021, mas não foi visível no Brasil.
Em abril do próximo ano, haverá um eclipse solar total que cruzará os Estados Unidos na direção oposta ao deste sábado. O fenômeno começará no México e passará pelo Texas até a Nova Inglaterra, antes de terminar no leste do Canadá.
O próximo eclipse “anel de fogo” acontecerá em outubro do próximo ano na ponta mais ao sul da América do Sul. A Antártica terá um em 2026. Será preciso esperar até 2039 para que outro eclipse “anel de fogo” seja visível nos Estados Unidos, e o Alasca será o único Estado em sua rota direta.
Mesmo quem já viu o fenômeno mais de uma vez se emociona. “É o terceiro que vejo, mas venho pela energia que ele te dá. É algo que a natureza nos traz e que devemos observar”, disse à Associated Press Pilar Cáceres, de 77 anos, professora aposentada do ensino fundamental que assistiu ao eclipse através de um pedaço de papelão que refletia a sombra no chão.
Observar eclipses do tipo requer cuidados para não afetar a visão. Não se deve olhar diretamente para o Sol em hipótese nenhuma, nem mesmo com o uso de películas de raio-x, óculos escuros ou outro material caseiro. A exposição ao Sol, mesmo durante poucos segundos, pode danificar a retina de modo irreversível. /Com agências internacionais