Arqueólogos libaneses e espanhóis encontraram jarros de cerâmica de 2.900 atrás nos quais os fenícios da antiguidade guardavam os ossos de seus mortos, depois de queimar seus corpos. Os arqueólogos anunciaram a descoberta de mais de 100 jarros funerários num sítio fenício na cidade de Tiro, no litoral sul do Líbano. Sabe-se que a cultura fenícia floresceu entre 1500 a.C. e 300 a.C. e que os fenícios viviam também na área costeira da atual Síria. "Os jarros grandes são como túmulos individuais. Os jarros menores eram deixados vazios, mas, simbolicamente, representavam a idéia de que uma alma era guardada neles", disse à Reuters na quarta-feira Ali Badawi, o arqueólogo encarregado do sítio em Tiro. Badawi e uma equipe espanhola da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, vêm escavando no sítio fenício há anos. O sítio foi descoberto em 1997, mas os arqueólogos só têm podido escavar 50 metros quadrados por ano. "Estas descobertas ajudam pesquisadores que trabalham com colônias fenícias antigas na Espanha, Itália e Tunísia a saber mais sobre muitos dos hábitos e tradições dos fenícios", disse Maria Eugenia Aubet, que comanda a equipe de arqueólogos espanhóis. "Especialmente porque há poucos estudos dos fenícios em sua terra de origem, o 'Líbano'", acrescentou Aubet, dizendo também que os resquícios encontrados comprovam que os fenícios eram um povo que tinha uma visão da vida após a morte. A última escavação aconteceu em 2005. A guerra de 2006 entre Israel e guerrilheiros do Hezbollah foi concentrada no sul do Líbano, e em 2007 a situação política tênue e a insegurança interromperam os trabalhos no sítio arqueológico, que foram retomados este ano. Os fenícios eram uma civilização de navegantes. Suas primeiras cidades incluem Biblos, Tiro e Sidon, na costa libanesa. Partindo de Tiro, acredita-se que eles fundaram outras colônias na costa mediterrânea.