Estudo documenta pela primeira vez primata usando planta com propriedades médicas para tratar ferida


Um orangotango da Indonésia utilizou folhas de uma planta típica da região conhecida no tratamento de malária para ajudar na cicatrização de uma ferida próxima ao olho

Por Ramana Rech

Um estudo documentou pela primeira vez tratamento de feridas abertas feito por primatas não-humanos a partir plantas que se sabe ter propriedades medicinais. A descoberta abre perguntas relacionadas a possíveis mecanismos em comum entre seres humanos e macacos no tratamento médico.

O registro foi feito em uma área de pesquisa da Indonésia com um macho jovem adulto orangotango. Ele se alimentava dos caules e folhas uma planta típica da região, Fibraurea tinctoria. Entretanto, em vez de engolir algumas das folhas, o animal as mascava e colocava sobre o machucado aberto. Fez isso durante sete minutos.

Cicatrização da ferida do orangotango com uso de planta de propriedade medicinal Foto: Scientific Reports/Reprodução
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Nos dias seguintes, a pesquisa observou que a ferida não infecionou. Cinco dias depois o machucado havia se fechado e quase um mês após restava apenas uma cicatriz. O estudo foi publicado na revista Scientific reports neste mês.

Além da Indonésia, a Fibraurea tinctoria se distribui pela China, Malásia, Tailândia, Vietnã e outras áreas do sudeste da Ásia. A espécie tem propriedades antibactericida, antifúngica, anti-iflamatória, antioxidante e anticarciogênico. A medicina tradicional utiliza a planta para tratar disenteria, diarreia e malária.

Na direita, estão as folhas da Fibraurea tinctoria e, na foto da esquerda, o orangotango se alimenta delas Foto: Scientific Reports/Reprodução
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A ingestão de plantas para tratamento médico entre animais não humanos já foi registrado em algumas espécies de primatas. Até o momento esse comportamento foi observado em chimpanzés, bonobos e gorilas, por exemplo. A ingestão ocorre para tratar casos de infecções de parasitas, como vermes.

Já a aplicação tópica de substâncias com propriedades medicinais é encontrada em poucas espécies, como em chimpanzés de Gabão, na África Central, que utilizavam insetos em suas feridas. Mas, mesmo nesses casos, pouco se sabe sobre a eficiência médica desses produtos.

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As descobertas recentes reforçam que formas de tratamento médico a partir de substâncias com propriedades curativas não são exclusividade dos seres humanos.

Segundo o estudo publicado na Scientific Reports, os novos registros levanta a pergunta sobre se existe um mecanismo comum entre os seres humanos e demais primatas para reconhecimento e aplicação de substâncias com propriedades médicas em machucados. Outra questão que fica é se o último ancestral em comum dos dois grupos já mostrava esse tipo de comportamento.

O registro mais antigo de tratamento de feridas feito pelos seres humanos data de 2,2 mil anos antes de Cristo. A terapia incluía limpeza, fabricação de curativos e bandagens. Entre os primeiros produtos utilizados pelos antigos sumérios, gregos, maias e egípcios eram óleos, ervas, cerveja, vinagre, vinho e até mesmo larva de insetos voadores.

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Leia o estudo completo na Scientific reports.

Um estudo documentou pela primeira vez tratamento de feridas abertas feito por primatas não-humanos a partir plantas que se sabe ter propriedades medicinais. A descoberta abre perguntas relacionadas a possíveis mecanismos em comum entre seres humanos e macacos no tratamento médico.

O registro foi feito em uma área de pesquisa da Indonésia com um macho jovem adulto orangotango. Ele se alimentava dos caules e folhas uma planta típica da região, Fibraurea tinctoria. Entretanto, em vez de engolir algumas das folhas, o animal as mascava e colocava sobre o machucado aberto. Fez isso durante sete minutos.

Cicatrização da ferida do orangotango com uso de planta de propriedade medicinal Foto: Scientific Reports/Reprodução

Nos dias seguintes, a pesquisa observou que a ferida não infecionou. Cinco dias depois o machucado havia se fechado e quase um mês após restava apenas uma cicatriz. O estudo foi publicado na revista Scientific reports neste mês.

Além da Indonésia, a Fibraurea tinctoria se distribui pela China, Malásia, Tailândia, Vietnã e outras áreas do sudeste da Ásia. A espécie tem propriedades antibactericida, antifúngica, anti-iflamatória, antioxidante e anticarciogênico. A medicina tradicional utiliza a planta para tratar disenteria, diarreia e malária.

Na direita, estão as folhas da Fibraurea tinctoria e, na foto da esquerda, o orangotango se alimenta delas Foto: Scientific Reports/Reprodução

A ingestão de plantas para tratamento médico entre animais não humanos já foi registrado em algumas espécies de primatas. Até o momento esse comportamento foi observado em chimpanzés, bonobos e gorilas, por exemplo. A ingestão ocorre para tratar casos de infecções de parasitas, como vermes.

Já a aplicação tópica de substâncias com propriedades medicinais é encontrada em poucas espécies, como em chimpanzés de Gabão, na África Central, que utilizavam insetos em suas feridas. Mas, mesmo nesses casos, pouco se sabe sobre a eficiência médica desses produtos.

As descobertas recentes reforçam que formas de tratamento médico a partir de substâncias com propriedades curativas não são exclusividade dos seres humanos.

Segundo o estudo publicado na Scientific Reports, os novos registros levanta a pergunta sobre se existe um mecanismo comum entre os seres humanos e demais primatas para reconhecimento e aplicação de substâncias com propriedades médicas em machucados. Outra questão que fica é se o último ancestral em comum dos dois grupos já mostrava esse tipo de comportamento.

O registro mais antigo de tratamento de feridas feito pelos seres humanos data de 2,2 mil anos antes de Cristo. A terapia incluía limpeza, fabricação de curativos e bandagens. Entre os primeiros produtos utilizados pelos antigos sumérios, gregos, maias e egípcios eram óleos, ervas, cerveja, vinagre, vinho e até mesmo larva de insetos voadores.

Leia o estudo completo na Scientific reports.

Um estudo documentou pela primeira vez tratamento de feridas abertas feito por primatas não-humanos a partir plantas que se sabe ter propriedades medicinais. A descoberta abre perguntas relacionadas a possíveis mecanismos em comum entre seres humanos e macacos no tratamento médico.

O registro foi feito em uma área de pesquisa da Indonésia com um macho jovem adulto orangotango. Ele se alimentava dos caules e folhas uma planta típica da região, Fibraurea tinctoria. Entretanto, em vez de engolir algumas das folhas, o animal as mascava e colocava sobre o machucado aberto. Fez isso durante sete minutos.

Cicatrização da ferida do orangotango com uso de planta de propriedade medicinal Foto: Scientific Reports/Reprodução

Nos dias seguintes, a pesquisa observou que a ferida não infecionou. Cinco dias depois o machucado havia se fechado e quase um mês após restava apenas uma cicatriz. O estudo foi publicado na revista Scientific reports neste mês.

Além da Indonésia, a Fibraurea tinctoria se distribui pela China, Malásia, Tailândia, Vietnã e outras áreas do sudeste da Ásia. A espécie tem propriedades antibactericida, antifúngica, anti-iflamatória, antioxidante e anticarciogênico. A medicina tradicional utiliza a planta para tratar disenteria, diarreia e malária.

Na direita, estão as folhas da Fibraurea tinctoria e, na foto da esquerda, o orangotango se alimenta delas Foto: Scientific Reports/Reprodução

A ingestão de plantas para tratamento médico entre animais não humanos já foi registrado em algumas espécies de primatas. Até o momento esse comportamento foi observado em chimpanzés, bonobos e gorilas, por exemplo. A ingestão ocorre para tratar casos de infecções de parasitas, como vermes.

Já a aplicação tópica de substâncias com propriedades medicinais é encontrada em poucas espécies, como em chimpanzés de Gabão, na África Central, que utilizavam insetos em suas feridas. Mas, mesmo nesses casos, pouco se sabe sobre a eficiência médica desses produtos.

As descobertas recentes reforçam que formas de tratamento médico a partir de substâncias com propriedades curativas não são exclusividade dos seres humanos.

Segundo o estudo publicado na Scientific Reports, os novos registros levanta a pergunta sobre se existe um mecanismo comum entre os seres humanos e demais primatas para reconhecimento e aplicação de substâncias com propriedades médicas em machucados. Outra questão que fica é se o último ancestral em comum dos dois grupos já mostrava esse tipo de comportamento.

O registro mais antigo de tratamento de feridas feito pelos seres humanos data de 2,2 mil anos antes de Cristo. A terapia incluía limpeza, fabricação de curativos e bandagens. Entre os primeiros produtos utilizados pelos antigos sumérios, gregos, maias e egípcios eram óleos, ervas, cerveja, vinagre, vinho e até mesmo larva de insetos voadores.

Leia o estudo completo na Scientific reports.

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