Estudo sobre bactérias no Deserto do Atacama ajuda a entender possíveis formas de vida fora da Terra


Os microorganismos encontrados em camadas mais profundas do solo do Atacama utilizam uma pedra de gesso como fonte alternativa de água

Por Ramana Rech

A falta de água e de nutrientes em camadas mais profundas do solo no Deserto do Atacama dificulta a presença da vida e de diversidade. Mas pesquisadores descobriram microorganismos que vivem a 420 centímetros abaixo do solo e retiram água de gesso. Os achados podem ser estendidos na compreensão de como e se existe vida em outros ambientes de condições extremas, como Marte.

O Deserto do Atacama, no nordeste do Chile, é o deserto mais árido do mundo. Na falta de chuva regular, os microorganismos – a maior parte composta por bactérias – se tornam os principais componentes ecológicos a mediar os fluxos de nutrientes ao usar minerais, sais e gases atmosféricos como fonte de energia. Nesses ambientes, eles são responsáveis por ciclo de nutrientes, formação do solo e preservação da escassa água.

Cientistas do Chile e Alemanha queriam verificar a diversidade de microorganismo no deserto. Até então, havia poucas pesquisas que exploravam as formas de vida nas camadas mais profundas da terra do Atacama.

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Vale da Lua, no Deserto do Atacama, no Chile Foto: Mirko Vitali - stock.adobe.com

A partir de testes de DNA comparadas com análises geoquímicas, eles concluíram que, entre 5 e 80 centímetros do solo, a diversidade de microorganismos caia. Em cerca de 100 centímetros de profundidade eles já não conseguiram identificar comunidades. Isso é resultado da ausência de luz solar, matéria orgânica limitada, além de alta salinidade.

Entretanto, o estudo recém-publicado na revista PNAS nexus mostrou, pela primeira vez, que esse cenário muda em depósitos de terras deixadas por fluxos de água a 420 centímetros abaixo do solo. Os microorganismos conseguem sobreviver a essa região por usar gipsita (chamada de forma genérica de gesso) como fonte alternativa de água.

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A comunidade de microorganismos encontrada abaixo da superfície é ainda mais diversa do que as encontradas nos sedimentos mais próximos á superfície.

Os cristais da gipsita são conhecidos por fornecer proteção contra radiação UV, além de conseguir reter líquido nos poros.

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Enquanto, na superfície, a sedimentação começou a 19 mil anos atrás, os depósitos a 420 centímetros têm cerca de 3,8 milhões de anos. A idade avançada dos depósitos somado a persistência do habitat pode ter contribuído para a seleção de comunidades adaptadas às condições desérticas. Segundo o artigo, ambientes duradouros acumulam membros ativos.

Uma das evidências de que existiu água líquida em Marte são os depósitos de gipsita no planeta vermelho. Para os autores do estudo recém-publicado, eles também podem indicar que as pedras serviam como fonte de água para as formas de vida que existiam ali.

“Os dados desse estudos estão nos ajudando a entender se e como a vida pode ter existido em ambientes similares em outros planetas ou luas através do nosso Sistema Solar”, diz o artigo.

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Leia o artigo completo no PLOS Nexus.

A falta de água e de nutrientes em camadas mais profundas do solo no Deserto do Atacama dificulta a presença da vida e de diversidade. Mas pesquisadores descobriram microorganismos que vivem a 420 centímetros abaixo do solo e retiram água de gesso. Os achados podem ser estendidos na compreensão de como e se existe vida em outros ambientes de condições extremas, como Marte.

O Deserto do Atacama, no nordeste do Chile, é o deserto mais árido do mundo. Na falta de chuva regular, os microorganismos – a maior parte composta por bactérias – se tornam os principais componentes ecológicos a mediar os fluxos de nutrientes ao usar minerais, sais e gases atmosféricos como fonte de energia. Nesses ambientes, eles são responsáveis por ciclo de nutrientes, formação do solo e preservação da escassa água.

Cientistas do Chile e Alemanha queriam verificar a diversidade de microorganismo no deserto. Até então, havia poucas pesquisas que exploravam as formas de vida nas camadas mais profundas da terra do Atacama.

Vale da Lua, no Deserto do Atacama, no Chile Foto: Mirko Vitali - stock.adobe.com

A partir de testes de DNA comparadas com análises geoquímicas, eles concluíram que, entre 5 e 80 centímetros do solo, a diversidade de microorganismos caia. Em cerca de 100 centímetros de profundidade eles já não conseguiram identificar comunidades. Isso é resultado da ausência de luz solar, matéria orgânica limitada, além de alta salinidade.

Entretanto, o estudo recém-publicado na revista PNAS nexus mostrou, pela primeira vez, que esse cenário muda em depósitos de terras deixadas por fluxos de água a 420 centímetros abaixo do solo. Os microorganismos conseguem sobreviver a essa região por usar gipsita (chamada de forma genérica de gesso) como fonte alternativa de água.

A comunidade de microorganismos encontrada abaixo da superfície é ainda mais diversa do que as encontradas nos sedimentos mais próximos á superfície.

Os cristais da gipsita são conhecidos por fornecer proteção contra radiação UV, além de conseguir reter líquido nos poros.

Enquanto, na superfície, a sedimentação começou a 19 mil anos atrás, os depósitos a 420 centímetros têm cerca de 3,8 milhões de anos. A idade avançada dos depósitos somado a persistência do habitat pode ter contribuído para a seleção de comunidades adaptadas às condições desérticas. Segundo o artigo, ambientes duradouros acumulam membros ativos.

Uma das evidências de que existiu água líquida em Marte são os depósitos de gipsita no planeta vermelho. Para os autores do estudo recém-publicado, eles também podem indicar que as pedras serviam como fonte de água para as formas de vida que existiam ali.

“Os dados desse estudos estão nos ajudando a entender se e como a vida pode ter existido em ambientes similares em outros planetas ou luas através do nosso Sistema Solar”, diz o artigo.

Leia o artigo completo no PLOS Nexus.

A falta de água e de nutrientes em camadas mais profundas do solo no Deserto do Atacama dificulta a presença da vida e de diversidade. Mas pesquisadores descobriram microorganismos que vivem a 420 centímetros abaixo do solo e retiram água de gesso. Os achados podem ser estendidos na compreensão de como e se existe vida em outros ambientes de condições extremas, como Marte.

O Deserto do Atacama, no nordeste do Chile, é o deserto mais árido do mundo. Na falta de chuva regular, os microorganismos – a maior parte composta por bactérias – se tornam os principais componentes ecológicos a mediar os fluxos de nutrientes ao usar minerais, sais e gases atmosféricos como fonte de energia. Nesses ambientes, eles são responsáveis por ciclo de nutrientes, formação do solo e preservação da escassa água.

Cientistas do Chile e Alemanha queriam verificar a diversidade de microorganismo no deserto. Até então, havia poucas pesquisas que exploravam as formas de vida nas camadas mais profundas da terra do Atacama.

Vale da Lua, no Deserto do Atacama, no Chile Foto: Mirko Vitali - stock.adobe.com

A partir de testes de DNA comparadas com análises geoquímicas, eles concluíram que, entre 5 e 80 centímetros do solo, a diversidade de microorganismos caia. Em cerca de 100 centímetros de profundidade eles já não conseguiram identificar comunidades. Isso é resultado da ausência de luz solar, matéria orgânica limitada, além de alta salinidade.

Entretanto, o estudo recém-publicado na revista PNAS nexus mostrou, pela primeira vez, que esse cenário muda em depósitos de terras deixadas por fluxos de água a 420 centímetros abaixo do solo. Os microorganismos conseguem sobreviver a essa região por usar gipsita (chamada de forma genérica de gesso) como fonte alternativa de água.

A comunidade de microorganismos encontrada abaixo da superfície é ainda mais diversa do que as encontradas nos sedimentos mais próximos á superfície.

Os cristais da gipsita são conhecidos por fornecer proteção contra radiação UV, além de conseguir reter líquido nos poros.

Enquanto, na superfície, a sedimentação começou a 19 mil anos atrás, os depósitos a 420 centímetros têm cerca de 3,8 milhões de anos. A idade avançada dos depósitos somado a persistência do habitat pode ter contribuído para a seleção de comunidades adaptadas às condições desérticas. Segundo o artigo, ambientes duradouros acumulam membros ativos.

Uma das evidências de que existiu água líquida em Marte são os depósitos de gipsita no planeta vermelho. Para os autores do estudo recém-publicado, eles também podem indicar que as pedras serviam como fonte de água para as formas de vida que existiam ali.

“Os dados desse estudos estão nos ajudando a entender se e como a vida pode ter existido em ambientes similares em outros planetas ou luas através do nosso Sistema Solar”, diz o artigo.

Leia o artigo completo no PLOS Nexus.

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