Abelhas podem acumular conhecimentos assim como fazem os humanos?


Insetos foram colocados em uma caixa que continha dois empecilhos, mas apenas aqueles que haviam observado outros fazendo a mesma coisa conseguiram concluir o desafio

Por Ramana Rech
Atualização:

Um novo estudo desafiou o senso comum na comunidade científica de que apenas seres humanos têm capacidade de aprender conhecimentos e comportamentos tão complexos que não podem partir apenas da experiência de um único indivíduo.

O estudo britânico, publicado neste mês na revista científica Nature, descreve experimentos com abelhas da espécie Bombus terrestris, mais conhecida como Abelhão. Os resultados mostram que elas conseguiram aprender a conseguir alimento em um caixa projetada por cientistas ao observar as demais. É a primeira vez que essa habilidade é observada em invertebrados.

As espécies de "Bombus terrestris" conseguiram aprender a como resolver o desafio da caixa ao observar outras Foto: Christian Musat/Adobe Stock
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Quase todas as tarefas que os humanos fazem dependem de conhecimento e tecnologia que foram desenvolvidos por gerações anteriores. Ninguém conseguiria dividir um átomo, por exemplo, dentro de seu próprio tempo de vida. São necessários séculos de conhecimento científico acumulado.

Essa cultura cumulativa, argumentava a comunidade científica, depende de métodos complexos de repassar ensinamentos que apenas seres humanos detêm, como aulas e professores.

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Entretanto, os pesquisadores desse novo trabalho - a equipe é da Universidade de Sheffield e da Universidade de Londres Queen Mary, no Reino Unido - afirmam que o ponto central da cultura cumulativa nada mais é do que um comportamento transmitido socialmente entre indivíduos.

Os mesmos estudiosos já haviam realizado alguns experimentos em laboratório com as abelhas Bambus terrestris, e elas já haviam mostrado capacidade de adquirir comportamentos complexos e não naturais por meio da aprendizagem social. Mas, houve casos de alguns indivíduos conseguirem cumprir os desafios propostos sozinhos, sem precisar observar outras abelhas.

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Para ter certeza de que criariam um experimento em que nenhum indivíduo da espécie conseguisse aprender sozinho, os pesquisadores desenvolveram uma caixa de quebra-cabeça em que os animais precisavam superar dois obstáculos para chegar a uma recompensa. Era uma solução de sacarose, que é uma substância que compõe o néctar, alimento das abelhas.

Um dos desafios era tão complexo para os pequenos insetos que os pesquisadores precisaram colocar uma recompensa provisória para que as abelhas demonstradoras conseguissem completar o quebra-cabeça da caixa. Aos poucos, os cientistas retiraram a recompensa provisória, até que elas conseguissem resolver o desafio sem ele.

Um segundo grupo de abelhas observou as demonstradoras solucionarem o quebra-cabeça. E o que os cientistas observaram é que, ao aprender com as demonstradoras, o segundo grupo de abelhas completou o desafio sem precisar da recompensa provisória. Outra amostra de abelhas tentou fazer o mesmo desafio, dessa vez, sem as demonstradoras, mas elas não foram bem sucedidas.

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As abelhas tinham que passar por dois empecilhos para chegar até a sacarose Foto: Reprodução/Nature

Os animais foram colocados em uma caixa com duas alavancas, uma azul e a outra vermelha. Já a sacarose, ficava bloqueada por um tampa de acrílico. A única forma das abelhas conseguirem chegar até a recompensa era arrastar a alavanca vermelha que tinha um buraco no acrílico até a recompensa. Porém, antes disso, o animal deveria uma alavanca azul que ficava no caminho da vermelha, a impedindo de ser arrastada.

O estudo destaca que não há registro de qualquer tipo de cultura entre as espécies Bombus terrestris, muito menos a cumulativa. Mas, para os cientistas, o experimento indica que essa ausência pode ser resultado de que essas abelhas não precisam de cultura para sobreviver na natureza. Isso porque elas não irão cruzar com caixas quebra-cabeça na vida selvagem.

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Insetos que vivem em sociedade têm um rico repertório de comportamento em grupo. Abelhas que produzem mel, por exemplo, são capazes de comunicar a distância e a direção de recursos umas com as outras a partir de uma espécie de dança.

A comunidade científica avaliava que todos esses comportamentos eram, na verdade, produtos do instinto dos animais. Mas surgem evidências de que pelo menos alguns desses comportamentos têm origem social.

Abelha / Bombus terrestris / Abelhão Foto: Rocamora ADOBE STOCK

Um novo estudo desafiou o senso comum na comunidade científica de que apenas seres humanos têm capacidade de aprender conhecimentos e comportamentos tão complexos que não podem partir apenas da experiência de um único indivíduo.

O estudo britânico, publicado neste mês na revista científica Nature, descreve experimentos com abelhas da espécie Bombus terrestris, mais conhecida como Abelhão. Os resultados mostram que elas conseguiram aprender a conseguir alimento em um caixa projetada por cientistas ao observar as demais. É a primeira vez que essa habilidade é observada em invertebrados.

As espécies de "Bombus terrestris" conseguiram aprender a como resolver o desafio da caixa ao observar outras Foto: Christian Musat/Adobe Stock

Quase todas as tarefas que os humanos fazem dependem de conhecimento e tecnologia que foram desenvolvidos por gerações anteriores. Ninguém conseguiria dividir um átomo, por exemplo, dentro de seu próprio tempo de vida. São necessários séculos de conhecimento científico acumulado.

Essa cultura cumulativa, argumentava a comunidade científica, depende de métodos complexos de repassar ensinamentos que apenas seres humanos detêm, como aulas e professores.

Entretanto, os pesquisadores desse novo trabalho - a equipe é da Universidade de Sheffield e da Universidade de Londres Queen Mary, no Reino Unido - afirmam que o ponto central da cultura cumulativa nada mais é do que um comportamento transmitido socialmente entre indivíduos.

Os mesmos estudiosos já haviam realizado alguns experimentos em laboratório com as abelhas Bambus terrestris, e elas já haviam mostrado capacidade de adquirir comportamentos complexos e não naturais por meio da aprendizagem social. Mas, houve casos de alguns indivíduos conseguirem cumprir os desafios propostos sozinhos, sem precisar observar outras abelhas.

Para ter certeza de que criariam um experimento em que nenhum indivíduo da espécie conseguisse aprender sozinho, os pesquisadores desenvolveram uma caixa de quebra-cabeça em que os animais precisavam superar dois obstáculos para chegar a uma recompensa. Era uma solução de sacarose, que é uma substância que compõe o néctar, alimento das abelhas.

Um dos desafios era tão complexo para os pequenos insetos que os pesquisadores precisaram colocar uma recompensa provisória para que as abelhas demonstradoras conseguissem completar o quebra-cabeça da caixa. Aos poucos, os cientistas retiraram a recompensa provisória, até que elas conseguissem resolver o desafio sem ele.

Um segundo grupo de abelhas observou as demonstradoras solucionarem o quebra-cabeça. E o que os cientistas observaram é que, ao aprender com as demonstradoras, o segundo grupo de abelhas completou o desafio sem precisar da recompensa provisória. Outra amostra de abelhas tentou fazer o mesmo desafio, dessa vez, sem as demonstradoras, mas elas não foram bem sucedidas.

As abelhas tinham que passar por dois empecilhos para chegar até a sacarose Foto: Reprodução/Nature

Os animais foram colocados em uma caixa com duas alavancas, uma azul e a outra vermelha. Já a sacarose, ficava bloqueada por um tampa de acrílico. A única forma das abelhas conseguirem chegar até a recompensa era arrastar a alavanca vermelha que tinha um buraco no acrílico até a recompensa. Porém, antes disso, o animal deveria uma alavanca azul que ficava no caminho da vermelha, a impedindo de ser arrastada.

O estudo destaca que não há registro de qualquer tipo de cultura entre as espécies Bombus terrestris, muito menos a cumulativa. Mas, para os cientistas, o experimento indica que essa ausência pode ser resultado de que essas abelhas não precisam de cultura para sobreviver na natureza. Isso porque elas não irão cruzar com caixas quebra-cabeça na vida selvagem.

Insetos que vivem em sociedade têm um rico repertório de comportamento em grupo. Abelhas que produzem mel, por exemplo, são capazes de comunicar a distância e a direção de recursos umas com as outras a partir de uma espécie de dança.

A comunidade científica avaliava que todos esses comportamentos eram, na verdade, produtos do instinto dos animais. Mas surgem evidências de que pelo menos alguns desses comportamentos têm origem social.

Abelha / Bombus terrestris / Abelhão Foto: Rocamora ADOBE STOCK

Um novo estudo desafiou o senso comum na comunidade científica de que apenas seres humanos têm capacidade de aprender conhecimentos e comportamentos tão complexos que não podem partir apenas da experiência de um único indivíduo.

O estudo britânico, publicado neste mês na revista científica Nature, descreve experimentos com abelhas da espécie Bombus terrestris, mais conhecida como Abelhão. Os resultados mostram que elas conseguiram aprender a conseguir alimento em um caixa projetada por cientistas ao observar as demais. É a primeira vez que essa habilidade é observada em invertebrados.

As espécies de "Bombus terrestris" conseguiram aprender a como resolver o desafio da caixa ao observar outras Foto: Christian Musat/Adobe Stock

Quase todas as tarefas que os humanos fazem dependem de conhecimento e tecnologia que foram desenvolvidos por gerações anteriores. Ninguém conseguiria dividir um átomo, por exemplo, dentro de seu próprio tempo de vida. São necessários séculos de conhecimento científico acumulado.

Essa cultura cumulativa, argumentava a comunidade científica, depende de métodos complexos de repassar ensinamentos que apenas seres humanos detêm, como aulas e professores.

Entretanto, os pesquisadores desse novo trabalho - a equipe é da Universidade de Sheffield e da Universidade de Londres Queen Mary, no Reino Unido - afirmam que o ponto central da cultura cumulativa nada mais é do que um comportamento transmitido socialmente entre indivíduos.

Os mesmos estudiosos já haviam realizado alguns experimentos em laboratório com as abelhas Bambus terrestris, e elas já haviam mostrado capacidade de adquirir comportamentos complexos e não naturais por meio da aprendizagem social. Mas, houve casos de alguns indivíduos conseguirem cumprir os desafios propostos sozinhos, sem precisar observar outras abelhas.

Para ter certeza de que criariam um experimento em que nenhum indivíduo da espécie conseguisse aprender sozinho, os pesquisadores desenvolveram uma caixa de quebra-cabeça em que os animais precisavam superar dois obstáculos para chegar a uma recompensa. Era uma solução de sacarose, que é uma substância que compõe o néctar, alimento das abelhas.

Um dos desafios era tão complexo para os pequenos insetos que os pesquisadores precisaram colocar uma recompensa provisória para que as abelhas demonstradoras conseguissem completar o quebra-cabeça da caixa. Aos poucos, os cientistas retiraram a recompensa provisória, até que elas conseguissem resolver o desafio sem ele.

Um segundo grupo de abelhas observou as demonstradoras solucionarem o quebra-cabeça. E o que os cientistas observaram é que, ao aprender com as demonstradoras, o segundo grupo de abelhas completou o desafio sem precisar da recompensa provisória. Outra amostra de abelhas tentou fazer o mesmo desafio, dessa vez, sem as demonstradoras, mas elas não foram bem sucedidas.

As abelhas tinham que passar por dois empecilhos para chegar até a sacarose Foto: Reprodução/Nature

Os animais foram colocados em uma caixa com duas alavancas, uma azul e a outra vermelha. Já a sacarose, ficava bloqueada por um tampa de acrílico. A única forma das abelhas conseguirem chegar até a recompensa era arrastar a alavanca vermelha que tinha um buraco no acrílico até a recompensa. Porém, antes disso, o animal deveria uma alavanca azul que ficava no caminho da vermelha, a impedindo de ser arrastada.

O estudo destaca que não há registro de qualquer tipo de cultura entre as espécies Bombus terrestris, muito menos a cumulativa. Mas, para os cientistas, o experimento indica que essa ausência pode ser resultado de que essas abelhas não precisam de cultura para sobreviver na natureza. Isso porque elas não irão cruzar com caixas quebra-cabeça na vida selvagem.

Insetos que vivem em sociedade têm um rico repertório de comportamento em grupo. Abelhas que produzem mel, por exemplo, são capazes de comunicar a distância e a direção de recursos umas com as outras a partir de uma espécie de dança.

A comunidade científica avaliava que todos esses comportamentos eram, na verdade, produtos do instinto dos animais. Mas surgem evidências de que pelo menos alguns desses comportamentos têm origem social.

Abelha / Bombus terrestris / Abelhão Foto: Rocamora ADOBE STOCK

Um novo estudo desafiou o senso comum na comunidade científica de que apenas seres humanos têm capacidade de aprender conhecimentos e comportamentos tão complexos que não podem partir apenas da experiência de um único indivíduo.

O estudo britânico, publicado neste mês na revista científica Nature, descreve experimentos com abelhas da espécie Bombus terrestris, mais conhecida como Abelhão. Os resultados mostram que elas conseguiram aprender a conseguir alimento em um caixa projetada por cientistas ao observar as demais. É a primeira vez que essa habilidade é observada em invertebrados.

As espécies de "Bombus terrestris" conseguiram aprender a como resolver o desafio da caixa ao observar outras Foto: Christian Musat/Adobe Stock

Quase todas as tarefas que os humanos fazem dependem de conhecimento e tecnologia que foram desenvolvidos por gerações anteriores. Ninguém conseguiria dividir um átomo, por exemplo, dentro de seu próprio tempo de vida. São necessários séculos de conhecimento científico acumulado.

Essa cultura cumulativa, argumentava a comunidade científica, depende de métodos complexos de repassar ensinamentos que apenas seres humanos detêm, como aulas e professores.

Entretanto, os pesquisadores desse novo trabalho - a equipe é da Universidade de Sheffield e da Universidade de Londres Queen Mary, no Reino Unido - afirmam que o ponto central da cultura cumulativa nada mais é do que um comportamento transmitido socialmente entre indivíduos.

Os mesmos estudiosos já haviam realizado alguns experimentos em laboratório com as abelhas Bambus terrestris, e elas já haviam mostrado capacidade de adquirir comportamentos complexos e não naturais por meio da aprendizagem social. Mas, houve casos de alguns indivíduos conseguirem cumprir os desafios propostos sozinhos, sem precisar observar outras abelhas.

Para ter certeza de que criariam um experimento em que nenhum indivíduo da espécie conseguisse aprender sozinho, os pesquisadores desenvolveram uma caixa de quebra-cabeça em que os animais precisavam superar dois obstáculos para chegar a uma recompensa. Era uma solução de sacarose, que é uma substância que compõe o néctar, alimento das abelhas.

Um dos desafios era tão complexo para os pequenos insetos que os pesquisadores precisaram colocar uma recompensa provisória para que as abelhas demonstradoras conseguissem completar o quebra-cabeça da caixa. Aos poucos, os cientistas retiraram a recompensa provisória, até que elas conseguissem resolver o desafio sem ele.

Um segundo grupo de abelhas observou as demonstradoras solucionarem o quebra-cabeça. E o que os cientistas observaram é que, ao aprender com as demonstradoras, o segundo grupo de abelhas completou o desafio sem precisar da recompensa provisória. Outra amostra de abelhas tentou fazer o mesmo desafio, dessa vez, sem as demonstradoras, mas elas não foram bem sucedidas.

As abelhas tinham que passar por dois empecilhos para chegar até a sacarose Foto: Reprodução/Nature

Os animais foram colocados em uma caixa com duas alavancas, uma azul e a outra vermelha. Já a sacarose, ficava bloqueada por um tampa de acrílico. A única forma das abelhas conseguirem chegar até a recompensa era arrastar a alavanca vermelha que tinha um buraco no acrílico até a recompensa. Porém, antes disso, o animal deveria uma alavanca azul que ficava no caminho da vermelha, a impedindo de ser arrastada.

O estudo destaca que não há registro de qualquer tipo de cultura entre as espécies Bombus terrestris, muito menos a cumulativa. Mas, para os cientistas, o experimento indica que essa ausência pode ser resultado de que essas abelhas não precisam de cultura para sobreviver na natureza. Isso porque elas não irão cruzar com caixas quebra-cabeça na vida selvagem.

Insetos que vivem em sociedade têm um rico repertório de comportamento em grupo. Abelhas que produzem mel, por exemplo, são capazes de comunicar a distância e a direção de recursos umas com as outras a partir de uma espécie de dança.

A comunidade científica avaliava que todos esses comportamentos eram, na verdade, produtos do instinto dos animais. Mas surgem evidências de que pelo menos alguns desses comportamentos têm origem social.

Abelha / Bombus terrestris / Abelhão Foto: Rocamora ADOBE STOCK

Um novo estudo desafiou o senso comum na comunidade científica de que apenas seres humanos têm capacidade de aprender conhecimentos e comportamentos tão complexos que não podem partir apenas da experiência de um único indivíduo.

O estudo britânico, publicado neste mês na revista científica Nature, descreve experimentos com abelhas da espécie Bombus terrestris, mais conhecida como Abelhão. Os resultados mostram que elas conseguiram aprender a conseguir alimento em um caixa projetada por cientistas ao observar as demais. É a primeira vez que essa habilidade é observada em invertebrados.

As espécies de "Bombus terrestris" conseguiram aprender a como resolver o desafio da caixa ao observar outras Foto: Christian Musat/Adobe Stock

Quase todas as tarefas que os humanos fazem dependem de conhecimento e tecnologia que foram desenvolvidos por gerações anteriores. Ninguém conseguiria dividir um átomo, por exemplo, dentro de seu próprio tempo de vida. São necessários séculos de conhecimento científico acumulado.

Essa cultura cumulativa, argumentava a comunidade científica, depende de métodos complexos de repassar ensinamentos que apenas seres humanos detêm, como aulas e professores.

Entretanto, os pesquisadores desse novo trabalho - a equipe é da Universidade de Sheffield e da Universidade de Londres Queen Mary, no Reino Unido - afirmam que o ponto central da cultura cumulativa nada mais é do que um comportamento transmitido socialmente entre indivíduos.

Os mesmos estudiosos já haviam realizado alguns experimentos em laboratório com as abelhas Bambus terrestris, e elas já haviam mostrado capacidade de adquirir comportamentos complexos e não naturais por meio da aprendizagem social. Mas, houve casos de alguns indivíduos conseguirem cumprir os desafios propostos sozinhos, sem precisar observar outras abelhas.

Para ter certeza de que criariam um experimento em que nenhum indivíduo da espécie conseguisse aprender sozinho, os pesquisadores desenvolveram uma caixa de quebra-cabeça em que os animais precisavam superar dois obstáculos para chegar a uma recompensa. Era uma solução de sacarose, que é uma substância que compõe o néctar, alimento das abelhas.

Um dos desafios era tão complexo para os pequenos insetos que os pesquisadores precisaram colocar uma recompensa provisória para que as abelhas demonstradoras conseguissem completar o quebra-cabeça da caixa. Aos poucos, os cientistas retiraram a recompensa provisória, até que elas conseguissem resolver o desafio sem ele.

Um segundo grupo de abelhas observou as demonstradoras solucionarem o quebra-cabeça. E o que os cientistas observaram é que, ao aprender com as demonstradoras, o segundo grupo de abelhas completou o desafio sem precisar da recompensa provisória. Outra amostra de abelhas tentou fazer o mesmo desafio, dessa vez, sem as demonstradoras, mas elas não foram bem sucedidas.

As abelhas tinham que passar por dois empecilhos para chegar até a sacarose Foto: Reprodução/Nature

Os animais foram colocados em uma caixa com duas alavancas, uma azul e a outra vermelha. Já a sacarose, ficava bloqueada por um tampa de acrílico. A única forma das abelhas conseguirem chegar até a recompensa era arrastar a alavanca vermelha que tinha um buraco no acrílico até a recompensa. Porém, antes disso, o animal deveria uma alavanca azul que ficava no caminho da vermelha, a impedindo de ser arrastada.

O estudo destaca que não há registro de qualquer tipo de cultura entre as espécies Bombus terrestris, muito menos a cumulativa. Mas, para os cientistas, o experimento indica que essa ausência pode ser resultado de que essas abelhas não precisam de cultura para sobreviver na natureza. Isso porque elas não irão cruzar com caixas quebra-cabeça na vida selvagem.

Insetos que vivem em sociedade têm um rico repertório de comportamento em grupo. Abelhas que produzem mel, por exemplo, são capazes de comunicar a distância e a direção de recursos umas com as outras a partir de uma espécie de dança.

A comunidade científica avaliava que todos esses comportamentos eram, na verdade, produtos do instinto dos animais. Mas surgem evidências de que pelo menos alguns desses comportamentos têm origem social.

Abelha / Bombus terrestris / Abelhão Foto: Rocamora ADOBE STOCK

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