Fernando Reinach chega à milésima coluna no ‘Estadão’; relembre textos sobre afeto, grilos e IA


Desde 2004, o biólogo, que é autor de ‘A Longa Marcha dos Grilos Canibais’, entre outros livros, relata as histórias mais curiosas e relevantes do mundo científico

Por Redação

O colunista Fernando Reinach chega neste sábado, 6, à milésima coluna publicada no Estadão. Desde 20 de outubro de 2004 (leia aqui a primeira coluna), o biólogo conta as histórias mais curiosas e relevantes do mundo científico nas páginas do jornal. Na publicação mais recente, Reinach aborda o aquecimento global sob a perspectiva das responsabilidades sobre as emissões lançadas na atmosfera terrestre.

Ele é PHD em Biologia Celular e Molecular pela Cornell University e autor de “A Chegada do Novo Coronavírus no Brasil”; “Folha de Lótus, Escorregador de Mosquito”; e “A Longa Marcha dos Grilos Canibais”. A pandemia foi um tema frequente das suas colunas no período mais crítico da covid-19, desde a sua aparição e avanço em 2020 até os seus desdobramentos com as vacinas nos meses e anos posteriores.

Biólogo publicou primeira coluna no 'Estadão' em 2004 Foto: Helcio Nagamine/Estadão - 23/9/2021
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Abaixo, relembre outras colunas marcantes de Reinach no Estadão.

A longa marcha dos grilos canibais: 12/4/2006

“É bastante comum que grandes números de animais se organizem e marchem por longas distâncias. Mesmo entre os humanos esse fenômeno pode ser observado. A Coluna Prestes, que percorreu o Brasil entre 1925 e 1927, e a Longa Marcha de Mao, em 1943, na China, são exemplos. Um estudo detalhado das motivações que levam os grilos Anabrus a marchar mostrou que a fome e o medo são responsáveis por organizar o bando.”

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Leia aqui a coluna na página do Acervo Estadão.

Um parasita do afeto humano: 27/9/2006

“Quando o meio ambiente se modifica, os seres vivos incapazes de se adaptar são extintos. Por esse motivo um dos aspectos mais interessantes da biologia são as estratégias utilizadas pelos animais para sobreviver em novos ambientes. Meu exemplo favorito é uma espécie que desenvolveu a capacidade de explorar nossa habilidade de dar e receber afeto. Utilizando sua capacidade de parasitar diretamente nossa mente, esse animal conseguiu garantir a sobrevivência de sua espécie. Como todo parasita, teve de abrir mão de sua liberdade, mas valeu a pena: da maneira como o homem vem alterando o planeta, provavelmente essa espécie será a última do seu grupo a se extinguir, pois associou o seu destino definitivamente ao nosso. É o cão.”

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Leia aqui a coluna na página do Acervo Estadão.

Quantas pessoas já viveram na Terra? 15/1/2009

“Na serra de Caraguatatuba senti pela primeira vez o peso de ser Homo sapiens. Quando subíamos, meu pai parava em Paraibuna para comemorar que o DKW não havia fervido e alimentar os filhos. Foi com uma calabresa na mão que vi a frase no portão do cemitério: “Nós que aqui estamos por vós esperamos.” Com 8 anos deixei o mundo animal, onde não há consciência da morte, e me tornei humano, eternamente esperando morrer. Anteontem, ao passar por Paraibuna, lembrei de ficar impressionado com a imagem dos mortos esperando pelos vivos. Quantas almas existiriam nesse lugar se todos os mortos estivessem lá? É um problema que merece um “back of the envelope calculation”.”

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Leia aqui a coluna.

Nós somos aquela ovelha: 4/9/2015

“Semana passada encontraram um ovelha muito estranha na Austrália. Ela parecia uma enorme bola de lã. Somente as pontas das patas eram vistas saindo da bola e tocando o chão. Os veterinários ficaram espantados. Havia tanta lã cobrindo sua cabeça que os olhos estavam tampados. Ela quase não enxergava. A lã impedia que as fezes e a urina chegassem ao chão. Eram filtradas e escoavam por um emaranhado de lã. Os dejetos se acumulavam, encharcando os pelos onde crescia uma comunidade de micróbios e insetos no emaranhado dos fios. Quando foi tosada, produziu 40 quilos de lã.”

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Leia aqui a coluna.

Você está participando, sem saber, do maior experimento com cobaias humanas em andamento: 29/4/2023

“Está em andamento o maior experimento já realizado por cientistas utilizando seres humanos como cobaias. E os primeiros resultados já são conhecidos. Desde o aparecimento de sistemas de inteligência artificial (IA) uma das grandes preocupações é como garantir que os seres humanos não percam controle sobre esses sistemas. Isso pode acontecer caso um desses sistemas passe a decidir o que podemos ou não fazer (o computador HAL 9000, no filme 2001 Uma Odisseia no Espaço, é um exemplo) ou pode acontecer caso um desses sistemas de IA consiga influenciar, sem que percebamos, nossas decisões.”

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Caminhar na natureza: por que só a biofilia pode salvar a humanidade? 18/8/2023

“Semanas atrás caminhei com um grupo de amigos de Leon até Santiago de Compostela, na Espanha. Foram 230 quilômetros, percorridos em 10 dias, caminhando quase 10 horas por dia. A trilha, percorrida por peregrinos desde o ano 800, é fácil apesar de longa. Ela passa por montanhas, florestas, campos de girassóis e lavanda. Abundam flores e árvores centenárias. Bem demarcada, você nunca se perde e sempre encontra um local para descansar e tomar um suco de laranja. Essas características propiciam um andar relaxado, onde a mente corre solta, de uma forma diferente de quando devaneia sentada numa cadeira olhando o teto. É uma imersão completa na paisagem natural. O prazer aumenta ao longo dos dias e nos distancia gradativamente da vida nas cidades. Longas caminhadas faziam parte do modo de vida de nossos ancestrais. Isso só mudou com o surgimento das vilas e cidades.”

Leia aqui a coluna.

O colunista Fernando Reinach chega neste sábado, 6, à milésima coluna publicada no Estadão. Desde 20 de outubro de 2004 (leia aqui a primeira coluna), o biólogo conta as histórias mais curiosas e relevantes do mundo científico nas páginas do jornal. Na publicação mais recente, Reinach aborda o aquecimento global sob a perspectiva das responsabilidades sobre as emissões lançadas na atmosfera terrestre.

Ele é PHD em Biologia Celular e Molecular pela Cornell University e autor de “A Chegada do Novo Coronavírus no Brasil”; “Folha de Lótus, Escorregador de Mosquito”; e “A Longa Marcha dos Grilos Canibais”. A pandemia foi um tema frequente das suas colunas no período mais crítico da covid-19, desde a sua aparição e avanço em 2020 até os seus desdobramentos com as vacinas nos meses e anos posteriores.

Biólogo publicou primeira coluna no 'Estadão' em 2004 Foto: Helcio Nagamine/Estadão - 23/9/2021

Abaixo, relembre outras colunas marcantes de Reinach no Estadão.

A longa marcha dos grilos canibais: 12/4/2006

“É bastante comum que grandes números de animais se organizem e marchem por longas distâncias. Mesmo entre os humanos esse fenômeno pode ser observado. A Coluna Prestes, que percorreu o Brasil entre 1925 e 1927, e a Longa Marcha de Mao, em 1943, na China, são exemplos. Um estudo detalhado das motivações que levam os grilos Anabrus a marchar mostrou que a fome e o medo são responsáveis por organizar o bando.”

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Um parasita do afeto humano: 27/9/2006

“Quando o meio ambiente se modifica, os seres vivos incapazes de se adaptar são extintos. Por esse motivo um dos aspectos mais interessantes da biologia são as estratégias utilizadas pelos animais para sobreviver em novos ambientes. Meu exemplo favorito é uma espécie que desenvolveu a capacidade de explorar nossa habilidade de dar e receber afeto. Utilizando sua capacidade de parasitar diretamente nossa mente, esse animal conseguiu garantir a sobrevivência de sua espécie. Como todo parasita, teve de abrir mão de sua liberdade, mas valeu a pena: da maneira como o homem vem alterando o planeta, provavelmente essa espécie será a última do seu grupo a se extinguir, pois associou o seu destino definitivamente ao nosso. É o cão.”

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Quantas pessoas já viveram na Terra? 15/1/2009

“Na serra de Caraguatatuba senti pela primeira vez o peso de ser Homo sapiens. Quando subíamos, meu pai parava em Paraibuna para comemorar que o DKW não havia fervido e alimentar os filhos. Foi com uma calabresa na mão que vi a frase no portão do cemitério: “Nós que aqui estamos por vós esperamos.” Com 8 anos deixei o mundo animal, onde não há consciência da morte, e me tornei humano, eternamente esperando morrer. Anteontem, ao passar por Paraibuna, lembrei de ficar impressionado com a imagem dos mortos esperando pelos vivos. Quantas almas existiriam nesse lugar se todos os mortos estivessem lá? É um problema que merece um “back of the envelope calculation”.”

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Nós somos aquela ovelha: 4/9/2015

“Semana passada encontraram um ovelha muito estranha na Austrália. Ela parecia uma enorme bola de lã. Somente as pontas das patas eram vistas saindo da bola e tocando o chão. Os veterinários ficaram espantados. Havia tanta lã cobrindo sua cabeça que os olhos estavam tampados. Ela quase não enxergava. A lã impedia que as fezes e a urina chegassem ao chão. Eram filtradas e escoavam por um emaranhado de lã. Os dejetos se acumulavam, encharcando os pelos onde crescia uma comunidade de micróbios e insetos no emaranhado dos fios. Quando foi tosada, produziu 40 quilos de lã.”

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Você está participando, sem saber, do maior experimento com cobaias humanas em andamento: 29/4/2023

“Está em andamento o maior experimento já realizado por cientistas utilizando seres humanos como cobaias. E os primeiros resultados já são conhecidos. Desde o aparecimento de sistemas de inteligência artificial (IA) uma das grandes preocupações é como garantir que os seres humanos não percam controle sobre esses sistemas. Isso pode acontecer caso um desses sistemas passe a decidir o que podemos ou não fazer (o computador HAL 9000, no filme 2001 Uma Odisseia no Espaço, é um exemplo) ou pode acontecer caso um desses sistemas de IA consiga influenciar, sem que percebamos, nossas decisões.”

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Caminhar na natureza: por que só a biofilia pode salvar a humanidade? 18/8/2023

“Semanas atrás caminhei com um grupo de amigos de Leon até Santiago de Compostela, na Espanha. Foram 230 quilômetros, percorridos em 10 dias, caminhando quase 10 horas por dia. A trilha, percorrida por peregrinos desde o ano 800, é fácil apesar de longa. Ela passa por montanhas, florestas, campos de girassóis e lavanda. Abundam flores e árvores centenárias. Bem demarcada, você nunca se perde e sempre encontra um local para descansar e tomar um suco de laranja. Essas características propiciam um andar relaxado, onde a mente corre solta, de uma forma diferente de quando devaneia sentada numa cadeira olhando o teto. É uma imersão completa na paisagem natural. O prazer aumenta ao longo dos dias e nos distancia gradativamente da vida nas cidades. Longas caminhadas faziam parte do modo de vida de nossos ancestrais. Isso só mudou com o surgimento das vilas e cidades.”

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O colunista Fernando Reinach chega neste sábado, 6, à milésima coluna publicada no Estadão. Desde 20 de outubro de 2004 (leia aqui a primeira coluna), o biólogo conta as histórias mais curiosas e relevantes do mundo científico nas páginas do jornal. Na publicação mais recente, Reinach aborda o aquecimento global sob a perspectiva das responsabilidades sobre as emissões lançadas na atmosfera terrestre.

Ele é PHD em Biologia Celular e Molecular pela Cornell University e autor de “A Chegada do Novo Coronavírus no Brasil”; “Folha de Lótus, Escorregador de Mosquito”; e “A Longa Marcha dos Grilos Canibais”. A pandemia foi um tema frequente das suas colunas no período mais crítico da covid-19, desde a sua aparição e avanço em 2020 até os seus desdobramentos com as vacinas nos meses e anos posteriores.

Biólogo publicou primeira coluna no 'Estadão' em 2004 Foto: Helcio Nagamine/Estadão - 23/9/2021

Abaixo, relembre outras colunas marcantes de Reinach no Estadão.

A longa marcha dos grilos canibais: 12/4/2006

“É bastante comum que grandes números de animais se organizem e marchem por longas distâncias. Mesmo entre os humanos esse fenômeno pode ser observado. A Coluna Prestes, que percorreu o Brasil entre 1925 e 1927, e a Longa Marcha de Mao, em 1943, na China, são exemplos. Um estudo detalhado das motivações que levam os grilos Anabrus a marchar mostrou que a fome e o medo são responsáveis por organizar o bando.”

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Um parasita do afeto humano: 27/9/2006

“Quando o meio ambiente se modifica, os seres vivos incapazes de se adaptar são extintos. Por esse motivo um dos aspectos mais interessantes da biologia são as estratégias utilizadas pelos animais para sobreviver em novos ambientes. Meu exemplo favorito é uma espécie que desenvolveu a capacidade de explorar nossa habilidade de dar e receber afeto. Utilizando sua capacidade de parasitar diretamente nossa mente, esse animal conseguiu garantir a sobrevivência de sua espécie. Como todo parasita, teve de abrir mão de sua liberdade, mas valeu a pena: da maneira como o homem vem alterando o planeta, provavelmente essa espécie será a última do seu grupo a se extinguir, pois associou o seu destino definitivamente ao nosso. É o cão.”

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Quantas pessoas já viveram na Terra? 15/1/2009

“Na serra de Caraguatatuba senti pela primeira vez o peso de ser Homo sapiens. Quando subíamos, meu pai parava em Paraibuna para comemorar que o DKW não havia fervido e alimentar os filhos. Foi com uma calabresa na mão que vi a frase no portão do cemitério: “Nós que aqui estamos por vós esperamos.” Com 8 anos deixei o mundo animal, onde não há consciência da morte, e me tornei humano, eternamente esperando morrer. Anteontem, ao passar por Paraibuna, lembrei de ficar impressionado com a imagem dos mortos esperando pelos vivos. Quantas almas existiriam nesse lugar se todos os mortos estivessem lá? É um problema que merece um “back of the envelope calculation”.”

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Nós somos aquela ovelha: 4/9/2015

“Semana passada encontraram um ovelha muito estranha na Austrália. Ela parecia uma enorme bola de lã. Somente as pontas das patas eram vistas saindo da bola e tocando o chão. Os veterinários ficaram espantados. Havia tanta lã cobrindo sua cabeça que os olhos estavam tampados. Ela quase não enxergava. A lã impedia que as fezes e a urina chegassem ao chão. Eram filtradas e escoavam por um emaranhado de lã. Os dejetos se acumulavam, encharcando os pelos onde crescia uma comunidade de micróbios e insetos no emaranhado dos fios. Quando foi tosada, produziu 40 quilos de lã.”

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Você está participando, sem saber, do maior experimento com cobaias humanas em andamento: 29/4/2023

“Está em andamento o maior experimento já realizado por cientistas utilizando seres humanos como cobaias. E os primeiros resultados já são conhecidos. Desde o aparecimento de sistemas de inteligência artificial (IA) uma das grandes preocupações é como garantir que os seres humanos não percam controle sobre esses sistemas. Isso pode acontecer caso um desses sistemas passe a decidir o que podemos ou não fazer (o computador HAL 9000, no filme 2001 Uma Odisseia no Espaço, é um exemplo) ou pode acontecer caso um desses sistemas de IA consiga influenciar, sem que percebamos, nossas decisões.”

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Caminhar na natureza: por que só a biofilia pode salvar a humanidade? 18/8/2023

“Semanas atrás caminhei com um grupo de amigos de Leon até Santiago de Compostela, na Espanha. Foram 230 quilômetros, percorridos em 10 dias, caminhando quase 10 horas por dia. A trilha, percorrida por peregrinos desde o ano 800, é fácil apesar de longa. Ela passa por montanhas, florestas, campos de girassóis e lavanda. Abundam flores e árvores centenárias. Bem demarcada, você nunca se perde e sempre encontra um local para descansar e tomar um suco de laranja. Essas características propiciam um andar relaxado, onde a mente corre solta, de uma forma diferente de quando devaneia sentada numa cadeira olhando o teto. É uma imersão completa na paisagem natural. O prazer aumenta ao longo dos dias e nos distancia gradativamente da vida nas cidades. Longas caminhadas faziam parte do modo de vida de nossos ancestrais. Isso só mudou com o surgimento das vilas e cidades.”

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O colunista Fernando Reinach chega neste sábado, 6, à milésima coluna publicada no Estadão. Desde 20 de outubro de 2004 (leia aqui a primeira coluna), o biólogo conta as histórias mais curiosas e relevantes do mundo científico nas páginas do jornal. Na publicação mais recente, Reinach aborda o aquecimento global sob a perspectiva das responsabilidades sobre as emissões lançadas na atmosfera terrestre.

Ele é PHD em Biologia Celular e Molecular pela Cornell University e autor de “A Chegada do Novo Coronavírus no Brasil”; “Folha de Lótus, Escorregador de Mosquito”; e “A Longa Marcha dos Grilos Canibais”. A pandemia foi um tema frequente das suas colunas no período mais crítico da covid-19, desde a sua aparição e avanço em 2020 até os seus desdobramentos com as vacinas nos meses e anos posteriores.

Biólogo publicou primeira coluna no 'Estadão' em 2004 Foto: Helcio Nagamine/Estadão - 23/9/2021

Abaixo, relembre outras colunas marcantes de Reinach no Estadão.

A longa marcha dos grilos canibais: 12/4/2006

“É bastante comum que grandes números de animais se organizem e marchem por longas distâncias. Mesmo entre os humanos esse fenômeno pode ser observado. A Coluna Prestes, que percorreu o Brasil entre 1925 e 1927, e a Longa Marcha de Mao, em 1943, na China, são exemplos. Um estudo detalhado das motivações que levam os grilos Anabrus a marchar mostrou que a fome e o medo são responsáveis por organizar o bando.”

Leia aqui a coluna na página do Acervo Estadão.

Um parasita do afeto humano: 27/9/2006

“Quando o meio ambiente se modifica, os seres vivos incapazes de se adaptar são extintos. Por esse motivo um dos aspectos mais interessantes da biologia são as estratégias utilizadas pelos animais para sobreviver em novos ambientes. Meu exemplo favorito é uma espécie que desenvolveu a capacidade de explorar nossa habilidade de dar e receber afeto. Utilizando sua capacidade de parasitar diretamente nossa mente, esse animal conseguiu garantir a sobrevivência de sua espécie. Como todo parasita, teve de abrir mão de sua liberdade, mas valeu a pena: da maneira como o homem vem alterando o planeta, provavelmente essa espécie será a última do seu grupo a se extinguir, pois associou o seu destino definitivamente ao nosso. É o cão.”

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Quantas pessoas já viveram na Terra? 15/1/2009

“Na serra de Caraguatatuba senti pela primeira vez o peso de ser Homo sapiens. Quando subíamos, meu pai parava em Paraibuna para comemorar que o DKW não havia fervido e alimentar os filhos. Foi com uma calabresa na mão que vi a frase no portão do cemitério: “Nós que aqui estamos por vós esperamos.” Com 8 anos deixei o mundo animal, onde não há consciência da morte, e me tornei humano, eternamente esperando morrer. Anteontem, ao passar por Paraibuna, lembrei de ficar impressionado com a imagem dos mortos esperando pelos vivos. Quantas almas existiriam nesse lugar se todos os mortos estivessem lá? É um problema que merece um “back of the envelope calculation”.”

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Nós somos aquela ovelha: 4/9/2015

“Semana passada encontraram um ovelha muito estranha na Austrália. Ela parecia uma enorme bola de lã. Somente as pontas das patas eram vistas saindo da bola e tocando o chão. Os veterinários ficaram espantados. Havia tanta lã cobrindo sua cabeça que os olhos estavam tampados. Ela quase não enxergava. A lã impedia que as fezes e a urina chegassem ao chão. Eram filtradas e escoavam por um emaranhado de lã. Os dejetos se acumulavam, encharcando os pelos onde crescia uma comunidade de micróbios e insetos no emaranhado dos fios. Quando foi tosada, produziu 40 quilos de lã.”

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“Está em andamento o maior experimento já realizado por cientistas utilizando seres humanos como cobaias. E os primeiros resultados já são conhecidos. Desde o aparecimento de sistemas de inteligência artificial (IA) uma das grandes preocupações é como garantir que os seres humanos não percam controle sobre esses sistemas. Isso pode acontecer caso um desses sistemas passe a decidir o que podemos ou não fazer (o computador HAL 9000, no filme 2001 Uma Odisseia no Espaço, é um exemplo) ou pode acontecer caso um desses sistemas de IA consiga influenciar, sem que percebamos, nossas decisões.”

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Caminhar na natureza: por que só a biofilia pode salvar a humanidade? 18/8/2023

“Semanas atrás caminhei com um grupo de amigos de Leon até Santiago de Compostela, na Espanha. Foram 230 quilômetros, percorridos em 10 dias, caminhando quase 10 horas por dia. A trilha, percorrida por peregrinos desde o ano 800, é fácil apesar de longa. Ela passa por montanhas, florestas, campos de girassóis e lavanda. Abundam flores e árvores centenárias. Bem demarcada, você nunca se perde e sempre encontra um local para descansar e tomar um suco de laranja. Essas características propiciam um andar relaxado, onde a mente corre solta, de uma forma diferente de quando devaneia sentada numa cadeira olhando o teto. É uma imersão completa na paisagem natural. O prazer aumenta ao longo dos dias e nos distancia gradativamente da vida nas cidades. Longas caminhadas faziam parte do modo de vida de nossos ancestrais. Isso só mudou com o surgimento das vilas e cidades.”

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