Opinião|Aquecimento global: quem é o dono da atmosfera?


Cada pessoa com seu carro a gasolina, cada empresa que emite gás carbônico e cada país que possui indústrias poluidoras está colocando seus carneiros para pastar no ‘common’, tentando tirar vantagem o mais rápido possível

Por Fernando Reinach

A tragédia dos bens comuns (Tragedy of the Commons) foi formulada pelo escritor e economista William Forster Lloyd em 1833. Ele observou o que acontecia nos “Commons” que existem na Inglaterra desde a época medieval. O senhor das terras separava uma área de pasto, geralmente próxima à aldeia onde viviam seus servos, para que eles pudessem criar seus próprios carneiros. Essas áreas eram chamadas de commons pois eram de uso comum, e cabia aos servos administrar seu uso. Na Universidade de Cambridge, Inglaterra, você ainda vai encontrar uma grande área de pastos doada pelo Rei John em 1211, que é chamada de Cambridge Commons.

O que Williams Foster Lloyd observou é que nessas áreas comuns praticamente não existia mais pasto. As pessoas que tinham direito de colocar suas ovelhas nessas áreas não conseguiam organizar o uso do pasto de modo a preservar a grama. Algumas pessoas colocavam o máximo de carneiros possível para ter um lucro rápido e, com grande parte das pessoas imitando esse comportamento, logo o pasto acabava, e todos ficavam sem pasto.

O que ele concluiu é que os seres humanos, quando possuem acesso livre a um recurso natural limitado, não conseguem explorar esse recurso de uma forma organizada e acabam explorando ao máximo esse recurso, destruindo o ambiente. Foi isso que ele denominou de “Tragedy of the Commons”.

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Lloyd não foi o primeiro a observar essa dificuldade humana. Aristóteles escreveu “aquilo que é comum ao maior número de pessoas, recebe o menor cuidado. O homem presta mais atenção no que é seu e não cuida do que é de todos”.

O fenômeno descrito por Loyd foi observado em dezenas de casos em que uma população humana tem acesso livre e ilimitado a um bem natural. Entre os casos estudados está a pesca de lagostas no Maine, a pesca de baleias nos oceanos internacionais, a retirada de água e despejo de detritos em rios, o uso de águas subterrâneas, e assim por diante.

Para evitar essa tragédia, a solução é retirar das pessoas o direito de utilizar livremente esse bem comum. E isso é feito através da regulamentação do uso por alguma autoridade. São as cotas de pesca de lagosta impostas pelo governo do Maine, as licenças para perfurar poços e retirar água dos aquíferos e as leis que regulam o despejo de esgoto e retirada de água dos rios.

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O problema fica mais grave quanto mais difícil for chegar a um acordo sobre a forma de regular o uso do recurso natural. Foi relativamente fácil regular a pesca de lagostas no Maine, é mais difícil regular o uso de um rio que atravessa vários países. E todos sabemos a dificuldade de regular a pesca de baleias e outros peixes em águas internacionais.

Céu visto em área de parque de diversões no interior de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 8/1/2024

A atmosfera é o maior recurso natural que dispomos. Ela envolve todo o planeta e todos os seres vivos retiram e depositam gases na atmosfera. Devido às correntes de ar, os gases da atmosfera são misturados constantemente: o que um animal solta na América do Sul, vai ser captado por um outro na Austrália ou no Japão. A maneira como um indivíduo ou uma nação modifica a atmosfera influencia todo o planeta. Todos nós, indivíduos, empresas, ou nações, temos acesso livre e irrestrito à atmosfera. Apesar de alguns países terem algumas regras sobre o que podemos lançar na atmosfera, o fato é que não existe um órgão com poderes para regulamentar seu uso.

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A atmosfera é um enorme “common” e o que estamos vivendo com o aquecimento global causado pelas emissões de gás carbônico é um exemplo radical da tragédia descrita por Foster Lloyd. Cada pessoa com seu carro a gasolina, cada empresa que emite gás carbônico, e cada país que possui indústrias poluidoras está colocando seus carneiros para pastar no “common”, tentando tirar vantagem o mais rápido possível, claramente incapazes de conter seu comportamento. E se o outro faz porque eu vou deixar de fazer?

Lloyd e outros pensadores que estudaram a “Tragedy of the Commons” concluíram que o problema se origina em duas características inerentes ao ser humano: uma tendência que nos leva a buscar vantagens individuais sacrificando a coletividade. E uma dificuldade de sacrificar o presente em prol de um futuro melhor.

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O tamanho do “commons” onde se desenrola a tragédia (atmosfera) e o número dos servos que compartilha o direito de usar esse recurso natural limitado (toda a humanidade), associado à inexistência de um órgão com poderes de regular seu uso (a ONU sendo o único candidato) torna o desafio de evitar que o pasto acabe extremamente difícil. Estamos tentando. Criamos metas de emissão que não tem sido cumprida e o mercado de créditos de carbono está avançando lentamente. Veremos se a humanidade vai ter sucesso em evitar que o pasto acabe antes de morrermos de calor ou sufocados. Acho difícil.

Mais informações: The Tragedy of the Commons. Science https://doi.org/10.1126/science.162.3859.1243 1968

A tragédia dos bens comuns (Tragedy of the Commons) foi formulada pelo escritor e economista William Forster Lloyd em 1833. Ele observou o que acontecia nos “Commons” que existem na Inglaterra desde a época medieval. O senhor das terras separava uma área de pasto, geralmente próxima à aldeia onde viviam seus servos, para que eles pudessem criar seus próprios carneiros. Essas áreas eram chamadas de commons pois eram de uso comum, e cabia aos servos administrar seu uso. Na Universidade de Cambridge, Inglaterra, você ainda vai encontrar uma grande área de pastos doada pelo Rei John em 1211, que é chamada de Cambridge Commons.

O que Williams Foster Lloyd observou é que nessas áreas comuns praticamente não existia mais pasto. As pessoas que tinham direito de colocar suas ovelhas nessas áreas não conseguiam organizar o uso do pasto de modo a preservar a grama. Algumas pessoas colocavam o máximo de carneiros possível para ter um lucro rápido e, com grande parte das pessoas imitando esse comportamento, logo o pasto acabava, e todos ficavam sem pasto.

O que ele concluiu é que os seres humanos, quando possuem acesso livre a um recurso natural limitado, não conseguem explorar esse recurso de uma forma organizada e acabam explorando ao máximo esse recurso, destruindo o ambiente. Foi isso que ele denominou de “Tragedy of the Commons”.

Lloyd não foi o primeiro a observar essa dificuldade humana. Aristóteles escreveu “aquilo que é comum ao maior número de pessoas, recebe o menor cuidado. O homem presta mais atenção no que é seu e não cuida do que é de todos”.

O fenômeno descrito por Loyd foi observado em dezenas de casos em que uma população humana tem acesso livre e ilimitado a um bem natural. Entre os casos estudados está a pesca de lagostas no Maine, a pesca de baleias nos oceanos internacionais, a retirada de água e despejo de detritos em rios, o uso de águas subterrâneas, e assim por diante.

Para evitar essa tragédia, a solução é retirar das pessoas o direito de utilizar livremente esse bem comum. E isso é feito através da regulamentação do uso por alguma autoridade. São as cotas de pesca de lagosta impostas pelo governo do Maine, as licenças para perfurar poços e retirar água dos aquíferos e as leis que regulam o despejo de esgoto e retirada de água dos rios.

O problema fica mais grave quanto mais difícil for chegar a um acordo sobre a forma de regular o uso do recurso natural. Foi relativamente fácil regular a pesca de lagostas no Maine, é mais difícil regular o uso de um rio que atravessa vários países. E todos sabemos a dificuldade de regular a pesca de baleias e outros peixes em águas internacionais.

Céu visto em área de parque de diversões no interior de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 8/1/2024

A atmosfera é o maior recurso natural que dispomos. Ela envolve todo o planeta e todos os seres vivos retiram e depositam gases na atmosfera. Devido às correntes de ar, os gases da atmosfera são misturados constantemente: o que um animal solta na América do Sul, vai ser captado por um outro na Austrália ou no Japão. A maneira como um indivíduo ou uma nação modifica a atmosfera influencia todo o planeta. Todos nós, indivíduos, empresas, ou nações, temos acesso livre e irrestrito à atmosfera. Apesar de alguns países terem algumas regras sobre o que podemos lançar na atmosfera, o fato é que não existe um órgão com poderes para regulamentar seu uso.

A atmosfera é um enorme “common” e o que estamos vivendo com o aquecimento global causado pelas emissões de gás carbônico é um exemplo radical da tragédia descrita por Foster Lloyd. Cada pessoa com seu carro a gasolina, cada empresa que emite gás carbônico, e cada país que possui indústrias poluidoras está colocando seus carneiros para pastar no “common”, tentando tirar vantagem o mais rápido possível, claramente incapazes de conter seu comportamento. E se o outro faz porque eu vou deixar de fazer?

Lloyd e outros pensadores que estudaram a “Tragedy of the Commons” concluíram que o problema se origina em duas características inerentes ao ser humano: uma tendência que nos leva a buscar vantagens individuais sacrificando a coletividade. E uma dificuldade de sacrificar o presente em prol de um futuro melhor.

O tamanho do “commons” onde se desenrola a tragédia (atmosfera) e o número dos servos que compartilha o direito de usar esse recurso natural limitado (toda a humanidade), associado à inexistência de um órgão com poderes de regular seu uso (a ONU sendo o único candidato) torna o desafio de evitar que o pasto acabe extremamente difícil. Estamos tentando. Criamos metas de emissão que não tem sido cumprida e o mercado de créditos de carbono está avançando lentamente. Veremos se a humanidade vai ter sucesso em evitar que o pasto acabe antes de morrermos de calor ou sufocados. Acho difícil.

Mais informações: The Tragedy of the Commons. Science https://doi.org/10.1126/science.162.3859.1243 1968

A tragédia dos bens comuns (Tragedy of the Commons) foi formulada pelo escritor e economista William Forster Lloyd em 1833. Ele observou o que acontecia nos “Commons” que existem na Inglaterra desde a época medieval. O senhor das terras separava uma área de pasto, geralmente próxima à aldeia onde viviam seus servos, para que eles pudessem criar seus próprios carneiros. Essas áreas eram chamadas de commons pois eram de uso comum, e cabia aos servos administrar seu uso. Na Universidade de Cambridge, Inglaterra, você ainda vai encontrar uma grande área de pastos doada pelo Rei John em 1211, que é chamada de Cambridge Commons.

O que Williams Foster Lloyd observou é que nessas áreas comuns praticamente não existia mais pasto. As pessoas que tinham direito de colocar suas ovelhas nessas áreas não conseguiam organizar o uso do pasto de modo a preservar a grama. Algumas pessoas colocavam o máximo de carneiros possível para ter um lucro rápido e, com grande parte das pessoas imitando esse comportamento, logo o pasto acabava, e todos ficavam sem pasto.

O que ele concluiu é que os seres humanos, quando possuem acesso livre a um recurso natural limitado, não conseguem explorar esse recurso de uma forma organizada e acabam explorando ao máximo esse recurso, destruindo o ambiente. Foi isso que ele denominou de “Tragedy of the Commons”.

Lloyd não foi o primeiro a observar essa dificuldade humana. Aristóteles escreveu “aquilo que é comum ao maior número de pessoas, recebe o menor cuidado. O homem presta mais atenção no que é seu e não cuida do que é de todos”.

O fenômeno descrito por Loyd foi observado em dezenas de casos em que uma população humana tem acesso livre e ilimitado a um bem natural. Entre os casos estudados está a pesca de lagostas no Maine, a pesca de baleias nos oceanos internacionais, a retirada de água e despejo de detritos em rios, o uso de águas subterrâneas, e assim por diante.

Para evitar essa tragédia, a solução é retirar das pessoas o direito de utilizar livremente esse bem comum. E isso é feito através da regulamentação do uso por alguma autoridade. São as cotas de pesca de lagosta impostas pelo governo do Maine, as licenças para perfurar poços e retirar água dos aquíferos e as leis que regulam o despejo de esgoto e retirada de água dos rios.

O problema fica mais grave quanto mais difícil for chegar a um acordo sobre a forma de regular o uso do recurso natural. Foi relativamente fácil regular a pesca de lagostas no Maine, é mais difícil regular o uso de um rio que atravessa vários países. E todos sabemos a dificuldade de regular a pesca de baleias e outros peixes em águas internacionais.

Céu visto em área de parque de diversões no interior de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 8/1/2024

A atmosfera é o maior recurso natural que dispomos. Ela envolve todo o planeta e todos os seres vivos retiram e depositam gases na atmosfera. Devido às correntes de ar, os gases da atmosfera são misturados constantemente: o que um animal solta na América do Sul, vai ser captado por um outro na Austrália ou no Japão. A maneira como um indivíduo ou uma nação modifica a atmosfera influencia todo o planeta. Todos nós, indivíduos, empresas, ou nações, temos acesso livre e irrestrito à atmosfera. Apesar de alguns países terem algumas regras sobre o que podemos lançar na atmosfera, o fato é que não existe um órgão com poderes para regulamentar seu uso.

A atmosfera é um enorme “common” e o que estamos vivendo com o aquecimento global causado pelas emissões de gás carbônico é um exemplo radical da tragédia descrita por Foster Lloyd. Cada pessoa com seu carro a gasolina, cada empresa que emite gás carbônico, e cada país que possui indústrias poluidoras está colocando seus carneiros para pastar no “common”, tentando tirar vantagem o mais rápido possível, claramente incapazes de conter seu comportamento. E se o outro faz porque eu vou deixar de fazer?

Lloyd e outros pensadores que estudaram a “Tragedy of the Commons” concluíram que o problema se origina em duas características inerentes ao ser humano: uma tendência que nos leva a buscar vantagens individuais sacrificando a coletividade. E uma dificuldade de sacrificar o presente em prol de um futuro melhor.

O tamanho do “commons” onde se desenrola a tragédia (atmosfera) e o número dos servos que compartilha o direito de usar esse recurso natural limitado (toda a humanidade), associado à inexistência de um órgão com poderes de regular seu uso (a ONU sendo o único candidato) torna o desafio de evitar que o pasto acabe extremamente difícil. Estamos tentando. Criamos metas de emissão que não tem sido cumprida e o mercado de créditos de carbono está avançando lentamente. Veremos se a humanidade vai ter sucesso em evitar que o pasto acabe antes de morrermos de calor ou sufocados. Acho difícil.

Mais informações: The Tragedy of the Commons. Science https://doi.org/10.1126/science.162.3859.1243 1968

A tragédia dos bens comuns (Tragedy of the Commons) foi formulada pelo escritor e economista William Forster Lloyd em 1833. Ele observou o que acontecia nos “Commons” que existem na Inglaterra desde a época medieval. O senhor das terras separava uma área de pasto, geralmente próxima à aldeia onde viviam seus servos, para que eles pudessem criar seus próprios carneiros. Essas áreas eram chamadas de commons pois eram de uso comum, e cabia aos servos administrar seu uso. Na Universidade de Cambridge, Inglaterra, você ainda vai encontrar uma grande área de pastos doada pelo Rei John em 1211, que é chamada de Cambridge Commons.

O que Williams Foster Lloyd observou é que nessas áreas comuns praticamente não existia mais pasto. As pessoas que tinham direito de colocar suas ovelhas nessas áreas não conseguiam organizar o uso do pasto de modo a preservar a grama. Algumas pessoas colocavam o máximo de carneiros possível para ter um lucro rápido e, com grande parte das pessoas imitando esse comportamento, logo o pasto acabava, e todos ficavam sem pasto.

O que ele concluiu é que os seres humanos, quando possuem acesso livre a um recurso natural limitado, não conseguem explorar esse recurso de uma forma organizada e acabam explorando ao máximo esse recurso, destruindo o ambiente. Foi isso que ele denominou de “Tragedy of the Commons”.

Lloyd não foi o primeiro a observar essa dificuldade humana. Aristóteles escreveu “aquilo que é comum ao maior número de pessoas, recebe o menor cuidado. O homem presta mais atenção no que é seu e não cuida do que é de todos”.

O fenômeno descrito por Loyd foi observado em dezenas de casos em que uma população humana tem acesso livre e ilimitado a um bem natural. Entre os casos estudados está a pesca de lagostas no Maine, a pesca de baleias nos oceanos internacionais, a retirada de água e despejo de detritos em rios, o uso de águas subterrâneas, e assim por diante.

Para evitar essa tragédia, a solução é retirar das pessoas o direito de utilizar livremente esse bem comum. E isso é feito através da regulamentação do uso por alguma autoridade. São as cotas de pesca de lagosta impostas pelo governo do Maine, as licenças para perfurar poços e retirar água dos aquíferos e as leis que regulam o despejo de esgoto e retirada de água dos rios.

O problema fica mais grave quanto mais difícil for chegar a um acordo sobre a forma de regular o uso do recurso natural. Foi relativamente fácil regular a pesca de lagostas no Maine, é mais difícil regular o uso de um rio que atravessa vários países. E todos sabemos a dificuldade de regular a pesca de baleias e outros peixes em águas internacionais.

Céu visto em área de parque de diversões no interior de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 8/1/2024

A atmosfera é o maior recurso natural que dispomos. Ela envolve todo o planeta e todos os seres vivos retiram e depositam gases na atmosfera. Devido às correntes de ar, os gases da atmosfera são misturados constantemente: o que um animal solta na América do Sul, vai ser captado por um outro na Austrália ou no Japão. A maneira como um indivíduo ou uma nação modifica a atmosfera influencia todo o planeta. Todos nós, indivíduos, empresas, ou nações, temos acesso livre e irrestrito à atmosfera. Apesar de alguns países terem algumas regras sobre o que podemos lançar na atmosfera, o fato é que não existe um órgão com poderes para regulamentar seu uso.

A atmosfera é um enorme “common” e o que estamos vivendo com o aquecimento global causado pelas emissões de gás carbônico é um exemplo radical da tragédia descrita por Foster Lloyd. Cada pessoa com seu carro a gasolina, cada empresa que emite gás carbônico, e cada país que possui indústrias poluidoras está colocando seus carneiros para pastar no “common”, tentando tirar vantagem o mais rápido possível, claramente incapazes de conter seu comportamento. E se o outro faz porque eu vou deixar de fazer?

Lloyd e outros pensadores que estudaram a “Tragedy of the Commons” concluíram que o problema se origina em duas características inerentes ao ser humano: uma tendência que nos leva a buscar vantagens individuais sacrificando a coletividade. E uma dificuldade de sacrificar o presente em prol de um futuro melhor.

O tamanho do “commons” onde se desenrola a tragédia (atmosfera) e o número dos servos que compartilha o direito de usar esse recurso natural limitado (toda a humanidade), associado à inexistência de um órgão com poderes de regular seu uso (a ONU sendo o único candidato) torna o desafio de evitar que o pasto acabe extremamente difícil. Estamos tentando. Criamos metas de emissão que não tem sido cumprida e o mercado de créditos de carbono está avançando lentamente. Veremos se a humanidade vai ter sucesso em evitar que o pasto acabe antes de morrermos de calor ou sufocados. Acho difícil.

Mais informações: The Tragedy of the Commons. Science https://doi.org/10.1126/science.162.3859.1243 1968

Opinião por Fernando Reinach

Biólogo, PHD em Biologia Celular e Molecular pela Cornell University e autor de "A Chegada do Novo Coronavírus no Brasil"; "Folha de Lótus, Escorregador de Mosquito"; e "A Longa Marcha dos Grilos Canibais"

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