Opinião|Quando tomar remédio passou a ser sinal de fraqueza?


Aos poucos o amor pelos medicamentos está sendo substituído pela repulsa

Por Fernando Reinach

Nossa relação com o remédio é de amor e ódio. Quando entro em uma farmácia com a receita na mão, sei que vou gastar muito dinheiro comprando uma coisa pela qual não tenho nenhum desejo e que não me dá prazer. O produto que vou comprar sequer foi escolhido por mim, mas por um terceiro, um médico, por razões que não compreendo. Seu consumo não será prazeroso como um sorvete, nem útil como um celular, ou bonito como um sapato novo.

Comprar remédio é um ato de consumo essencialmente desagradável, feito contra a vontade, a não ser que você seja um hipocondríaco. Esse é o lado do ódio. Do outro lado está a esperança. O produto pode aliviar o sofrimento causado por uma doença, uma dor de garganta, o intestino preso, ou uma depressão. E a razão ou desconforto que me levou ao médico pode desaparecer em troca do dinheiro que vou deixar na farmácia. E isso me dá conforto. E se conheço um mínimo da história da medicina fico agradecido a algum cientista no passado ter descoberto uma molécula capaz de aliviar meu mal estar ou adiar minha morte.

Conformado por esses pensamentos, enfio o cartão na maquininha, vejo o valor absurdo, e respondo “crédito”. E saio mais pobre, mas com o saquinho. Cindido, de maneira quase esquizofrênica, entre o desgosto de ter comprado algo que não habitava meus desejos e a esperança da cura ou da melhora, chego na calçada.

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Farmacologia moderna tem menos de 100 anos; antes, grande parte das doenças não podia ser curada com remédios. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO - 04/01/2022

Nos últimos anos tenho observado um outro aspecto desse comportamento dúbio em relação aos remédios. Fui almoçar com um jovem com quem já compartilhei inúmeros churrascos e feijoadas. Mal abrimos o cardápio e ele anunciou: virei vegetariano, não como mais carne.

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Assustado, perguntei se era preocupação com aquecimento global, causado pelo metano solto pelo gado. Ele negou. Afirmei que entendia sua preocupação com uma dieta leve e saudável. Ele negou. Perder peso não fazia sentido pois ele é magro e esportista. Havia deixado de gostar de carne? Não. Cansado de imaginar perguntei a razão. Me explicou que estava com o colesterol levemente alto e que o médico havia receitado um remédio para colocar o dito nos parâmetros considerados normais.

Ao invés de ficar feliz por existir um remédio capaz de ajeitar o colesterol, insistiu com o médico se havia outra solução. O médico disse que sua dieta já era balanceada e saudável e que uma possível solução para adiar o início da medicação era remover totalmente as gorduras animais da dieta. E assim, faz três meses, se tornou vegetariano.

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Um sofrimento, disse ele, mas valia a pena tentar. E se funcionar perguntei, vai passar a vida sem carne para não tomar o remédio? Conformado me informou que o médico afirmara que era pouco provável que funcionasse, seguramente entraria no remédio nos próximos anos. É a esquizofrenia da relação com o remédio. Admira o remédio, sabe que funciona, mas também odeia, e para adiar o uso renuncia ao prazer de um bom bife.

A farmacologia moderna tem menos de 100 anos. Antes dela grande parte das doenças não podia ser curada com remédios. Os cardíacos conviviam em repouso com a angina, diabéticos amputavam os dedos, depressivos aguentavam o tranco, e quase um terço das crianças morria de pneumonia antes dos três anos de idade. Quando surgiram os antibióticos, os antidepressivos modernos, e os medicamentos capazes de controlar o colesterol, a sociedade se apaixonou por eles.

A memória dos sofrimentos causados pelas doenças estava fresca e os efeitos colaterais, que sempre foram conhecidos, eram pequenos perto do alívio. Foi uma época de amor aos medicamentos.

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Agora, aos poucos esse amor está sendo substituído pela repulsa. Tomar remédio está se tornando um sinal de fraqueza, falta de força de vontade em combater as doenças com soluções antigas, difíceis, e muitas vezes ineficazes. O problema é compreender as razões desse fenômeno.

Parte está relacionada talvez aos excessos dos médicos, parte a falta de informação e um diálogo mais direto entre médicos e pacientes, e parte a uma desconfiança em relação à indústria farmacêutica. E talvez esse fenômeno se deva a uma desconfiança generalizada em relação à tecnologia e à desinformação. E, claro, parte se deve a repulsa que temos em gastar de forma compulsória com produtos que não fazem parte de nossa lista de desejos.

Qualquer que seja a razão, acho triste que pessoas com diabetes se tratem com ervas ineficazes, que depressivos se suicidem por preconceito, e num caso extremo, que o pai de um colega de meu filho tenha morrido por tratar uma hepatite com suco de pepino e longas maratonas. No fundo é o mesmo movimento que desconfia das vacinas. Infelizmente muito pouco tem sido feito para evitar que o ódio aos remédios se espalhe.

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Nossa relação com o remédio é de amor e ódio. Quando entro em uma farmácia com a receita na mão, sei que vou gastar muito dinheiro comprando uma coisa pela qual não tenho nenhum desejo e que não me dá prazer. O produto que vou comprar sequer foi escolhido por mim, mas por um terceiro, um médico, por razões que não compreendo. Seu consumo não será prazeroso como um sorvete, nem útil como um celular, ou bonito como um sapato novo.

Comprar remédio é um ato de consumo essencialmente desagradável, feito contra a vontade, a não ser que você seja um hipocondríaco. Esse é o lado do ódio. Do outro lado está a esperança. O produto pode aliviar o sofrimento causado por uma doença, uma dor de garganta, o intestino preso, ou uma depressão. E a razão ou desconforto que me levou ao médico pode desaparecer em troca do dinheiro que vou deixar na farmácia. E isso me dá conforto. E se conheço um mínimo da história da medicina fico agradecido a algum cientista no passado ter descoberto uma molécula capaz de aliviar meu mal estar ou adiar minha morte.

Conformado por esses pensamentos, enfio o cartão na maquininha, vejo o valor absurdo, e respondo “crédito”. E saio mais pobre, mas com o saquinho. Cindido, de maneira quase esquizofrênica, entre o desgosto de ter comprado algo que não habitava meus desejos e a esperança da cura ou da melhora, chego na calçada.

Farmacologia moderna tem menos de 100 anos; antes, grande parte das doenças não podia ser curada com remédios. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO - 04/01/2022

Nos últimos anos tenho observado um outro aspecto desse comportamento dúbio em relação aos remédios. Fui almoçar com um jovem com quem já compartilhei inúmeros churrascos e feijoadas. Mal abrimos o cardápio e ele anunciou: virei vegetariano, não como mais carne.

Assustado, perguntei se era preocupação com aquecimento global, causado pelo metano solto pelo gado. Ele negou. Afirmei que entendia sua preocupação com uma dieta leve e saudável. Ele negou. Perder peso não fazia sentido pois ele é magro e esportista. Havia deixado de gostar de carne? Não. Cansado de imaginar perguntei a razão. Me explicou que estava com o colesterol levemente alto e que o médico havia receitado um remédio para colocar o dito nos parâmetros considerados normais.

Ao invés de ficar feliz por existir um remédio capaz de ajeitar o colesterol, insistiu com o médico se havia outra solução. O médico disse que sua dieta já era balanceada e saudável e que uma possível solução para adiar o início da medicação era remover totalmente as gorduras animais da dieta. E assim, faz três meses, se tornou vegetariano.

Um sofrimento, disse ele, mas valia a pena tentar. E se funcionar perguntei, vai passar a vida sem carne para não tomar o remédio? Conformado me informou que o médico afirmara que era pouco provável que funcionasse, seguramente entraria no remédio nos próximos anos. É a esquizofrenia da relação com o remédio. Admira o remédio, sabe que funciona, mas também odeia, e para adiar o uso renuncia ao prazer de um bom bife.

A farmacologia moderna tem menos de 100 anos. Antes dela grande parte das doenças não podia ser curada com remédios. Os cardíacos conviviam em repouso com a angina, diabéticos amputavam os dedos, depressivos aguentavam o tranco, e quase um terço das crianças morria de pneumonia antes dos três anos de idade. Quando surgiram os antibióticos, os antidepressivos modernos, e os medicamentos capazes de controlar o colesterol, a sociedade se apaixonou por eles.

A memória dos sofrimentos causados pelas doenças estava fresca e os efeitos colaterais, que sempre foram conhecidos, eram pequenos perto do alívio. Foi uma época de amor aos medicamentos.

Agora, aos poucos esse amor está sendo substituído pela repulsa. Tomar remédio está se tornando um sinal de fraqueza, falta de força de vontade em combater as doenças com soluções antigas, difíceis, e muitas vezes ineficazes. O problema é compreender as razões desse fenômeno.

Parte está relacionada talvez aos excessos dos médicos, parte a falta de informação e um diálogo mais direto entre médicos e pacientes, e parte a uma desconfiança em relação à indústria farmacêutica. E talvez esse fenômeno se deva a uma desconfiança generalizada em relação à tecnologia e à desinformação. E, claro, parte se deve a repulsa que temos em gastar de forma compulsória com produtos que não fazem parte de nossa lista de desejos.

Qualquer que seja a razão, acho triste que pessoas com diabetes se tratem com ervas ineficazes, que depressivos se suicidem por preconceito, e num caso extremo, que o pai de um colega de meu filho tenha morrido por tratar uma hepatite com suco de pepino e longas maratonas. No fundo é o mesmo movimento que desconfia das vacinas. Infelizmente muito pouco tem sido feito para evitar que o ódio aos remédios se espalhe.

Nossa relação com o remédio é de amor e ódio. Quando entro em uma farmácia com a receita na mão, sei que vou gastar muito dinheiro comprando uma coisa pela qual não tenho nenhum desejo e que não me dá prazer. O produto que vou comprar sequer foi escolhido por mim, mas por um terceiro, um médico, por razões que não compreendo. Seu consumo não será prazeroso como um sorvete, nem útil como um celular, ou bonito como um sapato novo.

Comprar remédio é um ato de consumo essencialmente desagradável, feito contra a vontade, a não ser que você seja um hipocondríaco. Esse é o lado do ódio. Do outro lado está a esperança. O produto pode aliviar o sofrimento causado por uma doença, uma dor de garganta, o intestino preso, ou uma depressão. E a razão ou desconforto que me levou ao médico pode desaparecer em troca do dinheiro que vou deixar na farmácia. E isso me dá conforto. E se conheço um mínimo da história da medicina fico agradecido a algum cientista no passado ter descoberto uma molécula capaz de aliviar meu mal estar ou adiar minha morte.

Conformado por esses pensamentos, enfio o cartão na maquininha, vejo o valor absurdo, e respondo “crédito”. E saio mais pobre, mas com o saquinho. Cindido, de maneira quase esquizofrênica, entre o desgosto de ter comprado algo que não habitava meus desejos e a esperança da cura ou da melhora, chego na calçada.

Farmacologia moderna tem menos de 100 anos; antes, grande parte das doenças não podia ser curada com remédios. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO - 04/01/2022

Nos últimos anos tenho observado um outro aspecto desse comportamento dúbio em relação aos remédios. Fui almoçar com um jovem com quem já compartilhei inúmeros churrascos e feijoadas. Mal abrimos o cardápio e ele anunciou: virei vegetariano, não como mais carne.

Assustado, perguntei se era preocupação com aquecimento global, causado pelo metano solto pelo gado. Ele negou. Afirmei que entendia sua preocupação com uma dieta leve e saudável. Ele negou. Perder peso não fazia sentido pois ele é magro e esportista. Havia deixado de gostar de carne? Não. Cansado de imaginar perguntei a razão. Me explicou que estava com o colesterol levemente alto e que o médico havia receitado um remédio para colocar o dito nos parâmetros considerados normais.

Ao invés de ficar feliz por existir um remédio capaz de ajeitar o colesterol, insistiu com o médico se havia outra solução. O médico disse que sua dieta já era balanceada e saudável e que uma possível solução para adiar o início da medicação era remover totalmente as gorduras animais da dieta. E assim, faz três meses, se tornou vegetariano.

Um sofrimento, disse ele, mas valia a pena tentar. E se funcionar perguntei, vai passar a vida sem carne para não tomar o remédio? Conformado me informou que o médico afirmara que era pouco provável que funcionasse, seguramente entraria no remédio nos próximos anos. É a esquizofrenia da relação com o remédio. Admira o remédio, sabe que funciona, mas também odeia, e para adiar o uso renuncia ao prazer de um bom bife.

A farmacologia moderna tem menos de 100 anos. Antes dela grande parte das doenças não podia ser curada com remédios. Os cardíacos conviviam em repouso com a angina, diabéticos amputavam os dedos, depressivos aguentavam o tranco, e quase um terço das crianças morria de pneumonia antes dos três anos de idade. Quando surgiram os antibióticos, os antidepressivos modernos, e os medicamentos capazes de controlar o colesterol, a sociedade se apaixonou por eles.

A memória dos sofrimentos causados pelas doenças estava fresca e os efeitos colaterais, que sempre foram conhecidos, eram pequenos perto do alívio. Foi uma época de amor aos medicamentos.

Agora, aos poucos esse amor está sendo substituído pela repulsa. Tomar remédio está se tornando um sinal de fraqueza, falta de força de vontade em combater as doenças com soluções antigas, difíceis, e muitas vezes ineficazes. O problema é compreender as razões desse fenômeno.

Parte está relacionada talvez aos excessos dos médicos, parte a falta de informação e um diálogo mais direto entre médicos e pacientes, e parte a uma desconfiança em relação à indústria farmacêutica. E talvez esse fenômeno se deva a uma desconfiança generalizada em relação à tecnologia e à desinformação. E, claro, parte se deve a repulsa que temos em gastar de forma compulsória com produtos que não fazem parte de nossa lista de desejos.

Qualquer que seja a razão, acho triste que pessoas com diabetes se tratem com ervas ineficazes, que depressivos se suicidem por preconceito, e num caso extremo, que o pai de um colega de meu filho tenha morrido por tratar uma hepatite com suco de pepino e longas maratonas. No fundo é o mesmo movimento que desconfia das vacinas. Infelizmente muito pouco tem sido feito para evitar que o ódio aos remédios se espalhe.

Nossa relação com o remédio é de amor e ódio. Quando entro em uma farmácia com a receita na mão, sei que vou gastar muito dinheiro comprando uma coisa pela qual não tenho nenhum desejo e que não me dá prazer. O produto que vou comprar sequer foi escolhido por mim, mas por um terceiro, um médico, por razões que não compreendo. Seu consumo não será prazeroso como um sorvete, nem útil como um celular, ou bonito como um sapato novo.

Comprar remédio é um ato de consumo essencialmente desagradável, feito contra a vontade, a não ser que você seja um hipocondríaco. Esse é o lado do ódio. Do outro lado está a esperança. O produto pode aliviar o sofrimento causado por uma doença, uma dor de garganta, o intestino preso, ou uma depressão. E a razão ou desconforto que me levou ao médico pode desaparecer em troca do dinheiro que vou deixar na farmácia. E isso me dá conforto. E se conheço um mínimo da história da medicina fico agradecido a algum cientista no passado ter descoberto uma molécula capaz de aliviar meu mal estar ou adiar minha morte.

Conformado por esses pensamentos, enfio o cartão na maquininha, vejo o valor absurdo, e respondo “crédito”. E saio mais pobre, mas com o saquinho. Cindido, de maneira quase esquizofrênica, entre o desgosto de ter comprado algo que não habitava meus desejos e a esperança da cura ou da melhora, chego na calçada.

Farmacologia moderna tem menos de 100 anos; antes, grande parte das doenças não podia ser curada com remédios. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO - 04/01/2022

Nos últimos anos tenho observado um outro aspecto desse comportamento dúbio em relação aos remédios. Fui almoçar com um jovem com quem já compartilhei inúmeros churrascos e feijoadas. Mal abrimos o cardápio e ele anunciou: virei vegetariano, não como mais carne.

Assustado, perguntei se era preocupação com aquecimento global, causado pelo metano solto pelo gado. Ele negou. Afirmei que entendia sua preocupação com uma dieta leve e saudável. Ele negou. Perder peso não fazia sentido pois ele é magro e esportista. Havia deixado de gostar de carne? Não. Cansado de imaginar perguntei a razão. Me explicou que estava com o colesterol levemente alto e que o médico havia receitado um remédio para colocar o dito nos parâmetros considerados normais.

Ao invés de ficar feliz por existir um remédio capaz de ajeitar o colesterol, insistiu com o médico se havia outra solução. O médico disse que sua dieta já era balanceada e saudável e que uma possível solução para adiar o início da medicação era remover totalmente as gorduras animais da dieta. E assim, faz três meses, se tornou vegetariano.

Um sofrimento, disse ele, mas valia a pena tentar. E se funcionar perguntei, vai passar a vida sem carne para não tomar o remédio? Conformado me informou que o médico afirmara que era pouco provável que funcionasse, seguramente entraria no remédio nos próximos anos. É a esquizofrenia da relação com o remédio. Admira o remédio, sabe que funciona, mas também odeia, e para adiar o uso renuncia ao prazer de um bom bife.

A farmacologia moderna tem menos de 100 anos. Antes dela grande parte das doenças não podia ser curada com remédios. Os cardíacos conviviam em repouso com a angina, diabéticos amputavam os dedos, depressivos aguentavam o tranco, e quase um terço das crianças morria de pneumonia antes dos três anos de idade. Quando surgiram os antibióticos, os antidepressivos modernos, e os medicamentos capazes de controlar o colesterol, a sociedade se apaixonou por eles.

A memória dos sofrimentos causados pelas doenças estava fresca e os efeitos colaterais, que sempre foram conhecidos, eram pequenos perto do alívio. Foi uma época de amor aos medicamentos.

Agora, aos poucos esse amor está sendo substituído pela repulsa. Tomar remédio está se tornando um sinal de fraqueza, falta de força de vontade em combater as doenças com soluções antigas, difíceis, e muitas vezes ineficazes. O problema é compreender as razões desse fenômeno.

Parte está relacionada talvez aos excessos dos médicos, parte a falta de informação e um diálogo mais direto entre médicos e pacientes, e parte a uma desconfiança em relação à indústria farmacêutica. E talvez esse fenômeno se deva a uma desconfiança generalizada em relação à tecnologia e à desinformação. E, claro, parte se deve a repulsa que temos em gastar de forma compulsória com produtos que não fazem parte de nossa lista de desejos.

Qualquer que seja a razão, acho triste que pessoas com diabetes se tratem com ervas ineficazes, que depressivos se suicidem por preconceito, e num caso extremo, que o pai de um colega de meu filho tenha morrido por tratar uma hepatite com suco de pepino e longas maratonas. No fundo é o mesmo movimento que desconfia das vacinas. Infelizmente muito pouco tem sido feito para evitar que o ódio aos remédios se espalhe.

Opinião por Fernando Reinach

Biólogo, PHD em Biologia Celular e Molecular pela Cornell University e autor de "A Chegada do Novo Coronavírus no Brasil"; "Folha de Lótus, Escorregador de Mosquito"; e "A Longa Marcha dos Grilos Canibais"

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