Artemis I: Nasa lança foguete não tripulado para Lua em nova missão histórica; veja como foi


Após tentativas frustradas nas últimas semanas, lançamento feito pela Nasa ocorreu às 3h47 (horário de Brasília), diretamente da Flórida, nos EUA

Por Letícia França
Atualização:

A agência espacial americana (Nasa) lançou, com sucesso, o poderoso foguete Space Launch System (SLS), da missão não tripulada Artemis I, rumo à Lua., em um salto considerado história para a astronomia. Após tentativas frustradas e com atraso, o lançamento ocorreu oficialmente a 1h47 (3h47 no horário de Brasília) desta quarta-feira, 16, diretamente do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, nos Estados Unidos.

Meio século depois da primeira ida do homem à Lua, no programa Apollo, a missão Artemis I pretende preparar o caminho da exploração lunar para o posterior embarque de astronautas. Considerado o foguete mais poderoso construído pela Nasa, o SLS tem 98 metros de altura (mais alto que um prédio de 30 andares) e voa com a espaçonave Orion acoplada, além de três bonecos de teste a bordo.

continua após a publicidade

O voo estava marcado, inicialmente, para 1h04 (3h04 no horário de Brasília), com uma janela de lançamento de duas horas, mas problemas técnicos durante a preparação para a decolagem ameaçaram estragar a festa pela terceira vez e atrasaram o lançamento, que só ocorreu 43 minutos depois.

O poderoso foguete da Nasa decola da plataforma de lançamento 39-B, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, marcando o início da missão Artemis rumo à Lua. Foto: Chris O'Meara/AP Foto: Chris O'Meara/AP

Como nas tentativas anteriores de decolagem fracassadas, a Nasa teve dificuldade em encher o foguete com combustível criogênico (mais de 2,7 milhões de litros de hidrogênio líquido e oxigênio). Durante a preparação para a decolagem, foi detectado um vazamento de combustível de hidrogênio altamente inflamável na base do foguete. Uma equipe de técnicos foi enviada à plataforma de lançamento para repará-lo, interrompendo os preparativos por aproximadamente uma hora e causando atraso na decolagem original.

continua após a publicidade

Depois, um outro problema atrasou novamente os planos. Foi constatada a perda de sinal de um local de radar por causa de uma falha na Internet, colocando novamente em risco a missão. Minutos depois, as equipes conseguiram resolver a questão e realizaram uma série de testes necessários para garantir a comunicação e o rastreamento do foguete e da espaçonave.

continua após a publicidade

A primeira tentativa de decolagem, há alguns meses, foi cancelada no último momento devido a um sensor defeituoso, e a segunda devido a um vazamento de hidrogênio. Após esses problemas técnicos, dois furacões - Ian e depois Nicole - obrigaram o lançamento a ser adiado por várias semanas. Por fim, a terceira tentativa foi bem-sucedida nesta quarta-feira, quando o relógio marcava 3h47 (no horário de Brasília).

Logo após a decolagem, assumiram as equipes do centro de controle de Houston (Texas). Dois minutos depois, os dois boosters brancos voltaram para o Atlântico. Após oito minutos, o andar principal se separou. Então, cerca de uma hora e meia após a decolagem, um último impulso do estágio superior coloca a cápsula Orion em seu caminho para a Lua. Todo o processo de lançamento foi transmitido ao vivo pelo canal da Nasa no YouTube.

continua após a publicidade

Entenda a missão Artemis

O programa Artemis, da Nasa, pretende devolver os humanos à Lua meio século depois da primeira vez em que o homem pisou na superfície lunar, na década de 60, no chamado programa Apollo. A nova missão, cujo nome homenageia a irmã gêmea mitológica de Apollo, está programada para durar 25 dias e várias etapas delicadas ainda a aguardam. Este voo de teste não tripulado, que sobrevoará a Lua sem pousar em sua superfície, busca confirmar se o veículo é seguro para transportar uma futura tripulação.

O lançamento marca o grande início do programa Artemis, que quer enviar a primeira mulher e o primeiro negro à Lua. A meta é estabelecer uma presença humana duradoura lá, em preparação para uma viagem a Marte. “Este foguete custou muito suor e lágrimas”, disse o chefe do Nasa, Bill Nelson. “Isso nos permitirá voar para a Lua e voltar por décadas”, acrescentou.

continua após a publicidade
O foguete Space Launch System (SLS), com a cápsula da tripulação Orion, decola do complexo de lançamento 39-B para a missão não tripulada Artemis 1 rumo à Lua. Foto: Joe Rimkus Jr./Reuters Foto: Joe Rimkus Jr./Reuters

Nesse voo teste, a cápsula Orion ficará em uma órbita distante por cerca de uma semana, aventurando-se até 40 mil milhas atrás da Lua, um recorde para uma cápsula habitável. Por fim, iniciará seu retorno à Terra, testando seu escudo térmico, o maior já construído. Ao cruzar a atmosfera, terá de suportar temperaturas com metade da superfície do Sol. O pouso no Oceano Pacífico está marcado para 11 de dezembro.

Depois do foguete Saturno V das missões Apollo e depois dos ônibus espaciais, o SLS inaugura uma nova era de exploração humana, desta vez no espaço profundo. Em 2024, o Artemis 2 levará astronautas à Lua, mas sem pousar. Essa honra será reservada à tripulação do Artemis 3, provavelmente em 2025.

continua após a publicidade

A Nasa então planeja uma missão anual para construir uma estação espacial em órbita ao redor da Lua e uma base em seu polo sul. O objetivo é testar ali novos equipamentos como macacões, veículos, uma mini central elétrica ou testar in loco o uso de água gelada. Tudo isto com vista a estabelecer uma presença humana duradoura.

A experiência pretende preparar um voo tripulado para Marte, talvez no final da década de 2030. Esta viagem, em uma escala completamente diferente, levaria pelo menos dois anos para ser concluída. /Com informações da AFP

A agência espacial americana (Nasa) lançou, com sucesso, o poderoso foguete Space Launch System (SLS), da missão não tripulada Artemis I, rumo à Lua., em um salto considerado história para a astronomia. Após tentativas frustradas e com atraso, o lançamento ocorreu oficialmente a 1h47 (3h47 no horário de Brasília) desta quarta-feira, 16, diretamente do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, nos Estados Unidos.

Meio século depois da primeira ida do homem à Lua, no programa Apollo, a missão Artemis I pretende preparar o caminho da exploração lunar para o posterior embarque de astronautas. Considerado o foguete mais poderoso construído pela Nasa, o SLS tem 98 metros de altura (mais alto que um prédio de 30 andares) e voa com a espaçonave Orion acoplada, além de três bonecos de teste a bordo.

O voo estava marcado, inicialmente, para 1h04 (3h04 no horário de Brasília), com uma janela de lançamento de duas horas, mas problemas técnicos durante a preparação para a decolagem ameaçaram estragar a festa pela terceira vez e atrasaram o lançamento, que só ocorreu 43 minutos depois.

O poderoso foguete da Nasa decola da plataforma de lançamento 39-B, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, marcando o início da missão Artemis rumo à Lua. Foto: Chris O'Meara/AP Foto: Chris O'Meara/AP

Como nas tentativas anteriores de decolagem fracassadas, a Nasa teve dificuldade em encher o foguete com combustível criogênico (mais de 2,7 milhões de litros de hidrogênio líquido e oxigênio). Durante a preparação para a decolagem, foi detectado um vazamento de combustível de hidrogênio altamente inflamável na base do foguete. Uma equipe de técnicos foi enviada à plataforma de lançamento para repará-lo, interrompendo os preparativos por aproximadamente uma hora e causando atraso na decolagem original.

Depois, um outro problema atrasou novamente os planos. Foi constatada a perda de sinal de um local de radar por causa de uma falha na Internet, colocando novamente em risco a missão. Minutos depois, as equipes conseguiram resolver a questão e realizaram uma série de testes necessários para garantir a comunicação e o rastreamento do foguete e da espaçonave.

A primeira tentativa de decolagem, há alguns meses, foi cancelada no último momento devido a um sensor defeituoso, e a segunda devido a um vazamento de hidrogênio. Após esses problemas técnicos, dois furacões - Ian e depois Nicole - obrigaram o lançamento a ser adiado por várias semanas. Por fim, a terceira tentativa foi bem-sucedida nesta quarta-feira, quando o relógio marcava 3h47 (no horário de Brasília).

Logo após a decolagem, assumiram as equipes do centro de controle de Houston (Texas). Dois minutos depois, os dois boosters brancos voltaram para o Atlântico. Após oito minutos, o andar principal se separou. Então, cerca de uma hora e meia após a decolagem, um último impulso do estágio superior coloca a cápsula Orion em seu caminho para a Lua. Todo o processo de lançamento foi transmitido ao vivo pelo canal da Nasa no YouTube.

Entenda a missão Artemis

O programa Artemis, da Nasa, pretende devolver os humanos à Lua meio século depois da primeira vez em que o homem pisou na superfície lunar, na década de 60, no chamado programa Apollo. A nova missão, cujo nome homenageia a irmã gêmea mitológica de Apollo, está programada para durar 25 dias e várias etapas delicadas ainda a aguardam. Este voo de teste não tripulado, que sobrevoará a Lua sem pousar em sua superfície, busca confirmar se o veículo é seguro para transportar uma futura tripulação.

O lançamento marca o grande início do programa Artemis, que quer enviar a primeira mulher e o primeiro negro à Lua. A meta é estabelecer uma presença humana duradoura lá, em preparação para uma viagem a Marte. “Este foguete custou muito suor e lágrimas”, disse o chefe do Nasa, Bill Nelson. “Isso nos permitirá voar para a Lua e voltar por décadas”, acrescentou.

O foguete Space Launch System (SLS), com a cápsula da tripulação Orion, decola do complexo de lançamento 39-B para a missão não tripulada Artemis 1 rumo à Lua. Foto: Joe Rimkus Jr./Reuters Foto: Joe Rimkus Jr./Reuters

Nesse voo teste, a cápsula Orion ficará em uma órbita distante por cerca de uma semana, aventurando-se até 40 mil milhas atrás da Lua, um recorde para uma cápsula habitável. Por fim, iniciará seu retorno à Terra, testando seu escudo térmico, o maior já construído. Ao cruzar a atmosfera, terá de suportar temperaturas com metade da superfície do Sol. O pouso no Oceano Pacífico está marcado para 11 de dezembro.

Depois do foguete Saturno V das missões Apollo e depois dos ônibus espaciais, o SLS inaugura uma nova era de exploração humana, desta vez no espaço profundo. Em 2024, o Artemis 2 levará astronautas à Lua, mas sem pousar. Essa honra será reservada à tripulação do Artemis 3, provavelmente em 2025.

A Nasa então planeja uma missão anual para construir uma estação espacial em órbita ao redor da Lua e uma base em seu polo sul. O objetivo é testar ali novos equipamentos como macacões, veículos, uma mini central elétrica ou testar in loco o uso de água gelada. Tudo isto com vista a estabelecer uma presença humana duradoura.

A experiência pretende preparar um voo tripulado para Marte, talvez no final da década de 2030. Esta viagem, em uma escala completamente diferente, levaria pelo menos dois anos para ser concluída. /Com informações da AFP

A agência espacial americana (Nasa) lançou, com sucesso, o poderoso foguete Space Launch System (SLS), da missão não tripulada Artemis I, rumo à Lua., em um salto considerado história para a astronomia. Após tentativas frustradas e com atraso, o lançamento ocorreu oficialmente a 1h47 (3h47 no horário de Brasília) desta quarta-feira, 16, diretamente do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, nos Estados Unidos.

Meio século depois da primeira ida do homem à Lua, no programa Apollo, a missão Artemis I pretende preparar o caminho da exploração lunar para o posterior embarque de astronautas. Considerado o foguete mais poderoso construído pela Nasa, o SLS tem 98 metros de altura (mais alto que um prédio de 30 andares) e voa com a espaçonave Orion acoplada, além de três bonecos de teste a bordo.

O voo estava marcado, inicialmente, para 1h04 (3h04 no horário de Brasília), com uma janela de lançamento de duas horas, mas problemas técnicos durante a preparação para a decolagem ameaçaram estragar a festa pela terceira vez e atrasaram o lançamento, que só ocorreu 43 minutos depois.

O poderoso foguete da Nasa decola da plataforma de lançamento 39-B, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, marcando o início da missão Artemis rumo à Lua. Foto: Chris O'Meara/AP Foto: Chris O'Meara/AP

Como nas tentativas anteriores de decolagem fracassadas, a Nasa teve dificuldade em encher o foguete com combustível criogênico (mais de 2,7 milhões de litros de hidrogênio líquido e oxigênio). Durante a preparação para a decolagem, foi detectado um vazamento de combustível de hidrogênio altamente inflamável na base do foguete. Uma equipe de técnicos foi enviada à plataforma de lançamento para repará-lo, interrompendo os preparativos por aproximadamente uma hora e causando atraso na decolagem original.

Depois, um outro problema atrasou novamente os planos. Foi constatada a perda de sinal de um local de radar por causa de uma falha na Internet, colocando novamente em risco a missão. Minutos depois, as equipes conseguiram resolver a questão e realizaram uma série de testes necessários para garantir a comunicação e o rastreamento do foguete e da espaçonave.

A primeira tentativa de decolagem, há alguns meses, foi cancelada no último momento devido a um sensor defeituoso, e a segunda devido a um vazamento de hidrogênio. Após esses problemas técnicos, dois furacões - Ian e depois Nicole - obrigaram o lançamento a ser adiado por várias semanas. Por fim, a terceira tentativa foi bem-sucedida nesta quarta-feira, quando o relógio marcava 3h47 (no horário de Brasília).

Logo após a decolagem, assumiram as equipes do centro de controle de Houston (Texas). Dois minutos depois, os dois boosters brancos voltaram para o Atlântico. Após oito minutos, o andar principal se separou. Então, cerca de uma hora e meia após a decolagem, um último impulso do estágio superior coloca a cápsula Orion em seu caminho para a Lua. Todo o processo de lançamento foi transmitido ao vivo pelo canal da Nasa no YouTube.

Entenda a missão Artemis

O programa Artemis, da Nasa, pretende devolver os humanos à Lua meio século depois da primeira vez em que o homem pisou na superfície lunar, na década de 60, no chamado programa Apollo. A nova missão, cujo nome homenageia a irmã gêmea mitológica de Apollo, está programada para durar 25 dias e várias etapas delicadas ainda a aguardam. Este voo de teste não tripulado, que sobrevoará a Lua sem pousar em sua superfície, busca confirmar se o veículo é seguro para transportar uma futura tripulação.

O lançamento marca o grande início do programa Artemis, que quer enviar a primeira mulher e o primeiro negro à Lua. A meta é estabelecer uma presença humana duradoura lá, em preparação para uma viagem a Marte. “Este foguete custou muito suor e lágrimas”, disse o chefe do Nasa, Bill Nelson. “Isso nos permitirá voar para a Lua e voltar por décadas”, acrescentou.

O foguete Space Launch System (SLS), com a cápsula da tripulação Orion, decola do complexo de lançamento 39-B para a missão não tripulada Artemis 1 rumo à Lua. Foto: Joe Rimkus Jr./Reuters Foto: Joe Rimkus Jr./Reuters

Nesse voo teste, a cápsula Orion ficará em uma órbita distante por cerca de uma semana, aventurando-se até 40 mil milhas atrás da Lua, um recorde para uma cápsula habitável. Por fim, iniciará seu retorno à Terra, testando seu escudo térmico, o maior já construído. Ao cruzar a atmosfera, terá de suportar temperaturas com metade da superfície do Sol. O pouso no Oceano Pacífico está marcado para 11 de dezembro.

Depois do foguete Saturno V das missões Apollo e depois dos ônibus espaciais, o SLS inaugura uma nova era de exploração humana, desta vez no espaço profundo. Em 2024, o Artemis 2 levará astronautas à Lua, mas sem pousar. Essa honra será reservada à tripulação do Artemis 3, provavelmente em 2025.

A Nasa então planeja uma missão anual para construir uma estação espacial em órbita ao redor da Lua e uma base em seu polo sul. O objetivo é testar ali novos equipamentos como macacões, veículos, uma mini central elétrica ou testar in loco o uso de água gelada. Tudo isto com vista a estabelecer uma presença humana duradoura.

A experiência pretende preparar um voo tripulado para Marte, talvez no final da década de 2030. Esta viagem, em uma escala completamente diferente, levaria pelo menos dois anos para ser concluída. /Com informações da AFP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.