Fósseis revelam parentes de pterossauros antes de evoluírem com asas


Os ancestrais em potencial do animal tinham pernas longas e braços curtos e se assemelhavam a uma mistura de dinossauro com camaleão

Por Jack Tamisiea

THE NEW YORK TIMES - Poucas criaturas foram feitas para voar como os pterossauros. Dezenas de milhões de anos antes das primeiras aves, esses répteis mesozoicos foram pioneiros no voo com asas em forma de vela e ossos leves. Eventualmente, pterossauros do tamanho de pequenos aviões subiriam ao céu, ultrapassando os limites da aviação animal. Mas as origens desses répteis permaneceram obscuras devido à falta de fósseis dos primeiros aviadores.

“O pterossauro mais antigo já tinha asas e era capaz de voar”, o que dificultaria o mapeamento de sua evolução aérea, disse Davide Foffa, paleontólogo da Virginia Tech (EUA). Durante décadas, os paleontólogos postularam que os primeiros pterossauros viviam em árvores e foram planadores antes de voar. Mas Foffa e seus colegas podem ter descoberto uma origem mais terrestre para esses antigos aviadores.

Em um estudo publicado na quarta-feira, 5, na revista científica Nature, os pesquisadores analisaram novamente um esconderijo de fósseis e concluíram que os primeiros parentes dos pterossauros na verdade andavam muito antes de decolarem. A equipe examinou vários blocos de arenito que foram escavados na virada do século 20 de uma pedreira no norte da Escócia.

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Esses densos pedaços de rocha sepultam restos de ancestrais dos crocodilos, primeiros dinossauros e lagartos do final do Período Triássico (ou 237 milhões de anos atrás), conhecidos como os répteis de Elgin, em homenagem a uma cidade escocesa próxima. Um dos menores animais encontrados nessas rochas é o Scleromochlus, um réptil que caberia na palma da mão.

Reconstrução em 3D do esqueleto do Scleromochlus taylori. Reanalisando fósseis já encontrados, cientistas estabeleceram uma ligação entre pequenos animais de pernas longas aos répteis voadores da Era dos Dinossauros. Foto: Matt Humpage, Northern Rogue Studios via The New York Times

Desde a sua descoberta no início de 1900, Scleromochlus deixou os paleontólogos perplexos. Seus fósseis são difíceis de estudar porque os ossos desapareceram há muito tempo, deixando para trás espaços vazios dentro do arenito. Durante décadas, os pesquisadores despejaram látex ou cera nesses vazios para criar moldes. Mas esses métodos muitas vezes perdem traços intrincados. Então, em vez de forjar moldes manuais, Foffa e seus colegas colocaram vários blocos contendo espécimes de Scleromochlus sob um microtomógrafo. Isso permitiu que eles reconstruíssem digitalmente o esqueleto em três dimensões.

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Scleromochlus pode parecer um esguio dinossauro cruzado com um camaleão. Mas, após um exame mais aprofundado, os pesquisadores identificaram várias características que ele compartilhava com lagerpetídeos, um grupo de pequenos répteis que corriam ao redor da Pangea durante o Período Triássico. Isso inclui um crânio estranhamente grande para seu tamanho e uma cabeça de fêmur em forma de gancho que se encaixa no quadril verticalmente em vez de se abrir para o lado como a perna de um lagarto.

De acordo com Stephen Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo (Escócia) e um dos coautores de Foffa, os lagerpetídeos parecem ter sido criaturas ágeis e bípedes que lembram pequenos dinossauros. Sua anatomia, no entanto, revela uma afinidade muito mais próxima com os pterossauros. “Olhando rapidamente, eles não se parecem com um pterossauro”, disse Brusatte. “Mas com um olhar mais atento para seus esqueletos e as semelhanças se tornam aparentes, como tinta invisível sendo mantida contra a luz.”

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Se o Scleromochlus é um parente primitivo dos pterossauros, isso desafia a suposição de que os pterossauros inicialmente saltavam ou planavam. Scleromochlus não tinha os quadris robustos de um animal saltitante, como um sapo, e teria se encaixado desajeitadamente em árvores de acordo com Kevin Padian, paleontólogo da Universidade da Califórnia (EUA) que estudou a evolução dos pterossauros por décadas. “Eles têm pernas longas e braços curtos”, disse Padian, que não esteve envolvido no novo estudo. “Não é assim que um animal arbóreo como um esquilo é construído.”

Em vez disso, Scleromochlus provavelmente estava mais confortável perseguindo rapidamente insetos no chão. Isso deixou seus antebraços livres, potencialmente preparando o terreno para que os animais em seu ramo da árvore genealógica eventualmente voassem. “O uso de seus membros anteriores para outras funções pode estar relacionado à evolução de novos hábitos, incluindo o voo ativo no caso de pterossauros”, disse Martin Ezcurra, paleontólogo do Museu Argentino de Ciências Naturais, que também não participou do novo estudo.

Foffa enfatiza que mais evidências fósseis são necessárias para conectar Scleromochlus com os primeiros pterossauros verdadeiros. “Não tem asas ou qualquer coisa louca assim; isso vem depois”, disse ele. / Tradução de Raisa Toledo

THE NEW YORK TIMES - Poucas criaturas foram feitas para voar como os pterossauros. Dezenas de milhões de anos antes das primeiras aves, esses répteis mesozoicos foram pioneiros no voo com asas em forma de vela e ossos leves. Eventualmente, pterossauros do tamanho de pequenos aviões subiriam ao céu, ultrapassando os limites da aviação animal. Mas as origens desses répteis permaneceram obscuras devido à falta de fósseis dos primeiros aviadores.

“O pterossauro mais antigo já tinha asas e era capaz de voar”, o que dificultaria o mapeamento de sua evolução aérea, disse Davide Foffa, paleontólogo da Virginia Tech (EUA). Durante décadas, os paleontólogos postularam que os primeiros pterossauros viviam em árvores e foram planadores antes de voar. Mas Foffa e seus colegas podem ter descoberto uma origem mais terrestre para esses antigos aviadores.

Em um estudo publicado na quarta-feira, 5, na revista científica Nature, os pesquisadores analisaram novamente um esconderijo de fósseis e concluíram que os primeiros parentes dos pterossauros na verdade andavam muito antes de decolarem. A equipe examinou vários blocos de arenito que foram escavados na virada do século 20 de uma pedreira no norte da Escócia.

Esses densos pedaços de rocha sepultam restos de ancestrais dos crocodilos, primeiros dinossauros e lagartos do final do Período Triássico (ou 237 milhões de anos atrás), conhecidos como os répteis de Elgin, em homenagem a uma cidade escocesa próxima. Um dos menores animais encontrados nessas rochas é o Scleromochlus, um réptil que caberia na palma da mão.

Reconstrução em 3D do esqueleto do Scleromochlus taylori. Reanalisando fósseis já encontrados, cientistas estabeleceram uma ligação entre pequenos animais de pernas longas aos répteis voadores da Era dos Dinossauros. Foto: Matt Humpage, Northern Rogue Studios via The New York Times

Desde a sua descoberta no início de 1900, Scleromochlus deixou os paleontólogos perplexos. Seus fósseis são difíceis de estudar porque os ossos desapareceram há muito tempo, deixando para trás espaços vazios dentro do arenito. Durante décadas, os pesquisadores despejaram látex ou cera nesses vazios para criar moldes. Mas esses métodos muitas vezes perdem traços intrincados. Então, em vez de forjar moldes manuais, Foffa e seus colegas colocaram vários blocos contendo espécimes de Scleromochlus sob um microtomógrafo. Isso permitiu que eles reconstruíssem digitalmente o esqueleto em três dimensões.

Scleromochlus pode parecer um esguio dinossauro cruzado com um camaleão. Mas, após um exame mais aprofundado, os pesquisadores identificaram várias características que ele compartilhava com lagerpetídeos, um grupo de pequenos répteis que corriam ao redor da Pangea durante o Período Triássico. Isso inclui um crânio estranhamente grande para seu tamanho e uma cabeça de fêmur em forma de gancho que se encaixa no quadril verticalmente em vez de se abrir para o lado como a perna de um lagarto.

De acordo com Stephen Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo (Escócia) e um dos coautores de Foffa, os lagerpetídeos parecem ter sido criaturas ágeis e bípedes que lembram pequenos dinossauros. Sua anatomia, no entanto, revela uma afinidade muito mais próxima com os pterossauros. “Olhando rapidamente, eles não se parecem com um pterossauro”, disse Brusatte. “Mas com um olhar mais atento para seus esqueletos e as semelhanças se tornam aparentes, como tinta invisível sendo mantida contra a luz.”

Se o Scleromochlus é um parente primitivo dos pterossauros, isso desafia a suposição de que os pterossauros inicialmente saltavam ou planavam. Scleromochlus não tinha os quadris robustos de um animal saltitante, como um sapo, e teria se encaixado desajeitadamente em árvores de acordo com Kevin Padian, paleontólogo da Universidade da Califórnia (EUA) que estudou a evolução dos pterossauros por décadas. “Eles têm pernas longas e braços curtos”, disse Padian, que não esteve envolvido no novo estudo. “Não é assim que um animal arbóreo como um esquilo é construído.”

Em vez disso, Scleromochlus provavelmente estava mais confortável perseguindo rapidamente insetos no chão. Isso deixou seus antebraços livres, potencialmente preparando o terreno para que os animais em seu ramo da árvore genealógica eventualmente voassem. “O uso de seus membros anteriores para outras funções pode estar relacionado à evolução de novos hábitos, incluindo o voo ativo no caso de pterossauros”, disse Martin Ezcurra, paleontólogo do Museu Argentino de Ciências Naturais, que também não participou do novo estudo.

Foffa enfatiza que mais evidências fósseis são necessárias para conectar Scleromochlus com os primeiros pterossauros verdadeiros. “Não tem asas ou qualquer coisa louca assim; isso vem depois”, disse ele. / Tradução de Raisa Toledo

THE NEW YORK TIMES - Poucas criaturas foram feitas para voar como os pterossauros. Dezenas de milhões de anos antes das primeiras aves, esses répteis mesozoicos foram pioneiros no voo com asas em forma de vela e ossos leves. Eventualmente, pterossauros do tamanho de pequenos aviões subiriam ao céu, ultrapassando os limites da aviação animal. Mas as origens desses répteis permaneceram obscuras devido à falta de fósseis dos primeiros aviadores.

“O pterossauro mais antigo já tinha asas e era capaz de voar”, o que dificultaria o mapeamento de sua evolução aérea, disse Davide Foffa, paleontólogo da Virginia Tech (EUA). Durante décadas, os paleontólogos postularam que os primeiros pterossauros viviam em árvores e foram planadores antes de voar. Mas Foffa e seus colegas podem ter descoberto uma origem mais terrestre para esses antigos aviadores.

Em um estudo publicado na quarta-feira, 5, na revista científica Nature, os pesquisadores analisaram novamente um esconderijo de fósseis e concluíram que os primeiros parentes dos pterossauros na verdade andavam muito antes de decolarem. A equipe examinou vários blocos de arenito que foram escavados na virada do século 20 de uma pedreira no norte da Escócia.

Esses densos pedaços de rocha sepultam restos de ancestrais dos crocodilos, primeiros dinossauros e lagartos do final do Período Triássico (ou 237 milhões de anos atrás), conhecidos como os répteis de Elgin, em homenagem a uma cidade escocesa próxima. Um dos menores animais encontrados nessas rochas é o Scleromochlus, um réptil que caberia na palma da mão.

Reconstrução em 3D do esqueleto do Scleromochlus taylori. Reanalisando fósseis já encontrados, cientistas estabeleceram uma ligação entre pequenos animais de pernas longas aos répteis voadores da Era dos Dinossauros. Foto: Matt Humpage, Northern Rogue Studios via The New York Times

Desde a sua descoberta no início de 1900, Scleromochlus deixou os paleontólogos perplexos. Seus fósseis são difíceis de estudar porque os ossos desapareceram há muito tempo, deixando para trás espaços vazios dentro do arenito. Durante décadas, os pesquisadores despejaram látex ou cera nesses vazios para criar moldes. Mas esses métodos muitas vezes perdem traços intrincados. Então, em vez de forjar moldes manuais, Foffa e seus colegas colocaram vários blocos contendo espécimes de Scleromochlus sob um microtomógrafo. Isso permitiu que eles reconstruíssem digitalmente o esqueleto em três dimensões.

Scleromochlus pode parecer um esguio dinossauro cruzado com um camaleão. Mas, após um exame mais aprofundado, os pesquisadores identificaram várias características que ele compartilhava com lagerpetídeos, um grupo de pequenos répteis que corriam ao redor da Pangea durante o Período Triássico. Isso inclui um crânio estranhamente grande para seu tamanho e uma cabeça de fêmur em forma de gancho que se encaixa no quadril verticalmente em vez de se abrir para o lado como a perna de um lagarto.

De acordo com Stephen Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo (Escócia) e um dos coautores de Foffa, os lagerpetídeos parecem ter sido criaturas ágeis e bípedes que lembram pequenos dinossauros. Sua anatomia, no entanto, revela uma afinidade muito mais próxima com os pterossauros. “Olhando rapidamente, eles não se parecem com um pterossauro”, disse Brusatte. “Mas com um olhar mais atento para seus esqueletos e as semelhanças se tornam aparentes, como tinta invisível sendo mantida contra a luz.”

Se o Scleromochlus é um parente primitivo dos pterossauros, isso desafia a suposição de que os pterossauros inicialmente saltavam ou planavam. Scleromochlus não tinha os quadris robustos de um animal saltitante, como um sapo, e teria se encaixado desajeitadamente em árvores de acordo com Kevin Padian, paleontólogo da Universidade da Califórnia (EUA) que estudou a evolução dos pterossauros por décadas. “Eles têm pernas longas e braços curtos”, disse Padian, que não esteve envolvido no novo estudo. “Não é assim que um animal arbóreo como um esquilo é construído.”

Em vez disso, Scleromochlus provavelmente estava mais confortável perseguindo rapidamente insetos no chão. Isso deixou seus antebraços livres, potencialmente preparando o terreno para que os animais em seu ramo da árvore genealógica eventualmente voassem. “O uso de seus membros anteriores para outras funções pode estar relacionado à evolução de novos hábitos, incluindo o voo ativo no caso de pterossauros”, disse Martin Ezcurra, paleontólogo do Museu Argentino de Ciências Naturais, que também não participou do novo estudo.

Foffa enfatiza que mais evidências fósseis são necessárias para conectar Scleromochlus com os primeiros pterossauros verdadeiros. “Não tem asas ou qualquer coisa louca assim; isso vem depois”, disse ele. / Tradução de Raisa Toledo

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