Image credit: ESA and the Planck Collaboration
Esta imagem acima pode parecer muito sem graça para o leitor comum; mas, aos olhos dos físicos e astrônomos que estudam a evolução do Universo, ela é uma das imagens mais lindas já produzidas pela ciência. Trata-se do mapa mais detalhado já produzido da Radiação Cósmica de Fundo em Microondas (RCFM), divulgado hoje pela missão Planck da Agência Espacial Europeia (ESA), em colaboração com a Nasa. Em poucas palavras bem simplificadas: o que estamos vendo é um mapa de variações de temperatura na RCFM, que serve como um "pano de fundo" luminoso deixado pelo Big Bang. Nas palavras da Nasa, é um mapa da "luz mais antiga do Universo". E com base nesse mapa é possível determinar como era a distribuição de matéria e energia no Universo quando ele era ainda praticamente um recém-nascido, com "míseros" 380 mil anos de idade.
Por mais simples que a imagem possa parecer, ela está recheada de informações essenciais sobre a origem e o desenvolvimento do Universo.
Uma primeira análise dos resultados, segundo a Nasa, já traz algumas sugestões importantes: 1) que o Universo tem 13,8 bilhões de anos (100 milhões a mais do que as estimativas anteriores); 2) que a velocidade de expansão do Universo -- a chamada "constante de Hubble" -- é de 67,15 km por segundo por megaparsec (um megaparsec equivale a 3 milhões de anos-luz); e 3) que há menos energia e mais matéria no Universo do que se pensava (26,8% de matéria escura, 4,9% de matéria visível e 68,3% de energia escuram segundo as novas estimativas baseadas no mapa).
Para entender como esse mapa foi feito, veja o vídeo abaixo. O que a imagem mostra, na verdade, é a "superfície externa" de um mapa esférico, aberto como um mapa-múndi do planeta Terra, que foi feito "de dentro" pelo satélite Planck. (o vídeo vale por mil palavras neste caso ...) Imagine só!