Humanos e Neanderthais se misturaram na Europa, segundo estudo


Análise de uma mandíbula de 40 mil anos encontrada na Romênia mostra que ela pertenceu a um humano moderno cujos ancestrais eram Neanderthais há menos de seis gerações; descoberta contradiz tese de que espécies se misturaram no Oriente Médio

Por Fabio de Castro

Depois de analisar o DNA de uma mandíbula de 40 mil anos encontrada na Romênia em 2002, cientistas constataram que ela pertencia a um humano moderno cujos ancestrais recentes eram Neanderthais. O fóssil, de um dos mais antigos humanos já encontrados na Europa, tinha de 6% a 9% de seu código genético derivado de um Neanderthal - uma proporção maior que a de qualquer outro genoma humano sequenciado até agora. Para os autores do estudo, publicado nesta segunda-feira, 22, na revista Nature, essa proporção indica que o indivíduo era separado de seu ancestral Neanderthal por um intervalo de apenas quatro a seis gerações. Segundo os cientistas, o estudo é a primeira prova genética de uma hibridização entre as duas espécies em território europeu. 

O homem de Neanderthal foi extinto na Europa há cerca de 35 mil anos, mais ou menos na mesma época em que os primeiros humanos modernos estavam se espalhando pelo continente. Até agora, os cientistas acreditavam que os primeiro humanos, vindos da África, haviam se misturado ao homem de Neanderthal no Oriente Médio há cerca de 50 mil ou 60 mil anos, antes de se espalharem pela Europa, pela Ásia e pelo resto do planeta. A nova descoberta, no entanto, indica que as duas espécies viveram juntas na Europa por até 5 mil anos.

DNA da mandíbula de um humano moderno de 40 mil anos revela que ele tinha ancestral Neanderthal com diferença de apenas quatro a seis gerações Foto: Evolutionary Anthropology/ Pääbo
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"Nós sabemos que há mais de 45 mil anos atrás, os únicos humanos que viviam na Europa eram os Neanderthais. De 35 mil anos para cá, só havia humanos modernos. Trata-se de uma transição dramática. Há evidências arqueológicas de que os humanos modernos interagiram com o homem de Neanderthal na época em que ambos viviam na Europa.

atores como modificações nas tecnologias de ferramentas, rituais de sepultamento e decoraçaõ corporal são testemunhas de uma troca cultural entre os dois grupos. Mas há muito poucos esqueletos desse período", disse um dos autores do estudo, David Reich da Escola de Medicina de Harvard.

De acordo com Reich, as datações de radiocarbono revelaram que a mandíbula pertenceu a um indivíduo que viveu de 37 mil a 42 mil anos atrás. Segundo ele, a mandíbula foi encontrada junto a um crÂnio de outro indivíduo em uma caverna romena. Como não havia nenhum artefato na área, os antropólogos não tinham indícios culturais sobre os indivíduos. As características físicas da mandíbula eram predominantemente as de um humano moderno, mas alguns traços do homem de Neanderthal também eram aparentes. Os antropólogos então suspeitaram que o osso pertencia a um descendente de ambos os grupos.

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A análise, no entanto, não foi uma tarefa fácil. Antes de mais nada, Reich e seu colega Svante Pääbo, do Instituto Max Planck (Alemanha), tiveram que separar o DNA antigo de uma imensa quantidade de DNA de outros organismos.

Quando o DNA foi extraído, a maior parte dele pertencia a micróbios que estavam no solo quando o fóssil foi encontrado. Da pequena fração de DNA humano encontrado, a maior parte havia sido introduzida por pessoas que manipularam o osso depois de sua descoberta em 2002. Os pesquisadores então restringiram sua análise aos trechos de DNA cujas moléculas tinham um tipo de deterioração característica de materiais com dezenas de milhares de anos.

Assim que o DNA contaminado foi descartado, os cientistas puderam comparar o genoma do fóssil a dados genéticos de outros grupos. Por meio de uma série de análises estatísticas, eles chegaram a uma conclusão surpreendente. "A amostra é relacionada aos Neanderthais com uma proximidade maior que a de qualquer outro humano moderno que já estudamos. Estmiamos que de 6% a 9% do genoma desse indivíduo veio do homem de Neanderthal. É uma proporção sem precedentes. Os europeus e asiáticos de hoje têm cerca de 2%", afirmou Reich.

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Os pesquisadores encontraram segmentos de DNA Neanderthal intacto no fóssil em uma quantidade grande o suficiente para indicar que o indivíduo teve um ancestral Neanderthal que viveu no máximo seis gerações antes dele. Para Reich, isso demonstra que os humanos modernos se misturaram ao homem de Neanderthal depois de terem chegado à Europa. "É algo incrivelmente inesperado. Nos últimos anos, documentamos hibridizações entre humanos modernos e Neanderthais, mas nunca tivemos a sorte de encontrar alguém tão próximo a esse evento", afirmou Reich.

Sem relação com europeus. Embora tenha sido encontrado na Romênia, o indivíduo a quem pertenceu a mandíbula não foi um dos responsáveis pela herança Neanderthal dos humanos atuais. Reich não encontrou nenhuma evidência de que ele tenha relação próxima com os Europeus mais tardios. "Esta amostra, embora tenha sido encontrada na Romênia, não parece ter relação com os europeus atuais. É a evidência de uma ocupação inicial de humanos modernos na Europa que não deixou descendentes. Esse indivíduo pode ter pertencido a um grupo pioneiro de humanos modernos que foram para a Europa, mas que mais tarde foi substituído por outros grupos", afirmou o cientista.

Depois de analisar o DNA de uma mandíbula de 40 mil anos encontrada na Romênia em 2002, cientistas constataram que ela pertencia a um humano moderno cujos ancestrais recentes eram Neanderthais. O fóssil, de um dos mais antigos humanos já encontrados na Europa, tinha de 6% a 9% de seu código genético derivado de um Neanderthal - uma proporção maior que a de qualquer outro genoma humano sequenciado até agora. Para os autores do estudo, publicado nesta segunda-feira, 22, na revista Nature, essa proporção indica que o indivíduo era separado de seu ancestral Neanderthal por um intervalo de apenas quatro a seis gerações. Segundo os cientistas, o estudo é a primeira prova genética de uma hibridização entre as duas espécies em território europeu. 

O homem de Neanderthal foi extinto na Europa há cerca de 35 mil anos, mais ou menos na mesma época em que os primeiros humanos modernos estavam se espalhando pelo continente. Até agora, os cientistas acreditavam que os primeiro humanos, vindos da África, haviam se misturado ao homem de Neanderthal no Oriente Médio há cerca de 50 mil ou 60 mil anos, antes de se espalharem pela Europa, pela Ásia e pelo resto do planeta. A nova descoberta, no entanto, indica que as duas espécies viveram juntas na Europa por até 5 mil anos.

DNA da mandíbula de um humano moderno de 40 mil anos revela que ele tinha ancestral Neanderthal com diferença de apenas quatro a seis gerações Foto: Evolutionary Anthropology/ Pääbo

"Nós sabemos que há mais de 45 mil anos atrás, os únicos humanos que viviam na Europa eram os Neanderthais. De 35 mil anos para cá, só havia humanos modernos. Trata-se de uma transição dramática. Há evidências arqueológicas de que os humanos modernos interagiram com o homem de Neanderthal na época em que ambos viviam na Europa.

atores como modificações nas tecnologias de ferramentas, rituais de sepultamento e decoraçaõ corporal são testemunhas de uma troca cultural entre os dois grupos. Mas há muito poucos esqueletos desse período", disse um dos autores do estudo, David Reich da Escola de Medicina de Harvard.

De acordo com Reich, as datações de radiocarbono revelaram que a mandíbula pertenceu a um indivíduo que viveu de 37 mil a 42 mil anos atrás. Segundo ele, a mandíbula foi encontrada junto a um crÂnio de outro indivíduo em uma caverna romena. Como não havia nenhum artefato na área, os antropólogos não tinham indícios culturais sobre os indivíduos. As características físicas da mandíbula eram predominantemente as de um humano moderno, mas alguns traços do homem de Neanderthal também eram aparentes. Os antropólogos então suspeitaram que o osso pertencia a um descendente de ambos os grupos.

A análise, no entanto, não foi uma tarefa fácil. Antes de mais nada, Reich e seu colega Svante Pääbo, do Instituto Max Planck (Alemanha), tiveram que separar o DNA antigo de uma imensa quantidade de DNA de outros organismos.

Quando o DNA foi extraído, a maior parte dele pertencia a micróbios que estavam no solo quando o fóssil foi encontrado. Da pequena fração de DNA humano encontrado, a maior parte havia sido introduzida por pessoas que manipularam o osso depois de sua descoberta em 2002. Os pesquisadores então restringiram sua análise aos trechos de DNA cujas moléculas tinham um tipo de deterioração característica de materiais com dezenas de milhares de anos.

Assim que o DNA contaminado foi descartado, os cientistas puderam comparar o genoma do fóssil a dados genéticos de outros grupos. Por meio de uma série de análises estatísticas, eles chegaram a uma conclusão surpreendente. "A amostra é relacionada aos Neanderthais com uma proximidade maior que a de qualquer outro humano moderno que já estudamos. Estmiamos que de 6% a 9% do genoma desse indivíduo veio do homem de Neanderthal. É uma proporção sem precedentes. Os europeus e asiáticos de hoje têm cerca de 2%", afirmou Reich.

Os pesquisadores encontraram segmentos de DNA Neanderthal intacto no fóssil em uma quantidade grande o suficiente para indicar que o indivíduo teve um ancestral Neanderthal que viveu no máximo seis gerações antes dele. Para Reich, isso demonstra que os humanos modernos se misturaram ao homem de Neanderthal depois de terem chegado à Europa. "É algo incrivelmente inesperado. Nos últimos anos, documentamos hibridizações entre humanos modernos e Neanderthais, mas nunca tivemos a sorte de encontrar alguém tão próximo a esse evento", afirmou Reich.

Sem relação com europeus. Embora tenha sido encontrado na Romênia, o indivíduo a quem pertenceu a mandíbula não foi um dos responsáveis pela herança Neanderthal dos humanos atuais. Reich não encontrou nenhuma evidência de que ele tenha relação próxima com os Europeus mais tardios. "Esta amostra, embora tenha sido encontrada na Romênia, não parece ter relação com os europeus atuais. É a evidência de uma ocupação inicial de humanos modernos na Europa que não deixou descendentes. Esse indivíduo pode ter pertencido a um grupo pioneiro de humanos modernos que foram para a Europa, mas que mais tarde foi substituído por outros grupos", afirmou o cientista.

Depois de analisar o DNA de uma mandíbula de 40 mil anos encontrada na Romênia em 2002, cientistas constataram que ela pertencia a um humano moderno cujos ancestrais recentes eram Neanderthais. O fóssil, de um dos mais antigos humanos já encontrados na Europa, tinha de 6% a 9% de seu código genético derivado de um Neanderthal - uma proporção maior que a de qualquer outro genoma humano sequenciado até agora. Para os autores do estudo, publicado nesta segunda-feira, 22, na revista Nature, essa proporção indica que o indivíduo era separado de seu ancestral Neanderthal por um intervalo de apenas quatro a seis gerações. Segundo os cientistas, o estudo é a primeira prova genética de uma hibridização entre as duas espécies em território europeu. 

O homem de Neanderthal foi extinto na Europa há cerca de 35 mil anos, mais ou menos na mesma época em que os primeiros humanos modernos estavam se espalhando pelo continente. Até agora, os cientistas acreditavam que os primeiro humanos, vindos da África, haviam se misturado ao homem de Neanderthal no Oriente Médio há cerca de 50 mil ou 60 mil anos, antes de se espalharem pela Europa, pela Ásia e pelo resto do planeta. A nova descoberta, no entanto, indica que as duas espécies viveram juntas na Europa por até 5 mil anos.

DNA da mandíbula de um humano moderno de 40 mil anos revela que ele tinha ancestral Neanderthal com diferença de apenas quatro a seis gerações Foto: Evolutionary Anthropology/ Pääbo

"Nós sabemos que há mais de 45 mil anos atrás, os únicos humanos que viviam na Europa eram os Neanderthais. De 35 mil anos para cá, só havia humanos modernos. Trata-se de uma transição dramática. Há evidências arqueológicas de que os humanos modernos interagiram com o homem de Neanderthal na época em que ambos viviam na Europa.

atores como modificações nas tecnologias de ferramentas, rituais de sepultamento e decoraçaõ corporal são testemunhas de uma troca cultural entre os dois grupos. Mas há muito poucos esqueletos desse período", disse um dos autores do estudo, David Reich da Escola de Medicina de Harvard.

De acordo com Reich, as datações de radiocarbono revelaram que a mandíbula pertenceu a um indivíduo que viveu de 37 mil a 42 mil anos atrás. Segundo ele, a mandíbula foi encontrada junto a um crÂnio de outro indivíduo em uma caverna romena. Como não havia nenhum artefato na área, os antropólogos não tinham indícios culturais sobre os indivíduos. As características físicas da mandíbula eram predominantemente as de um humano moderno, mas alguns traços do homem de Neanderthal também eram aparentes. Os antropólogos então suspeitaram que o osso pertencia a um descendente de ambos os grupos.

A análise, no entanto, não foi uma tarefa fácil. Antes de mais nada, Reich e seu colega Svante Pääbo, do Instituto Max Planck (Alemanha), tiveram que separar o DNA antigo de uma imensa quantidade de DNA de outros organismos.

Quando o DNA foi extraído, a maior parte dele pertencia a micróbios que estavam no solo quando o fóssil foi encontrado. Da pequena fração de DNA humano encontrado, a maior parte havia sido introduzida por pessoas que manipularam o osso depois de sua descoberta em 2002. Os pesquisadores então restringiram sua análise aos trechos de DNA cujas moléculas tinham um tipo de deterioração característica de materiais com dezenas de milhares de anos.

Assim que o DNA contaminado foi descartado, os cientistas puderam comparar o genoma do fóssil a dados genéticos de outros grupos. Por meio de uma série de análises estatísticas, eles chegaram a uma conclusão surpreendente. "A amostra é relacionada aos Neanderthais com uma proximidade maior que a de qualquer outro humano moderno que já estudamos. Estmiamos que de 6% a 9% do genoma desse indivíduo veio do homem de Neanderthal. É uma proporção sem precedentes. Os europeus e asiáticos de hoje têm cerca de 2%", afirmou Reich.

Os pesquisadores encontraram segmentos de DNA Neanderthal intacto no fóssil em uma quantidade grande o suficiente para indicar que o indivíduo teve um ancestral Neanderthal que viveu no máximo seis gerações antes dele. Para Reich, isso demonstra que os humanos modernos se misturaram ao homem de Neanderthal depois de terem chegado à Europa. "É algo incrivelmente inesperado. Nos últimos anos, documentamos hibridizações entre humanos modernos e Neanderthais, mas nunca tivemos a sorte de encontrar alguém tão próximo a esse evento", afirmou Reich.

Sem relação com europeus. Embora tenha sido encontrado na Romênia, o indivíduo a quem pertenceu a mandíbula não foi um dos responsáveis pela herança Neanderthal dos humanos atuais. Reich não encontrou nenhuma evidência de que ele tenha relação próxima com os Europeus mais tardios. "Esta amostra, embora tenha sido encontrada na Romênia, não parece ter relação com os europeus atuais. É a evidência de uma ocupação inicial de humanos modernos na Europa que não deixou descendentes. Esse indivíduo pode ter pertencido a um grupo pioneiro de humanos modernos que foram para a Europa, mas que mais tarde foi substituído por outros grupos", afirmou o cientista.

Depois de analisar o DNA de uma mandíbula de 40 mil anos encontrada na Romênia em 2002, cientistas constataram que ela pertencia a um humano moderno cujos ancestrais recentes eram Neanderthais. O fóssil, de um dos mais antigos humanos já encontrados na Europa, tinha de 6% a 9% de seu código genético derivado de um Neanderthal - uma proporção maior que a de qualquer outro genoma humano sequenciado até agora. Para os autores do estudo, publicado nesta segunda-feira, 22, na revista Nature, essa proporção indica que o indivíduo era separado de seu ancestral Neanderthal por um intervalo de apenas quatro a seis gerações. Segundo os cientistas, o estudo é a primeira prova genética de uma hibridização entre as duas espécies em território europeu. 

O homem de Neanderthal foi extinto na Europa há cerca de 35 mil anos, mais ou menos na mesma época em que os primeiros humanos modernos estavam se espalhando pelo continente. Até agora, os cientistas acreditavam que os primeiro humanos, vindos da África, haviam se misturado ao homem de Neanderthal no Oriente Médio há cerca de 50 mil ou 60 mil anos, antes de se espalharem pela Europa, pela Ásia e pelo resto do planeta. A nova descoberta, no entanto, indica que as duas espécies viveram juntas na Europa por até 5 mil anos.

DNA da mandíbula de um humano moderno de 40 mil anos revela que ele tinha ancestral Neanderthal com diferença de apenas quatro a seis gerações Foto: Evolutionary Anthropology/ Pääbo

"Nós sabemos que há mais de 45 mil anos atrás, os únicos humanos que viviam na Europa eram os Neanderthais. De 35 mil anos para cá, só havia humanos modernos. Trata-se de uma transição dramática. Há evidências arqueológicas de que os humanos modernos interagiram com o homem de Neanderthal na época em que ambos viviam na Europa.

atores como modificações nas tecnologias de ferramentas, rituais de sepultamento e decoraçaõ corporal são testemunhas de uma troca cultural entre os dois grupos. Mas há muito poucos esqueletos desse período", disse um dos autores do estudo, David Reich da Escola de Medicina de Harvard.

De acordo com Reich, as datações de radiocarbono revelaram que a mandíbula pertenceu a um indivíduo que viveu de 37 mil a 42 mil anos atrás. Segundo ele, a mandíbula foi encontrada junto a um crÂnio de outro indivíduo em uma caverna romena. Como não havia nenhum artefato na área, os antropólogos não tinham indícios culturais sobre os indivíduos. As características físicas da mandíbula eram predominantemente as de um humano moderno, mas alguns traços do homem de Neanderthal também eram aparentes. Os antropólogos então suspeitaram que o osso pertencia a um descendente de ambos os grupos.

A análise, no entanto, não foi uma tarefa fácil. Antes de mais nada, Reich e seu colega Svante Pääbo, do Instituto Max Planck (Alemanha), tiveram que separar o DNA antigo de uma imensa quantidade de DNA de outros organismos.

Quando o DNA foi extraído, a maior parte dele pertencia a micróbios que estavam no solo quando o fóssil foi encontrado. Da pequena fração de DNA humano encontrado, a maior parte havia sido introduzida por pessoas que manipularam o osso depois de sua descoberta em 2002. Os pesquisadores então restringiram sua análise aos trechos de DNA cujas moléculas tinham um tipo de deterioração característica de materiais com dezenas de milhares de anos.

Assim que o DNA contaminado foi descartado, os cientistas puderam comparar o genoma do fóssil a dados genéticos de outros grupos. Por meio de uma série de análises estatísticas, eles chegaram a uma conclusão surpreendente. "A amostra é relacionada aos Neanderthais com uma proximidade maior que a de qualquer outro humano moderno que já estudamos. Estmiamos que de 6% a 9% do genoma desse indivíduo veio do homem de Neanderthal. É uma proporção sem precedentes. Os europeus e asiáticos de hoje têm cerca de 2%", afirmou Reich.

Os pesquisadores encontraram segmentos de DNA Neanderthal intacto no fóssil em uma quantidade grande o suficiente para indicar que o indivíduo teve um ancestral Neanderthal que viveu no máximo seis gerações antes dele. Para Reich, isso demonstra que os humanos modernos se misturaram ao homem de Neanderthal depois de terem chegado à Europa. "É algo incrivelmente inesperado. Nos últimos anos, documentamos hibridizações entre humanos modernos e Neanderthais, mas nunca tivemos a sorte de encontrar alguém tão próximo a esse evento", afirmou Reich.

Sem relação com europeus. Embora tenha sido encontrado na Romênia, o indivíduo a quem pertenceu a mandíbula não foi um dos responsáveis pela herança Neanderthal dos humanos atuais. Reich não encontrou nenhuma evidência de que ele tenha relação próxima com os Europeus mais tardios. "Esta amostra, embora tenha sido encontrada na Romênia, não parece ter relação com os europeus atuais. É a evidência de uma ocupação inicial de humanos modernos na Europa que não deixou descendentes. Esse indivíduo pode ter pertencido a um grupo pioneiro de humanos modernos que foram para a Europa, mas que mais tarde foi substituído por outros grupos", afirmou o cientista.

Depois de analisar o DNA de uma mandíbula de 40 mil anos encontrada na Romênia em 2002, cientistas constataram que ela pertencia a um humano moderno cujos ancestrais recentes eram Neanderthais. O fóssil, de um dos mais antigos humanos já encontrados na Europa, tinha de 6% a 9% de seu código genético derivado de um Neanderthal - uma proporção maior que a de qualquer outro genoma humano sequenciado até agora. Para os autores do estudo, publicado nesta segunda-feira, 22, na revista Nature, essa proporção indica que o indivíduo era separado de seu ancestral Neanderthal por um intervalo de apenas quatro a seis gerações. Segundo os cientistas, o estudo é a primeira prova genética de uma hibridização entre as duas espécies em território europeu. 

O homem de Neanderthal foi extinto na Europa há cerca de 35 mil anos, mais ou menos na mesma época em que os primeiros humanos modernos estavam se espalhando pelo continente. Até agora, os cientistas acreditavam que os primeiro humanos, vindos da África, haviam se misturado ao homem de Neanderthal no Oriente Médio há cerca de 50 mil ou 60 mil anos, antes de se espalharem pela Europa, pela Ásia e pelo resto do planeta. A nova descoberta, no entanto, indica que as duas espécies viveram juntas na Europa por até 5 mil anos.

DNA da mandíbula de um humano moderno de 40 mil anos revela que ele tinha ancestral Neanderthal com diferença de apenas quatro a seis gerações Foto: Evolutionary Anthropology/ Pääbo

"Nós sabemos que há mais de 45 mil anos atrás, os únicos humanos que viviam na Europa eram os Neanderthais. De 35 mil anos para cá, só havia humanos modernos. Trata-se de uma transição dramática. Há evidências arqueológicas de que os humanos modernos interagiram com o homem de Neanderthal na época em que ambos viviam na Europa.

atores como modificações nas tecnologias de ferramentas, rituais de sepultamento e decoraçaõ corporal são testemunhas de uma troca cultural entre os dois grupos. Mas há muito poucos esqueletos desse período", disse um dos autores do estudo, David Reich da Escola de Medicina de Harvard.

De acordo com Reich, as datações de radiocarbono revelaram que a mandíbula pertenceu a um indivíduo que viveu de 37 mil a 42 mil anos atrás. Segundo ele, a mandíbula foi encontrada junto a um crÂnio de outro indivíduo em uma caverna romena. Como não havia nenhum artefato na área, os antropólogos não tinham indícios culturais sobre os indivíduos. As características físicas da mandíbula eram predominantemente as de um humano moderno, mas alguns traços do homem de Neanderthal também eram aparentes. Os antropólogos então suspeitaram que o osso pertencia a um descendente de ambos os grupos.

A análise, no entanto, não foi uma tarefa fácil. Antes de mais nada, Reich e seu colega Svante Pääbo, do Instituto Max Planck (Alemanha), tiveram que separar o DNA antigo de uma imensa quantidade de DNA de outros organismos.

Quando o DNA foi extraído, a maior parte dele pertencia a micróbios que estavam no solo quando o fóssil foi encontrado. Da pequena fração de DNA humano encontrado, a maior parte havia sido introduzida por pessoas que manipularam o osso depois de sua descoberta em 2002. Os pesquisadores então restringiram sua análise aos trechos de DNA cujas moléculas tinham um tipo de deterioração característica de materiais com dezenas de milhares de anos.

Assim que o DNA contaminado foi descartado, os cientistas puderam comparar o genoma do fóssil a dados genéticos de outros grupos. Por meio de uma série de análises estatísticas, eles chegaram a uma conclusão surpreendente. "A amostra é relacionada aos Neanderthais com uma proximidade maior que a de qualquer outro humano moderno que já estudamos. Estmiamos que de 6% a 9% do genoma desse indivíduo veio do homem de Neanderthal. É uma proporção sem precedentes. Os europeus e asiáticos de hoje têm cerca de 2%", afirmou Reich.

Os pesquisadores encontraram segmentos de DNA Neanderthal intacto no fóssil em uma quantidade grande o suficiente para indicar que o indivíduo teve um ancestral Neanderthal que viveu no máximo seis gerações antes dele. Para Reich, isso demonstra que os humanos modernos se misturaram ao homem de Neanderthal depois de terem chegado à Europa. "É algo incrivelmente inesperado. Nos últimos anos, documentamos hibridizações entre humanos modernos e Neanderthais, mas nunca tivemos a sorte de encontrar alguém tão próximo a esse evento", afirmou Reich.

Sem relação com europeus. Embora tenha sido encontrado na Romênia, o indivíduo a quem pertenceu a mandíbula não foi um dos responsáveis pela herança Neanderthal dos humanos atuais. Reich não encontrou nenhuma evidência de que ele tenha relação próxima com os Europeus mais tardios. "Esta amostra, embora tenha sido encontrada na Romênia, não parece ter relação com os europeus atuais. É a evidência de uma ocupação inicial de humanos modernos na Europa que não deixou descendentes. Esse indivíduo pode ter pertencido a um grupo pioneiro de humanos modernos que foram para a Europa, mas que mais tarde foi substituído por outros grupos", afirmou o cientista.

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