Nasa descobre evidências de primeiro planeta em galáxia fora da Via Láctea


‘Exoplaneta’ teria aproximadamente o tamanho de Saturno e, caso seja confirmado, estaria pelo menos 28 milhões de anos-luz distante da Terra

Por João Ker

A Nasa divulgou nesta segunda-feira, 25, o que classificou como a primeira evidência de um "candidato a planeta" em outra galáxia que não a Via Láctea, onde está a Terra. O "exoplaneta" teria o tamanho aproximado de Saturno e orbita um astro fora do nosso Sistema Solar, na galáxia Messier 51 (M51), conhecida como Galáxia do Rodamoinho, por causa do seu formato. 

A agência define como "exoplaneta" qualquer um que esteja fora do nosso Sistema Solar, mas é a primeira vez que um desses exemplos é visto em outra galáxia que não a Via Láctea. A maioria das descobertas até agora estavam a cerca de 3 mil anos-luz da Terra - já o planeta descoberto nesta segunda estaria pelo menos 28 milhões de anos-luz distante. 

A imagem do novo exoplaneta foi analisada pelo Observatório de Raio-X Chandra, lançado pela NASA em 1999. "Estamos tentando abrir um campo completamente novo para a descoberta de outros mundos com a busca por candidatos a planeta através dos comprimentos de ondas de raio-x, uma estratégia que possibilita descobri-los em outras galáxias", explicou Rosanne Di Stefano, do Centro de Astrofísica de Harvard. 

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Imagem coposta daM51 feita com raios-x do Observatório de Chandra e luz óptica do telescópio Hubble contém uma caixa que marca a localização do possível candidato a planeta na outra galáxia Foto: Raio-x: NASA/CXC/SAO/R. DiStefano; Óptica: NASA/ESA/STScI/Grendler

O resultado foi possível graças ao acompanhamento do "trânsito" de um planeta, quando sua passagem em frente a uma estrela bloqueia parte da luz do astro e causa uma inclinação característica. A técnica utilizada pela equipe de Rosanne se baseia nas inclinações de brilho e superaquecimento vistas nos raios-x. 

O novo candidato a planeta foi encontrado em um sistema binário da galáxia M51, onde uma estrela de nêutron ou buraco negro orbita um astro que tem 20 vezes a massa do nosso Sol. Com base no tempo que o "exoplaneta" levou para "transitar" por esse astro, os astrônomos estimam que ele tenha aproximadamente o tamanho de Saturno, o segundo maior planeta do nosso Sistema Solar.

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"É um grande avanço, por ter sido uma ideia muito original e uma técnica inovadora, principalmente se pensarmos que ele está a milhões de anos-luz. Não é inesperado encontrar planetas em outras galáxias - acreditamos que a maioria das estrelas deve ter planetas orbitando. Mas é como ver um mosquito passando na frente de uma lanterna", explica Thiago Gonçalves, astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Até então, estávamos muito presos a encontrar planetas dentro da nossa própria galáxia. Isso abre as portas dos estudos para encontrarmos a formação de novos planetas em outras que não a nossa."

Gonçalves aponta também que, apesar da descoberta de um novo método promissor, não há nenhuma "perspectiva" de explorar planetas de outras galáxias, que estão a milhões de anos-luz da Terra. "É mais entender como ele se formou, as nossas origens, como eles crescem, melhor conseguiremos entender o nosso próprio planeta e do nosso próprio sistema solar."

Ainda assim, ele acredita que é possível investir mais em análises com dados já existentes ou até coletar amostras inéditas que indiquem a existência de planetas desconhecidos nesta ou em outras galáxias.  "Imagino que a área vá crescer bastante com novos cientistas usando essa técnica."

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A descoberta foi publicada na Nature Astronomy, mas ainda precisa de mais dados para que seja definitiva. O problema é que, devido ao seu tamanho, o novo candidato a planeta só deve transitar pela órbita do astro novamente daqui a 70 anos. 

"Infelizmente, para confirmar que estamos olhando para um planeta teríamos que provavelmente esperar décadas para vermos outro trânsito", explicou Nia Imara, da Universidade da Califórnia. "E por causa das incertezas sobre quanto tempo ele leva para orbitar, nós não saberíamos exatamente quando olhar."

"Sabemos que estamos fazendo uma alegação emocionante e ousada, então esperamos que os outros astrônomos olhem para isso com muita cautela", completou Julia Berndtsson, da Universidade de Princeton e coautora do estudo. "Achamos que temos um argumento forte e esse processo é como a ciência funciona."

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De acordo com a Nasa, se o objeto observado na outra galáxia for realmente um exoplaneta, tudo indica que ele teve uma "história tumultuada" e um "passado violento". Isso porque ele teria sobrevivido a uma explosão de supernova que criou a estrela de nêutron ou o buraco negro com que divide o sistema binário. Seu futuro, frisou a agência, também pode ser complicado, uma vez que o "astro companheiro" pode explodir a qualquer momento e atacar novamente o planeta com níveis extremamente altos de radiação. 

A Nasa divulgou nesta segunda-feira, 25, o que classificou como a primeira evidência de um "candidato a planeta" em outra galáxia que não a Via Láctea, onde está a Terra. O "exoplaneta" teria o tamanho aproximado de Saturno e orbita um astro fora do nosso Sistema Solar, na galáxia Messier 51 (M51), conhecida como Galáxia do Rodamoinho, por causa do seu formato. 

A agência define como "exoplaneta" qualquer um que esteja fora do nosso Sistema Solar, mas é a primeira vez que um desses exemplos é visto em outra galáxia que não a Via Láctea. A maioria das descobertas até agora estavam a cerca de 3 mil anos-luz da Terra - já o planeta descoberto nesta segunda estaria pelo menos 28 milhões de anos-luz distante. 

A imagem do novo exoplaneta foi analisada pelo Observatório de Raio-X Chandra, lançado pela NASA em 1999. "Estamos tentando abrir um campo completamente novo para a descoberta de outros mundos com a busca por candidatos a planeta através dos comprimentos de ondas de raio-x, uma estratégia que possibilita descobri-los em outras galáxias", explicou Rosanne Di Stefano, do Centro de Astrofísica de Harvard. 

Imagem coposta daM51 feita com raios-x do Observatório de Chandra e luz óptica do telescópio Hubble contém uma caixa que marca a localização do possível candidato a planeta na outra galáxia Foto: Raio-x: NASA/CXC/SAO/R. DiStefano; Óptica: NASA/ESA/STScI/Grendler

O resultado foi possível graças ao acompanhamento do "trânsito" de um planeta, quando sua passagem em frente a uma estrela bloqueia parte da luz do astro e causa uma inclinação característica. A técnica utilizada pela equipe de Rosanne se baseia nas inclinações de brilho e superaquecimento vistas nos raios-x. 

O novo candidato a planeta foi encontrado em um sistema binário da galáxia M51, onde uma estrela de nêutron ou buraco negro orbita um astro que tem 20 vezes a massa do nosso Sol. Com base no tempo que o "exoplaneta" levou para "transitar" por esse astro, os astrônomos estimam que ele tenha aproximadamente o tamanho de Saturno, o segundo maior planeta do nosso Sistema Solar.

"É um grande avanço, por ter sido uma ideia muito original e uma técnica inovadora, principalmente se pensarmos que ele está a milhões de anos-luz. Não é inesperado encontrar planetas em outras galáxias - acreditamos que a maioria das estrelas deve ter planetas orbitando. Mas é como ver um mosquito passando na frente de uma lanterna", explica Thiago Gonçalves, astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Até então, estávamos muito presos a encontrar planetas dentro da nossa própria galáxia. Isso abre as portas dos estudos para encontrarmos a formação de novos planetas em outras que não a nossa."

Gonçalves aponta também que, apesar da descoberta de um novo método promissor, não há nenhuma "perspectiva" de explorar planetas de outras galáxias, que estão a milhões de anos-luz da Terra. "É mais entender como ele se formou, as nossas origens, como eles crescem, melhor conseguiremos entender o nosso próprio planeta e do nosso próprio sistema solar."

Ainda assim, ele acredita que é possível investir mais em análises com dados já existentes ou até coletar amostras inéditas que indiquem a existência de planetas desconhecidos nesta ou em outras galáxias.  "Imagino que a área vá crescer bastante com novos cientistas usando essa técnica."

A descoberta foi publicada na Nature Astronomy, mas ainda precisa de mais dados para que seja definitiva. O problema é que, devido ao seu tamanho, o novo candidato a planeta só deve transitar pela órbita do astro novamente daqui a 70 anos. 

"Infelizmente, para confirmar que estamos olhando para um planeta teríamos que provavelmente esperar décadas para vermos outro trânsito", explicou Nia Imara, da Universidade da Califórnia. "E por causa das incertezas sobre quanto tempo ele leva para orbitar, nós não saberíamos exatamente quando olhar."

"Sabemos que estamos fazendo uma alegação emocionante e ousada, então esperamos que os outros astrônomos olhem para isso com muita cautela", completou Julia Berndtsson, da Universidade de Princeton e coautora do estudo. "Achamos que temos um argumento forte e esse processo é como a ciência funciona."

De acordo com a Nasa, se o objeto observado na outra galáxia for realmente um exoplaneta, tudo indica que ele teve uma "história tumultuada" e um "passado violento". Isso porque ele teria sobrevivido a uma explosão de supernova que criou a estrela de nêutron ou o buraco negro com que divide o sistema binário. Seu futuro, frisou a agência, também pode ser complicado, uma vez que o "astro companheiro" pode explodir a qualquer momento e atacar novamente o planeta com níveis extremamente altos de radiação. 

A Nasa divulgou nesta segunda-feira, 25, o que classificou como a primeira evidência de um "candidato a planeta" em outra galáxia que não a Via Láctea, onde está a Terra. O "exoplaneta" teria o tamanho aproximado de Saturno e orbita um astro fora do nosso Sistema Solar, na galáxia Messier 51 (M51), conhecida como Galáxia do Rodamoinho, por causa do seu formato. 

A agência define como "exoplaneta" qualquer um que esteja fora do nosso Sistema Solar, mas é a primeira vez que um desses exemplos é visto em outra galáxia que não a Via Láctea. A maioria das descobertas até agora estavam a cerca de 3 mil anos-luz da Terra - já o planeta descoberto nesta segunda estaria pelo menos 28 milhões de anos-luz distante. 

A imagem do novo exoplaneta foi analisada pelo Observatório de Raio-X Chandra, lançado pela NASA em 1999. "Estamos tentando abrir um campo completamente novo para a descoberta de outros mundos com a busca por candidatos a planeta através dos comprimentos de ondas de raio-x, uma estratégia que possibilita descobri-los em outras galáxias", explicou Rosanne Di Stefano, do Centro de Astrofísica de Harvard. 

Imagem coposta daM51 feita com raios-x do Observatório de Chandra e luz óptica do telescópio Hubble contém uma caixa que marca a localização do possível candidato a planeta na outra galáxia Foto: Raio-x: NASA/CXC/SAO/R. DiStefano; Óptica: NASA/ESA/STScI/Grendler

O resultado foi possível graças ao acompanhamento do "trânsito" de um planeta, quando sua passagem em frente a uma estrela bloqueia parte da luz do astro e causa uma inclinação característica. A técnica utilizada pela equipe de Rosanne se baseia nas inclinações de brilho e superaquecimento vistas nos raios-x. 

O novo candidato a planeta foi encontrado em um sistema binário da galáxia M51, onde uma estrela de nêutron ou buraco negro orbita um astro que tem 20 vezes a massa do nosso Sol. Com base no tempo que o "exoplaneta" levou para "transitar" por esse astro, os astrônomos estimam que ele tenha aproximadamente o tamanho de Saturno, o segundo maior planeta do nosso Sistema Solar.

"É um grande avanço, por ter sido uma ideia muito original e uma técnica inovadora, principalmente se pensarmos que ele está a milhões de anos-luz. Não é inesperado encontrar planetas em outras galáxias - acreditamos que a maioria das estrelas deve ter planetas orbitando. Mas é como ver um mosquito passando na frente de uma lanterna", explica Thiago Gonçalves, astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Até então, estávamos muito presos a encontrar planetas dentro da nossa própria galáxia. Isso abre as portas dos estudos para encontrarmos a formação de novos planetas em outras que não a nossa."

Gonçalves aponta também que, apesar da descoberta de um novo método promissor, não há nenhuma "perspectiva" de explorar planetas de outras galáxias, que estão a milhões de anos-luz da Terra. "É mais entender como ele se formou, as nossas origens, como eles crescem, melhor conseguiremos entender o nosso próprio planeta e do nosso próprio sistema solar."

Ainda assim, ele acredita que é possível investir mais em análises com dados já existentes ou até coletar amostras inéditas que indiquem a existência de planetas desconhecidos nesta ou em outras galáxias.  "Imagino que a área vá crescer bastante com novos cientistas usando essa técnica."

A descoberta foi publicada na Nature Astronomy, mas ainda precisa de mais dados para que seja definitiva. O problema é que, devido ao seu tamanho, o novo candidato a planeta só deve transitar pela órbita do astro novamente daqui a 70 anos. 

"Infelizmente, para confirmar que estamos olhando para um planeta teríamos que provavelmente esperar décadas para vermos outro trânsito", explicou Nia Imara, da Universidade da Califórnia. "E por causa das incertezas sobre quanto tempo ele leva para orbitar, nós não saberíamos exatamente quando olhar."

"Sabemos que estamos fazendo uma alegação emocionante e ousada, então esperamos que os outros astrônomos olhem para isso com muita cautela", completou Julia Berndtsson, da Universidade de Princeton e coautora do estudo. "Achamos que temos um argumento forte e esse processo é como a ciência funciona."

De acordo com a Nasa, se o objeto observado na outra galáxia for realmente um exoplaneta, tudo indica que ele teve uma "história tumultuada" e um "passado violento". Isso porque ele teria sobrevivido a uma explosão de supernova que criou a estrela de nêutron ou o buraco negro com que divide o sistema binário. Seu futuro, frisou a agência, também pode ser complicado, uma vez que o "astro companheiro" pode explodir a qualquer momento e atacar novamente o planeta com níveis extremamente altos de radiação. 

A Nasa divulgou nesta segunda-feira, 25, o que classificou como a primeira evidência de um "candidato a planeta" em outra galáxia que não a Via Láctea, onde está a Terra. O "exoplaneta" teria o tamanho aproximado de Saturno e orbita um astro fora do nosso Sistema Solar, na galáxia Messier 51 (M51), conhecida como Galáxia do Rodamoinho, por causa do seu formato. 

A agência define como "exoplaneta" qualquer um que esteja fora do nosso Sistema Solar, mas é a primeira vez que um desses exemplos é visto em outra galáxia que não a Via Láctea. A maioria das descobertas até agora estavam a cerca de 3 mil anos-luz da Terra - já o planeta descoberto nesta segunda estaria pelo menos 28 milhões de anos-luz distante. 

A imagem do novo exoplaneta foi analisada pelo Observatório de Raio-X Chandra, lançado pela NASA em 1999. "Estamos tentando abrir um campo completamente novo para a descoberta de outros mundos com a busca por candidatos a planeta através dos comprimentos de ondas de raio-x, uma estratégia que possibilita descobri-los em outras galáxias", explicou Rosanne Di Stefano, do Centro de Astrofísica de Harvard. 

Imagem coposta daM51 feita com raios-x do Observatório de Chandra e luz óptica do telescópio Hubble contém uma caixa que marca a localização do possível candidato a planeta na outra galáxia Foto: Raio-x: NASA/CXC/SAO/R. DiStefano; Óptica: NASA/ESA/STScI/Grendler

O resultado foi possível graças ao acompanhamento do "trânsito" de um planeta, quando sua passagem em frente a uma estrela bloqueia parte da luz do astro e causa uma inclinação característica. A técnica utilizada pela equipe de Rosanne se baseia nas inclinações de brilho e superaquecimento vistas nos raios-x. 

O novo candidato a planeta foi encontrado em um sistema binário da galáxia M51, onde uma estrela de nêutron ou buraco negro orbita um astro que tem 20 vezes a massa do nosso Sol. Com base no tempo que o "exoplaneta" levou para "transitar" por esse astro, os astrônomos estimam que ele tenha aproximadamente o tamanho de Saturno, o segundo maior planeta do nosso Sistema Solar.

"É um grande avanço, por ter sido uma ideia muito original e uma técnica inovadora, principalmente se pensarmos que ele está a milhões de anos-luz. Não é inesperado encontrar planetas em outras galáxias - acreditamos que a maioria das estrelas deve ter planetas orbitando. Mas é como ver um mosquito passando na frente de uma lanterna", explica Thiago Gonçalves, astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Até então, estávamos muito presos a encontrar planetas dentro da nossa própria galáxia. Isso abre as portas dos estudos para encontrarmos a formação de novos planetas em outras que não a nossa."

Gonçalves aponta também que, apesar da descoberta de um novo método promissor, não há nenhuma "perspectiva" de explorar planetas de outras galáxias, que estão a milhões de anos-luz da Terra. "É mais entender como ele se formou, as nossas origens, como eles crescem, melhor conseguiremos entender o nosso próprio planeta e do nosso próprio sistema solar."

Ainda assim, ele acredita que é possível investir mais em análises com dados já existentes ou até coletar amostras inéditas que indiquem a existência de planetas desconhecidos nesta ou em outras galáxias.  "Imagino que a área vá crescer bastante com novos cientistas usando essa técnica."

A descoberta foi publicada na Nature Astronomy, mas ainda precisa de mais dados para que seja definitiva. O problema é que, devido ao seu tamanho, o novo candidato a planeta só deve transitar pela órbita do astro novamente daqui a 70 anos. 

"Infelizmente, para confirmar que estamos olhando para um planeta teríamos que provavelmente esperar décadas para vermos outro trânsito", explicou Nia Imara, da Universidade da Califórnia. "E por causa das incertezas sobre quanto tempo ele leva para orbitar, nós não saberíamos exatamente quando olhar."

"Sabemos que estamos fazendo uma alegação emocionante e ousada, então esperamos que os outros astrônomos olhem para isso com muita cautela", completou Julia Berndtsson, da Universidade de Princeton e coautora do estudo. "Achamos que temos um argumento forte e esse processo é como a ciência funciona."

De acordo com a Nasa, se o objeto observado na outra galáxia for realmente um exoplaneta, tudo indica que ele teve uma "história tumultuada" e um "passado violento". Isso porque ele teria sobrevivido a uma explosão de supernova que criou a estrela de nêutron ou o buraco negro com que divide o sistema binário. Seu futuro, frisou a agência, também pode ser complicado, uma vez que o "astro companheiro" pode explodir a qualquer momento e atacar novamente o planeta com níveis extremamente altos de radiação. 

A Nasa divulgou nesta segunda-feira, 25, o que classificou como a primeira evidência de um "candidato a planeta" em outra galáxia que não a Via Láctea, onde está a Terra. O "exoplaneta" teria o tamanho aproximado de Saturno e orbita um astro fora do nosso Sistema Solar, na galáxia Messier 51 (M51), conhecida como Galáxia do Rodamoinho, por causa do seu formato. 

A agência define como "exoplaneta" qualquer um que esteja fora do nosso Sistema Solar, mas é a primeira vez que um desses exemplos é visto em outra galáxia que não a Via Láctea. A maioria das descobertas até agora estavam a cerca de 3 mil anos-luz da Terra - já o planeta descoberto nesta segunda estaria pelo menos 28 milhões de anos-luz distante. 

A imagem do novo exoplaneta foi analisada pelo Observatório de Raio-X Chandra, lançado pela NASA em 1999. "Estamos tentando abrir um campo completamente novo para a descoberta de outros mundos com a busca por candidatos a planeta através dos comprimentos de ondas de raio-x, uma estratégia que possibilita descobri-los em outras galáxias", explicou Rosanne Di Stefano, do Centro de Astrofísica de Harvard. 

Imagem coposta daM51 feita com raios-x do Observatório de Chandra e luz óptica do telescópio Hubble contém uma caixa que marca a localização do possível candidato a planeta na outra galáxia Foto: Raio-x: NASA/CXC/SAO/R. DiStefano; Óptica: NASA/ESA/STScI/Grendler

O resultado foi possível graças ao acompanhamento do "trânsito" de um planeta, quando sua passagem em frente a uma estrela bloqueia parte da luz do astro e causa uma inclinação característica. A técnica utilizada pela equipe de Rosanne se baseia nas inclinações de brilho e superaquecimento vistas nos raios-x. 

O novo candidato a planeta foi encontrado em um sistema binário da galáxia M51, onde uma estrela de nêutron ou buraco negro orbita um astro que tem 20 vezes a massa do nosso Sol. Com base no tempo que o "exoplaneta" levou para "transitar" por esse astro, os astrônomos estimam que ele tenha aproximadamente o tamanho de Saturno, o segundo maior planeta do nosso Sistema Solar.

"É um grande avanço, por ter sido uma ideia muito original e uma técnica inovadora, principalmente se pensarmos que ele está a milhões de anos-luz. Não é inesperado encontrar planetas em outras galáxias - acreditamos que a maioria das estrelas deve ter planetas orbitando. Mas é como ver um mosquito passando na frente de uma lanterna", explica Thiago Gonçalves, astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Até então, estávamos muito presos a encontrar planetas dentro da nossa própria galáxia. Isso abre as portas dos estudos para encontrarmos a formação de novos planetas em outras que não a nossa."

Gonçalves aponta também que, apesar da descoberta de um novo método promissor, não há nenhuma "perspectiva" de explorar planetas de outras galáxias, que estão a milhões de anos-luz da Terra. "É mais entender como ele se formou, as nossas origens, como eles crescem, melhor conseguiremos entender o nosso próprio planeta e do nosso próprio sistema solar."

Ainda assim, ele acredita que é possível investir mais em análises com dados já existentes ou até coletar amostras inéditas que indiquem a existência de planetas desconhecidos nesta ou em outras galáxias.  "Imagino que a área vá crescer bastante com novos cientistas usando essa técnica."

A descoberta foi publicada na Nature Astronomy, mas ainda precisa de mais dados para que seja definitiva. O problema é que, devido ao seu tamanho, o novo candidato a planeta só deve transitar pela órbita do astro novamente daqui a 70 anos. 

"Infelizmente, para confirmar que estamos olhando para um planeta teríamos que provavelmente esperar décadas para vermos outro trânsito", explicou Nia Imara, da Universidade da Califórnia. "E por causa das incertezas sobre quanto tempo ele leva para orbitar, nós não saberíamos exatamente quando olhar."

"Sabemos que estamos fazendo uma alegação emocionante e ousada, então esperamos que os outros astrônomos olhem para isso com muita cautela", completou Julia Berndtsson, da Universidade de Princeton e coautora do estudo. "Achamos que temos um argumento forte e esse processo é como a ciência funciona."

De acordo com a Nasa, se o objeto observado na outra galáxia for realmente um exoplaneta, tudo indica que ele teve uma "história tumultuada" e um "passado violento". Isso porque ele teria sobrevivido a uma explosão de supernova que criou a estrela de nêutron ou o buraco negro com que divide o sistema binário. Seu futuro, frisou a agência, também pode ser complicado, uma vez que o "astro companheiro" pode explodir a qualquer momento e atacar novamente o planeta com níveis extremamente altos de radiação. 

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