Uma nova simulação de um supercomputador da Nasa, a agência espacial americana, em parceria com a Universidade de Durham, da Inglaterra, dá luz à possível origem da Lua e seu processo de evolução. Segundo o vídeo, divulgado nesta semana, o astro teria se formado poucas horas após a Terra e um corpo celeste do tamanho de Marte se colidirem, liberando o material que constituiu a Lua. Trata-se de uma das simulações mais detalhadas e com melhor resolução já feitas para estudos sobre a origem da Lua.
A simulação começa com a colisão entre um corpo chamado Theia e a Terra. Os destroços gerados pelo impacto formam dois corpos menores de tamanhos diferentes e, então, a gravidade do corpo maior impulsiona o corpo menor – a Lua – para frente, o lançando em uma órbita ampla e estável em torno da Terra. Isso teria acontecido há bilhões de anos atrás, no período em que o Sistema Solar ainda estava se formando. O vídeo está disponível no canal do YouTube da Nasa.
Apesar de a teoria sobre o choque entre a Terra e outro corpo ter dado origem à Lua não ser novidade, a maioria das suposições anteriores diziam que o astro teria se formado ao longo de meses ou anos. Já nesta nova simulação, esse processo pode ter ocorrido em questão de horas.
“Isso abre toda uma nova gama de possíveis pontos de partida para a evolução da Lua”, afirmou Jacob Kegerreis, pesquisador de pós-doutorado no Centro de Pesquisa Ames da Nasa e principal autor do artigo sobre esses resultados, publicado no The Astrophysical Journal Letters.
Além disso, a nova simulação mostrou que a Lua pode não ser o único corpo formado pela colisão entre a Terra e a Theia, o que é inédito. “Entramos neste projeto sem saber exatamente quais seriam os resultados dessas simulações de alta resolução. Portanto, além de ficarmos surpresos ao descobrir que as resoluções padrão podem estar enganadas, foi ainda mais empolgante ver que os novos resultados apontam para a inclusão de um satélite possivelmente parecido com a Lua em órbita”, disse Kegerreis.
Os novos resultados só foram possíveis com o avanço tecnológico dos supercomputadores que fazem esse tipo de simulação. Segundo nota emitida pela Nasa, esse poder computacional extra mostrou que simulações de baixa resolução podem perder aspectos importantes desses tipos de colisões. Agora, os pesquisadores poderão encontrar novos comportamentos e chegar mais perto de entender a origem real dos acontecimentos.