O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou alerta de “grande perigo” para uma onda de calor em boa parte de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e o noroeste gaúcho. Segundo o órgão, há “risco à saúde”, com temperatura 5ºC acima da média.
Dos 5.570 municípios do País, quase um quinto (1.066) poderão ser atingidos pelo aumento de temperatura até sábado, 16, de acordo com o Inmet.
As temperaturas sobem na medida em que a massa de ar seco avança por essas regiões. O movimento reduz a umidade do ar e as condições para chuva, com temperaturas máximas perto de 40ºC.
Segundo Helena Turon Balbino, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o calorão é causado por uma alta pressão atmosférica, que faz com que o ar desça para a superfície. Essa escassez de umidade atrapalha o surgimento das nuvens e deixa o tempo mais seco.
Com o céu aberto, a radiação atinge com maior intensidade a superfície da Terra. Somado a isso, há mais moléculas perto da superfície, o que eleva a pressão e faz com que o ar se comprima. O resultado é a alta das temperaturas.
Leia Também:
Além disso, a pressão faz com que as frentes frias do mar não consigam avançar pelo interior do Brasil e se restrinjam às áreas litorâneas. O epicentro da onda de calor, a última do verão está no Paraguai, que não conta com o alívio das temperaturas mais amenas trazidas pela influência marítima.
O país vizinho, assim como o norte da Argentina, tem registrado recordes de temperatura, incêndios e blecautes. Nos últimos meses, a América do Sul tem sido castigada pelo El Niño, cujos efeitos começam a se enfraquecer, mas duram até o meio do ano.
No segundo semestre, deve ter início o fenômeno climático La Niña, caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico e pela queda nas temperaturas globais. No Brasil, costuma causar fortes chuvas no Norte e no Nordeste, além de elevação das temperaturas e seca no Sul.
Fim de semana quente em São Paulo
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura, o final de semana também será de forte calor e umidade baixa. O sábado deve registrar madrugada com termômetros na casa dos 22°C e nas horas mais quentes do dia, a temperatura máxima pode alcançar 35°C
As taxas mínimas de umidade devem ficar em torno dos 30%, com apresenta risco à saúde, sobretudo de populações mais vulneráveis, como idosos.
O interior de São Paulo deve enfrentar o calor mais intenso com repetidas tardes de máximas entre 35ºC e 38ºC.
Rio e Minas Gerais vão sofrer com altas temperaturas
No Rio de Janeiro, entre 15 e 20 de março, as máximas serão de 36º a 39ºC. Em alguns dias, entretanto, os termômetros podem marcar 40ºC. A temperatura cai só a partir do dia 21, com a chegada de pancadas de chuva.
O período também marca a chegada das chuvas e alívio do calor em Belo Horizonte. Mas, por enquanto, as máximas da tarde devem ficar entre 32ºC e 35ºC na cidade. Segundo a MetSul, o valor está muito acima da média máxima da capital para março, que fica em 28,4ºC.
Proximidade com epicentro da onda de calor faz MS ferver
O Mato Grosso do Sul terá tardes com máximas entre 37ºC e 40ºC na maioria das cidades. A MetSul prevê que alguns pontos ultrapassem os 40ºC, principalmente, em áreas perto da fronteira com o Paraguai, epicentro da bolha de calor.
A região pantaneira do Mato Grosso do Sul e o sul de Goiás também serão impactados pelo calor intenso. Segundo a empresa Climatempo, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal terão dias com períodos de calor e sol e também de pancadas de chuva com raios, principalmente, à tarde e à noite.
Leia Também:
Tempo seco no Sul
A Climatempo afirma que um clima tempo e seco predomina sobre o Sul do País. A umidade relativa do ar fica abaixo do recomendado para o conforto humano em boa parte da região. Entretanto, o Rio Grande do Sul receberá precipitações como resultado da frente fria no extremo sul do Estado
Conforme previsão da MetSul, Santa Catarina terá marcas perto de 40ºC nas regiões do oeste, sul e nordeste. Mas o fim de semana promete pancadas de chuva que vão dificultar o aumento de temperatura. No Paraná, o calor também aumenta com máximas perto de 40ºC no oeste, noroeste e norte. / COM AGÊNCIA BRASIL