Peste negra gerou adaptações no sistema imunológico humano que duram até hoje; entenda o estudo


Genes que ajudaram nossos ancestrais a sobreviver à peste medieval podem estar relacionados a doenças autoimunes como artrite reumatoide e lúpus, dizem cientistas

Por Laura Ungar
Atualização:

Nossos ancestrais da época medieval nos deixaram um legado biológico: genes que podem tê-los ajudado a sobreviver à peste negra nos tornam mais suscetíveis a certas doenças hoje em dia. Esse é um excelente exemplo de como os agentes infecciosos nos moldam ao longo do tempo, dizem os cientistas em um novo estudo publicado na revista Nature.

“Nosso genoma de hoje é um reflexo de toda a nossa história evolutiva” à medida que nos adaptamos a diferentes agentes patológicos, disse Luis Barreiro, principal autor da pesquisa. Alguns desses agentes, como aqueles por trás da peste bubônica, tiveram um grande impacto em nosso sistema imunológico.

A peste negra no século 14 foi o acontecimento mais mortal de que se tem conhecimento na história, espalhando-se por toda a Europa, Oriente Médio e norte da África e exterminando de 30% a 50% da população.

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Barreiro e seus colegas da Universidade de Chicago, da Universidade McMaster em Ontário e do Instituto Pasteur em Paris examinaram amostras de DNA dos ossos de mais de 200 pessoas de Londres e da Dinamarca que morreram ao longo de cerca de 100 anos que se estenderam entre antes, durante e depois que a peste negra varreu aquela região.

Escavação em cova coletiva para vítimas da Peste Negra em Londres, utilizada em 1348 e 1349 Foto: AP

Eles identificaram quatro genes que, dependendo da variante, protegem ou aumentam a suscetibilidade à bactéria causadora da peste bubônica, que é principalmente transmitida pela picada de uma pulga infectada. Eles descobriram que o que ajudou as pessoas nos tempos medievais levou a problemas gerações depois – aumentando a frequência de mutações prejudiciais nos tempos modernos.

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Algumas das mesmas variantes genéticas identificadas como protetoras contra a peste estão associadas a certos distúrbios autoimunes como doença de Crohn, artrite reumatoide e lúpus. Nesses tipos de doenças, o sistema imunológico que defende o corpo contra doenças e infecções ataca os próprios tecidos saudáveis do organismo.

“Um sistema imunológico hiperativo pode ter sido ótimo no passado, mas no ambiente de hoje pode não ser tão útil”, disse Hendrik Poinar, professor de antropologia da Universidade McMaster.

Pesquisas anteriores também procuraram entender como a peste negra afetou o genoma humano. Mas Barreiro disse acreditar que o estudo deles é o primeiro a demonstrar que a doença foi importante para a evolução do sistema imunológico. Um aspecto único do trabalho, disse ele, foi se concentrar em uma janela de tempo estreita em torno do evento.

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Monica H. Green, historiadora que estudou exclusivamente a peste negra, chamou a pesquisa de “tremendamente impressionante”, por reunir uma ampla gama de especialistas. “É extremamente sofisticada” e aborda questões importantes, como a mesma versão de um gene pode proteger as pessoas de uma infecção horrível e também colocar pessoas modernas – e gerações de seus descendentes – em risco de outros distúrbios, disse Green, que não participou do estudo.

Tudo isso levanta a questão: a pandemia de covid-19 terá um grande impacto na evolução humana? Barreiro acredita que não, porque a taxa de mortalidade é muito menor e a maioria das pessoas que morreram já tinha filhos. No futuro, no entanto, ele disse que pandemias mais mortais podem continuar a nos moldar no nível mais básico. “Isso vai continuar com certeza”, disse. /AP

Nossos ancestrais da época medieval nos deixaram um legado biológico: genes que podem tê-los ajudado a sobreviver à peste negra nos tornam mais suscetíveis a certas doenças hoje em dia. Esse é um excelente exemplo de como os agentes infecciosos nos moldam ao longo do tempo, dizem os cientistas em um novo estudo publicado na revista Nature.

“Nosso genoma de hoje é um reflexo de toda a nossa história evolutiva” à medida que nos adaptamos a diferentes agentes patológicos, disse Luis Barreiro, principal autor da pesquisa. Alguns desses agentes, como aqueles por trás da peste bubônica, tiveram um grande impacto em nosso sistema imunológico.

A peste negra no século 14 foi o acontecimento mais mortal de que se tem conhecimento na história, espalhando-se por toda a Europa, Oriente Médio e norte da África e exterminando de 30% a 50% da população.

Barreiro e seus colegas da Universidade de Chicago, da Universidade McMaster em Ontário e do Instituto Pasteur em Paris examinaram amostras de DNA dos ossos de mais de 200 pessoas de Londres e da Dinamarca que morreram ao longo de cerca de 100 anos que se estenderam entre antes, durante e depois que a peste negra varreu aquela região.

Escavação em cova coletiva para vítimas da Peste Negra em Londres, utilizada em 1348 e 1349 Foto: AP

Eles identificaram quatro genes que, dependendo da variante, protegem ou aumentam a suscetibilidade à bactéria causadora da peste bubônica, que é principalmente transmitida pela picada de uma pulga infectada. Eles descobriram que o que ajudou as pessoas nos tempos medievais levou a problemas gerações depois – aumentando a frequência de mutações prejudiciais nos tempos modernos.

Algumas das mesmas variantes genéticas identificadas como protetoras contra a peste estão associadas a certos distúrbios autoimunes como doença de Crohn, artrite reumatoide e lúpus. Nesses tipos de doenças, o sistema imunológico que defende o corpo contra doenças e infecções ataca os próprios tecidos saudáveis do organismo.

“Um sistema imunológico hiperativo pode ter sido ótimo no passado, mas no ambiente de hoje pode não ser tão útil”, disse Hendrik Poinar, professor de antropologia da Universidade McMaster.

Pesquisas anteriores também procuraram entender como a peste negra afetou o genoma humano. Mas Barreiro disse acreditar que o estudo deles é o primeiro a demonstrar que a doença foi importante para a evolução do sistema imunológico. Um aspecto único do trabalho, disse ele, foi se concentrar em uma janela de tempo estreita em torno do evento.

Monica H. Green, historiadora que estudou exclusivamente a peste negra, chamou a pesquisa de “tremendamente impressionante”, por reunir uma ampla gama de especialistas. “É extremamente sofisticada” e aborda questões importantes, como a mesma versão de um gene pode proteger as pessoas de uma infecção horrível e também colocar pessoas modernas – e gerações de seus descendentes – em risco de outros distúrbios, disse Green, que não participou do estudo.

Tudo isso levanta a questão: a pandemia de covid-19 terá um grande impacto na evolução humana? Barreiro acredita que não, porque a taxa de mortalidade é muito menor e a maioria das pessoas que morreram já tinha filhos. No futuro, no entanto, ele disse que pandemias mais mortais podem continuar a nos moldar no nível mais básico. “Isso vai continuar com certeza”, disse. /AP

Nossos ancestrais da época medieval nos deixaram um legado biológico: genes que podem tê-los ajudado a sobreviver à peste negra nos tornam mais suscetíveis a certas doenças hoje em dia. Esse é um excelente exemplo de como os agentes infecciosos nos moldam ao longo do tempo, dizem os cientistas em um novo estudo publicado na revista Nature.

“Nosso genoma de hoje é um reflexo de toda a nossa história evolutiva” à medida que nos adaptamos a diferentes agentes patológicos, disse Luis Barreiro, principal autor da pesquisa. Alguns desses agentes, como aqueles por trás da peste bubônica, tiveram um grande impacto em nosso sistema imunológico.

A peste negra no século 14 foi o acontecimento mais mortal de que se tem conhecimento na história, espalhando-se por toda a Europa, Oriente Médio e norte da África e exterminando de 30% a 50% da população.

Barreiro e seus colegas da Universidade de Chicago, da Universidade McMaster em Ontário e do Instituto Pasteur em Paris examinaram amostras de DNA dos ossos de mais de 200 pessoas de Londres e da Dinamarca que morreram ao longo de cerca de 100 anos que se estenderam entre antes, durante e depois que a peste negra varreu aquela região.

Escavação em cova coletiva para vítimas da Peste Negra em Londres, utilizada em 1348 e 1349 Foto: AP

Eles identificaram quatro genes que, dependendo da variante, protegem ou aumentam a suscetibilidade à bactéria causadora da peste bubônica, que é principalmente transmitida pela picada de uma pulga infectada. Eles descobriram que o que ajudou as pessoas nos tempos medievais levou a problemas gerações depois – aumentando a frequência de mutações prejudiciais nos tempos modernos.

Algumas das mesmas variantes genéticas identificadas como protetoras contra a peste estão associadas a certos distúrbios autoimunes como doença de Crohn, artrite reumatoide e lúpus. Nesses tipos de doenças, o sistema imunológico que defende o corpo contra doenças e infecções ataca os próprios tecidos saudáveis do organismo.

“Um sistema imunológico hiperativo pode ter sido ótimo no passado, mas no ambiente de hoje pode não ser tão útil”, disse Hendrik Poinar, professor de antropologia da Universidade McMaster.

Pesquisas anteriores também procuraram entender como a peste negra afetou o genoma humano. Mas Barreiro disse acreditar que o estudo deles é o primeiro a demonstrar que a doença foi importante para a evolução do sistema imunológico. Um aspecto único do trabalho, disse ele, foi se concentrar em uma janela de tempo estreita em torno do evento.

Monica H. Green, historiadora que estudou exclusivamente a peste negra, chamou a pesquisa de “tremendamente impressionante”, por reunir uma ampla gama de especialistas. “É extremamente sofisticada” e aborda questões importantes, como a mesma versão de um gene pode proteger as pessoas de uma infecção horrível e também colocar pessoas modernas – e gerações de seus descendentes – em risco de outros distúrbios, disse Green, que não participou do estudo.

Tudo isso levanta a questão: a pandemia de covid-19 terá um grande impacto na evolução humana? Barreiro acredita que não, porque a taxa de mortalidade é muito menor e a maioria das pessoas que morreram já tinha filhos. No futuro, no entanto, ele disse que pandemias mais mortais podem continuar a nos moldar no nível mais básico. “Isso vai continuar com certeza”, disse. /AP

Nossos ancestrais da época medieval nos deixaram um legado biológico: genes que podem tê-los ajudado a sobreviver à peste negra nos tornam mais suscetíveis a certas doenças hoje em dia. Esse é um excelente exemplo de como os agentes infecciosos nos moldam ao longo do tempo, dizem os cientistas em um novo estudo publicado na revista Nature.

“Nosso genoma de hoje é um reflexo de toda a nossa história evolutiva” à medida que nos adaptamos a diferentes agentes patológicos, disse Luis Barreiro, principal autor da pesquisa. Alguns desses agentes, como aqueles por trás da peste bubônica, tiveram um grande impacto em nosso sistema imunológico.

A peste negra no século 14 foi o acontecimento mais mortal de que se tem conhecimento na história, espalhando-se por toda a Europa, Oriente Médio e norte da África e exterminando de 30% a 50% da população.

Barreiro e seus colegas da Universidade de Chicago, da Universidade McMaster em Ontário e do Instituto Pasteur em Paris examinaram amostras de DNA dos ossos de mais de 200 pessoas de Londres e da Dinamarca que morreram ao longo de cerca de 100 anos que se estenderam entre antes, durante e depois que a peste negra varreu aquela região.

Escavação em cova coletiva para vítimas da Peste Negra em Londres, utilizada em 1348 e 1349 Foto: AP

Eles identificaram quatro genes que, dependendo da variante, protegem ou aumentam a suscetibilidade à bactéria causadora da peste bubônica, que é principalmente transmitida pela picada de uma pulga infectada. Eles descobriram que o que ajudou as pessoas nos tempos medievais levou a problemas gerações depois – aumentando a frequência de mutações prejudiciais nos tempos modernos.

Algumas das mesmas variantes genéticas identificadas como protetoras contra a peste estão associadas a certos distúrbios autoimunes como doença de Crohn, artrite reumatoide e lúpus. Nesses tipos de doenças, o sistema imunológico que defende o corpo contra doenças e infecções ataca os próprios tecidos saudáveis do organismo.

“Um sistema imunológico hiperativo pode ter sido ótimo no passado, mas no ambiente de hoje pode não ser tão útil”, disse Hendrik Poinar, professor de antropologia da Universidade McMaster.

Pesquisas anteriores também procuraram entender como a peste negra afetou o genoma humano. Mas Barreiro disse acreditar que o estudo deles é o primeiro a demonstrar que a doença foi importante para a evolução do sistema imunológico. Um aspecto único do trabalho, disse ele, foi se concentrar em uma janela de tempo estreita em torno do evento.

Monica H. Green, historiadora que estudou exclusivamente a peste negra, chamou a pesquisa de “tremendamente impressionante”, por reunir uma ampla gama de especialistas. “É extremamente sofisticada” e aborda questões importantes, como a mesma versão de um gene pode proteger as pessoas de uma infecção horrível e também colocar pessoas modernas – e gerações de seus descendentes – em risco de outros distúrbios, disse Green, que não participou do estudo.

Tudo isso levanta a questão: a pandemia de covid-19 terá um grande impacto na evolução humana? Barreiro acredita que não, porque a taxa de mortalidade é muito menor e a maioria das pessoas que morreram já tinha filhos. No futuro, no entanto, ele disse que pandemias mais mortais podem continuar a nos moldar no nível mais básico. “Isso vai continuar com certeza”, disse. /AP

Nossos ancestrais da época medieval nos deixaram um legado biológico: genes que podem tê-los ajudado a sobreviver à peste negra nos tornam mais suscetíveis a certas doenças hoje em dia. Esse é um excelente exemplo de como os agentes infecciosos nos moldam ao longo do tempo, dizem os cientistas em um novo estudo publicado na revista Nature.

“Nosso genoma de hoje é um reflexo de toda a nossa história evolutiva” à medida que nos adaptamos a diferentes agentes patológicos, disse Luis Barreiro, principal autor da pesquisa. Alguns desses agentes, como aqueles por trás da peste bubônica, tiveram um grande impacto em nosso sistema imunológico.

A peste negra no século 14 foi o acontecimento mais mortal de que se tem conhecimento na história, espalhando-se por toda a Europa, Oriente Médio e norte da África e exterminando de 30% a 50% da população.

Barreiro e seus colegas da Universidade de Chicago, da Universidade McMaster em Ontário e do Instituto Pasteur em Paris examinaram amostras de DNA dos ossos de mais de 200 pessoas de Londres e da Dinamarca que morreram ao longo de cerca de 100 anos que se estenderam entre antes, durante e depois que a peste negra varreu aquela região.

Escavação em cova coletiva para vítimas da Peste Negra em Londres, utilizada em 1348 e 1349 Foto: AP

Eles identificaram quatro genes que, dependendo da variante, protegem ou aumentam a suscetibilidade à bactéria causadora da peste bubônica, que é principalmente transmitida pela picada de uma pulga infectada. Eles descobriram que o que ajudou as pessoas nos tempos medievais levou a problemas gerações depois – aumentando a frequência de mutações prejudiciais nos tempos modernos.

Algumas das mesmas variantes genéticas identificadas como protetoras contra a peste estão associadas a certos distúrbios autoimunes como doença de Crohn, artrite reumatoide e lúpus. Nesses tipos de doenças, o sistema imunológico que defende o corpo contra doenças e infecções ataca os próprios tecidos saudáveis do organismo.

“Um sistema imunológico hiperativo pode ter sido ótimo no passado, mas no ambiente de hoje pode não ser tão útil”, disse Hendrik Poinar, professor de antropologia da Universidade McMaster.

Pesquisas anteriores também procuraram entender como a peste negra afetou o genoma humano. Mas Barreiro disse acreditar que o estudo deles é o primeiro a demonstrar que a doença foi importante para a evolução do sistema imunológico. Um aspecto único do trabalho, disse ele, foi se concentrar em uma janela de tempo estreita em torno do evento.

Monica H. Green, historiadora que estudou exclusivamente a peste negra, chamou a pesquisa de “tremendamente impressionante”, por reunir uma ampla gama de especialistas. “É extremamente sofisticada” e aborda questões importantes, como a mesma versão de um gene pode proteger as pessoas de uma infecção horrível e também colocar pessoas modernas – e gerações de seus descendentes – em risco de outros distúrbios, disse Green, que não participou do estudo.

Tudo isso levanta a questão: a pandemia de covid-19 terá um grande impacto na evolução humana? Barreiro acredita que não, porque a taxa de mortalidade é muito menor e a maioria das pessoas que morreram já tinha filhos. No futuro, no entanto, ele disse que pandemias mais mortais podem continuar a nos moldar no nível mais básico. “Isso vai continuar com certeza”, disse. /AP

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