Por que algumas pessoas são canhotas? Resposta pode estar em variante rara de gene


Cientistas da Noruega descobriram que uma rara variante é 2,7 vezes mais prevalente entre os canhotos

Por Ramana Rech

Pesquisadores da Noruega se debruçaram sobre quais genes raros tornam uma pessoa canhota. Antes disso, já haviam sido realizados estudos amplos que avaliavam os efeitos de variações genéticas comuns na definição de quem será destro e quem será canhoto. Mas, para os estudiosos, faltava um trabalho que olhasse para as variantes raras.

No novo estudo, publicado na revista Nature Communications este mês, os cientistas descobriram que uma rara variante é 2,7 vezes mais prevalente entre os canhotos. Esse gene é responsável pelo código de um componente de microtúbulo, chamado TUBB4B. Os microtúbulos consistem em filamentos proteicos internos da célula que contribuem para uma série de processos, como crescimento, divisão, migração e forma celular.

Outros dois dos códigos genéticos analisados pelo estudo associados à predominância do lado esquerdo também estão ligados a transtornos, como autismo e esquizofrenia.

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A preponderância de determinado hemisférios do lado define se a pessoa será destra ou canhota Foto: Adobe Stock

O hemisfério do cérebro determina o que se chama de lateralidade, ou seja, a propensão de usar mais um lado do que o outro. No caso dos canhotos, a dominância é do hemisfério direito. A pesquisa traz pistas de como ocorre a assimetria do cérebro, que resulta na lateralidade.

Essa assimetria surge de forma precoce durante a gestação. Há registro da predominância do lado direito em fetos com apenas dez semanas. Apenas 10% da população mundial é canhota. Essa proporção se mantem mesmo em regiões e épocas diferentes.

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A pesquisa analisou dados de mais de 28 mil canhotos e 313 mil destros do banco de dados biomédicos UK Biobank. “A associação do TUBB4B com lateralidade esquerda foi influenciada por variantes que tem forte previsão para serem disruptivas e prejudiciais”, afirma o artigo.

Os microtúbulos são um dos componentes de organelas móveis chamadas cílios, que se projetam para fora da célula. Elas promovem um fluxo de fluído que tende a se direcionar para um lado em particular. Durante a fase de embrião de muitas espécies de mamíferos, isso significa um fluxo unilateral de fluido, o que pode resultar em assimetrias.

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Algumas das variantes responsáveis pela produção do TUBB4B também podem indicar o surgimento distúrbios neurosensoriais. Mas essas não tiveram associação com uma predominância do lado esquerdo.

Variantes raras de outros genes, no entanto, têm essa relação. Os genes DSCAM e FOXP1, que já tinham ligação com autismo e esquizofrenia, apresentaram evidências de que estão associados ao canhotismo.

O estudo ressalta que a lateralidade esquerda é encontrado com frequência cada vez maior entre pessoas com distúrbios neurais, embora a maioria dos canhotos não apresentem esses transtornos. Outras pesquisas também indicaram que o autismo e a esquizofrenia pode alterar a estrutura de assimetria do cérebro de forma sutil.

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Leia o estudo completo na Nature Communications.

Pesquisadores da Noruega se debruçaram sobre quais genes raros tornam uma pessoa canhota. Antes disso, já haviam sido realizados estudos amplos que avaliavam os efeitos de variações genéticas comuns na definição de quem será destro e quem será canhoto. Mas, para os estudiosos, faltava um trabalho que olhasse para as variantes raras.

No novo estudo, publicado na revista Nature Communications este mês, os cientistas descobriram que uma rara variante é 2,7 vezes mais prevalente entre os canhotos. Esse gene é responsável pelo código de um componente de microtúbulo, chamado TUBB4B. Os microtúbulos consistem em filamentos proteicos internos da célula que contribuem para uma série de processos, como crescimento, divisão, migração e forma celular.

Outros dois dos códigos genéticos analisados pelo estudo associados à predominância do lado esquerdo também estão ligados a transtornos, como autismo e esquizofrenia.

A preponderância de determinado hemisférios do lado define se a pessoa será destra ou canhota Foto: Adobe Stock

O hemisfério do cérebro determina o que se chama de lateralidade, ou seja, a propensão de usar mais um lado do que o outro. No caso dos canhotos, a dominância é do hemisfério direito. A pesquisa traz pistas de como ocorre a assimetria do cérebro, que resulta na lateralidade.

Essa assimetria surge de forma precoce durante a gestação. Há registro da predominância do lado direito em fetos com apenas dez semanas. Apenas 10% da população mundial é canhota. Essa proporção se mantem mesmo em regiões e épocas diferentes.

A pesquisa analisou dados de mais de 28 mil canhotos e 313 mil destros do banco de dados biomédicos UK Biobank. “A associação do TUBB4B com lateralidade esquerda foi influenciada por variantes que tem forte previsão para serem disruptivas e prejudiciais”, afirma o artigo.

Os microtúbulos são um dos componentes de organelas móveis chamadas cílios, que se projetam para fora da célula. Elas promovem um fluxo de fluído que tende a se direcionar para um lado em particular. Durante a fase de embrião de muitas espécies de mamíferos, isso significa um fluxo unilateral de fluido, o que pode resultar em assimetrias.

Algumas das variantes responsáveis pela produção do TUBB4B também podem indicar o surgimento distúrbios neurosensoriais. Mas essas não tiveram associação com uma predominância do lado esquerdo.

Variantes raras de outros genes, no entanto, têm essa relação. Os genes DSCAM e FOXP1, que já tinham ligação com autismo e esquizofrenia, apresentaram evidências de que estão associados ao canhotismo.

O estudo ressalta que a lateralidade esquerda é encontrado com frequência cada vez maior entre pessoas com distúrbios neurais, embora a maioria dos canhotos não apresentem esses transtornos. Outras pesquisas também indicaram que o autismo e a esquizofrenia pode alterar a estrutura de assimetria do cérebro de forma sutil.

Leia o estudo completo na Nature Communications.

Pesquisadores da Noruega se debruçaram sobre quais genes raros tornam uma pessoa canhota. Antes disso, já haviam sido realizados estudos amplos que avaliavam os efeitos de variações genéticas comuns na definição de quem será destro e quem será canhoto. Mas, para os estudiosos, faltava um trabalho que olhasse para as variantes raras.

No novo estudo, publicado na revista Nature Communications este mês, os cientistas descobriram que uma rara variante é 2,7 vezes mais prevalente entre os canhotos. Esse gene é responsável pelo código de um componente de microtúbulo, chamado TUBB4B. Os microtúbulos consistem em filamentos proteicos internos da célula que contribuem para uma série de processos, como crescimento, divisão, migração e forma celular.

Outros dois dos códigos genéticos analisados pelo estudo associados à predominância do lado esquerdo também estão ligados a transtornos, como autismo e esquizofrenia.

A preponderância de determinado hemisférios do lado define se a pessoa será destra ou canhota Foto: Adobe Stock

O hemisfério do cérebro determina o que se chama de lateralidade, ou seja, a propensão de usar mais um lado do que o outro. No caso dos canhotos, a dominância é do hemisfério direito. A pesquisa traz pistas de como ocorre a assimetria do cérebro, que resulta na lateralidade.

Essa assimetria surge de forma precoce durante a gestação. Há registro da predominância do lado direito em fetos com apenas dez semanas. Apenas 10% da população mundial é canhota. Essa proporção se mantem mesmo em regiões e épocas diferentes.

A pesquisa analisou dados de mais de 28 mil canhotos e 313 mil destros do banco de dados biomédicos UK Biobank. “A associação do TUBB4B com lateralidade esquerda foi influenciada por variantes que tem forte previsão para serem disruptivas e prejudiciais”, afirma o artigo.

Os microtúbulos são um dos componentes de organelas móveis chamadas cílios, que se projetam para fora da célula. Elas promovem um fluxo de fluído que tende a se direcionar para um lado em particular. Durante a fase de embrião de muitas espécies de mamíferos, isso significa um fluxo unilateral de fluido, o que pode resultar em assimetrias.

Algumas das variantes responsáveis pela produção do TUBB4B também podem indicar o surgimento distúrbios neurosensoriais. Mas essas não tiveram associação com uma predominância do lado esquerdo.

Variantes raras de outros genes, no entanto, têm essa relação. Os genes DSCAM e FOXP1, que já tinham ligação com autismo e esquizofrenia, apresentaram evidências de que estão associados ao canhotismo.

O estudo ressalta que a lateralidade esquerda é encontrado com frequência cada vez maior entre pessoas com distúrbios neurais, embora a maioria dos canhotos não apresentem esses transtornos. Outras pesquisas também indicaram que o autismo e a esquizofrenia pode alterar a estrutura de assimetria do cérebro de forma sutil.

Leia o estudo completo na Nature Communications.

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