Nobel de Medicina vai para especialista em evolução humana, filho de outro ganhador do prêmio


Svante Pääbo desenvolve pesquisa pioneira de análise de DNA de hominídeos; o pai do pesquisador foi um bioquímico que recebeu a mesma homenagem há quarenta anos

Por Redação
Atualização:

O Prêmio Nobel de Medicina, anunciado nesta segunda-feira, 3, vai para o especialista em genética evolucionária Svante Pääbo, da Suécia. Segundo a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo, responsável pela homenagem, ele foi escolhido por suas descobertas relacionadas ao genoma de extintos hominídeos e a evolução humana.

Pääbo, de 67 anos, estabeleceu “uma disciplina científica completamente nova, a paleogenômica”, ao revelar diferenças genéticas que distinguem os humanos vivos dos hominídeos extintos, segundo o instituto sueco. Tradicionalmente, pesquisadores usavam artefatos antigos ou ossos para saber mais sobre nossos antepassados, mas ele mostrou que era possível analisar o DNA desses hominídeos. As descobertas do cientista do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária de Leipzig “oferecem a base para explorar o que nos faz unicamente humanos”, acrescentou a organização.

Biólogo sueco Svante Pääbo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, em foto tirada em setembro de 2018. Foto: Christian Charisius/dpa via AP
continua após a publicidade

Ele também foi responsável por descrever que havia se produzido uma transferência de genes destes hominídeos, agora extintos, para o Homo sapiens. Esse antigo fluxo de genes para os humanos atuais tem relevância, afetando a forma como o sistema imunológico reage a infecções, por exemplo.

Além disso, o Instituto Karolinska destacou que ele desenvolveu um trabalho considerado impossível: “sequenciar o genoma de um neandertal, um parente extinto dos humanos de hoje. “Também fez a sensacional descoberta de um hominídeo extinto, o denisovano, completamente com base em dados de genoma recuperados de uma amostra de osso do dedo mínimo, encontrado em bom estado de preservação em uma caverna siberiana.

Ele também foi responsável pela descoberta de um novo hominídeo, que chamou de Denisova — uma referência ao nome da caverna. A robustez de suas pesquisas deu origem a uma nova disciplina científica: a paleogenômica.

continua após a publicidade

A partir de fósseis de cerca de 40 mil anos, ele comprovou que também temos parte desse DNA. Analisando o material genético bem preservado do osso de um dedo,

Tela mostra Svante Pääabo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina. Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

O especialista é filho de outro Nobel de Medicina, o bioquímico Sune K Bergström, que ganhou a homenagem em 1982 por sua pesquisa sobre as prostaglandinas, substâncias similares a hormônios que regulam vários processos no organismo. Pääbo era filho de um relacionamento extraconjugal de Bergström e tinha contato restrito com o pai.

continua após a publicidade

Em entrevistas, o geneticista já declarou que seu interesse pelo passado dos homens surgiu na adolescência, quando era um apaixonado por egiptologia e visitou pela primeira vez o país africano, levado pela mãe. Anos depois, Pääbo se envolveu em pesquisas que tinham o objetivo de analisar o DNA de múmias.

Em entrevista à imprensa, ele disse ter ficado surpreso com a homenagem. Ao receber a ligação da Suécia pela manhã, o cientista, que vive na Alemanha. achou que era o aviso sobre algum problema com sua casa de verão, que mantém em seu país natal. “Achei que era para falar que o cortador de gramas havia estragado!”

Desde o ano passado, tem havido expectativa sobre a premiação ser dada aos desenvolvedores da vacina de RNA contra a covid-19 - em especial para a pesquisadora húngara radicada nos Estados Unidos Katalin Kariko -, mas os responsáveis pela láurea costumam esperar alguns anos para que a descoberta científica se consolide.

continua após a publicidade
Prêmio é de cerca de 10 milhões de coroas suecas Foto: Reuters

Como funciona o prêmio

continua após a publicidade

As indicações para o Nobel têm início um ano antes do anúncio dos vencedores. Cientistas, professores, acadêmicos e vencedores de outras edições enviam nomes para a consideração do Comitê Nobel, que decide quais serão os indicados de fato. Não é possível que uma pessoa indique a si mesma para a seleção.

O Prêmio Nobel foi criado pelo químico, inventor e empresário sueco Alfred Nobel, que patenteou mais de 350 produtos ao longo da vida — como a borracha, o couro sintético e o explosivo dinamite.

Alfred Nobel morreu em 1896, aos 63 anos, e determinou no testamento que a maioria de sua fortuna — estimada em mais de 31 milhões de coroas suecas — deveria ser convertida em um fundo que concedesse “prêmios para quem, durante o ano anterior, tiver conferido à humanidade os maiores benefícios”. A láurea, porém, só foi dada a partir de 1901

continua após a publicidade

A entrega das honrarias ocorre sempre no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel. Os laureados recebem diploma, medalha de ouro e uma quantia em dinheiro. Neste ano, esse valor será de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,88 milhões). / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Quais serão os próximos premiados?

Terça, 4: Nobel de Física

Quarta, 5: Nobel de Química

Quinta, 6: Nobel de Literatura

Sexta, 7: Nobel da Paz

Segunda, 10: Ciências Econômicas

O Prêmio Nobel de Medicina, anunciado nesta segunda-feira, 3, vai para o especialista em genética evolucionária Svante Pääbo, da Suécia. Segundo a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo, responsável pela homenagem, ele foi escolhido por suas descobertas relacionadas ao genoma de extintos hominídeos e a evolução humana.

Pääbo, de 67 anos, estabeleceu “uma disciplina científica completamente nova, a paleogenômica”, ao revelar diferenças genéticas que distinguem os humanos vivos dos hominídeos extintos, segundo o instituto sueco. Tradicionalmente, pesquisadores usavam artefatos antigos ou ossos para saber mais sobre nossos antepassados, mas ele mostrou que era possível analisar o DNA desses hominídeos. As descobertas do cientista do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária de Leipzig “oferecem a base para explorar o que nos faz unicamente humanos”, acrescentou a organização.

Biólogo sueco Svante Pääbo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, em foto tirada em setembro de 2018. Foto: Christian Charisius/dpa via AP

Ele também foi responsável por descrever que havia se produzido uma transferência de genes destes hominídeos, agora extintos, para o Homo sapiens. Esse antigo fluxo de genes para os humanos atuais tem relevância, afetando a forma como o sistema imunológico reage a infecções, por exemplo.

Além disso, o Instituto Karolinska destacou que ele desenvolveu um trabalho considerado impossível: “sequenciar o genoma de um neandertal, um parente extinto dos humanos de hoje. “Também fez a sensacional descoberta de um hominídeo extinto, o denisovano, completamente com base em dados de genoma recuperados de uma amostra de osso do dedo mínimo, encontrado em bom estado de preservação em uma caverna siberiana.

Ele também foi responsável pela descoberta de um novo hominídeo, que chamou de Denisova — uma referência ao nome da caverna. A robustez de suas pesquisas deu origem a uma nova disciplina científica: a paleogenômica.

A partir de fósseis de cerca de 40 mil anos, ele comprovou que também temos parte desse DNA. Analisando o material genético bem preservado do osso de um dedo,

Tela mostra Svante Pääabo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina. Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

O especialista é filho de outro Nobel de Medicina, o bioquímico Sune K Bergström, que ganhou a homenagem em 1982 por sua pesquisa sobre as prostaglandinas, substâncias similares a hormônios que regulam vários processos no organismo. Pääbo era filho de um relacionamento extraconjugal de Bergström e tinha contato restrito com o pai.

Em entrevistas, o geneticista já declarou que seu interesse pelo passado dos homens surgiu na adolescência, quando era um apaixonado por egiptologia e visitou pela primeira vez o país africano, levado pela mãe. Anos depois, Pääbo se envolveu em pesquisas que tinham o objetivo de analisar o DNA de múmias.

Em entrevista à imprensa, ele disse ter ficado surpreso com a homenagem. Ao receber a ligação da Suécia pela manhã, o cientista, que vive na Alemanha. achou que era o aviso sobre algum problema com sua casa de verão, que mantém em seu país natal. “Achei que era para falar que o cortador de gramas havia estragado!”

Desde o ano passado, tem havido expectativa sobre a premiação ser dada aos desenvolvedores da vacina de RNA contra a covid-19 - em especial para a pesquisadora húngara radicada nos Estados Unidos Katalin Kariko -, mas os responsáveis pela láurea costumam esperar alguns anos para que a descoberta científica se consolide.

Prêmio é de cerca de 10 milhões de coroas suecas Foto: Reuters

Como funciona o prêmio

As indicações para o Nobel têm início um ano antes do anúncio dos vencedores. Cientistas, professores, acadêmicos e vencedores de outras edições enviam nomes para a consideração do Comitê Nobel, que decide quais serão os indicados de fato. Não é possível que uma pessoa indique a si mesma para a seleção.

O Prêmio Nobel foi criado pelo químico, inventor e empresário sueco Alfred Nobel, que patenteou mais de 350 produtos ao longo da vida — como a borracha, o couro sintético e o explosivo dinamite.

Alfred Nobel morreu em 1896, aos 63 anos, e determinou no testamento que a maioria de sua fortuna — estimada em mais de 31 milhões de coroas suecas — deveria ser convertida em um fundo que concedesse “prêmios para quem, durante o ano anterior, tiver conferido à humanidade os maiores benefícios”. A láurea, porém, só foi dada a partir de 1901

A entrega das honrarias ocorre sempre no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel. Os laureados recebem diploma, medalha de ouro e uma quantia em dinheiro. Neste ano, esse valor será de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,88 milhões). / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Quais serão os próximos premiados?

Terça, 4: Nobel de Física

Quarta, 5: Nobel de Química

Quinta, 6: Nobel de Literatura

Sexta, 7: Nobel da Paz

Segunda, 10: Ciências Econômicas

O Prêmio Nobel de Medicina, anunciado nesta segunda-feira, 3, vai para o especialista em genética evolucionária Svante Pääbo, da Suécia. Segundo a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo, responsável pela homenagem, ele foi escolhido por suas descobertas relacionadas ao genoma de extintos hominídeos e a evolução humana.

Pääbo, de 67 anos, estabeleceu “uma disciplina científica completamente nova, a paleogenômica”, ao revelar diferenças genéticas que distinguem os humanos vivos dos hominídeos extintos, segundo o instituto sueco. Tradicionalmente, pesquisadores usavam artefatos antigos ou ossos para saber mais sobre nossos antepassados, mas ele mostrou que era possível analisar o DNA desses hominídeos. As descobertas do cientista do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária de Leipzig “oferecem a base para explorar o que nos faz unicamente humanos”, acrescentou a organização.

Biólogo sueco Svante Pääbo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, em foto tirada em setembro de 2018. Foto: Christian Charisius/dpa via AP

Ele também foi responsável por descrever que havia se produzido uma transferência de genes destes hominídeos, agora extintos, para o Homo sapiens. Esse antigo fluxo de genes para os humanos atuais tem relevância, afetando a forma como o sistema imunológico reage a infecções, por exemplo.

Além disso, o Instituto Karolinska destacou que ele desenvolveu um trabalho considerado impossível: “sequenciar o genoma de um neandertal, um parente extinto dos humanos de hoje. “Também fez a sensacional descoberta de um hominídeo extinto, o denisovano, completamente com base em dados de genoma recuperados de uma amostra de osso do dedo mínimo, encontrado em bom estado de preservação em uma caverna siberiana.

Ele também foi responsável pela descoberta de um novo hominídeo, que chamou de Denisova — uma referência ao nome da caverna. A robustez de suas pesquisas deu origem a uma nova disciplina científica: a paleogenômica.

A partir de fósseis de cerca de 40 mil anos, ele comprovou que também temos parte desse DNA. Analisando o material genético bem preservado do osso de um dedo,

Tela mostra Svante Pääabo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina. Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

O especialista é filho de outro Nobel de Medicina, o bioquímico Sune K Bergström, que ganhou a homenagem em 1982 por sua pesquisa sobre as prostaglandinas, substâncias similares a hormônios que regulam vários processos no organismo. Pääbo era filho de um relacionamento extraconjugal de Bergström e tinha contato restrito com o pai.

Em entrevistas, o geneticista já declarou que seu interesse pelo passado dos homens surgiu na adolescência, quando era um apaixonado por egiptologia e visitou pela primeira vez o país africano, levado pela mãe. Anos depois, Pääbo se envolveu em pesquisas que tinham o objetivo de analisar o DNA de múmias.

Em entrevista à imprensa, ele disse ter ficado surpreso com a homenagem. Ao receber a ligação da Suécia pela manhã, o cientista, que vive na Alemanha. achou que era o aviso sobre algum problema com sua casa de verão, que mantém em seu país natal. “Achei que era para falar que o cortador de gramas havia estragado!”

Desde o ano passado, tem havido expectativa sobre a premiação ser dada aos desenvolvedores da vacina de RNA contra a covid-19 - em especial para a pesquisadora húngara radicada nos Estados Unidos Katalin Kariko -, mas os responsáveis pela láurea costumam esperar alguns anos para que a descoberta científica se consolide.

Prêmio é de cerca de 10 milhões de coroas suecas Foto: Reuters

Como funciona o prêmio

As indicações para o Nobel têm início um ano antes do anúncio dos vencedores. Cientistas, professores, acadêmicos e vencedores de outras edições enviam nomes para a consideração do Comitê Nobel, que decide quais serão os indicados de fato. Não é possível que uma pessoa indique a si mesma para a seleção.

O Prêmio Nobel foi criado pelo químico, inventor e empresário sueco Alfred Nobel, que patenteou mais de 350 produtos ao longo da vida — como a borracha, o couro sintético e o explosivo dinamite.

Alfred Nobel morreu em 1896, aos 63 anos, e determinou no testamento que a maioria de sua fortuna — estimada em mais de 31 milhões de coroas suecas — deveria ser convertida em um fundo que concedesse “prêmios para quem, durante o ano anterior, tiver conferido à humanidade os maiores benefícios”. A láurea, porém, só foi dada a partir de 1901

A entrega das honrarias ocorre sempre no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel. Os laureados recebem diploma, medalha de ouro e uma quantia em dinheiro. Neste ano, esse valor será de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,88 milhões). / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Quais serão os próximos premiados?

Terça, 4: Nobel de Física

Quarta, 5: Nobel de Química

Quinta, 6: Nobel de Literatura

Sexta, 7: Nobel da Paz

Segunda, 10: Ciências Econômicas

O Prêmio Nobel de Medicina, anunciado nesta segunda-feira, 3, vai para o especialista em genética evolucionária Svante Pääbo, da Suécia. Segundo a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo, responsável pela homenagem, ele foi escolhido por suas descobertas relacionadas ao genoma de extintos hominídeos e a evolução humana.

Pääbo, de 67 anos, estabeleceu “uma disciplina científica completamente nova, a paleogenômica”, ao revelar diferenças genéticas que distinguem os humanos vivos dos hominídeos extintos, segundo o instituto sueco. Tradicionalmente, pesquisadores usavam artefatos antigos ou ossos para saber mais sobre nossos antepassados, mas ele mostrou que era possível analisar o DNA desses hominídeos. As descobertas do cientista do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária de Leipzig “oferecem a base para explorar o que nos faz unicamente humanos”, acrescentou a organização.

Biólogo sueco Svante Pääbo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, em foto tirada em setembro de 2018. Foto: Christian Charisius/dpa via AP

Ele também foi responsável por descrever que havia se produzido uma transferência de genes destes hominídeos, agora extintos, para o Homo sapiens. Esse antigo fluxo de genes para os humanos atuais tem relevância, afetando a forma como o sistema imunológico reage a infecções, por exemplo.

Além disso, o Instituto Karolinska destacou que ele desenvolveu um trabalho considerado impossível: “sequenciar o genoma de um neandertal, um parente extinto dos humanos de hoje. “Também fez a sensacional descoberta de um hominídeo extinto, o denisovano, completamente com base em dados de genoma recuperados de uma amostra de osso do dedo mínimo, encontrado em bom estado de preservação em uma caverna siberiana.

Ele também foi responsável pela descoberta de um novo hominídeo, que chamou de Denisova — uma referência ao nome da caverna. A robustez de suas pesquisas deu origem a uma nova disciplina científica: a paleogenômica.

A partir de fósseis de cerca de 40 mil anos, ele comprovou que também temos parte desse DNA. Analisando o material genético bem preservado do osso de um dedo,

Tela mostra Svante Pääabo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina. Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

O especialista é filho de outro Nobel de Medicina, o bioquímico Sune K Bergström, que ganhou a homenagem em 1982 por sua pesquisa sobre as prostaglandinas, substâncias similares a hormônios que regulam vários processos no organismo. Pääbo era filho de um relacionamento extraconjugal de Bergström e tinha contato restrito com o pai.

Em entrevistas, o geneticista já declarou que seu interesse pelo passado dos homens surgiu na adolescência, quando era um apaixonado por egiptologia e visitou pela primeira vez o país africano, levado pela mãe. Anos depois, Pääbo se envolveu em pesquisas que tinham o objetivo de analisar o DNA de múmias.

Em entrevista à imprensa, ele disse ter ficado surpreso com a homenagem. Ao receber a ligação da Suécia pela manhã, o cientista, que vive na Alemanha. achou que era o aviso sobre algum problema com sua casa de verão, que mantém em seu país natal. “Achei que era para falar que o cortador de gramas havia estragado!”

Desde o ano passado, tem havido expectativa sobre a premiação ser dada aos desenvolvedores da vacina de RNA contra a covid-19 - em especial para a pesquisadora húngara radicada nos Estados Unidos Katalin Kariko -, mas os responsáveis pela láurea costumam esperar alguns anos para que a descoberta científica se consolide.

Prêmio é de cerca de 10 milhões de coroas suecas Foto: Reuters

Como funciona o prêmio

As indicações para o Nobel têm início um ano antes do anúncio dos vencedores. Cientistas, professores, acadêmicos e vencedores de outras edições enviam nomes para a consideração do Comitê Nobel, que decide quais serão os indicados de fato. Não é possível que uma pessoa indique a si mesma para a seleção.

O Prêmio Nobel foi criado pelo químico, inventor e empresário sueco Alfred Nobel, que patenteou mais de 350 produtos ao longo da vida — como a borracha, o couro sintético e o explosivo dinamite.

Alfred Nobel morreu em 1896, aos 63 anos, e determinou no testamento que a maioria de sua fortuna — estimada em mais de 31 milhões de coroas suecas — deveria ser convertida em um fundo que concedesse “prêmios para quem, durante o ano anterior, tiver conferido à humanidade os maiores benefícios”. A láurea, porém, só foi dada a partir de 1901

A entrega das honrarias ocorre sempre no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel. Os laureados recebem diploma, medalha de ouro e uma quantia em dinheiro. Neste ano, esse valor será de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,88 milhões). / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Quais serão os próximos premiados?

Terça, 4: Nobel de Física

Quarta, 5: Nobel de Química

Quinta, 6: Nobel de Literatura

Sexta, 7: Nobel da Paz

Segunda, 10: Ciências Econômicas

O Prêmio Nobel de Medicina, anunciado nesta segunda-feira, 3, vai para o especialista em genética evolucionária Svante Pääbo, da Suécia. Segundo a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo, responsável pela homenagem, ele foi escolhido por suas descobertas relacionadas ao genoma de extintos hominídeos e a evolução humana.

Pääbo, de 67 anos, estabeleceu “uma disciplina científica completamente nova, a paleogenômica”, ao revelar diferenças genéticas que distinguem os humanos vivos dos hominídeos extintos, segundo o instituto sueco. Tradicionalmente, pesquisadores usavam artefatos antigos ou ossos para saber mais sobre nossos antepassados, mas ele mostrou que era possível analisar o DNA desses hominídeos. As descobertas do cientista do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária de Leipzig “oferecem a base para explorar o que nos faz unicamente humanos”, acrescentou a organização.

Biólogo sueco Svante Pääbo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, em foto tirada em setembro de 2018. Foto: Christian Charisius/dpa via AP

Ele também foi responsável por descrever que havia se produzido uma transferência de genes destes hominídeos, agora extintos, para o Homo sapiens. Esse antigo fluxo de genes para os humanos atuais tem relevância, afetando a forma como o sistema imunológico reage a infecções, por exemplo.

Além disso, o Instituto Karolinska destacou que ele desenvolveu um trabalho considerado impossível: “sequenciar o genoma de um neandertal, um parente extinto dos humanos de hoje. “Também fez a sensacional descoberta de um hominídeo extinto, o denisovano, completamente com base em dados de genoma recuperados de uma amostra de osso do dedo mínimo, encontrado em bom estado de preservação em uma caverna siberiana.

Ele também foi responsável pela descoberta de um novo hominídeo, que chamou de Denisova — uma referência ao nome da caverna. A robustez de suas pesquisas deu origem a uma nova disciplina científica: a paleogenômica.

A partir de fósseis de cerca de 40 mil anos, ele comprovou que também temos parte desse DNA. Analisando o material genético bem preservado do osso de um dedo,

Tela mostra Svante Pääabo, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina. Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

O especialista é filho de outro Nobel de Medicina, o bioquímico Sune K Bergström, que ganhou a homenagem em 1982 por sua pesquisa sobre as prostaglandinas, substâncias similares a hormônios que regulam vários processos no organismo. Pääbo era filho de um relacionamento extraconjugal de Bergström e tinha contato restrito com o pai.

Em entrevistas, o geneticista já declarou que seu interesse pelo passado dos homens surgiu na adolescência, quando era um apaixonado por egiptologia e visitou pela primeira vez o país africano, levado pela mãe. Anos depois, Pääbo se envolveu em pesquisas que tinham o objetivo de analisar o DNA de múmias.

Em entrevista à imprensa, ele disse ter ficado surpreso com a homenagem. Ao receber a ligação da Suécia pela manhã, o cientista, que vive na Alemanha. achou que era o aviso sobre algum problema com sua casa de verão, que mantém em seu país natal. “Achei que era para falar que o cortador de gramas havia estragado!”

Desde o ano passado, tem havido expectativa sobre a premiação ser dada aos desenvolvedores da vacina de RNA contra a covid-19 - em especial para a pesquisadora húngara radicada nos Estados Unidos Katalin Kariko -, mas os responsáveis pela láurea costumam esperar alguns anos para que a descoberta científica se consolide.

Prêmio é de cerca de 10 milhões de coroas suecas Foto: Reuters

Como funciona o prêmio

As indicações para o Nobel têm início um ano antes do anúncio dos vencedores. Cientistas, professores, acadêmicos e vencedores de outras edições enviam nomes para a consideração do Comitê Nobel, que decide quais serão os indicados de fato. Não é possível que uma pessoa indique a si mesma para a seleção.

O Prêmio Nobel foi criado pelo químico, inventor e empresário sueco Alfred Nobel, que patenteou mais de 350 produtos ao longo da vida — como a borracha, o couro sintético e o explosivo dinamite.

Alfred Nobel morreu em 1896, aos 63 anos, e determinou no testamento que a maioria de sua fortuna — estimada em mais de 31 milhões de coroas suecas — deveria ser convertida em um fundo que concedesse “prêmios para quem, durante o ano anterior, tiver conferido à humanidade os maiores benefícios”. A láurea, porém, só foi dada a partir de 1901

A entrega das honrarias ocorre sempre no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel. Os laureados recebem diploma, medalha de ouro e uma quantia em dinheiro. Neste ano, esse valor será de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,88 milhões). / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Quais serão os próximos premiados?

Terça, 4: Nobel de Física

Quarta, 5: Nobel de Química

Quinta, 6: Nobel de Literatura

Sexta, 7: Nobel da Paz

Segunda, 10: Ciências Econômicas

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.