A descoberta do fóssil de um animal que é apontado como parente distante dos tatus indica que os humanos habitaram a América do Sul há mais de 20 mil anos, antes do que se imaginava.
Os fósseis, encontrados na Argentina, eram de um mamífero do gênero Neosclerocalyptus, que habitaram o planeta por mais de 30 milhões de anos e foram extintos há cerca de 10 mil anos.
“Nossos resultados fornecem novos elementos para discutir a ocupação mais antiga na região sul da América do Sul e, especificamente, para a interação entre humanos e megafauna local na região dos Pampas durante a Última Era do Gelo”, diz trecho do artigo publicado na revista científica Plos One.
Esses animais tinham, em média, cerca de 2 metros de comprimento e pesavam 360 quilos. O animal objeto do estudo, no entanto, era um pouco menor, com 300 quilos e tinha 1,8 metros de comprimento. Os pesquisadores acreditam que ele viveu há cerca de 21 mil anos.
Os ossos encontrados tinham marcas de cortes que, ao que tudo indica, foram feitos com auxílio de instrumentos de pedra. Isso, segundo os pesquisadores, sugere a presença de Homo sapiens, apontada como a espécie capaz de manusear esse tipo de instrumento - daí a relação entre o fóssil e os humanos.
“Análises quantitativas e qualitativas das marcas de corte, reconstrução das sequências de desossa e avaliações dos possíveis agentes envolvidos nas modificações observadas na superfície óssea indicam atividades antrópicas”, afirmam os pesquisadores. O estudo identificou 16 pontos de cortes no animal.
Ainda de acordo com o artigo, estudos anteriores sugeriam que a presença de humanos na América do Sul se deu entre 16 e 18 mil anos atrás. Com base na recente descoberta, os pesquisadores afirmam que a ocorrência é mais antiga. “Nossos resultados estão de acordo com descobertas recentes que mostram evidências de ocupação humana entre 20 e 30 mil anos atrás na América Central e do Sul.”
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