Acidente do foguete em Alcântara, que pegou fogo em 2003: saiba como foi


Incêndio na base localizada no Maranhão aconteceu três dias antes do lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) e deixou 21 mortos; ‘Estadão’ lança podcast sobre a história

Por Marcio Dolzan

Uma das maiores tragédias espaciais do mundo completa 20 anos. O acidente do VLS, Veículo Lançador de Satélites, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, aconteceu em 22 de agosto de 2003 e deixou 21 mortos no que seria a primeira missão inteiramente brasileira a colocar satélites nacionais em órbita. Saiba tudo o que envolveu o acidente com o foguete brasileiro em Alcântara e suas consequências.

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O que foi o acidente do foguete de Alcântara, em 22 de agosto de 2003?

Foi o incêndio de um dos motores do primeiro estágio do foguete VLS, que fez com que o veículo e a torre que o envolvia pegasse fogo rapidamente. Ele aconteceu no Centro de Lançamento de Alcântara, cidade que fica no Maranhão. O acidente ocorreu três dias antes da data prevista para o lançamento e, ao todo, 21 pessoas morreram. Todas elas eram civis.

Fotos aéreas do acidente ocorrido na "Operação São Luís", em Alcântara, no Maranhão Foto: Divulgação/Força Aérea Brasileira
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Quem foram os mortos?

Todos os mortos trabalhavam no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), órgão vinculado ao Comando da Aeronáutica e que tem sede em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Eles estavam no Maranhão exclusivamente para trabalhar no projeto como engenheiros, projetistas ou técnicos. Apesar de serem vinculados ao DCTA, todos os 21 mortos eram civis. As vítimas foram:

  • Amintas Rocha Brito
  • Antonio Sergio Cezarini
  • Carlos Alberto Pedrini
  • Cesar Augusto Costalonga Varejão
  • Daniel Faria Gonçalves
  • Eliseu Reinaldo Moraes Vieira
  • Gil Cesar Baptista Marques
  • Gines Ananias Garcia
  • Jonas Barbosa Filho
  • José Aparecido Pinheiro
  • José Eduardo de Almeida
  • José Eduardo Pereira II
  • José Pedro Claro Peres da Silva
  • Luis Primon de Araújo
  • Mario Cesar de Freitas Levy
  • Massanobu Shimabukuro
  • Mauricio Biella de Souza Valle
  • Roberto Tadashi Seguchi
  • Rodolfo Donizetti de Oliveira
  • Sidney Aparecido de Moraes
  • Walter Pereira Junior
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O que era o VLS?

O Veículo Lançador de Satélites (VLS) é um equipamento utilizado para o transporte de uma carga útil ao espaço. Para que isso aconteça, além do foguete (veículo de lançamento) é necessário uma plataforma e estruturas adicionais. Em geral - como aconteceria em Alcântara em agosto de 2003 - a carga útil a ser transportada é um satélite artificial. O programa VLS brasileiro estava em seu terceiro protótipo. O objetivo era transportar equipamentos entre 100 kg e 300 Kg a uma órbita circular que poderia chegar a 1.000 km de altitude.

Quais foram as causas do acidente do foguete de Alcântara?

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Investigação da Aeronáutica apontou que o incêndio foi provocado pelo “acionamento intempestivo” de um dos motores, provocado a partir de uma pequena peça que ligava à ignição. Não foi possível identificar as causas do acionamento desse motor, mas uma hipótese é de que o funcionamento tenha acontecido em função de uma descarga eletrostática em uma peça responsável pela ignição do motor.

A investigação descartou a possibilidade de sabotagem, de grosseira falha humana ou de algum evento meteorológico. Por outro lado, o relatório final apontou “falhas latentes” e “degradação das condições de trabalho e segurança”.

Os familiares do acidente do foguete de Alcântara foram indenizados?

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Sim. Ao fim daquele mesmo ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Lei 10.821, que determinava “indenização, a título de reparação de danos, em parcela única, por servidor, aos dependentes legais dos seguintes servidores do programa espacial brasileiro, que faleceram, vítimas diretas de acidente ocorrido com o foguete VLS-1″. A indenização deveria ser equivalente “ao produto do montante total do valor da remuneração fixa, percebida pelo servidor falecido, no mês anterior ao da ocorrência do óbito, pelo número de anos remanescentes até a data em que completaria 65 anos de vida”. O valor também não poderia ser inferior a R$ 100 mil por família (R$ 299 mil, em valores corrigidos).

Alguns familiares chegaram a acionar a Justiça solicitando indenização por danos materiais e chegaram a ter o pedido atendido em primeira e segunda instâncias. No início deste ano, porém, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento por considerar que se trataria de “pagamento em duplicidade”, considerando a lei que garantiu a indenização há 20 anos.

O que aconteceu com o projeto?

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O acidente com o foguete em Alcântara condenou o projeto VLS e impactou o Programa Espacial Brasileiro (PEB). Ainda que uma nova torre tenha sido construída na base, ela praticamente ficou inoperante desde então. Os recursos do governo também minguaram e o projeto foi oficialmente encerrado em 2016.

Uma das maiores tragédias espaciais do mundo completa 20 anos. O acidente do VLS, Veículo Lançador de Satélites, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, aconteceu em 22 de agosto de 2003 e deixou 21 mortos no que seria a primeira missão inteiramente brasileira a colocar satélites nacionais em órbita. Saiba tudo o que envolveu o acidente com o foguete brasileiro em Alcântara e suas consequências.

O que foi o acidente do foguete de Alcântara, em 22 de agosto de 2003?

Foi o incêndio de um dos motores do primeiro estágio do foguete VLS, que fez com que o veículo e a torre que o envolvia pegasse fogo rapidamente. Ele aconteceu no Centro de Lançamento de Alcântara, cidade que fica no Maranhão. O acidente ocorreu três dias antes da data prevista para o lançamento e, ao todo, 21 pessoas morreram. Todas elas eram civis.

Fotos aéreas do acidente ocorrido na "Operação São Luís", em Alcântara, no Maranhão Foto: Divulgação/Força Aérea Brasileira

Quem foram os mortos?

Todos os mortos trabalhavam no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), órgão vinculado ao Comando da Aeronáutica e que tem sede em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Eles estavam no Maranhão exclusivamente para trabalhar no projeto como engenheiros, projetistas ou técnicos. Apesar de serem vinculados ao DCTA, todos os 21 mortos eram civis. As vítimas foram:

  • Amintas Rocha Brito
  • Antonio Sergio Cezarini
  • Carlos Alberto Pedrini
  • Cesar Augusto Costalonga Varejão
  • Daniel Faria Gonçalves
  • Eliseu Reinaldo Moraes Vieira
  • Gil Cesar Baptista Marques
  • Gines Ananias Garcia
  • Jonas Barbosa Filho
  • José Aparecido Pinheiro
  • José Eduardo de Almeida
  • José Eduardo Pereira II
  • José Pedro Claro Peres da Silva
  • Luis Primon de Araújo
  • Mario Cesar de Freitas Levy
  • Massanobu Shimabukuro
  • Mauricio Biella de Souza Valle
  • Roberto Tadashi Seguchi
  • Rodolfo Donizetti de Oliveira
  • Sidney Aparecido de Moraes
  • Walter Pereira Junior

O que era o VLS?

O Veículo Lançador de Satélites (VLS) é um equipamento utilizado para o transporte de uma carga útil ao espaço. Para que isso aconteça, além do foguete (veículo de lançamento) é necessário uma plataforma e estruturas adicionais. Em geral - como aconteceria em Alcântara em agosto de 2003 - a carga útil a ser transportada é um satélite artificial. O programa VLS brasileiro estava em seu terceiro protótipo. O objetivo era transportar equipamentos entre 100 kg e 300 Kg a uma órbita circular que poderia chegar a 1.000 km de altitude.

Quais foram as causas do acidente do foguete de Alcântara?

Investigação da Aeronáutica apontou que o incêndio foi provocado pelo “acionamento intempestivo” de um dos motores, provocado a partir de uma pequena peça que ligava à ignição. Não foi possível identificar as causas do acionamento desse motor, mas uma hipótese é de que o funcionamento tenha acontecido em função de uma descarga eletrostática em uma peça responsável pela ignição do motor.

A investigação descartou a possibilidade de sabotagem, de grosseira falha humana ou de algum evento meteorológico. Por outro lado, o relatório final apontou “falhas latentes” e “degradação das condições de trabalho e segurança”.

Os familiares do acidente do foguete de Alcântara foram indenizados?

Sim. Ao fim daquele mesmo ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Lei 10.821, que determinava “indenização, a título de reparação de danos, em parcela única, por servidor, aos dependentes legais dos seguintes servidores do programa espacial brasileiro, que faleceram, vítimas diretas de acidente ocorrido com o foguete VLS-1″. A indenização deveria ser equivalente “ao produto do montante total do valor da remuneração fixa, percebida pelo servidor falecido, no mês anterior ao da ocorrência do óbito, pelo número de anos remanescentes até a data em que completaria 65 anos de vida”. O valor também não poderia ser inferior a R$ 100 mil por família (R$ 299 mil, em valores corrigidos).

Alguns familiares chegaram a acionar a Justiça solicitando indenização por danos materiais e chegaram a ter o pedido atendido em primeira e segunda instâncias. No início deste ano, porém, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento por considerar que se trataria de “pagamento em duplicidade”, considerando a lei que garantiu a indenização há 20 anos.

O que aconteceu com o projeto?

O acidente com o foguete em Alcântara condenou o projeto VLS e impactou o Programa Espacial Brasileiro (PEB). Ainda que uma nova torre tenha sido construída na base, ela praticamente ficou inoperante desde então. Os recursos do governo também minguaram e o projeto foi oficialmente encerrado em 2016.

Uma das maiores tragédias espaciais do mundo completa 20 anos. O acidente do VLS, Veículo Lançador de Satélites, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, aconteceu em 22 de agosto de 2003 e deixou 21 mortos no que seria a primeira missão inteiramente brasileira a colocar satélites nacionais em órbita. Saiba tudo o que envolveu o acidente com o foguete brasileiro em Alcântara e suas consequências.

O que foi o acidente do foguete de Alcântara, em 22 de agosto de 2003?

Foi o incêndio de um dos motores do primeiro estágio do foguete VLS, que fez com que o veículo e a torre que o envolvia pegasse fogo rapidamente. Ele aconteceu no Centro de Lançamento de Alcântara, cidade que fica no Maranhão. O acidente ocorreu três dias antes da data prevista para o lançamento e, ao todo, 21 pessoas morreram. Todas elas eram civis.

Fotos aéreas do acidente ocorrido na "Operação São Luís", em Alcântara, no Maranhão Foto: Divulgação/Força Aérea Brasileira

Quem foram os mortos?

Todos os mortos trabalhavam no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), órgão vinculado ao Comando da Aeronáutica e que tem sede em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Eles estavam no Maranhão exclusivamente para trabalhar no projeto como engenheiros, projetistas ou técnicos. Apesar de serem vinculados ao DCTA, todos os 21 mortos eram civis. As vítimas foram:

  • Amintas Rocha Brito
  • Antonio Sergio Cezarini
  • Carlos Alberto Pedrini
  • Cesar Augusto Costalonga Varejão
  • Daniel Faria Gonçalves
  • Eliseu Reinaldo Moraes Vieira
  • Gil Cesar Baptista Marques
  • Gines Ananias Garcia
  • Jonas Barbosa Filho
  • José Aparecido Pinheiro
  • José Eduardo de Almeida
  • José Eduardo Pereira II
  • José Pedro Claro Peres da Silva
  • Luis Primon de Araújo
  • Mario Cesar de Freitas Levy
  • Massanobu Shimabukuro
  • Mauricio Biella de Souza Valle
  • Roberto Tadashi Seguchi
  • Rodolfo Donizetti de Oliveira
  • Sidney Aparecido de Moraes
  • Walter Pereira Junior

O que era o VLS?

O Veículo Lançador de Satélites (VLS) é um equipamento utilizado para o transporte de uma carga útil ao espaço. Para que isso aconteça, além do foguete (veículo de lançamento) é necessário uma plataforma e estruturas adicionais. Em geral - como aconteceria em Alcântara em agosto de 2003 - a carga útil a ser transportada é um satélite artificial. O programa VLS brasileiro estava em seu terceiro protótipo. O objetivo era transportar equipamentos entre 100 kg e 300 Kg a uma órbita circular que poderia chegar a 1.000 km de altitude.

Quais foram as causas do acidente do foguete de Alcântara?

Investigação da Aeronáutica apontou que o incêndio foi provocado pelo “acionamento intempestivo” de um dos motores, provocado a partir de uma pequena peça que ligava à ignição. Não foi possível identificar as causas do acionamento desse motor, mas uma hipótese é de que o funcionamento tenha acontecido em função de uma descarga eletrostática em uma peça responsável pela ignição do motor.

A investigação descartou a possibilidade de sabotagem, de grosseira falha humana ou de algum evento meteorológico. Por outro lado, o relatório final apontou “falhas latentes” e “degradação das condições de trabalho e segurança”.

Os familiares do acidente do foguete de Alcântara foram indenizados?

Sim. Ao fim daquele mesmo ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Lei 10.821, que determinava “indenização, a título de reparação de danos, em parcela única, por servidor, aos dependentes legais dos seguintes servidores do programa espacial brasileiro, que faleceram, vítimas diretas de acidente ocorrido com o foguete VLS-1″. A indenização deveria ser equivalente “ao produto do montante total do valor da remuneração fixa, percebida pelo servidor falecido, no mês anterior ao da ocorrência do óbito, pelo número de anos remanescentes até a data em que completaria 65 anos de vida”. O valor também não poderia ser inferior a R$ 100 mil por família (R$ 299 mil, em valores corrigidos).

Alguns familiares chegaram a acionar a Justiça solicitando indenização por danos materiais e chegaram a ter o pedido atendido em primeira e segunda instâncias. No início deste ano, porém, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento por considerar que se trataria de “pagamento em duplicidade”, considerando a lei que garantiu a indenização há 20 anos.

O que aconteceu com o projeto?

O acidente com o foguete em Alcântara condenou o projeto VLS e impactou o Programa Espacial Brasileiro (PEB). Ainda que uma nova torre tenha sido construída na base, ela praticamente ficou inoperante desde então. Os recursos do governo também minguaram e o projeto foi oficialmente encerrado em 2016.

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