A nova velha guerra


Silvio de Abreu reestreia hoje novela hit de sua carreira, agora com Tony Ramos e Irene Ravache

Por Roberta Pennafort

Depois de uma vida de insultos, a redenção pelo amor na hora da morte. O público não viu, mas foi numa cama, durante entusiasmada noite de sexo, que saíram de cena os primos e rivais Otávio (Paulo Autran) e Charlô (Fernanda Montenegro), da novela hit Guerra dos Sexos. Passados 30 anos, a comédia de Silvio de Abreu volta ao horário das 19 horas com a mesma temática e o mesmo diretor, Jorge Fernando. A dupla de protagonistas vem reencarnada em Tony Ramos e Irene Ravache, herdeiros dos dois que revivem suas picuinhas. Nem um nem outro acha que o embate entre machistas e feministas ficou datado, sem lugar no século 21. Ainda que uma mulher ocupe a Presidência da República e os homens já tenham se habituado a (vez ou outra) preparar o jantar e cuidar das crianças, o conflito será eterno, acredita Tony - que faz a sua parte pela igualdade de gêneros preparando cafés da manhã e lavando a louça em casa. "Àquela época, ainda se vivia o fim da década de 70, a mulher buscando seu lugar no mercado de trabalho. Mas ainda ontem ouvi no rádio uma discussão sobre diferenças salariais, o homem ganhando 20% ou 30% a mais..." Irene lembra do sujeito que recentemente se recusou a seguir voo num avião porque no comando estava uma mulher. "Acho que ainda estamos mais para Gabriela (passada nos anos 20) do que para Guerra dos Sexos!", brinca a atriz. Como o amigo, ela não assistiu regularmente à versão original, pois gravava então a história do horário nobre, Champanhe.Silvio de Abreu pensou nos dois para os protagonistas desde que surgiu a semente dessa nova empreitada. O autor conta que o primeiro contato foi ainda em Belíssima, em 2005, e se intensificou em Passione, cinco anos depois. "Eles são excelentes em comédia. As gravações que acompanhei comprovaram a certeza que sempre tive: que dariam certo desde o início. A relação entre eles, sempre de muita amizade, diversão e generosidade, facilita o entrosamento nas cenas." Os dois levaram apenas alguns segundos para topar. Generosa, Fernanda logo se colocou no lugar de plateia da dupla.Remake? "E a guerra continua...", prenunciava o fim da novela, em janeiro de 1984. O que os espectadores verão é mais uma continuação do que um remake nos moldes do que se vê na adaptação de Jorge Amado e se viu em Ti-ti-ti, O Astro, Cabocla e em outros tantos casos. Otávio e Charlô, ou Bimbo e Cumbuca, estão imortalizados em quadros na parede da sala, sobre a lareira. Efeitos especiais fazem com que Otávio II e Charlô II, Bimbinho e Cumbuqueta, interajam com eles. Na cena da guerra à mesa do café da manhã - que terá como testemunha a mesma incrédula governanta Olívia, vivida por Marilu Bueno -, o resultado promete ser ainda mais inusitado e despudorado.Talvez a sequência mais reprisada da teledramaturgia brasileira, a discussão que termina com café, leite, sucos, frutas e iogurte para todo lado, foi puro deleite para Tony e Irene. "A primeira é eterna; hoje os recursos são outros", diz Tony, referindo-se também às mudanças tecnológicas em cena: celulares, computadores, internet. "Minha maior preocupação nessa cena era a mira, sou péssima!", confessa Irene.O que não mudou de lá para cá é a mentalidade tacanha de Otávio, machista do tipo que se vira para a neta adulta (Mariana Ximenes) e afirma: "Você vai me obedecer como uma mocinha!". Charlô adora bater de frente, quer chefiar o castelo onde vive o clã Alcântara e a loja "para público diferenciado" que leva seu nome - na primeira versão, baseada no então recém-inaugurado Shopping Eldorado; hoje, no Projac, inclusive com escadas rolantes e elevador."Estou muito feliz. Foi uma novela irreverente, feita por dois atores ícones do teatro brasileiro, um lorde inglês e uma dama. Existe uma reverência a eles", conta ainda Irene, que aparecerá em figurino bem mais refinado do que o da exagerada Clô, de Passione.O cenário é o de Silvio de Abreu: São Paulo. Refeita na cidade cenográfica em Jacarepaguá, a Mooca é onde mora o núcleo em ascensão: Dinorah (Fernando Eiras), Nieta (Drica Moraes), Carolina (Bianca Bin), Nenê Stallone (Daniel Boaventura), entre outros.

Depois de uma vida de insultos, a redenção pelo amor na hora da morte. O público não viu, mas foi numa cama, durante entusiasmada noite de sexo, que saíram de cena os primos e rivais Otávio (Paulo Autran) e Charlô (Fernanda Montenegro), da novela hit Guerra dos Sexos. Passados 30 anos, a comédia de Silvio de Abreu volta ao horário das 19 horas com a mesma temática e o mesmo diretor, Jorge Fernando. A dupla de protagonistas vem reencarnada em Tony Ramos e Irene Ravache, herdeiros dos dois que revivem suas picuinhas. Nem um nem outro acha que o embate entre machistas e feministas ficou datado, sem lugar no século 21. Ainda que uma mulher ocupe a Presidência da República e os homens já tenham se habituado a (vez ou outra) preparar o jantar e cuidar das crianças, o conflito será eterno, acredita Tony - que faz a sua parte pela igualdade de gêneros preparando cafés da manhã e lavando a louça em casa. "Àquela época, ainda se vivia o fim da década de 70, a mulher buscando seu lugar no mercado de trabalho. Mas ainda ontem ouvi no rádio uma discussão sobre diferenças salariais, o homem ganhando 20% ou 30% a mais..." Irene lembra do sujeito que recentemente se recusou a seguir voo num avião porque no comando estava uma mulher. "Acho que ainda estamos mais para Gabriela (passada nos anos 20) do que para Guerra dos Sexos!", brinca a atriz. Como o amigo, ela não assistiu regularmente à versão original, pois gravava então a história do horário nobre, Champanhe.Silvio de Abreu pensou nos dois para os protagonistas desde que surgiu a semente dessa nova empreitada. O autor conta que o primeiro contato foi ainda em Belíssima, em 2005, e se intensificou em Passione, cinco anos depois. "Eles são excelentes em comédia. As gravações que acompanhei comprovaram a certeza que sempre tive: que dariam certo desde o início. A relação entre eles, sempre de muita amizade, diversão e generosidade, facilita o entrosamento nas cenas." Os dois levaram apenas alguns segundos para topar. Generosa, Fernanda logo se colocou no lugar de plateia da dupla.Remake? "E a guerra continua...", prenunciava o fim da novela, em janeiro de 1984. O que os espectadores verão é mais uma continuação do que um remake nos moldes do que se vê na adaptação de Jorge Amado e se viu em Ti-ti-ti, O Astro, Cabocla e em outros tantos casos. Otávio e Charlô, ou Bimbo e Cumbuca, estão imortalizados em quadros na parede da sala, sobre a lareira. Efeitos especiais fazem com que Otávio II e Charlô II, Bimbinho e Cumbuqueta, interajam com eles. Na cena da guerra à mesa do café da manhã - que terá como testemunha a mesma incrédula governanta Olívia, vivida por Marilu Bueno -, o resultado promete ser ainda mais inusitado e despudorado.Talvez a sequência mais reprisada da teledramaturgia brasileira, a discussão que termina com café, leite, sucos, frutas e iogurte para todo lado, foi puro deleite para Tony e Irene. "A primeira é eterna; hoje os recursos são outros", diz Tony, referindo-se também às mudanças tecnológicas em cena: celulares, computadores, internet. "Minha maior preocupação nessa cena era a mira, sou péssima!", confessa Irene.O que não mudou de lá para cá é a mentalidade tacanha de Otávio, machista do tipo que se vira para a neta adulta (Mariana Ximenes) e afirma: "Você vai me obedecer como uma mocinha!". Charlô adora bater de frente, quer chefiar o castelo onde vive o clã Alcântara e a loja "para público diferenciado" que leva seu nome - na primeira versão, baseada no então recém-inaugurado Shopping Eldorado; hoje, no Projac, inclusive com escadas rolantes e elevador."Estou muito feliz. Foi uma novela irreverente, feita por dois atores ícones do teatro brasileiro, um lorde inglês e uma dama. Existe uma reverência a eles", conta ainda Irene, que aparecerá em figurino bem mais refinado do que o da exagerada Clô, de Passione.O cenário é o de Silvio de Abreu: São Paulo. Refeita na cidade cenográfica em Jacarepaguá, a Mooca é onde mora o núcleo em ascensão: Dinorah (Fernando Eiras), Nieta (Drica Moraes), Carolina (Bianca Bin), Nenê Stallone (Daniel Boaventura), entre outros.

Depois de uma vida de insultos, a redenção pelo amor na hora da morte. O público não viu, mas foi numa cama, durante entusiasmada noite de sexo, que saíram de cena os primos e rivais Otávio (Paulo Autran) e Charlô (Fernanda Montenegro), da novela hit Guerra dos Sexos. Passados 30 anos, a comédia de Silvio de Abreu volta ao horário das 19 horas com a mesma temática e o mesmo diretor, Jorge Fernando. A dupla de protagonistas vem reencarnada em Tony Ramos e Irene Ravache, herdeiros dos dois que revivem suas picuinhas. Nem um nem outro acha que o embate entre machistas e feministas ficou datado, sem lugar no século 21. Ainda que uma mulher ocupe a Presidência da República e os homens já tenham se habituado a (vez ou outra) preparar o jantar e cuidar das crianças, o conflito será eterno, acredita Tony - que faz a sua parte pela igualdade de gêneros preparando cafés da manhã e lavando a louça em casa. "Àquela época, ainda se vivia o fim da década de 70, a mulher buscando seu lugar no mercado de trabalho. Mas ainda ontem ouvi no rádio uma discussão sobre diferenças salariais, o homem ganhando 20% ou 30% a mais..." Irene lembra do sujeito que recentemente se recusou a seguir voo num avião porque no comando estava uma mulher. "Acho que ainda estamos mais para Gabriela (passada nos anos 20) do que para Guerra dos Sexos!", brinca a atriz. Como o amigo, ela não assistiu regularmente à versão original, pois gravava então a história do horário nobre, Champanhe.Silvio de Abreu pensou nos dois para os protagonistas desde que surgiu a semente dessa nova empreitada. O autor conta que o primeiro contato foi ainda em Belíssima, em 2005, e se intensificou em Passione, cinco anos depois. "Eles são excelentes em comédia. As gravações que acompanhei comprovaram a certeza que sempre tive: que dariam certo desde o início. A relação entre eles, sempre de muita amizade, diversão e generosidade, facilita o entrosamento nas cenas." Os dois levaram apenas alguns segundos para topar. Generosa, Fernanda logo se colocou no lugar de plateia da dupla.Remake? "E a guerra continua...", prenunciava o fim da novela, em janeiro de 1984. O que os espectadores verão é mais uma continuação do que um remake nos moldes do que se vê na adaptação de Jorge Amado e se viu em Ti-ti-ti, O Astro, Cabocla e em outros tantos casos. Otávio e Charlô, ou Bimbo e Cumbuca, estão imortalizados em quadros na parede da sala, sobre a lareira. Efeitos especiais fazem com que Otávio II e Charlô II, Bimbinho e Cumbuqueta, interajam com eles. Na cena da guerra à mesa do café da manhã - que terá como testemunha a mesma incrédula governanta Olívia, vivida por Marilu Bueno -, o resultado promete ser ainda mais inusitado e despudorado.Talvez a sequência mais reprisada da teledramaturgia brasileira, a discussão que termina com café, leite, sucos, frutas e iogurte para todo lado, foi puro deleite para Tony e Irene. "A primeira é eterna; hoje os recursos são outros", diz Tony, referindo-se também às mudanças tecnológicas em cena: celulares, computadores, internet. "Minha maior preocupação nessa cena era a mira, sou péssima!", confessa Irene.O que não mudou de lá para cá é a mentalidade tacanha de Otávio, machista do tipo que se vira para a neta adulta (Mariana Ximenes) e afirma: "Você vai me obedecer como uma mocinha!". Charlô adora bater de frente, quer chefiar o castelo onde vive o clã Alcântara e a loja "para público diferenciado" que leva seu nome - na primeira versão, baseada no então recém-inaugurado Shopping Eldorado; hoje, no Projac, inclusive com escadas rolantes e elevador."Estou muito feliz. Foi uma novela irreverente, feita por dois atores ícones do teatro brasileiro, um lorde inglês e uma dama. Existe uma reverência a eles", conta ainda Irene, que aparecerá em figurino bem mais refinado do que o da exagerada Clô, de Passione.O cenário é o de Silvio de Abreu: São Paulo. Refeita na cidade cenográfica em Jacarepaguá, a Mooca é onde mora o núcleo em ascensão: Dinorah (Fernando Eiras), Nieta (Drica Moraes), Carolina (Bianca Bin), Nenê Stallone (Daniel Boaventura), entre outros.

Depois de uma vida de insultos, a redenção pelo amor na hora da morte. O público não viu, mas foi numa cama, durante entusiasmada noite de sexo, que saíram de cena os primos e rivais Otávio (Paulo Autran) e Charlô (Fernanda Montenegro), da novela hit Guerra dos Sexos. Passados 30 anos, a comédia de Silvio de Abreu volta ao horário das 19 horas com a mesma temática e o mesmo diretor, Jorge Fernando. A dupla de protagonistas vem reencarnada em Tony Ramos e Irene Ravache, herdeiros dos dois que revivem suas picuinhas. Nem um nem outro acha que o embate entre machistas e feministas ficou datado, sem lugar no século 21. Ainda que uma mulher ocupe a Presidência da República e os homens já tenham se habituado a (vez ou outra) preparar o jantar e cuidar das crianças, o conflito será eterno, acredita Tony - que faz a sua parte pela igualdade de gêneros preparando cafés da manhã e lavando a louça em casa. "Àquela época, ainda se vivia o fim da década de 70, a mulher buscando seu lugar no mercado de trabalho. Mas ainda ontem ouvi no rádio uma discussão sobre diferenças salariais, o homem ganhando 20% ou 30% a mais..." Irene lembra do sujeito que recentemente se recusou a seguir voo num avião porque no comando estava uma mulher. "Acho que ainda estamos mais para Gabriela (passada nos anos 20) do que para Guerra dos Sexos!", brinca a atriz. Como o amigo, ela não assistiu regularmente à versão original, pois gravava então a história do horário nobre, Champanhe.Silvio de Abreu pensou nos dois para os protagonistas desde que surgiu a semente dessa nova empreitada. O autor conta que o primeiro contato foi ainda em Belíssima, em 2005, e se intensificou em Passione, cinco anos depois. "Eles são excelentes em comédia. As gravações que acompanhei comprovaram a certeza que sempre tive: que dariam certo desde o início. A relação entre eles, sempre de muita amizade, diversão e generosidade, facilita o entrosamento nas cenas." Os dois levaram apenas alguns segundos para topar. Generosa, Fernanda logo se colocou no lugar de plateia da dupla.Remake? "E a guerra continua...", prenunciava o fim da novela, em janeiro de 1984. O que os espectadores verão é mais uma continuação do que um remake nos moldes do que se vê na adaptação de Jorge Amado e se viu em Ti-ti-ti, O Astro, Cabocla e em outros tantos casos. Otávio e Charlô, ou Bimbo e Cumbuca, estão imortalizados em quadros na parede da sala, sobre a lareira. Efeitos especiais fazem com que Otávio II e Charlô II, Bimbinho e Cumbuqueta, interajam com eles. Na cena da guerra à mesa do café da manhã - que terá como testemunha a mesma incrédula governanta Olívia, vivida por Marilu Bueno -, o resultado promete ser ainda mais inusitado e despudorado.Talvez a sequência mais reprisada da teledramaturgia brasileira, a discussão que termina com café, leite, sucos, frutas e iogurte para todo lado, foi puro deleite para Tony e Irene. "A primeira é eterna; hoje os recursos são outros", diz Tony, referindo-se também às mudanças tecnológicas em cena: celulares, computadores, internet. "Minha maior preocupação nessa cena era a mira, sou péssima!", confessa Irene.O que não mudou de lá para cá é a mentalidade tacanha de Otávio, machista do tipo que se vira para a neta adulta (Mariana Ximenes) e afirma: "Você vai me obedecer como uma mocinha!". Charlô adora bater de frente, quer chefiar o castelo onde vive o clã Alcântara e a loja "para público diferenciado" que leva seu nome - na primeira versão, baseada no então recém-inaugurado Shopping Eldorado; hoje, no Projac, inclusive com escadas rolantes e elevador."Estou muito feliz. Foi uma novela irreverente, feita por dois atores ícones do teatro brasileiro, um lorde inglês e uma dama. Existe uma reverência a eles", conta ainda Irene, que aparecerá em figurino bem mais refinado do que o da exagerada Clô, de Passione.O cenário é o de Silvio de Abreu: São Paulo. Refeita na cidade cenográfica em Jacarepaguá, a Mooca é onde mora o núcleo em ascensão: Dinorah (Fernando Eiras), Nieta (Drica Moraes), Carolina (Bianca Bin), Nenê Stallone (Daniel Boaventura), entre outros.

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