Análise: Sting não poderia mais ficar longe de si mesmo


O rock é implacável com seus protagonistas: quando passam dos 50 anos, os coloca no divã e testa suas fidelidades; Ao lançar '57th & 9th',

Por Julio Maria

E ele conseguiu. Não é fácil fazer a viagem de Sting, um perigoso caminho que parte do núcleo de sua célula tronco em direção à imprevisibilidade do Cosmos. A paixão de Sting pela música sinfônica já o seduzia à época do Police, mas poucos poderiam esperar um distanciamento tão longevo. Sting já estava longe de si, do Sting clássico, quando lançou, em 2003, sua última experiência na linguagem mais pop dos últimos 14 anos. Sacred Love é bonito, com todos os climas e as camas que gosta de armar para sua voz flutuante, segurando notas como se fosse um teclado, mas dizia que as coisas estavam mudando.

Sting de volta ao rock Foto: Divulgação

Três anos depois, mais vinte passos adiante. A viagem agora era com o barroco Songs from the Labyrinth, com obras do compositor John Dowland (1563-1626) e participação do instrumentista bósnio Edin Karamazov. Mais uma vez, um álbum brilhante, de construções melódicas comoventes e movimentação surpreendente no universo erudito por um roqueiro. 2009, outra ruptura. If On A Winter’s Night soou como um passeio pela paisagem gelada, uma manhã silenciosa sobre a neve, uma trilha de cinema. Mais belezas da alma e nenhuma intenção pop. O Sting do Police, aparentemente, estava enterrado.

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Symphonicities, de 2010, foi o primeiro respirar do passado. Os sucessos de sua banda banham o disco, mas manter suas novas descobertas parecem uma questão de honra. Músicas como Roxanne e Every Little Thing She Does is Magic chegam engomadas para o concerto. Os anos 80 poderiam até existir, desde que não fossem apenas os anos 80. Cedo ou tarde, o rock coloca cabeças inquietas no divã. Meu tempo dos ruídos se foi, não posso morrer fazendo três acordes, meus amigos evoluíram e eu continuo aqui. A maior vitória de 57th & 9th é a de provar que a evolução pode andar também na contramão da linha do tempo. Sting faz um belo disco ao desafiar o próprio ego retornando aos tempos não apenas de Sting, mas de Sting de Police.

Há uma boa dose de despudor sinfônico para se fazer algo radiofônico como I Can’t Stop Thinking About You e um tanto de resignação pop para se chegar ao resultado das guitarras da introdução de 50.000. A questão é essa. O fracasso não está na intenção pop, mas na intenção de ser para a vida toda algo que não é. Sting é formado por material genético roqueiro, não poderia viver feliz no mundo camerístico. Sua passagem por ele mostrou a elasticidade de um talento gigantesco, mas nada faz o coração bater tão forte quanto ouvi-lo empunhando um contrabaixo.

E ele conseguiu. Não é fácil fazer a viagem de Sting, um perigoso caminho que parte do núcleo de sua célula tronco em direção à imprevisibilidade do Cosmos. A paixão de Sting pela música sinfônica já o seduzia à época do Police, mas poucos poderiam esperar um distanciamento tão longevo. Sting já estava longe de si, do Sting clássico, quando lançou, em 2003, sua última experiência na linguagem mais pop dos últimos 14 anos. Sacred Love é bonito, com todos os climas e as camas que gosta de armar para sua voz flutuante, segurando notas como se fosse um teclado, mas dizia que as coisas estavam mudando.

Sting de volta ao rock Foto: Divulgação

Três anos depois, mais vinte passos adiante. A viagem agora era com o barroco Songs from the Labyrinth, com obras do compositor John Dowland (1563-1626) e participação do instrumentista bósnio Edin Karamazov. Mais uma vez, um álbum brilhante, de construções melódicas comoventes e movimentação surpreendente no universo erudito por um roqueiro. 2009, outra ruptura. If On A Winter’s Night soou como um passeio pela paisagem gelada, uma manhã silenciosa sobre a neve, uma trilha de cinema. Mais belezas da alma e nenhuma intenção pop. O Sting do Police, aparentemente, estava enterrado.

Symphonicities, de 2010, foi o primeiro respirar do passado. Os sucessos de sua banda banham o disco, mas manter suas novas descobertas parecem uma questão de honra. Músicas como Roxanne e Every Little Thing She Does is Magic chegam engomadas para o concerto. Os anos 80 poderiam até existir, desde que não fossem apenas os anos 80. Cedo ou tarde, o rock coloca cabeças inquietas no divã. Meu tempo dos ruídos se foi, não posso morrer fazendo três acordes, meus amigos evoluíram e eu continuo aqui. A maior vitória de 57th & 9th é a de provar que a evolução pode andar também na contramão da linha do tempo. Sting faz um belo disco ao desafiar o próprio ego retornando aos tempos não apenas de Sting, mas de Sting de Police.

Há uma boa dose de despudor sinfônico para se fazer algo radiofônico como I Can’t Stop Thinking About You e um tanto de resignação pop para se chegar ao resultado das guitarras da introdução de 50.000. A questão é essa. O fracasso não está na intenção pop, mas na intenção de ser para a vida toda algo que não é. Sting é formado por material genético roqueiro, não poderia viver feliz no mundo camerístico. Sua passagem por ele mostrou a elasticidade de um talento gigantesco, mas nada faz o coração bater tão forte quanto ouvi-lo empunhando um contrabaixo.

E ele conseguiu. Não é fácil fazer a viagem de Sting, um perigoso caminho que parte do núcleo de sua célula tronco em direção à imprevisibilidade do Cosmos. A paixão de Sting pela música sinfônica já o seduzia à época do Police, mas poucos poderiam esperar um distanciamento tão longevo. Sting já estava longe de si, do Sting clássico, quando lançou, em 2003, sua última experiência na linguagem mais pop dos últimos 14 anos. Sacred Love é bonito, com todos os climas e as camas que gosta de armar para sua voz flutuante, segurando notas como se fosse um teclado, mas dizia que as coisas estavam mudando.

Sting de volta ao rock Foto: Divulgação

Três anos depois, mais vinte passos adiante. A viagem agora era com o barroco Songs from the Labyrinth, com obras do compositor John Dowland (1563-1626) e participação do instrumentista bósnio Edin Karamazov. Mais uma vez, um álbum brilhante, de construções melódicas comoventes e movimentação surpreendente no universo erudito por um roqueiro. 2009, outra ruptura. If On A Winter’s Night soou como um passeio pela paisagem gelada, uma manhã silenciosa sobre a neve, uma trilha de cinema. Mais belezas da alma e nenhuma intenção pop. O Sting do Police, aparentemente, estava enterrado.

Symphonicities, de 2010, foi o primeiro respirar do passado. Os sucessos de sua banda banham o disco, mas manter suas novas descobertas parecem uma questão de honra. Músicas como Roxanne e Every Little Thing She Does is Magic chegam engomadas para o concerto. Os anos 80 poderiam até existir, desde que não fossem apenas os anos 80. Cedo ou tarde, o rock coloca cabeças inquietas no divã. Meu tempo dos ruídos se foi, não posso morrer fazendo três acordes, meus amigos evoluíram e eu continuo aqui. A maior vitória de 57th & 9th é a de provar que a evolução pode andar também na contramão da linha do tempo. Sting faz um belo disco ao desafiar o próprio ego retornando aos tempos não apenas de Sting, mas de Sting de Police.

Há uma boa dose de despudor sinfônico para se fazer algo radiofônico como I Can’t Stop Thinking About You e um tanto de resignação pop para se chegar ao resultado das guitarras da introdução de 50.000. A questão é essa. O fracasso não está na intenção pop, mas na intenção de ser para a vida toda algo que não é. Sting é formado por material genético roqueiro, não poderia viver feliz no mundo camerístico. Sua passagem por ele mostrou a elasticidade de um talento gigantesco, mas nada faz o coração bater tão forte quanto ouvi-lo empunhando um contrabaixo.

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