Animais são bichos?


Se os animais estão presos numa suposta impassividade, bichos são ativos e podem nos tornar menos pobres

Por Roberto DaMatta

Um leitor questionou o título de minha última crônica. Animais, escreve, não são bichos. O menino Toninho falava com bichos, pois animais são parte da dicotomia irrevogável entre natureza e cultura (o dado e o construído).

Os animais são seres da natureza; mas, nos contos de fada, nos mitos e o Toninho - o menino que aprendeu gatês, cachorrês e aranhês -, a cultura ousadamente envolve a natureza. E os animais, assim humanizados, viram “bichos”.

O bicho é um animal na superfície, mas, na realidade dos mitos e das fábulas, ele é um personagem. Por quê? Basta ouvir o menino: os animais se comunicam, mas os bichos ensinam, metem medo ou despertam compaixão e respeito.

continua após a publicidade

Em 1999, Elena Soárez e eu escrevemos o livro Águias, Burros e Borboletas: um Estudo Antropológico do Jogo do Bicho - no qual essa distinção era básica para o entendimento do jogo mais popular do Brasil, o do bicho.

De fato, se os animais estão presos numa suposta semipassividade, os bichos são ativos e, como revela o jogo do bicho, podem nos tornar menos pobres. Nele, os bichos mandam mensagem por meio de sonhos, acasos, por meio de um sistema de palpites.

'Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.' Foto: Warner Bros
continua após a publicidade

Animais por nós simbolicamente canibalizados surgem - como diz o antropólogo Marshall Sahlins - como “metapessoas”, ocupando espaços encantados, tal como os personagens criados por Walt Disney, os quais dramatizam vidas e mundos paralelos...

Um animal que surge num sonho falando conosco está oferecendo uma chance, de nele “acertar”, como diz a linguagem de caçada do jogo do bicho. Como bichos, eles têm “pontos de vista” e subjetividade, conforme aprendi com Eduardo Viveiros de Castro e seus alunos.

Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.

continua após a publicidade

Quando um animal vira bicho, eles ganham agenciamento - viram sujeitos. Tal é o caso dos 25 bichos do jogo do bicho que nos ajudam a renovar o sonho de viver num mundo menos miserável.

Para tanto, é preciso aprender a “ver” animais como nós, o bicho-humano.

Agora, caro leitor, se você não concorda, chame o seu chefe ou candidato de animal ou de bicho...

Um leitor questionou o título de minha última crônica. Animais, escreve, não são bichos. O menino Toninho falava com bichos, pois animais são parte da dicotomia irrevogável entre natureza e cultura (o dado e o construído).

Os animais são seres da natureza; mas, nos contos de fada, nos mitos e o Toninho - o menino que aprendeu gatês, cachorrês e aranhês -, a cultura ousadamente envolve a natureza. E os animais, assim humanizados, viram “bichos”.

O bicho é um animal na superfície, mas, na realidade dos mitos e das fábulas, ele é um personagem. Por quê? Basta ouvir o menino: os animais se comunicam, mas os bichos ensinam, metem medo ou despertam compaixão e respeito.

Em 1999, Elena Soárez e eu escrevemos o livro Águias, Burros e Borboletas: um Estudo Antropológico do Jogo do Bicho - no qual essa distinção era básica para o entendimento do jogo mais popular do Brasil, o do bicho.

De fato, se os animais estão presos numa suposta semipassividade, os bichos são ativos e, como revela o jogo do bicho, podem nos tornar menos pobres. Nele, os bichos mandam mensagem por meio de sonhos, acasos, por meio de um sistema de palpites.

'Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.' Foto: Warner Bros

Animais por nós simbolicamente canibalizados surgem - como diz o antropólogo Marshall Sahlins - como “metapessoas”, ocupando espaços encantados, tal como os personagens criados por Walt Disney, os quais dramatizam vidas e mundos paralelos...

Um animal que surge num sonho falando conosco está oferecendo uma chance, de nele “acertar”, como diz a linguagem de caçada do jogo do bicho. Como bichos, eles têm “pontos de vista” e subjetividade, conforme aprendi com Eduardo Viveiros de Castro e seus alunos.

Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.

Quando um animal vira bicho, eles ganham agenciamento - viram sujeitos. Tal é o caso dos 25 bichos do jogo do bicho que nos ajudam a renovar o sonho de viver num mundo menos miserável.

Para tanto, é preciso aprender a “ver” animais como nós, o bicho-humano.

Agora, caro leitor, se você não concorda, chame o seu chefe ou candidato de animal ou de bicho...

Um leitor questionou o título de minha última crônica. Animais, escreve, não são bichos. O menino Toninho falava com bichos, pois animais são parte da dicotomia irrevogável entre natureza e cultura (o dado e o construído).

Os animais são seres da natureza; mas, nos contos de fada, nos mitos e o Toninho - o menino que aprendeu gatês, cachorrês e aranhês -, a cultura ousadamente envolve a natureza. E os animais, assim humanizados, viram “bichos”.

O bicho é um animal na superfície, mas, na realidade dos mitos e das fábulas, ele é um personagem. Por quê? Basta ouvir o menino: os animais se comunicam, mas os bichos ensinam, metem medo ou despertam compaixão e respeito.

Em 1999, Elena Soárez e eu escrevemos o livro Águias, Burros e Borboletas: um Estudo Antropológico do Jogo do Bicho - no qual essa distinção era básica para o entendimento do jogo mais popular do Brasil, o do bicho.

De fato, se os animais estão presos numa suposta semipassividade, os bichos são ativos e, como revela o jogo do bicho, podem nos tornar menos pobres. Nele, os bichos mandam mensagem por meio de sonhos, acasos, por meio de um sistema de palpites.

'Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.' Foto: Warner Bros

Animais por nós simbolicamente canibalizados surgem - como diz o antropólogo Marshall Sahlins - como “metapessoas”, ocupando espaços encantados, tal como os personagens criados por Walt Disney, os quais dramatizam vidas e mundos paralelos...

Um animal que surge num sonho falando conosco está oferecendo uma chance, de nele “acertar”, como diz a linguagem de caçada do jogo do bicho. Como bichos, eles têm “pontos de vista” e subjetividade, conforme aprendi com Eduardo Viveiros de Castro e seus alunos.

Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.

Quando um animal vira bicho, eles ganham agenciamento - viram sujeitos. Tal é o caso dos 25 bichos do jogo do bicho que nos ajudam a renovar o sonho de viver num mundo menos miserável.

Para tanto, é preciso aprender a “ver” animais como nós, o bicho-humano.

Agora, caro leitor, se você não concorda, chame o seu chefe ou candidato de animal ou de bicho...

Um leitor questionou o título de minha última crônica. Animais, escreve, não são bichos. O menino Toninho falava com bichos, pois animais são parte da dicotomia irrevogável entre natureza e cultura (o dado e o construído).

Os animais são seres da natureza; mas, nos contos de fada, nos mitos e o Toninho - o menino que aprendeu gatês, cachorrês e aranhês -, a cultura ousadamente envolve a natureza. E os animais, assim humanizados, viram “bichos”.

O bicho é um animal na superfície, mas, na realidade dos mitos e das fábulas, ele é um personagem. Por quê? Basta ouvir o menino: os animais se comunicam, mas os bichos ensinam, metem medo ou despertam compaixão e respeito.

Em 1999, Elena Soárez e eu escrevemos o livro Águias, Burros e Borboletas: um Estudo Antropológico do Jogo do Bicho - no qual essa distinção era básica para o entendimento do jogo mais popular do Brasil, o do bicho.

De fato, se os animais estão presos numa suposta semipassividade, os bichos são ativos e, como revela o jogo do bicho, podem nos tornar menos pobres. Nele, os bichos mandam mensagem por meio de sonhos, acasos, por meio de um sistema de palpites.

'Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.' Foto: Warner Bros

Animais por nós simbolicamente canibalizados surgem - como diz o antropólogo Marshall Sahlins - como “metapessoas”, ocupando espaços encantados, tal como os personagens criados por Walt Disney, os quais dramatizam vidas e mundos paralelos...

Um animal que surge num sonho falando conosco está oferecendo uma chance, de nele “acertar”, como diz a linguagem de caçada do jogo do bicho. Como bichos, eles têm “pontos de vista” e subjetividade, conforme aprendi com Eduardo Viveiros de Castro e seus alunos.

Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.

Quando um animal vira bicho, eles ganham agenciamento - viram sujeitos. Tal é o caso dos 25 bichos do jogo do bicho que nos ajudam a renovar o sonho de viver num mundo menos miserável.

Para tanto, é preciso aprender a “ver” animais como nós, o bicho-humano.

Agora, caro leitor, se você não concorda, chame o seu chefe ou candidato de animal ou de bicho...

Um leitor questionou o título de minha última crônica. Animais, escreve, não são bichos. O menino Toninho falava com bichos, pois animais são parte da dicotomia irrevogável entre natureza e cultura (o dado e o construído).

Os animais são seres da natureza; mas, nos contos de fada, nos mitos e o Toninho - o menino que aprendeu gatês, cachorrês e aranhês -, a cultura ousadamente envolve a natureza. E os animais, assim humanizados, viram “bichos”.

O bicho é um animal na superfície, mas, na realidade dos mitos e das fábulas, ele é um personagem. Por quê? Basta ouvir o menino: os animais se comunicam, mas os bichos ensinam, metem medo ou despertam compaixão e respeito.

Em 1999, Elena Soárez e eu escrevemos o livro Águias, Burros e Borboletas: um Estudo Antropológico do Jogo do Bicho - no qual essa distinção era básica para o entendimento do jogo mais popular do Brasil, o do bicho.

De fato, se os animais estão presos numa suposta semipassividade, os bichos são ativos e, como revela o jogo do bicho, podem nos tornar menos pobres. Nele, os bichos mandam mensagem por meio de sonhos, acasos, por meio de um sistema de palpites.

'Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.' Foto: Warner Bros

Animais por nós simbolicamente canibalizados surgem - como diz o antropólogo Marshall Sahlins - como “metapessoas”, ocupando espaços encantados, tal como os personagens criados por Walt Disney, os quais dramatizam vidas e mundos paralelos...

Um animal que surge num sonho falando conosco está oferecendo uma chance, de nele “acertar”, como diz a linguagem de caçada do jogo do bicho. Como bichos, eles têm “pontos de vista” e subjetividade, conforme aprendi com Eduardo Viveiros de Castro e seus alunos.

Assim, o Tom e o Jerry, bem como os “bichos” do nosso jogo do bicho, têm gostos, jeitos e truques - todos esses traços que nos tornam humanos.

Quando um animal vira bicho, eles ganham agenciamento - viram sujeitos. Tal é o caso dos 25 bichos do jogo do bicho que nos ajudam a renovar o sonho de viver num mundo menos miserável.

Para tanto, é preciso aprender a “ver” animais como nós, o bicho-humano.

Agora, caro leitor, se você não concorda, chame o seu chefe ou candidato de animal ou de bicho...

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.