Ansiedade: 10 respostas sobre o termo de saúde mental mais buscado por brasileiros no Google


Apesar disso, patologia segue sendo subnotificada, já que boa parte da população ainda encara problema como característica de personalidade

Por Camila Tuchlinski

ansiedade é tratada por muitos como uma característica de personalidade. “Sempre fui uma pessoa imediatista, sem muita paciência”, assim se definia a jornalista Giulia Gamba, que foi diagnosticada com Transtorno de Ansiedade em 2015. Hoje ela sabe que o sentimento de angústia pode ser tratado. “Eu comecei a perceber que estava me sentindo pouco equilibrada e isso começou a atrapalhar minha vida. Tinha palpitações, aperto no peito, medo de algumas coisas que, quando eu melhorei, parei para pensar e disse: ‘Puxa, não tinha tanta justificativa’, sabe?”, lembra. Os internautas brasileiros são os que mais buscam o termo ansiedade na internet, perdendo apenas para os americanos, de acordo com pesquisa do Sistema Analítico BITES. Em agosto de 2021, quem foi ao Google Brasil procurar informações sobre ansiedade estava 5,5 vezes mais interessado do que em janeiro de 2004. A curva começou a crescer com maior velocidade a partir de março de 2015 e se acentuou na pandemia.

A jornalista Giulia Gamba, que fez tratamento para enfretar as crises de ansiedade. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

Quando pensou que estava tendo uma crise de pânico no metrô, há 6 anos, Giulia foi buscar ajuda. “Ficava com um aperto no peito, chorava, me sentia muito fora da realidade, angustiada. Minha psicoterapeuta percebeu que estava com crises de ansiedade e comecei a fazer também um tratamento com psiquiatra. Entendi que o remédio era uma ajuda pontual para o que eu estava precisando. Fiz o tratamento medicamentoso por um ano e depois recebi alta, quando estava me sentindo melhor, conseguindo lidar melhor com minhas emoções”, conta a jornalista, que permanece em terapia como uma forma de manutenção.

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A psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae, explica que crise de ansiedade e de pânico têm sintomas parecidos, mas se diferenciam na intensidade. “Em linhas bem gerais, podemos dizer que a ansiedade se manifesta com sintomas bem incômodos para a pessoa, mas ela consegue delimitar, ou seja, sente que está sob a ameaça de algum perigo e procura formas para se proteger ou se defender. Já a crise de pânico revela que a pessoa não consegue delimitar ou conter a angústia e se desespera, acha que está tendo um infarto, por exemplo, já que a aceleração cardíaca é um dos sintomas da ansiedade e presente no quadro de pânico também”, analisa. De acordo com o levantamento da BITES, o brasileiro também tem buscado muito mais agora por termos relacionados a medicamentos para ansiedade. O interesse, por exemplo, sobre três princípios ativos de ansiolíticos (Clonazepam, Alprazolam e Bromazepam) em agosto de 2021 no Google era cinco vezes maior do que em março de 2004, quando dados sobre o comportamento dos usuários na plataforma passou a ser melhor estruturado.

Giulia Gamba e Anakin, seu cachorrinho de estimação, no home office. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

Se sentir ansioso antes de um encontro amoroso, uma prova ou uma entrevista de emprego é bastante comum e não caracteriza um transtorno. Quando essa sensação começa a te dominar e a impedir que você faça coisas do seu cotidiano, prejudicando o funcionamento da sua vida, é preciso ligar o sinal de alerta. Os principais sintomas da ansiedade estão relacionados à preocupações, tensões ou medos exagerados, quando a pessoa não consegue relaxar: sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho;medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes; pavor depois de uma situação muito difícil.

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Parece praticamente impossível que alguém tenha saído ileso, do ponto de vista de saúde mental, após a pandemia de covid-19 e a quantidade de adaptações de rotinas e emoções que tivemos de enfrentar. Para Giulia Gamba, que já passou pelo Transtorno de Ansiedade, o receio de que os sintomas pudessem voltar bateu à porta. “Com a pandemia, fiquei com medo de voltar a sentir ansiedade, de ficar em casa, esse medo coletivo de tudo o que está acontecendo. Me despertou alguns sentimentos, sabe? Tive alguns momentos de me sentir mal nesse contexto todo, mas ressignifiquei muito a ansiedade nessa fase. Descobri que ninguém é ansioso, as pessoas estão ansiosas, então, consigo hoje ver os momentos em que estou assim e entender o por quê, qual é o gatilho que está me levando a isso e administrar isso internamente”, relata.

Perceber que você não é ansioso e que isso não faz parte de uma característica da sua personalidade e que é algo tratável, faz toda a diferença na caminhada em busca da qualidade de vida. “Eu diria para quem passa por isso que vai acabar. Sei que às vezes a gente se sente apreensivo de incomodar outras pessoas, mas se eu não tivesse tido apoio e ajuda nesse contexto, não teria conseguido passar por isso da maneira como eu passei. Procure ajuda”, afirma Giulia Gamba que, além da psicoterapia, tenta manter uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, como a ioga.

Após sintomas de ansiedade e passar por psicoterapia, Giulia Gamba também investiu energia para cuidar da alimentação e práticas de relaxamento. Foto: Marcelo Chello/ Estadão
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A reportagem do Estadão reuniu as 10 principais perguntas sobre ansiedade feitas por internautas e foi atrás das respostas. É bom ressaltar que o diagnóstico é feito por um especialista em saúde mental, seja psicólogo ou psiquiatra. Confira:

 

1 -O que é ansiedade?

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A ansiedade como uma doença é caracterizada pelo excesso de medo e angústia, de acordo com a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-V), da Associação Americana de Psiquiatria, incluindo perturbações comportamentais relacionadas.

 

2 - Quais são os principais sintomas da ansiedade?

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Os principais sintomas dos transtornos de ansiedade são muito mais intensos do que aqueles que sentimos normalmente no dia a dia. Eles aparecem como: preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar); sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho; medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade; pavor depois de uma situação muito difícil.

 

3 - Quais são os tipos de ansiedade?

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O DSM-V descreve, pelo menos, seis tipos de Transtornos de Ansiedade: Transtorno do Pânico; Fobia Específica; Fobia Social; Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT); Transtorno de Ansiedade Generalizada. O diagnóstico para cada um deles é feito através de uma consulta clínica.

 

4 - Como se sente uma pessoa com ansiedade?

Quem está sofrendo com ansiedade se sente angustiado a maior parte do tempo, ameaçado e bloqueado. Inclusive, muitas vezes, a pessoa se sente impossibilitada de descobrir a origem do sofrimento emocional, deixando de fazer algumas atividades e prejudicando a vida social.

 

5 - Quais sintomas físicos podem ser observados no Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)?

Alguns sintomas físicos podem ser observados em um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada como: preocupações e medos excessivos, visão irreal de problemas, inquietação ou sensação de estar sempre “nervoso”, irritabilidade, tensão muscular, dores de cabeça, sudorese e dificuldade em manter a concentração.

6 - Qual é a diferença entre ansiedade e crise de pânico?

De acordo com a psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae, os sintomas de crise de ansiedade e pânico são semelhantes, mas se diferenciam na intensidade. “Em linhas bem gerais, podemos dizer que a ansiedade se manifesta com sintomas bem incômodos para a pessoa, mas ela consegue delimitar. Já a crise de pânico revela que a pessoa não consegue delimitar ou conter a angústia e se desespera, acha que está tendo um infarto, por exemplo, já que a aceleração cardíaca é um dos sintomas da ansiedade e presente no quadro de pânico também.

 

7 - O Transtorno de Ansiedade pode apresentar sintomas físicos?

Muitos sintomas físicos que não podem ter uma origem detectável por exames clínicos podem ter como um pano de fundo o sofrimento emocional. A ansiedade também pode ser somatizada no nosso corpo através de alergias, problemas respiratórios e estomacais, por exemplo, a chamada ‘gastrite nervosa’ e alguns tipos de dores que podem estar ou não, relacionadas à doenças crônicas.

 

8 - Quando a pessoa precisa buscar ajuda?

“Sempre que os sintomas forem muito frequentes e impedem a pessoa de relaxar é preciso buscar ajuda. A própria pessoa percebe, mas pode não aceitar, que suas preocupações são excessivas”, afirma a psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae.

 

9 - Quais são os tipos de tratamento existentes?

Existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade: medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica); psicoterapia com psicólogo; combinação dos dois tratamentos (medicamentos e psicoterapia). “Existem tratamentos alternativos também, como ioga, meditação, práticas de relaxamento, terapias corporais, uma técnica desenvolvida por Peter Levine conhecida com Experiência Somática, EMDR, técnica mais recente e também útil. Há muitas abordagens, mas nem sempre eficazes e com remissão maior dos sintomas. Lembrando que a ansiedade é parte da vida e todos sentimos, a diferença é de grau, intensidade e frequência”, ressalta a psicóloga Sonia Neves.

 

10 - O tratamento medicamentoso é necessário?

Na maior parte dos casos, o tratamento medicamentoso, junto com a psicoterapia, é a melhor opção, sobretudo para reduzir os sintomas mais graves. A maior parte das pessoas começa a se sentir melhor e retoma suas atividades depois de algumas semanas de tratamento, por isso, é importante procurar ajuda especializada na unidade de saúde mais próxima. O diagnóstico precoce e preciso, um tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo, são imprescindíveis para obter melhores resultados e menores prejuízos.

ansiedade é tratada por muitos como uma característica de personalidade. “Sempre fui uma pessoa imediatista, sem muita paciência”, assim se definia a jornalista Giulia Gamba, que foi diagnosticada com Transtorno de Ansiedade em 2015. Hoje ela sabe que o sentimento de angústia pode ser tratado. “Eu comecei a perceber que estava me sentindo pouco equilibrada e isso começou a atrapalhar minha vida. Tinha palpitações, aperto no peito, medo de algumas coisas que, quando eu melhorei, parei para pensar e disse: ‘Puxa, não tinha tanta justificativa’, sabe?”, lembra. Os internautas brasileiros são os que mais buscam o termo ansiedade na internet, perdendo apenas para os americanos, de acordo com pesquisa do Sistema Analítico BITES. Em agosto de 2021, quem foi ao Google Brasil procurar informações sobre ansiedade estava 5,5 vezes mais interessado do que em janeiro de 2004. A curva começou a crescer com maior velocidade a partir de março de 2015 e se acentuou na pandemia.

A jornalista Giulia Gamba, que fez tratamento para enfretar as crises de ansiedade. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

Quando pensou que estava tendo uma crise de pânico no metrô, há 6 anos, Giulia foi buscar ajuda. “Ficava com um aperto no peito, chorava, me sentia muito fora da realidade, angustiada. Minha psicoterapeuta percebeu que estava com crises de ansiedade e comecei a fazer também um tratamento com psiquiatra. Entendi que o remédio era uma ajuda pontual para o que eu estava precisando. Fiz o tratamento medicamentoso por um ano e depois recebi alta, quando estava me sentindo melhor, conseguindo lidar melhor com minhas emoções”, conta a jornalista, que permanece em terapia como uma forma de manutenção.

A psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae, explica que crise de ansiedade e de pânico têm sintomas parecidos, mas se diferenciam na intensidade. “Em linhas bem gerais, podemos dizer que a ansiedade se manifesta com sintomas bem incômodos para a pessoa, mas ela consegue delimitar, ou seja, sente que está sob a ameaça de algum perigo e procura formas para se proteger ou se defender. Já a crise de pânico revela que a pessoa não consegue delimitar ou conter a angústia e se desespera, acha que está tendo um infarto, por exemplo, já que a aceleração cardíaca é um dos sintomas da ansiedade e presente no quadro de pânico também”, analisa. De acordo com o levantamento da BITES, o brasileiro também tem buscado muito mais agora por termos relacionados a medicamentos para ansiedade. O interesse, por exemplo, sobre três princípios ativos de ansiolíticos (Clonazepam, Alprazolam e Bromazepam) em agosto de 2021 no Google era cinco vezes maior do que em março de 2004, quando dados sobre o comportamento dos usuários na plataforma passou a ser melhor estruturado.

Giulia Gamba e Anakin, seu cachorrinho de estimação, no home office. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

Se sentir ansioso antes de um encontro amoroso, uma prova ou uma entrevista de emprego é bastante comum e não caracteriza um transtorno. Quando essa sensação começa a te dominar e a impedir que você faça coisas do seu cotidiano, prejudicando o funcionamento da sua vida, é preciso ligar o sinal de alerta. Os principais sintomas da ansiedade estão relacionados à preocupações, tensões ou medos exagerados, quando a pessoa não consegue relaxar: sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho;medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes; pavor depois de uma situação muito difícil.

Parece praticamente impossível que alguém tenha saído ileso, do ponto de vista de saúde mental, após a pandemia de covid-19 e a quantidade de adaptações de rotinas e emoções que tivemos de enfrentar. Para Giulia Gamba, que já passou pelo Transtorno de Ansiedade, o receio de que os sintomas pudessem voltar bateu à porta. “Com a pandemia, fiquei com medo de voltar a sentir ansiedade, de ficar em casa, esse medo coletivo de tudo o que está acontecendo. Me despertou alguns sentimentos, sabe? Tive alguns momentos de me sentir mal nesse contexto todo, mas ressignifiquei muito a ansiedade nessa fase. Descobri que ninguém é ansioso, as pessoas estão ansiosas, então, consigo hoje ver os momentos em que estou assim e entender o por quê, qual é o gatilho que está me levando a isso e administrar isso internamente”, relata.

Perceber que você não é ansioso e que isso não faz parte de uma característica da sua personalidade e que é algo tratável, faz toda a diferença na caminhada em busca da qualidade de vida. “Eu diria para quem passa por isso que vai acabar. Sei que às vezes a gente se sente apreensivo de incomodar outras pessoas, mas se eu não tivesse tido apoio e ajuda nesse contexto, não teria conseguido passar por isso da maneira como eu passei. Procure ajuda”, afirma Giulia Gamba que, além da psicoterapia, tenta manter uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, como a ioga.

Após sintomas de ansiedade e passar por psicoterapia, Giulia Gamba também investiu energia para cuidar da alimentação e práticas de relaxamento. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

A reportagem do Estadão reuniu as 10 principais perguntas sobre ansiedade feitas por internautas e foi atrás das respostas. É bom ressaltar que o diagnóstico é feito por um especialista em saúde mental, seja psicólogo ou psiquiatra. Confira:

 

1 -O que é ansiedade?

A ansiedade como uma doença é caracterizada pelo excesso de medo e angústia, de acordo com a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-V), da Associação Americana de Psiquiatria, incluindo perturbações comportamentais relacionadas.

 

2 - Quais são os principais sintomas da ansiedade?

Os principais sintomas dos transtornos de ansiedade são muito mais intensos do que aqueles que sentimos normalmente no dia a dia. Eles aparecem como: preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar); sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho; medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade; pavor depois de uma situação muito difícil.

 

3 - Quais são os tipos de ansiedade?

O DSM-V descreve, pelo menos, seis tipos de Transtornos de Ansiedade: Transtorno do Pânico; Fobia Específica; Fobia Social; Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT); Transtorno de Ansiedade Generalizada. O diagnóstico para cada um deles é feito através de uma consulta clínica.

 

4 - Como se sente uma pessoa com ansiedade?

Quem está sofrendo com ansiedade se sente angustiado a maior parte do tempo, ameaçado e bloqueado. Inclusive, muitas vezes, a pessoa se sente impossibilitada de descobrir a origem do sofrimento emocional, deixando de fazer algumas atividades e prejudicando a vida social.

 

5 - Quais sintomas físicos podem ser observados no Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)?

Alguns sintomas físicos podem ser observados em um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada como: preocupações e medos excessivos, visão irreal de problemas, inquietação ou sensação de estar sempre “nervoso”, irritabilidade, tensão muscular, dores de cabeça, sudorese e dificuldade em manter a concentração.

6 - Qual é a diferença entre ansiedade e crise de pânico?

De acordo com a psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae, os sintomas de crise de ansiedade e pânico são semelhantes, mas se diferenciam na intensidade. “Em linhas bem gerais, podemos dizer que a ansiedade se manifesta com sintomas bem incômodos para a pessoa, mas ela consegue delimitar. Já a crise de pânico revela que a pessoa não consegue delimitar ou conter a angústia e se desespera, acha que está tendo um infarto, por exemplo, já que a aceleração cardíaca é um dos sintomas da ansiedade e presente no quadro de pânico também.

 

7 - O Transtorno de Ansiedade pode apresentar sintomas físicos?

Muitos sintomas físicos que não podem ter uma origem detectável por exames clínicos podem ter como um pano de fundo o sofrimento emocional. A ansiedade também pode ser somatizada no nosso corpo através de alergias, problemas respiratórios e estomacais, por exemplo, a chamada ‘gastrite nervosa’ e alguns tipos de dores que podem estar ou não, relacionadas à doenças crônicas.

 

8 - Quando a pessoa precisa buscar ajuda?

“Sempre que os sintomas forem muito frequentes e impedem a pessoa de relaxar é preciso buscar ajuda. A própria pessoa percebe, mas pode não aceitar, que suas preocupações são excessivas”, afirma a psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae.

 

9 - Quais são os tipos de tratamento existentes?

Existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade: medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica); psicoterapia com psicólogo; combinação dos dois tratamentos (medicamentos e psicoterapia). “Existem tratamentos alternativos também, como ioga, meditação, práticas de relaxamento, terapias corporais, uma técnica desenvolvida por Peter Levine conhecida com Experiência Somática, EMDR, técnica mais recente e também útil. Há muitas abordagens, mas nem sempre eficazes e com remissão maior dos sintomas. Lembrando que a ansiedade é parte da vida e todos sentimos, a diferença é de grau, intensidade e frequência”, ressalta a psicóloga Sonia Neves.

 

10 - O tratamento medicamentoso é necessário?

Na maior parte dos casos, o tratamento medicamentoso, junto com a psicoterapia, é a melhor opção, sobretudo para reduzir os sintomas mais graves. A maior parte das pessoas começa a se sentir melhor e retoma suas atividades depois de algumas semanas de tratamento, por isso, é importante procurar ajuda especializada na unidade de saúde mais próxima. O diagnóstico precoce e preciso, um tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo, são imprescindíveis para obter melhores resultados e menores prejuízos.

ansiedade é tratada por muitos como uma característica de personalidade. “Sempre fui uma pessoa imediatista, sem muita paciência”, assim se definia a jornalista Giulia Gamba, que foi diagnosticada com Transtorno de Ansiedade em 2015. Hoje ela sabe que o sentimento de angústia pode ser tratado. “Eu comecei a perceber que estava me sentindo pouco equilibrada e isso começou a atrapalhar minha vida. Tinha palpitações, aperto no peito, medo de algumas coisas que, quando eu melhorei, parei para pensar e disse: ‘Puxa, não tinha tanta justificativa’, sabe?”, lembra. Os internautas brasileiros são os que mais buscam o termo ansiedade na internet, perdendo apenas para os americanos, de acordo com pesquisa do Sistema Analítico BITES. Em agosto de 2021, quem foi ao Google Brasil procurar informações sobre ansiedade estava 5,5 vezes mais interessado do que em janeiro de 2004. A curva começou a crescer com maior velocidade a partir de março de 2015 e se acentuou na pandemia.

A jornalista Giulia Gamba, que fez tratamento para enfretar as crises de ansiedade. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

Quando pensou que estava tendo uma crise de pânico no metrô, há 6 anos, Giulia foi buscar ajuda. “Ficava com um aperto no peito, chorava, me sentia muito fora da realidade, angustiada. Minha psicoterapeuta percebeu que estava com crises de ansiedade e comecei a fazer também um tratamento com psiquiatra. Entendi que o remédio era uma ajuda pontual para o que eu estava precisando. Fiz o tratamento medicamentoso por um ano e depois recebi alta, quando estava me sentindo melhor, conseguindo lidar melhor com minhas emoções”, conta a jornalista, que permanece em terapia como uma forma de manutenção.

A psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae, explica que crise de ansiedade e de pânico têm sintomas parecidos, mas se diferenciam na intensidade. “Em linhas bem gerais, podemos dizer que a ansiedade se manifesta com sintomas bem incômodos para a pessoa, mas ela consegue delimitar, ou seja, sente que está sob a ameaça de algum perigo e procura formas para se proteger ou se defender. Já a crise de pânico revela que a pessoa não consegue delimitar ou conter a angústia e se desespera, acha que está tendo um infarto, por exemplo, já que a aceleração cardíaca é um dos sintomas da ansiedade e presente no quadro de pânico também”, analisa. De acordo com o levantamento da BITES, o brasileiro também tem buscado muito mais agora por termos relacionados a medicamentos para ansiedade. O interesse, por exemplo, sobre três princípios ativos de ansiolíticos (Clonazepam, Alprazolam e Bromazepam) em agosto de 2021 no Google era cinco vezes maior do que em março de 2004, quando dados sobre o comportamento dos usuários na plataforma passou a ser melhor estruturado.

Giulia Gamba e Anakin, seu cachorrinho de estimação, no home office. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

Se sentir ansioso antes de um encontro amoroso, uma prova ou uma entrevista de emprego é bastante comum e não caracteriza um transtorno. Quando essa sensação começa a te dominar e a impedir que você faça coisas do seu cotidiano, prejudicando o funcionamento da sua vida, é preciso ligar o sinal de alerta. Os principais sintomas da ansiedade estão relacionados à preocupações, tensões ou medos exagerados, quando a pessoa não consegue relaxar: sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho;medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes; pavor depois de uma situação muito difícil.

Parece praticamente impossível que alguém tenha saído ileso, do ponto de vista de saúde mental, após a pandemia de covid-19 e a quantidade de adaptações de rotinas e emoções que tivemos de enfrentar. Para Giulia Gamba, que já passou pelo Transtorno de Ansiedade, o receio de que os sintomas pudessem voltar bateu à porta. “Com a pandemia, fiquei com medo de voltar a sentir ansiedade, de ficar em casa, esse medo coletivo de tudo o que está acontecendo. Me despertou alguns sentimentos, sabe? Tive alguns momentos de me sentir mal nesse contexto todo, mas ressignifiquei muito a ansiedade nessa fase. Descobri que ninguém é ansioso, as pessoas estão ansiosas, então, consigo hoje ver os momentos em que estou assim e entender o por quê, qual é o gatilho que está me levando a isso e administrar isso internamente”, relata.

Perceber que você não é ansioso e que isso não faz parte de uma característica da sua personalidade e que é algo tratável, faz toda a diferença na caminhada em busca da qualidade de vida. “Eu diria para quem passa por isso que vai acabar. Sei que às vezes a gente se sente apreensivo de incomodar outras pessoas, mas se eu não tivesse tido apoio e ajuda nesse contexto, não teria conseguido passar por isso da maneira como eu passei. Procure ajuda”, afirma Giulia Gamba que, além da psicoterapia, tenta manter uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, como a ioga.

Após sintomas de ansiedade e passar por psicoterapia, Giulia Gamba também investiu energia para cuidar da alimentação e práticas de relaxamento. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

A reportagem do Estadão reuniu as 10 principais perguntas sobre ansiedade feitas por internautas e foi atrás das respostas. É bom ressaltar que o diagnóstico é feito por um especialista em saúde mental, seja psicólogo ou psiquiatra. Confira:

 

1 -O que é ansiedade?

A ansiedade como uma doença é caracterizada pelo excesso de medo e angústia, de acordo com a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-V), da Associação Americana de Psiquiatria, incluindo perturbações comportamentais relacionadas.

 

2 - Quais são os principais sintomas da ansiedade?

Os principais sintomas dos transtornos de ansiedade são muito mais intensos do que aqueles que sentimos normalmente no dia a dia. Eles aparecem como: preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar); sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho; medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade; pavor depois de uma situação muito difícil.

 

3 - Quais são os tipos de ansiedade?

O DSM-V descreve, pelo menos, seis tipos de Transtornos de Ansiedade: Transtorno do Pânico; Fobia Específica; Fobia Social; Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT); Transtorno de Ansiedade Generalizada. O diagnóstico para cada um deles é feito através de uma consulta clínica.

 

4 - Como se sente uma pessoa com ansiedade?

Quem está sofrendo com ansiedade se sente angustiado a maior parte do tempo, ameaçado e bloqueado. Inclusive, muitas vezes, a pessoa se sente impossibilitada de descobrir a origem do sofrimento emocional, deixando de fazer algumas atividades e prejudicando a vida social.

 

5 - Quais sintomas físicos podem ser observados no Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)?

Alguns sintomas físicos podem ser observados em um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada como: preocupações e medos excessivos, visão irreal de problemas, inquietação ou sensação de estar sempre “nervoso”, irritabilidade, tensão muscular, dores de cabeça, sudorese e dificuldade em manter a concentração.

6 - Qual é a diferença entre ansiedade e crise de pânico?

De acordo com a psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae, os sintomas de crise de ansiedade e pânico são semelhantes, mas se diferenciam na intensidade. “Em linhas bem gerais, podemos dizer que a ansiedade se manifesta com sintomas bem incômodos para a pessoa, mas ela consegue delimitar. Já a crise de pânico revela que a pessoa não consegue delimitar ou conter a angústia e se desespera, acha que está tendo um infarto, por exemplo, já que a aceleração cardíaca é um dos sintomas da ansiedade e presente no quadro de pânico também.

 

7 - O Transtorno de Ansiedade pode apresentar sintomas físicos?

Muitos sintomas físicos que não podem ter uma origem detectável por exames clínicos podem ter como um pano de fundo o sofrimento emocional. A ansiedade também pode ser somatizada no nosso corpo através de alergias, problemas respiratórios e estomacais, por exemplo, a chamada ‘gastrite nervosa’ e alguns tipos de dores que podem estar ou não, relacionadas à doenças crônicas.

 

8 - Quando a pessoa precisa buscar ajuda?

“Sempre que os sintomas forem muito frequentes e impedem a pessoa de relaxar é preciso buscar ajuda. A própria pessoa percebe, mas pode não aceitar, que suas preocupações são excessivas”, afirma a psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae.

 

9 - Quais são os tipos de tratamento existentes?

Existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade: medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica); psicoterapia com psicólogo; combinação dos dois tratamentos (medicamentos e psicoterapia). “Existem tratamentos alternativos também, como ioga, meditação, práticas de relaxamento, terapias corporais, uma técnica desenvolvida por Peter Levine conhecida com Experiência Somática, EMDR, técnica mais recente e também útil. Há muitas abordagens, mas nem sempre eficazes e com remissão maior dos sintomas. Lembrando que a ansiedade é parte da vida e todos sentimos, a diferença é de grau, intensidade e frequência”, ressalta a psicóloga Sonia Neves.

 

10 - O tratamento medicamentoso é necessário?

Na maior parte dos casos, o tratamento medicamentoso, junto com a psicoterapia, é a melhor opção, sobretudo para reduzir os sintomas mais graves. A maior parte das pessoas começa a se sentir melhor e retoma suas atividades depois de algumas semanas de tratamento, por isso, é importante procurar ajuda especializada na unidade de saúde mais próxima. O diagnóstico precoce e preciso, um tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo, são imprescindíveis para obter melhores resultados e menores prejuízos.

ansiedade é tratada por muitos como uma característica de personalidade. “Sempre fui uma pessoa imediatista, sem muita paciência”, assim se definia a jornalista Giulia Gamba, que foi diagnosticada com Transtorno de Ansiedade em 2015. Hoje ela sabe que o sentimento de angústia pode ser tratado. “Eu comecei a perceber que estava me sentindo pouco equilibrada e isso começou a atrapalhar minha vida. Tinha palpitações, aperto no peito, medo de algumas coisas que, quando eu melhorei, parei para pensar e disse: ‘Puxa, não tinha tanta justificativa’, sabe?”, lembra. Os internautas brasileiros são os que mais buscam o termo ansiedade na internet, perdendo apenas para os americanos, de acordo com pesquisa do Sistema Analítico BITES. Em agosto de 2021, quem foi ao Google Brasil procurar informações sobre ansiedade estava 5,5 vezes mais interessado do que em janeiro de 2004. A curva começou a crescer com maior velocidade a partir de março de 2015 e se acentuou na pandemia.

A jornalista Giulia Gamba, que fez tratamento para enfretar as crises de ansiedade. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

Quando pensou que estava tendo uma crise de pânico no metrô, há 6 anos, Giulia foi buscar ajuda. “Ficava com um aperto no peito, chorava, me sentia muito fora da realidade, angustiada. Minha psicoterapeuta percebeu que estava com crises de ansiedade e comecei a fazer também um tratamento com psiquiatra. Entendi que o remédio era uma ajuda pontual para o que eu estava precisando. Fiz o tratamento medicamentoso por um ano e depois recebi alta, quando estava me sentindo melhor, conseguindo lidar melhor com minhas emoções”, conta a jornalista, que permanece em terapia como uma forma de manutenção.

A psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae, explica que crise de ansiedade e de pânico têm sintomas parecidos, mas se diferenciam na intensidade. “Em linhas bem gerais, podemos dizer que a ansiedade se manifesta com sintomas bem incômodos para a pessoa, mas ela consegue delimitar, ou seja, sente que está sob a ameaça de algum perigo e procura formas para se proteger ou se defender. Já a crise de pânico revela que a pessoa não consegue delimitar ou conter a angústia e se desespera, acha que está tendo um infarto, por exemplo, já que a aceleração cardíaca é um dos sintomas da ansiedade e presente no quadro de pânico também”, analisa. De acordo com o levantamento da BITES, o brasileiro também tem buscado muito mais agora por termos relacionados a medicamentos para ansiedade. O interesse, por exemplo, sobre três princípios ativos de ansiolíticos (Clonazepam, Alprazolam e Bromazepam) em agosto de 2021 no Google era cinco vezes maior do que em março de 2004, quando dados sobre o comportamento dos usuários na plataforma passou a ser melhor estruturado.

Giulia Gamba e Anakin, seu cachorrinho de estimação, no home office. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

Se sentir ansioso antes de um encontro amoroso, uma prova ou uma entrevista de emprego é bastante comum e não caracteriza um transtorno. Quando essa sensação começa a te dominar e a impedir que você faça coisas do seu cotidiano, prejudicando o funcionamento da sua vida, é preciso ligar o sinal de alerta. Os principais sintomas da ansiedade estão relacionados à preocupações, tensões ou medos exagerados, quando a pessoa não consegue relaxar: sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho;medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes; pavor depois de uma situação muito difícil.

Parece praticamente impossível que alguém tenha saído ileso, do ponto de vista de saúde mental, após a pandemia de covid-19 e a quantidade de adaptações de rotinas e emoções que tivemos de enfrentar. Para Giulia Gamba, que já passou pelo Transtorno de Ansiedade, o receio de que os sintomas pudessem voltar bateu à porta. “Com a pandemia, fiquei com medo de voltar a sentir ansiedade, de ficar em casa, esse medo coletivo de tudo o que está acontecendo. Me despertou alguns sentimentos, sabe? Tive alguns momentos de me sentir mal nesse contexto todo, mas ressignifiquei muito a ansiedade nessa fase. Descobri que ninguém é ansioso, as pessoas estão ansiosas, então, consigo hoje ver os momentos em que estou assim e entender o por quê, qual é o gatilho que está me levando a isso e administrar isso internamente”, relata.

Perceber que você não é ansioso e que isso não faz parte de uma característica da sua personalidade e que é algo tratável, faz toda a diferença na caminhada em busca da qualidade de vida. “Eu diria para quem passa por isso que vai acabar. Sei que às vezes a gente se sente apreensivo de incomodar outras pessoas, mas se eu não tivesse tido apoio e ajuda nesse contexto, não teria conseguido passar por isso da maneira como eu passei. Procure ajuda”, afirma Giulia Gamba que, além da psicoterapia, tenta manter uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, como a ioga.

Após sintomas de ansiedade e passar por psicoterapia, Giulia Gamba também investiu energia para cuidar da alimentação e práticas de relaxamento. Foto: Marcelo Chello/ Estadão

A reportagem do Estadão reuniu as 10 principais perguntas sobre ansiedade feitas por internautas e foi atrás das respostas. É bom ressaltar que o diagnóstico é feito por um especialista em saúde mental, seja psicólogo ou psiquiatra. Confira:

 

1 -O que é ansiedade?

A ansiedade como uma doença é caracterizada pelo excesso de medo e angústia, de acordo com a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-V), da Associação Americana de Psiquiatria, incluindo perturbações comportamentais relacionadas.

 

2 - Quais são os principais sintomas da ansiedade?

Os principais sintomas dos transtornos de ansiedade são muito mais intensos do que aqueles que sentimos normalmente no dia a dia. Eles aparecem como: preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar); sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho; medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade; pavor depois de uma situação muito difícil.

 

3 - Quais são os tipos de ansiedade?

O DSM-V descreve, pelo menos, seis tipos de Transtornos de Ansiedade: Transtorno do Pânico; Fobia Específica; Fobia Social; Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT); Transtorno de Ansiedade Generalizada. O diagnóstico para cada um deles é feito através de uma consulta clínica.

 

4 - Como se sente uma pessoa com ansiedade?

Quem está sofrendo com ansiedade se sente angustiado a maior parte do tempo, ameaçado e bloqueado. Inclusive, muitas vezes, a pessoa se sente impossibilitada de descobrir a origem do sofrimento emocional, deixando de fazer algumas atividades e prejudicando a vida social.

 

5 - Quais sintomas físicos podem ser observados no Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)?

Alguns sintomas físicos podem ser observados em um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada como: preocupações e medos excessivos, visão irreal de problemas, inquietação ou sensação de estar sempre “nervoso”, irritabilidade, tensão muscular, dores de cabeça, sudorese e dificuldade em manter a concentração.

6 - Qual é a diferença entre ansiedade e crise de pânico?

De acordo com a psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae, os sintomas de crise de ansiedade e pânico são semelhantes, mas se diferenciam na intensidade. “Em linhas bem gerais, podemos dizer que a ansiedade se manifesta com sintomas bem incômodos para a pessoa, mas ela consegue delimitar. Já a crise de pânico revela que a pessoa não consegue delimitar ou conter a angústia e se desespera, acha que está tendo um infarto, por exemplo, já que a aceleração cardíaca é um dos sintomas da ansiedade e presente no quadro de pânico também.

 

7 - O Transtorno de Ansiedade pode apresentar sintomas físicos?

Muitos sintomas físicos que não podem ter uma origem detectável por exames clínicos podem ter como um pano de fundo o sofrimento emocional. A ansiedade também pode ser somatizada no nosso corpo através de alergias, problemas respiratórios e estomacais, por exemplo, a chamada ‘gastrite nervosa’ e alguns tipos de dores que podem estar ou não, relacionadas à doenças crônicas.

 

8 - Quando a pessoa precisa buscar ajuda?

“Sempre que os sintomas forem muito frequentes e impedem a pessoa de relaxar é preciso buscar ajuda. A própria pessoa percebe, mas pode não aceitar, que suas preocupações são excessivas”, afirma a psicóloga Sonia Neves, especialista em Psicossomática pelo Instituto Sedes Sapientiae.

 

9 - Quais são os tipos de tratamento existentes?

Existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade: medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica); psicoterapia com psicólogo; combinação dos dois tratamentos (medicamentos e psicoterapia). “Existem tratamentos alternativos também, como ioga, meditação, práticas de relaxamento, terapias corporais, uma técnica desenvolvida por Peter Levine conhecida com Experiência Somática, EMDR, técnica mais recente e também útil. Há muitas abordagens, mas nem sempre eficazes e com remissão maior dos sintomas. Lembrando que a ansiedade é parte da vida e todos sentimos, a diferença é de grau, intensidade e frequência”, ressalta a psicóloga Sonia Neves.

 

10 - O tratamento medicamentoso é necessário?

Na maior parte dos casos, o tratamento medicamentoso, junto com a psicoterapia, é a melhor opção, sobretudo para reduzir os sintomas mais graves. A maior parte das pessoas começa a se sentir melhor e retoma suas atividades depois de algumas semanas de tratamento, por isso, é importante procurar ajuda especializada na unidade de saúde mais próxima. O diagnóstico precoce e preciso, um tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo, são imprescindíveis para obter melhores resultados e menores prejuízos.

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