A Fundação Bienal de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (28) a lista completa de 120 participantes da 35ª Bienal de São Paulo – Coreografias do Impossível. Veja os nomes e o serviço completo abaixo. A curadoria é de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel.
Antes de ver as obras, o público vai notar que o vão central do Pavilhão da Bienal estará todo fechado pela primeira vez. A circulação não terá uma divisão rígida por temas ou por cronologia. O projeto expográfico foi desenvolvido pelo escritório de arquitetura Vão, dos sócios Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero.
A proposta do coletivo veio da vontade de transgredir os padrões modernistas do pavilhão, ao deixar fluída a ordem de circulação dos visitantes. Partindo do terceiro andar, a ideia é trazer um contraponto ao funcionamento de Bienais anteriores, ao organizar o espaço sem eixos curatoriais com linearidade de andares.
O grupo teve como ponto de partida o manifesto produzido pelo quarteto de curadores e o texto Um parque e um país sob a marquise, onde o arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Luís Antônio Jorge discute a importância da grande marquise do parque Ibirapuera e sua ligação com edifício da Bienal.
“Identificamos o desenho do vão que corta o edifício, esse corpo que se repete no primeiro e no terceiro pavilhão. Pensamos em dois espaços que fizessem um movimento de contração e retração. Nessa divisão dual, em um pavimento você vive o espaço e no outro você vê isso quase como um objeto. As salas possuem independência total. Esse corpo organiza toda a exposição. É uma proposta que modifica a forma de visitação”, afirma a arquiteta Anna Juni.
O coletivo tem experiência com expografias como a exposição Una Conjunción de Factores, da artista mineira Cinthia Marcelle, realizada em 2022 no MACBA- Museu de Arte Contemporânea de Barcelona.
“(A proposta do coletivo) significa um espaço que prioriza a circulação dos corpos entre obras sem uma divisão por temas, sem núcleos temáticos, sem uma cronologia, mas que se dá a partir da afinidade entre os projetos cuja relações serão construídas pelos visitantes”, afirma o curador Hélio Menezes.
O terceiro andar, que tradicionalmente abriga coleções mais antigas e museológicas, tem sua proposta invertida. A proposta ao público é de começar pelo primeiro, ir ao terceiro e então ao segundo, criando uma “desobediência de circulação” no prédio.
A 35ª Bienal de São Paulo vai abrigar, de 6 setembro a 10 de dezembro de 2023, 120 artistas, sendo 92% não brancos. A lista foi formada a partir da pesquisa curatorial como um enunciado performativo, mais do que quantitativo, reforça
“O nosso gesto se dá a partir de um reflexo das nossas escolhas curatoriais, que também são performativas. Entendemos que o nosso gesto em direção ao tema faz com que a nossa prática seja uma coreografia do impossível, e menos uma representação sobre um determinado conjunto de obras do que um conjunto de artistas” reflete a curadora Diane Lima.
Confira a lista completa de participantes da 35ª Bienal:
-Ahlam Shibli
- Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami
- Aline Motta
- Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda.
- Amos Gitaï
- Ana Pi e Taata Kwa Nkisi Mutá Imê
- Anna Boghiguian
- Anne-Marie Schneider
- Archivo de la Memoria Trans (AMT)
- Arthur Bispo do Rosário
- Aurora Cursino dos Santos
- Ayrson Heráclito e Tiganá Santana
- Benvenuto Chavajay
- Bouchra Ouizguen
- Cabello/Carceller
- Carlos Bunga
- Carmézia Emiliano
- Castiel Vitorino Brasileiro
- Ceija Stojka
- Charles White
- Citra Sasmita
- Colectivo Ayllu
- Cozinha Ocupação 9 de Julho
- Daniel Lie
- Daniel Lind-Ramos
- Davi Pontes e Wallace Ferreira
- Dayanita Singh
- Deborah Anzinger
- Denilson Baniwa
- Denise Ferreira da Silva
- Diego Araúja e Laís Machado
- Duane Linklater
- Edgar Calel
- Elda Cerrato
- Elena Asins
- Elizabeth Catlett
- Ellen Gallagher e Edgar Cleijne
- Emanoel Araújo
- Eustáquio Neves
- flo6x8
- Francisco Toledo
- Frente 3 de Fevereiro
- Gabriel Gentil Tukano
- George Herriman
- Geraldine Javier
- Grupo de Investigación en Arte y Política (GIAP)
- Gloria Anzaldúa
- Guadalupe Maravilla
- Ibrahim Mahama
- Igshaan Adams
- Ilze Wolff
- Inaicyra Falcão
- Januário Jano
- Jesús Ruiz Durand
- John Woodrow Wilson
- Jorge Ribalta
- José Guadalupe Posada
- Juan van der Hamen y León
- Judith Scott
- Julien Creuzet
- Kamal Aljafari
- Kapwani Kiwanga
- Katherine Dunham
- Kidlat Tahimik
- Leilah Weinraub
- Leopoldo Méndez
- Luana Vitra
- Luiz de Abreu
- MAHKU
- Malinche
- Manuel Chavajay
- Margaret Taylor Goss Burroughs
- Marilyn Boror Bor
- Marlon Riggs
- Maya Deren
- M’barek Bouhchichi
- Melchor María Mercado
- Morzaniel Ɨramari
- Mounira Al-Solh
- Nadal Walcott
- Nadir Bouhmouch e Soumeya
- Ait Ahmed*
- Nikau Hindin
- Niño de Elche
- Nontsikelelo Mutiti
- Patricia Gómez e María Jesús González
- Pauline Boudry e Renate Lorenz
- Philip Rizk
- Quilombo Cafundó
- Raquel Lima
- Ricardo Aleixo
- Rolando Castellón
- Rommulo Vieira Conceição
- Rosa Gauditano
- Rosana Paulino
- Rubem Valentim
- Rubiane Maia
- Sammy Baloji
- Santu Mofokeng
- Sarah Maldoror
- Sauna Lésbica por Malu Avelar com Ana Paula Mathias, Anna Turra, Bárbara Esmenia e Marta Supernova
- Senga Nengudi
- Sidney Amaral
- Simone Leigh
- Sônia Gomes
- stanley brouwn
- Stella do Patrocínio
- Tadáskía
- Taller 4 Rojo
- Taller NN
- Tejal Shah
- The Living and the Dead Ensemble
- Torkwase Dyson
- Trinh T. Minh-Ha
- Ubirajara Ferreira Braga - Ventura Profana
- Wifredo Lam
- Will Rawls
- Xica Manicongo
- Yto Barrada
- Zumví Arquivo Afro Fotográfico
Serviço - 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
- Curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel
- 6 setembro – 10 dezembro 2023
- ter, qua, sex, dom: 10h – 19h (última entrada: 18h30); qui, sáb: 10h – 21h (última entrada: 20h30)
- Pavilhão Ciccillo Matarazzo
- Parque Ibirapuera · Portão 3
- Entrada gratuita