Ângelo Venosa abre a 'Clareira' do MAC


O escultor mostra seus novos trabalhos no andar térreo do museu do Ibirapuera

Por Antonio Gonçalves Filho

Entre os artistas da chamada Geração 80, poucos foram os escultores emergentes dessa onda, que revelou muitos pintores jovens. Ângelo Venosa, hoje com 67 anos, é um dos principais nomes dessa geração e se firmou como o grande renovador da escultura brasileira contemporânea. Homenageado com justa razão pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), Venosa ocupa desde o último dia 5 a Clareira do museu no Ibirapuera, um espaço no térreo, logo à entrada do MAC, reforçando o projeto da instituição voltado à arte experimental – a história do museu é uma prova de apreço pela ousadia de artistas que deixaram sua contribuição cultural contra o estabelecido.

Na Clareira, projeto com curadoria de Ana Magalhães e Marta Bogéa, a instalação de Venosa confirma a importância desse artista nascido em São Paulo que adotou o Rio. Como o projeto visa o diálogo entre trabalhos de artes visuais e outras manifestações artísticas (música, performance), abrindo novas interpretações para o acervo do MAC, Venosa pode ganhar outras leituras de sua obra, já analisada em livros pelos principais críticos do Brasil, de Lorenzo Mammì a Ronaldo Brito, passando por Luiz Camilo Osório e Rodrigo Naves.

Escultura deVenosa no MAC: obra resistente a metáforas Foto: Werther Santana/Estadão
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Ana Magalhães, diretora do MAC, considera a inserção de Venosa no projeto Clareira fundamental como primeiro nome a ocupar esse espaço nobre do museu, que tem duas obras de grandes dimensões do artista em seu acervo – uma delas a peça preta que pende do teto, dos anos 1980. Todas as outras foram produzidas durante a pandemia, entre 2020 e 2021, teste de resistência para um artista vigoroso que, até recentemente, fazia tudo sozinho – exímio artesão, de ascendência italiana, ele aprendeu com o pai a dominar o ofício de cortar a madeira. Um verdadeiro craftsman.

Com a evolução de sua doença (esclerose lateral amiotrófica), Venosa teve de se adaptar à nova condição, recorrendo a assistentes que o ajudam a concretizar seus projetos com auxílio de um computador. O resultado impressiona tanto como o monstro marinho de Piero Gherardi (1909-1971) que encalha na praia na última cena de A Doce Vida, o clássico filme de Fellini, ou a criatura de Alien, o Oitavo Passageiro, criada pelo suíço Hans Ruedi Giger (1940-2014). Com uma diferença: ao contrário desses dois impressionantes monstros do cinema, vistos como alegorias, as formas de Venosa resistem a metáforas. São opacas e enigmáticas como um texto de Beckett.

Retomada. Nas obras recentes, um aceno aos anos 1980. Foto: Werther Santana
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“Estava na hora de revisitar essa geração dos anos 1980 na figura de Venosa, principalmente num momento em que artistas mais jovens necessitam de apoio institucional”, diz a diretora do MAC, referindo-se ao escultor como um dos vetores da arte contemporânea brasileira. De fato, a exemplo de Nelson Felix, ele representa um modelo como representaram no passado recente Amilcar de Castro e Sérgio Camargo. Amilcar, aliás, estava sempre em sua cabeça quando começou a esculpir, não por apego ao construtivismo – Venosa nunca foi construtivista –, mas pela possibilidade de executar uma obra aberta ao olhar público.

As formas orgânicas das esculturas mais recentes retomam algo deixado para trás nos anos 1980, mas continuam resistentes a associações fáceis. Elas não são automaticamente reconhecíveis, não se parecem com nada, são como seres que surgem do passado, indefiníveis. Essa conotação pré-histórica foi notada pelo crítico Ronaldo Brito assim que essas formas nasceram, de dentro para fora, atingindo seu ponto máximo em 1988, na gigantesca Baleia (esse não é o nome original) hoje instalada na Praia do Leme (RJ), após ser transferida da Praça Mauá. Detalhe: a obra é em aço corten, mesmo material das esculturas de Amilcar. Em outras peças ele usa madeira, tecidos emborrachados, fibras sintéticas e gesso.

É uma lástima que São Paulo não tenha uma obra pública como a Baleia. A diretora do MAC, Ana Magalhães, observa que “o espaço público no Brasil não é mais o lugar de uma construção coletiva”. E revela que uma das questões do projeto curatorial desenvolvido pelo MAC em parceria com o Museu de Arte Moderna (MAM) e que culmina na exposição Zona da Mata, cuja abertura será amanhã (dia 19), é justamente a ocupação do espaço público por artistas alijados desse processo.

Entre os artistas da chamada Geração 80, poucos foram os escultores emergentes dessa onda, que revelou muitos pintores jovens. Ângelo Venosa, hoje com 67 anos, é um dos principais nomes dessa geração e se firmou como o grande renovador da escultura brasileira contemporânea. Homenageado com justa razão pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), Venosa ocupa desde o último dia 5 a Clareira do museu no Ibirapuera, um espaço no térreo, logo à entrada do MAC, reforçando o projeto da instituição voltado à arte experimental – a história do museu é uma prova de apreço pela ousadia de artistas que deixaram sua contribuição cultural contra o estabelecido.

Na Clareira, projeto com curadoria de Ana Magalhães e Marta Bogéa, a instalação de Venosa confirma a importância desse artista nascido em São Paulo que adotou o Rio. Como o projeto visa o diálogo entre trabalhos de artes visuais e outras manifestações artísticas (música, performance), abrindo novas interpretações para o acervo do MAC, Venosa pode ganhar outras leituras de sua obra, já analisada em livros pelos principais críticos do Brasil, de Lorenzo Mammì a Ronaldo Brito, passando por Luiz Camilo Osório e Rodrigo Naves.

Escultura deVenosa no MAC: obra resistente a metáforas Foto: Werther Santana/Estadão

Ana Magalhães, diretora do MAC, considera a inserção de Venosa no projeto Clareira fundamental como primeiro nome a ocupar esse espaço nobre do museu, que tem duas obras de grandes dimensões do artista em seu acervo – uma delas a peça preta que pende do teto, dos anos 1980. Todas as outras foram produzidas durante a pandemia, entre 2020 e 2021, teste de resistência para um artista vigoroso que, até recentemente, fazia tudo sozinho – exímio artesão, de ascendência italiana, ele aprendeu com o pai a dominar o ofício de cortar a madeira. Um verdadeiro craftsman.

Com a evolução de sua doença (esclerose lateral amiotrófica), Venosa teve de se adaptar à nova condição, recorrendo a assistentes que o ajudam a concretizar seus projetos com auxílio de um computador. O resultado impressiona tanto como o monstro marinho de Piero Gherardi (1909-1971) que encalha na praia na última cena de A Doce Vida, o clássico filme de Fellini, ou a criatura de Alien, o Oitavo Passageiro, criada pelo suíço Hans Ruedi Giger (1940-2014). Com uma diferença: ao contrário desses dois impressionantes monstros do cinema, vistos como alegorias, as formas de Venosa resistem a metáforas. São opacas e enigmáticas como um texto de Beckett.

Retomada. Nas obras recentes, um aceno aos anos 1980. Foto: Werther Santana

“Estava na hora de revisitar essa geração dos anos 1980 na figura de Venosa, principalmente num momento em que artistas mais jovens necessitam de apoio institucional”, diz a diretora do MAC, referindo-se ao escultor como um dos vetores da arte contemporânea brasileira. De fato, a exemplo de Nelson Felix, ele representa um modelo como representaram no passado recente Amilcar de Castro e Sérgio Camargo. Amilcar, aliás, estava sempre em sua cabeça quando começou a esculpir, não por apego ao construtivismo – Venosa nunca foi construtivista –, mas pela possibilidade de executar uma obra aberta ao olhar público.

As formas orgânicas das esculturas mais recentes retomam algo deixado para trás nos anos 1980, mas continuam resistentes a associações fáceis. Elas não são automaticamente reconhecíveis, não se parecem com nada, são como seres que surgem do passado, indefiníveis. Essa conotação pré-histórica foi notada pelo crítico Ronaldo Brito assim que essas formas nasceram, de dentro para fora, atingindo seu ponto máximo em 1988, na gigantesca Baleia (esse não é o nome original) hoje instalada na Praia do Leme (RJ), após ser transferida da Praça Mauá. Detalhe: a obra é em aço corten, mesmo material das esculturas de Amilcar. Em outras peças ele usa madeira, tecidos emborrachados, fibras sintéticas e gesso.

É uma lástima que São Paulo não tenha uma obra pública como a Baleia. A diretora do MAC, Ana Magalhães, observa que “o espaço público no Brasil não é mais o lugar de uma construção coletiva”. E revela que uma das questões do projeto curatorial desenvolvido pelo MAC em parceria com o Museu de Arte Moderna (MAM) e que culmina na exposição Zona da Mata, cuja abertura será amanhã (dia 19), é justamente a ocupação do espaço público por artistas alijados desse processo.

Entre os artistas da chamada Geração 80, poucos foram os escultores emergentes dessa onda, que revelou muitos pintores jovens. Ângelo Venosa, hoje com 67 anos, é um dos principais nomes dessa geração e se firmou como o grande renovador da escultura brasileira contemporânea. Homenageado com justa razão pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), Venosa ocupa desde o último dia 5 a Clareira do museu no Ibirapuera, um espaço no térreo, logo à entrada do MAC, reforçando o projeto da instituição voltado à arte experimental – a história do museu é uma prova de apreço pela ousadia de artistas que deixaram sua contribuição cultural contra o estabelecido.

Na Clareira, projeto com curadoria de Ana Magalhães e Marta Bogéa, a instalação de Venosa confirma a importância desse artista nascido em São Paulo que adotou o Rio. Como o projeto visa o diálogo entre trabalhos de artes visuais e outras manifestações artísticas (música, performance), abrindo novas interpretações para o acervo do MAC, Venosa pode ganhar outras leituras de sua obra, já analisada em livros pelos principais críticos do Brasil, de Lorenzo Mammì a Ronaldo Brito, passando por Luiz Camilo Osório e Rodrigo Naves.

Escultura deVenosa no MAC: obra resistente a metáforas Foto: Werther Santana/Estadão

Ana Magalhães, diretora do MAC, considera a inserção de Venosa no projeto Clareira fundamental como primeiro nome a ocupar esse espaço nobre do museu, que tem duas obras de grandes dimensões do artista em seu acervo – uma delas a peça preta que pende do teto, dos anos 1980. Todas as outras foram produzidas durante a pandemia, entre 2020 e 2021, teste de resistência para um artista vigoroso que, até recentemente, fazia tudo sozinho – exímio artesão, de ascendência italiana, ele aprendeu com o pai a dominar o ofício de cortar a madeira. Um verdadeiro craftsman.

Com a evolução de sua doença (esclerose lateral amiotrófica), Venosa teve de se adaptar à nova condição, recorrendo a assistentes que o ajudam a concretizar seus projetos com auxílio de um computador. O resultado impressiona tanto como o monstro marinho de Piero Gherardi (1909-1971) que encalha na praia na última cena de A Doce Vida, o clássico filme de Fellini, ou a criatura de Alien, o Oitavo Passageiro, criada pelo suíço Hans Ruedi Giger (1940-2014). Com uma diferença: ao contrário desses dois impressionantes monstros do cinema, vistos como alegorias, as formas de Venosa resistem a metáforas. São opacas e enigmáticas como um texto de Beckett.

Retomada. Nas obras recentes, um aceno aos anos 1980. Foto: Werther Santana

“Estava na hora de revisitar essa geração dos anos 1980 na figura de Venosa, principalmente num momento em que artistas mais jovens necessitam de apoio institucional”, diz a diretora do MAC, referindo-se ao escultor como um dos vetores da arte contemporânea brasileira. De fato, a exemplo de Nelson Felix, ele representa um modelo como representaram no passado recente Amilcar de Castro e Sérgio Camargo. Amilcar, aliás, estava sempre em sua cabeça quando começou a esculpir, não por apego ao construtivismo – Venosa nunca foi construtivista –, mas pela possibilidade de executar uma obra aberta ao olhar público.

As formas orgânicas das esculturas mais recentes retomam algo deixado para trás nos anos 1980, mas continuam resistentes a associações fáceis. Elas não são automaticamente reconhecíveis, não se parecem com nada, são como seres que surgem do passado, indefiníveis. Essa conotação pré-histórica foi notada pelo crítico Ronaldo Brito assim que essas formas nasceram, de dentro para fora, atingindo seu ponto máximo em 1988, na gigantesca Baleia (esse não é o nome original) hoje instalada na Praia do Leme (RJ), após ser transferida da Praça Mauá. Detalhe: a obra é em aço corten, mesmo material das esculturas de Amilcar. Em outras peças ele usa madeira, tecidos emborrachados, fibras sintéticas e gesso.

É uma lástima que São Paulo não tenha uma obra pública como a Baleia. A diretora do MAC, Ana Magalhães, observa que “o espaço público no Brasil não é mais o lugar de uma construção coletiva”. E revela que uma das questões do projeto curatorial desenvolvido pelo MAC em parceria com o Museu de Arte Moderna (MAM) e que culmina na exposição Zona da Mata, cuja abertura será amanhã (dia 19), é justamente a ocupação do espaço público por artistas alijados desse processo.

Entre os artistas da chamada Geração 80, poucos foram os escultores emergentes dessa onda, que revelou muitos pintores jovens. Ângelo Venosa, hoje com 67 anos, é um dos principais nomes dessa geração e se firmou como o grande renovador da escultura brasileira contemporânea. Homenageado com justa razão pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), Venosa ocupa desde o último dia 5 a Clareira do museu no Ibirapuera, um espaço no térreo, logo à entrada do MAC, reforçando o projeto da instituição voltado à arte experimental – a história do museu é uma prova de apreço pela ousadia de artistas que deixaram sua contribuição cultural contra o estabelecido.

Na Clareira, projeto com curadoria de Ana Magalhães e Marta Bogéa, a instalação de Venosa confirma a importância desse artista nascido em São Paulo que adotou o Rio. Como o projeto visa o diálogo entre trabalhos de artes visuais e outras manifestações artísticas (música, performance), abrindo novas interpretações para o acervo do MAC, Venosa pode ganhar outras leituras de sua obra, já analisada em livros pelos principais críticos do Brasil, de Lorenzo Mammì a Ronaldo Brito, passando por Luiz Camilo Osório e Rodrigo Naves.

Escultura deVenosa no MAC: obra resistente a metáforas Foto: Werther Santana/Estadão

Ana Magalhães, diretora do MAC, considera a inserção de Venosa no projeto Clareira fundamental como primeiro nome a ocupar esse espaço nobre do museu, que tem duas obras de grandes dimensões do artista em seu acervo – uma delas a peça preta que pende do teto, dos anos 1980. Todas as outras foram produzidas durante a pandemia, entre 2020 e 2021, teste de resistência para um artista vigoroso que, até recentemente, fazia tudo sozinho – exímio artesão, de ascendência italiana, ele aprendeu com o pai a dominar o ofício de cortar a madeira. Um verdadeiro craftsman.

Com a evolução de sua doença (esclerose lateral amiotrófica), Venosa teve de se adaptar à nova condição, recorrendo a assistentes que o ajudam a concretizar seus projetos com auxílio de um computador. O resultado impressiona tanto como o monstro marinho de Piero Gherardi (1909-1971) que encalha na praia na última cena de A Doce Vida, o clássico filme de Fellini, ou a criatura de Alien, o Oitavo Passageiro, criada pelo suíço Hans Ruedi Giger (1940-2014). Com uma diferença: ao contrário desses dois impressionantes monstros do cinema, vistos como alegorias, as formas de Venosa resistem a metáforas. São opacas e enigmáticas como um texto de Beckett.

Retomada. Nas obras recentes, um aceno aos anos 1980. Foto: Werther Santana

“Estava na hora de revisitar essa geração dos anos 1980 na figura de Venosa, principalmente num momento em que artistas mais jovens necessitam de apoio institucional”, diz a diretora do MAC, referindo-se ao escultor como um dos vetores da arte contemporânea brasileira. De fato, a exemplo de Nelson Felix, ele representa um modelo como representaram no passado recente Amilcar de Castro e Sérgio Camargo. Amilcar, aliás, estava sempre em sua cabeça quando começou a esculpir, não por apego ao construtivismo – Venosa nunca foi construtivista –, mas pela possibilidade de executar uma obra aberta ao olhar público.

As formas orgânicas das esculturas mais recentes retomam algo deixado para trás nos anos 1980, mas continuam resistentes a associações fáceis. Elas não são automaticamente reconhecíveis, não se parecem com nada, são como seres que surgem do passado, indefiníveis. Essa conotação pré-histórica foi notada pelo crítico Ronaldo Brito assim que essas formas nasceram, de dentro para fora, atingindo seu ponto máximo em 1988, na gigantesca Baleia (esse não é o nome original) hoje instalada na Praia do Leme (RJ), após ser transferida da Praça Mauá. Detalhe: a obra é em aço corten, mesmo material das esculturas de Amilcar. Em outras peças ele usa madeira, tecidos emborrachados, fibras sintéticas e gesso.

É uma lástima que São Paulo não tenha uma obra pública como a Baleia. A diretora do MAC, Ana Magalhães, observa que “o espaço público no Brasil não é mais o lugar de uma construção coletiva”. E revela que uma das questões do projeto curatorial desenvolvido pelo MAC em parceria com o Museu de Arte Moderna (MAM) e que culmina na exposição Zona da Mata, cuja abertura será amanhã (dia 19), é justamente a ocupação do espaço público por artistas alijados desse processo.

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