Artista gráfico Elifas Andreato reúne principais obras em livro


'Traços e Cores' tem cerca de mil criações entre capas de discos, cartazes de teatro, capas de livros e cenografias

Por Pedro Rocha

Elifas Andreato senta no café de uma livraria nos Jardins, em São Paulo. Conta que recebeu uma ligação do Paulinho (da Viola), que garantiu que ele próprio e o cantor Criolo, com quem dividirá o palco no mês que vem, fizeram questão de que fosse Elifas o diretor do show. Com um sorriso de orelha a orelha ele comemora. “Dois elogios, de dois nomões.” 

+Tom Zé entra no mundo infantil baseado em fábula de Elifas Andreato

Elifas Andreato, que lança seu novo livrocom depoimentos de amigos e parceiros Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
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+'Uma Casa à Beira Mar' e 'Hannah' estão entre as estreias da semana

São apenas duas das várias parcerias grandiosas que Andreato construiu em sua carreira de 50 anos, marcada principalmente pelo design das capas de alguns dos discos mais clássicos da música brasileira. Para revisitar esse meio século de história, o artista lança o livro Traços e Cores, no qual reúne cerca de mil entre as suas mais de 5 mil criações, entre as capas de discos, cartazes de teatro, capas de livros e cenários de peças e shows, além de ter atuado em outras diversas áreas criativas. 

“A ideia foi coletiva. Começaram a me dizer que, com 50 anos de carreira, havia um legado aqui”, diz Elifas ao Estado. “Comecei a achar que era necessário organizar num livro.” Para isso, o artista trabalhou cerca de seis meses revisitando o seu acervo e fazendo a seleção de obras, que deixou muita coisa de fora, para seu desespero. “Doeu, cara”, brinca.

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Uma das maiores dificuldades no trabalho foi a restauração das peças. Elifas não tem os desenhos originais e parte da sua obra estava registrada em fotografias. Muita coisa estava deteriorada e contaminada por fungos. “Foi um trabalho insano. Sou artista gráfico, na época só me preocupava com a reprodução.”

Além de relembrar seus principais trabalhos, o livro de Elifas conta com depoimentos históricos de vários artistas com quem trabalhou ao longo dos anos, como Chico Buarque, Toquinho e Paulo Autran. “Achei que tinha de fazer um livro só com as obras, mas alguns argumentos me convenceram a colocar esses textos de grandes personalidades”, confessa o artista. O principal, segundo ele, foi de que os depoimentos dessas pessoas contextualizariam a sua obra em momentos históricos. 

Os momentos, aliás, foram muitos. Elifas tem na sua história pessoal a luta contra o regime militar instalado no Brasil a partir dos anos 60. Uma das obras relembradas no livro é de 2012, quando foi convidado pela Comissão da Verdade para fazer um painel sobre as torturas da ditadura, instalado no corredor de acesso à Câmara dos Deputados. Com o título de A Verdade Ainda que Tardia, a obra retrata os horrores vividos por opositores do regime. Em 2015, o painel foi arquivado no acervo da Câmara, sob a alegação de que não havia espaço na exposição permanente. “Na verdade, é a vergonha de ver aquilo”, acredita Elifas, que considera essa sua maior obra. “Já me disseram que o último desaparecido da ditadura é o meu painel.”

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“O livro é um relato da vida brasileira dos últimos 50 anos”, comemora Andreato sobre o sucesso da primeira tiragem, que quase esgotou no dia no lançamento. Ele agora vai reimprimir o livro, mas não pensa num segundo volume. “Esse inventário é definitivo, fecha um ciclo.” Agora, o artista vai trabalhar apenas com livros e a composição de músicas para discos voltados para crianças. “Com 72 anos, a perspectiva de tempo futuro é curta, então você tem que definir um foco para os anos que faltam”, acredita. “Acho que a educação infantil é o único caminho para sair desse imbróglio em que estamos.”

Elifas Andreato senta no café de uma livraria nos Jardins, em São Paulo. Conta que recebeu uma ligação do Paulinho (da Viola), que garantiu que ele próprio e o cantor Criolo, com quem dividirá o palco no mês que vem, fizeram questão de que fosse Elifas o diretor do show. Com um sorriso de orelha a orelha ele comemora. “Dois elogios, de dois nomões.” 

+Tom Zé entra no mundo infantil baseado em fábula de Elifas Andreato

Elifas Andreato, que lança seu novo livrocom depoimentos de amigos e parceiros Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

+'Uma Casa à Beira Mar' e 'Hannah' estão entre as estreias da semana

São apenas duas das várias parcerias grandiosas que Andreato construiu em sua carreira de 50 anos, marcada principalmente pelo design das capas de alguns dos discos mais clássicos da música brasileira. Para revisitar esse meio século de história, o artista lança o livro Traços e Cores, no qual reúne cerca de mil entre as suas mais de 5 mil criações, entre as capas de discos, cartazes de teatro, capas de livros e cenários de peças e shows, além de ter atuado em outras diversas áreas criativas. 

“A ideia foi coletiva. Começaram a me dizer que, com 50 anos de carreira, havia um legado aqui”, diz Elifas ao Estado. “Comecei a achar que era necessário organizar num livro.” Para isso, o artista trabalhou cerca de seis meses revisitando o seu acervo e fazendo a seleção de obras, que deixou muita coisa de fora, para seu desespero. “Doeu, cara”, brinca.

Uma das maiores dificuldades no trabalho foi a restauração das peças. Elifas não tem os desenhos originais e parte da sua obra estava registrada em fotografias. Muita coisa estava deteriorada e contaminada por fungos. “Foi um trabalho insano. Sou artista gráfico, na época só me preocupava com a reprodução.”

Além de relembrar seus principais trabalhos, o livro de Elifas conta com depoimentos históricos de vários artistas com quem trabalhou ao longo dos anos, como Chico Buarque, Toquinho e Paulo Autran. “Achei que tinha de fazer um livro só com as obras, mas alguns argumentos me convenceram a colocar esses textos de grandes personalidades”, confessa o artista. O principal, segundo ele, foi de que os depoimentos dessas pessoas contextualizariam a sua obra em momentos históricos. 

Os momentos, aliás, foram muitos. Elifas tem na sua história pessoal a luta contra o regime militar instalado no Brasil a partir dos anos 60. Uma das obras relembradas no livro é de 2012, quando foi convidado pela Comissão da Verdade para fazer um painel sobre as torturas da ditadura, instalado no corredor de acesso à Câmara dos Deputados. Com o título de A Verdade Ainda que Tardia, a obra retrata os horrores vividos por opositores do regime. Em 2015, o painel foi arquivado no acervo da Câmara, sob a alegação de que não havia espaço na exposição permanente. “Na verdade, é a vergonha de ver aquilo”, acredita Elifas, que considera essa sua maior obra. “Já me disseram que o último desaparecido da ditadura é o meu painel.”

“O livro é um relato da vida brasileira dos últimos 50 anos”, comemora Andreato sobre o sucesso da primeira tiragem, que quase esgotou no dia no lançamento. Ele agora vai reimprimir o livro, mas não pensa num segundo volume. “Esse inventário é definitivo, fecha um ciclo.” Agora, o artista vai trabalhar apenas com livros e a composição de músicas para discos voltados para crianças. “Com 72 anos, a perspectiva de tempo futuro é curta, então você tem que definir um foco para os anos que faltam”, acredita. “Acho que a educação infantil é o único caminho para sair desse imbróglio em que estamos.”

Elifas Andreato senta no café de uma livraria nos Jardins, em São Paulo. Conta que recebeu uma ligação do Paulinho (da Viola), que garantiu que ele próprio e o cantor Criolo, com quem dividirá o palco no mês que vem, fizeram questão de que fosse Elifas o diretor do show. Com um sorriso de orelha a orelha ele comemora. “Dois elogios, de dois nomões.” 

+Tom Zé entra no mundo infantil baseado em fábula de Elifas Andreato

Elifas Andreato, que lança seu novo livrocom depoimentos de amigos e parceiros Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

+'Uma Casa à Beira Mar' e 'Hannah' estão entre as estreias da semana

São apenas duas das várias parcerias grandiosas que Andreato construiu em sua carreira de 50 anos, marcada principalmente pelo design das capas de alguns dos discos mais clássicos da música brasileira. Para revisitar esse meio século de história, o artista lança o livro Traços e Cores, no qual reúne cerca de mil entre as suas mais de 5 mil criações, entre as capas de discos, cartazes de teatro, capas de livros e cenários de peças e shows, além de ter atuado em outras diversas áreas criativas. 

“A ideia foi coletiva. Começaram a me dizer que, com 50 anos de carreira, havia um legado aqui”, diz Elifas ao Estado. “Comecei a achar que era necessário organizar num livro.” Para isso, o artista trabalhou cerca de seis meses revisitando o seu acervo e fazendo a seleção de obras, que deixou muita coisa de fora, para seu desespero. “Doeu, cara”, brinca.

Uma das maiores dificuldades no trabalho foi a restauração das peças. Elifas não tem os desenhos originais e parte da sua obra estava registrada em fotografias. Muita coisa estava deteriorada e contaminada por fungos. “Foi um trabalho insano. Sou artista gráfico, na época só me preocupava com a reprodução.”

Além de relembrar seus principais trabalhos, o livro de Elifas conta com depoimentos históricos de vários artistas com quem trabalhou ao longo dos anos, como Chico Buarque, Toquinho e Paulo Autran. “Achei que tinha de fazer um livro só com as obras, mas alguns argumentos me convenceram a colocar esses textos de grandes personalidades”, confessa o artista. O principal, segundo ele, foi de que os depoimentos dessas pessoas contextualizariam a sua obra em momentos históricos. 

Os momentos, aliás, foram muitos. Elifas tem na sua história pessoal a luta contra o regime militar instalado no Brasil a partir dos anos 60. Uma das obras relembradas no livro é de 2012, quando foi convidado pela Comissão da Verdade para fazer um painel sobre as torturas da ditadura, instalado no corredor de acesso à Câmara dos Deputados. Com o título de A Verdade Ainda que Tardia, a obra retrata os horrores vividos por opositores do regime. Em 2015, o painel foi arquivado no acervo da Câmara, sob a alegação de que não havia espaço na exposição permanente. “Na verdade, é a vergonha de ver aquilo”, acredita Elifas, que considera essa sua maior obra. “Já me disseram que o último desaparecido da ditadura é o meu painel.”

“O livro é um relato da vida brasileira dos últimos 50 anos”, comemora Andreato sobre o sucesso da primeira tiragem, que quase esgotou no dia no lançamento. Ele agora vai reimprimir o livro, mas não pensa num segundo volume. “Esse inventário é definitivo, fecha um ciclo.” Agora, o artista vai trabalhar apenas com livros e a composição de músicas para discos voltados para crianças. “Com 72 anos, a perspectiva de tempo futuro é curta, então você tem que definir um foco para os anos que faltam”, acredita. “Acho que a educação infantil é o único caminho para sair desse imbróglio em que estamos.”

Elifas Andreato senta no café de uma livraria nos Jardins, em São Paulo. Conta que recebeu uma ligação do Paulinho (da Viola), que garantiu que ele próprio e o cantor Criolo, com quem dividirá o palco no mês que vem, fizeram questão de que fosse Elifas o diretor do show. Com um sorriso de orelha a orelha ele comemora. “Dois elogios, de dois nomões.” 

+Tom Zé entra no mundo infantil baseado em fábula de Elifas Andreato

Elifas Andreato, que lança seu novo livrocom depoimentos de amigos e parceiros Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

+'Uma Casa à Beira Mar' e 'Hannah' estão entre as estreias da semana

São apenas duas das várias parcerias grandiosas que Andreato construiu em sua carreira de 50 anos, marcada principalmente pelo design das capas de alguns dos discos mais clássicos da música brasileira. Para revisitar esse meio século de história, o artista lança o livro Traços e Cores, no qual reúne cerca de mil entre as suas mais de 5 mil criações, entre as capas de discos, cartazes de teatro, capas de livros e cenários de peças e shows, além de ter atuado em outras diversas áreas criativas. 

“A ideia foi coletiva. Começaram a me dizer que, com 50 anos de carreira, havia um legado aqui”, diz Elifas ao Estado. “Comecei a achar que era necessário organizar num livro.” Para isso, o artista trabalhou cerca de seis meses revisitando o seu acervo e fazendo a seleção de obras, que deixou muita coisa de fora, para seu desespero. “Doeu, cara”, brinca.

Uma das maiores dificuldades no trabalho foi a restauração das peças. Elifas não tem os desenhos originais e parte da sua obra estava registrada em fotografias. Muita coisa estava deteriorada e contaminada por fungos. “Foi um trabalho insano. Sou artista gráfico, na época só me preocupava com a reprodução.”

Além de relembrar seus principais trabalhos, o livro de Elifas conta com depoimentos históricos de vários artistas com quem trabalhou ao longo dos anos, como Chico Buarque, Toquinho e Paulo Autran. “Achei que tinha de fazer um livro só com as obras, mas alguns argumentos me convenceram a colocar esses textos de grandes personalidades”, confessa o artista. O principal, segundo ele, foi de que os depoimentos dessas pessoas contextualizariam a sua obra em momentos históricos. 

Os momentos, aliás, foram muitos. Elifas tem na sua história pessoal a luta contra o regime militar instalado no Brasil a partir dos anos 60. Uma das obras relembradas no livro é de 2012, quando foi convidado pela Comissão da Verdade para fazer um painel sobre as torturas da ditadura, instalado no corredor de acesso à Câmara dos Deputados. Com o título de A Verdade Ainda que Tardia, a obra retrata os horrores vividos por opositores do regime. Em 2015, o painel foi arquivado no acervo da Câmara, sob a alegação de que não havia espaço na exposição permanente. “Na verdade, é a vergonha de ver aquilo”, acredita Elifas, que considera essa sua maior obra. “Já me disseram que o último desaparecido da ditadura é o meu painel.”

“O livro é um relato da vida brasileira dos últimos 50 anos”, comemora Andreato sobre o sucesso da primeira tiragem, que quase esgotou no dia no lançamento. Ele agora vai reimprimir o livro, mas não pensa num segundo volume. “Esse inventário é definitivo, fecha um ciclo.” Agora, o artista vai trabalhar apenas com livros e a composição de músicas para discos voltados para crianças. “Com 72 anos, a perspectiva de tempo futuro é curta, então você tem que definir um foco para os anos que faltam”, acredita. “Acho que a educação infantil é o único caminho para sair desse imbróglio em que estamos.”

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