Artista venezuelano Carlos Cruz-Díez morre aos 95 anos, em Paris


Um dos principais expoentes da arte cinética em nível mundial morreu por causas naturais, segundo site oficial

Por Redação - AFP
Atualização:

O artista cinético venezuelano Carlos Cruz-Diez morreu no sábado, 27, em Paris, aos 95 anos, segundo seu site oficial neste domingo, 28.

"O Mestre Carlos Cruz-Diez, um dos principais expoentes da arte cinética em nível mundial, faleceu em Paris, França, neste sábado, 27 de julho, por causas naturais, aos 95 anos de idade, cercado de sua família", diz a nota divulgada.

As homenagens serão realizadas "na estrita intimidade da família", completou o comunicado postado no portal dedicado à difusão da obra desse artista nascido em Caracas, em 17 de agosto de 1923.

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Artista venezuelano Carlos Cruz-Díez morre aos 95 anos, em Paris. Foto: AP Photo/Mary Altaffer, file)

Ainda segundo a nota, "a família notificará em suas redes oficiais quais serão as atividades e serviços religiosos em homenagem à vida e ao legado do Mestre". Seus familiares "pedem espaço, privacidade e respeito neste duro momento", continua o texto.

O discurso plástico de Cruz-Diez "gravita o fenômeno cromático concebido como uma realidade autônoma que evolui no espaço e no tempo, sem ajuda da forma, ou do suporte, em um presente contínuo", diz a biografia compartilhada em seu portal.

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Reações

"Que todas as cores brilhem, vibrem e se saturem em tributo à obra de Carlos Cruz Diez, mestre venezuelano da arte cinética (...) Os venezuelanos, para além de qualquer diferença, se unem no colorido luto por sua partida", afirmou no Twitter o ministro da Cultura da Venezuela, Ernesto Villegas.

O Parlamento local também lamentou "a perda de um venezuelano exemplar, reconhecido em nível mundial" e manifestou condolências "à sua família e equipe de trabalho".

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"A França expressa sua profunda emoção, após o falecimento de Carlos Cruz-Diez. Precursor do cinetismo, visionário das cores e de seus jogos com os materiais, Carlos Cruz-Diez foi um venezuelano universal, cujas obras fazem parte da paisagem urbanística de muitas cidades", tuitou o embaixador da França na Venezuela, Romain Nadal.

Em breve, completou Nadal, a embaixada vai organizar uma homenagem a Cruz-Diez "com artistas venezuelanos amigos".

Mestre da metamorfose da cor

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Sua obsessão era a cor, a qual transformava em obras vivas em capitais como Paris, Londres, Nova York, assim como nas ruas de sua cidade natal, Caracas.

Misturas de cores que dançam ao ritmo do movimento do observador, suas "fisicromias" se tornaram símbolos da op art. Da Venezuela, junto com outros artistas como Jesús Soto e Juvenal Ravelo, protagonizou uma das correntes de maior força no cinetismo.

"Tem uma invenção: a metamorfose da cor. Ocorre com o deslocamento do espectador, com gamas de cores que não são percebidas se você está estático em frente à obra. Quando começa o movimento, ocorre a metamorfose", disse Ravelo, discípulo e amigo, em entrevista à AFP há alguns meses.

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Lúcido até o fim, incansável, Cruz-Diez nunca deixou de trabalhar desde que começou a estudar na Escola de Artes Plásticas de Caracas em 1940.

Criado no bairro caraquenho de La Pastora, a cor o seduziu desde criança, quando mudava diante de seus olhos ao lançar luz nas garrafas de vidro da fábrica artesanal administrada pelo pai. Manteve esta paixão por toda vida.

A cor é "uma situação efêmera, uma realidade autônoma em contínua mutação" e, assim como os fatos, acontece "no espaço e no tempo real, sem passado nem futuro, em um presente perpétuo", dizia Cruz-Diez, ao analisar a própria obra.

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Ganhador do Prêmio Nacional de Artes Plásticas em 1971, alçou fama mundial, sendo reconhecido na Argentina, Brasil, França, Espanha e Estados Unidos, entre outros países.

"Arte para todos"

Embora tenha vivido em Paris desde a década de 1960, quando a democracia nascia na Venezuela após a ditadura de Marcos Pérez Jiménez (1952-1959), sua obra está ligada a seu país. Muitas de suas criações são ícones da "venezuelanidade".

A gigantesca "Cromointerferência de cor aditiva" cobre, com coloridos azulejos, o chão e as paredes do Aeroporto internacional Simón Bolívar, em Caracas. E "Fisicromia em homenagem a Andrés Bello" orna a Praça Venezuela, um icônico ponto também na capital.

No início da carreira, foi ilustrador em jornais como "El Nacional", um dos mais importantes da Venezuela. Também foi professor da Escola Superior de Belas Artes e Técnicas Cinéticas de Paris e fundou três oficinas de arte - em Caracas, Paris e Panamá.

A pesquisadora María Elena Huizi destaca sua "paixão pelo ensino", em especial, em sua área, a Fenomenologia da Cor.

A arte de Carlos Cruz-Diez está exposta em museus como o MoMA, de Nova York, o Tate Modern, em Londres, ou o Centre George Pompidou, de Paris. Também está nas ruas, onde torna a experiência do espectador não apenas táctil, como visual.

"Arte para todos (...). A arte não ficou entre quatro paredes em coleções privadas e museus. O cinetismo se incorporou à arquitetura e, depois, à rua", afirma Ravelo, 12 anos mais novo do que Cruz-Diez.

O artista cinético venezuelano Carlos Cruz-Diez morreu no sábado, 27, em Paris, aos 95 anos, segundo seu site oficial neste domingo, 28.

"O Mestre Carlos Cruz-Diez, um dos principais expoentes da arte cinética em nível mundial, faleceu em Paris, França, neste sábado, 27 de julho, por causas naturais, aos 95 anos de idade, cercado de sua família", diz a nota divulgada.

As homenagens serão realizadas "na estrita intimidade da família", completou o comunicado postado no portal dedicado à difusão da obra desse artista nascido em Caracas, em 17 de agosto de 1923.

Artista venezuelano Carlos Cruz-Díez morre aos 95 anos, em Paris. Foto: AP Photo/Mary Altaffer, file)

Ainda segundo a nota, "a família notificará em suas redes oficiais quais serão as atividades e serviços religiosos em homenagem à vida e ao legado do Mestre". Seus familiares "pedem espaço, privacidade e respeito neste duro momento", continua o texto.

O discurso plástico de Cruz-Diez "gravita o fenômeno cromático concebido como uma realidade autônoma que evolui no espaço e no tempo, sem ajuda da forma, ou do suporte, em um presente contínuo", diz a biografia compartilhada em seu portal.

Reações

"Que todas as cores brilhem, vibrem e se saturem em tributo à obra de Carlos Cruz Diez, mestre venezuelano da arte cinética (...) Os venezuelanos, para além de qualquer diferença, se unem no colorido luto por sua partida", afirmou no Twitter o ministro da Cultura da Venezuela, Ernesto Villegas.

O Parlamento local também lamentou "a perda de um venezuelano exemplar, reconhecido em nível mundial" e manifestou condolências "à sua família e equipe de trabalho".

"A França expressa sua profunda emoção, após o falecimento de Carlos Cruz-Diez. Precursor do cinetismo, visionário das cores e de seus jogos com os materiais, Carlos Cruz-Diez foi um venezuelano universal, cujas obras fazem parte da paisagem urbanística de muitas cidades", tuitou o embaixador da França na Venezuela, Romain Nadal.

Em breve, completou Nadal, a embaixada vai organizar uma homenagem a Cruz-Diez "com artistas venezuelanos amigos".

Mestre da metamorfose da cor

Sua obsessão era a cor, a qual transformava em obras vivas em capitais como Paris, Londres, Nova York, assim como nas ruas de sua cidade natal, Caracas.

Misturas de cores que dançam ao ritmo do movimento do observador, suas "fisicromias" se tornaram símbolos da op art. Da Venezuela, junto com outros artistas como Jesús Soto e Juvenal Ravelo, protagonizou uma das correntes de maior força no cinetismo.

"Tem uma invenção: a metamorfose da cor. Ocorre com o deslocamento do espectador, com gamas de cores que não são percebidas se você está estático em frente à obra. Quando começa o movimento, ocorre a metamorfose", disse Ravelo, discípulo e amigo, em entrevista à AFP há alguns meses.

Lúcido até o fim, incansável, Cruz-Diez nunca deixou de trabalhar desde que começou a estudar na Escola de Artes Plásticas de Caracas em 1940.

Criado no bairro caraquenho de La Pastora, a cor o seduziu desde criança, quando mudava diante de seus olhos ao lançar luz nas garrafas de vidro da fábrica artesanal administrada pelo pai. Manteve esta paixão por toda vida.

A cor é "uma situação efêmera, uma realidade autônoma em contínua mutação" e, assim como os fatos, acontece "no espaço e no tempo real, sem passado nem futuro, em um presente perpétuo", dizia Cruz-Diez, ao analisar a própria obra.

Ganhador do Prêmio Nacional de Artes Plásticas em 1971, alçou fama mundial, sendo reconhecido na Argentina, Brasil, França, Espanha e Estados Unidos, entre outros países.

"Arte para todos"

Embora tenha vivido em Paris desde a década de 1960, quando a democracia nascia na Venezuela após a ditadura de Marcos Pérez Jiménez (1952-1959), sua obra está ligada a seu país. Muitas de suas criações são ícones da "venezuelanidade".

A gigantesca "Cromointerferência de cor aditiva" cobre, com coloridos azulejos, o chão e as paredes do Aeroporto internacional Simón Bolívar, em Caracas. E "Fisicromia em homenagem a Andrés Bello" orna a Praça Venezuela, um icônico ponto também na capital.

No início da carreira, foi ilustrador em jornais como "El Nacional", um dos mais importantes da Venezuela. Também foi professor da Escola Superior de Belas Artes e Técnicas Cinéticas de Paris e fundou três oficinas de arte - em Caracas, Paris e Panamá.

A pesquisadora María Elena Huizi destaca sua "paixão pelo ensino", em especial, em sua área, a Fenomenologia da Cor.

A arte de Carlos Cruz-Diez está exposta em museus como o MoMA, de Nova York, o Tate Modern, em Londres, ou o Centre George Pompidou, de Paris. Também está nas ruas, onde torna a experiência do espectador não apenas táctil, como visual.

"Arte para todos (...). A arte não ficou entre quatro paredes em coleções privadas e museus. O cinetismo se incorporou à arquitetura e, depois, à rua", afirma Ravelo, 12 anos mais novo do que Cruz-Diez.

O artista cinético venezuelano Carlos Cruz-Diez morreu no sábado, 27, em Paris, aos 95 anos, segundo seu site oficial neste domingo, 28.

"O Mestre Carlos Cruz-Diez, um dos principais expoentes da arte cinética em nível mundial, faleceu em Paris, França, neste sábado, 27 de julho, por causas naturais, aos 95 anos de idade, cercado de sua família", diz a nota divulgada.

As homenagens serão realizadas "na estrita intimidade da família", completou o comunicado postado no portal dedicado à difusão da obra desse artista nascido em Caracas, em 17 de agosto de 1923.

Artista venezuelano Carlos Cruz-Díez morre aos 95 anos, em Paris. Foto: AP Photo/Mary Altaffer, file)

Ainda segundo a nota, "a família notificará em suas redes oficiais quais serão as atividades e serviços religiosos em homenagem à vida e ao legado do Mestre". Seus familiares "pedem espaço, privacidade e respeito neste duro momento", continua o texto.

O discurso plástico de Cruz-Diez "gravita o fenômeno cromático concebido como uma realidade autônoma que evolui no espaço e no tempo, sem ajuda da forma, ou do suporte, em um presente contínuo", diz a biografia compartilhada em seu portal.

Reações

"Que todas as cores brilhem, vibrem e se saturem em tributo à obra de Carlos Cruz Diez, mestre venezuelano da arte cinética (...) Os venezuelanos, para além de qualquer diferença, se unem no colorido luto por sua partida", afirmou no Twitter o ministro da Cultura da Venezuela, Ernesto Villegas.

O Parlamento local também lamentou "a perda de um venezuelano exemplar, reconhecido em nível mundial" e manifestou condolências "à sua família e equipe de trabalho".

"A França expressa sua profunda emoção, após o falecimento de Carlos Cruz-Diez. Precursor do cinetismo, visionário das cores e de seus jogos com os materiais, Carlos Cruz-Diez foi um venezuelano universal, cujas obras fazem parte da paisagem urbanística de muitas cidades", tuitou o embaixador da França na Venezuela, Romain Nadal.

Em breve, completou Nadal, a embaixada vai organizar uma homenagem a Cruz-Diez "com artistas venezuelanos amigos".

Mestre da metamorfose da cor

Sua obsessão era a cor, a qual transformava em obras vivas em capitais como Paris, Londres, Nova York, assim como nas ruas de sua cidade natal, Caracas.

Misturas de cores que dançam ao ritmo do movimento do observador, suas "fisicromias" se tornaram símbolos da op art. Da Venezuela, junto com outros artistas como Jesús Soto e Juvenal Ravelo, protagonizou uma das correntes de maior força no cinetismo.

"Tem uma invenção: a metamorfose da cor. Ocorre com o deslocamento do espectador, com gamas de cores que não são percebidas se você está estático em frente à obra. Quando começa o movimento, ocorre a metamorfose", disse Ravelo, discípulo e amigo, em entrevista à AFP há alguns meses.

Lúcido até o fim, incansável, Cruz-Diez nunca deixou de trabalhar desde que começou a estudar na Escola de Artes Plásticas de Caracas em 1940.

Criado no bairro caraquenho de La Pastora, a cor o seduziu desde criança, quando mudava diante de seus olhos ao lançar luz nas garrafas de vidro da fábrica artesanal administrada pelo pai. Manteve esta paixão por toda vida.

A cor é "uma situação efêmera, uma realidade autônoma em contínua mutação" e, assim como os fatos, acontece "no espaço e no tempo real, sem passado nem futuro, em um presente perpétuo", dizia Cruz-Diez, ao analisar a própria obra.

Ganhador do Prêmio Nacional de Artes Plásticas em 1971, alçou fama mundial, sendo reconhecido na Argentina, Brasil, França, Espanha e Estados Unidos, entre outros países.

"Arte para todos"

Embora tenha vivido em Paris desde a década de 1960, quando a democracia nascia na Venezuela após a ditadura de Marcos Pérez Jiménez (1952-1959), sua obra está ligada a seu país. Muitas de suas criações são ícones da "venezuelanidade".

A gigantesca "Cromointerferência de cor aditiva" cobre, com coloridos azulejos, o chão e as paredes do Aeroporto internacional Simón Bolívar, em Caracas. E "Fisicromia em homenagem a Andrés Bello" orna a Praça Venezuela, um icônico ponto também na capital.

No início da carreira, foi ilustrador em jornais como "El Nacional", um dos mais importantes da Venezuela. Também foi professor da Escola Superior de Belas Artes e Técnicas Cinéticas de Paris e fundou três oficinas de arte - em Caracas, Paris e Panamá.

A pesquisadora María Elena Huizi destaca sua "paixão pelo ensino", em especial, em sua área, a Fenomenologia da Cor.

A arte de Carlos Cruz-Diez está exposta em museus como o MoMA, de Nova York, o Tate Modern, em Londres, ou o Centre George Pompidou, de Paris. Também está nas ruas, onde torna a experiência do espectador não apenas táctil, como visual.

"Arte para todos (...). A arte não ficou entre quatro paredes em coleções privadas e museus. O cinetismo se incorporou à arquitetura e, depois, à rua", afirma Ravelo, 12 anos mais novo do que Cruz-Diez.

O artista cinético venezuelano Carlos Cruz-Diez morreu no sábado, 27, em Paris, aos 95 anos, segundo seu site oficial neste domingo, 28.

"O Mestre Carlos Cruz-Diez, um dos principais expoentes da arte cinética em nível mundial, faleceu em Paris, França, neste sábado, 27 de julho, por causas naturais, aos 95 anos de idade, cercado de sua família", diz a nota divulgada.

As homenagens serão realizadas "na estrita intimidade da família", completou o comunicado postado no portal dedicado à difusão da obra desse artista nascido em Caracas, em 17 de agosto de 1923.

Artista venezuelano Carlos Cruz-Díez morre aos 95 anos, em Paris. Foto: AP Photo/Mary Altaffer, file)

Ainda segundo a nota, "a família notificará em suas redes oficiais quais serão as atividades e serviços religiosos em homenagem à vida e ao legado do Mestre". Seus familiares "pedem espaço, privacidade e respeito neste duro momento", continua o texto.

O discurso plástico de Cruz-Diez "gravita o fenômeno cromático concebido como uma realidade autônoma que evolui no espaço e no tempo, sem ajuda da forma, ou do suporte, em um presente contínuo", diz a biografia compartilhada em seu portal.

Reações

"Que todas as cores brilhem, vibrem e se saturem em tributo à obra de Carlos Cruz Diez, mestre venezuelano da arte cinética (...) Os venezuelanos, para além de qualquer diferença, se unem no colorido luto por sua partida", afirmou no Twitter o ministro da Cultura da Venezuela, Ernesto Villegas.

O Parlamento local também lamentou "a perda de um venezuelano exemplar, reconhecido em nível mundial" e manifestou condolências "à sua família e equipe de trabalho".

"A França expressa sua profunda emoção, após o falecimento de Carlos Cruz-Diez. Precursor do cinetismo, visionário das cores e de seus jogos com os materiais, Carlos Cruz-Diez foi um venezuelano universal, cujas obras fazem parte da paisagem urbanística de muitas cidades", tuitou o embaixador da França na Venezuela, Romain Nadal.

Em breve, completou Nadal, a embaixada vai organizar uma homenagem a Cruz-Diez "com artistas venezuelanos amigos".

Mestre da metamorfose da cor

Sua obsessão era a cor, a qual transformava em obras vivas em capitais como Paris, Londres, Nova York, assim como nas ruas de sua cidade natal, Caracas.

Misturas de cores que dançam ao ritmo do movimento do observador, suas "fisicromias" se tornaram símbolos da op art. Da Venezuela, junto com outros artistas como Jesús Soto e Juvenal Ravelo, protagonizou uma das correntes de maior força no cinetismo.

"Tem uma invenção: a metamorfose da cor. Ocorre com o deslocamento do espectador, com gamas de cores que não são percebidas se você está estático em frente à obra. Quando começa o movimento, ocorre a metamorfose", disse Ravelo, discípulo e amigo, em entrevista à AFP há alguns meses.

Lúcido até o fim, incansável, Cruz-Diez nunca deixou de trabalhar desde que começou a estudar na Escola de Artes Plásticas de Caracas em 1940.

Criado no bairro caraquenho de La Pastora, a cor o seduziu desde criança, quando mudava diante de seus olhos ao lançar luz nas garrafas de vidro da fábrica artesanal administrada pelo pai. Manteve esta paixão por toda vida.

A cor é "uma situação efêmera, uma realidade autônoma em contínua mutação" e, assim como os fatos, acontece "no espaço e no tempo real, sem passado nem futuro, em um presente perpétuo", dizia Cruz-Diez, ao analisar a própria obra.

Ganhador do Prêmio Nacional de Artes Plásticas em 1971, alçou fama mundial, sendo reconhecido na Argentina, Brasil, França, Espanha e Estados Unidos, entre outros países.

"Arte para todos"

Embora tenha vivido em Paris desde a década de 1960, quando a democracia nascia na Venezuela após a ditadura de Marcos Pérez Jiménez (1952-1959), sua obra está ligada a seu país. Muitas de suas criações são ícones da "venezuelanidade".

A gigantesca "Cromointerferência de cor aditiva" cobre, com coloridos azulejos, o chão e as paredes do Aeroporto internacional Simón Bolívar, em Caracas. E "Fisicromia em homenagem a Andrés Bello" orna a Praça Venezuela, um icônico ponto também na capital.

No início da carreira, foi ilustrador em jornais como "El Nacional", um dos mais importantes da Venezuela. Também foi professor da Escola Superior de Belas Artes e Técnicas Cinéticas de Paris e fundou três oficinas de arte - em Caracas, Paris e Panamá.

A pesquisadora María Elena Huizi destaca sua "paixão pelo ensino", em especial, em sua área, a Fenomenologia da Cor.

A arte de Carlos Cruz-Diez está exposta em museus como o MoMA, de Nova York, o Tate Modern, em Londres, ou o Centre George Pompidou, de Paris. Também está nas ruas, onde torna a experiência do espectador não apenas táctil, como visual.

"Arte para todos (...). A arte não ficou entre quatro paredes em coleções privadas e museus. O cinetismo se incorporou à arquitetura e, depois, à rua", afirma Ravelo, 12 anos mais novo do que Cruz-Diez.

O artista cinético venezuelano Carlos Cruz-Diez morreu no sábado, 27, em Paris, aos 95 anos, segundo seu site oficial neste domingo, 28.

"O Mestre Carlos Cruz-Diez, um dos principais expoentes da arte cinética em nível mundial, faleceu em Paris, França, neste sábado, 27 de julho, por causas naturais, aos 95 anos de idade, cercado de sua família", diz a nota divulgada.

As homenagens serão realizadas "na estrita intimidade da família", completou o comunicado postado no portal dedicado à difusão da obra desse artista nascido em Caracas, em 17 de agosto de 1923.

Artista venezuelano Carlos Cruz-Díez morre aos 95 anos, em Paris. Foto: AP Photo/Mary Altaffer, file)

Ainda segundo a nota, "a família notificará em suas redes oficiais quais serão as atividades e serviços religiosos em homenagem à vida e ao legado do Mestre". Seus familiares "pedem espaço, privacidade e respeito neste duro momento", continua o texto.

O discurso plástico de Cruz-Diez "gravita o fenômeno cromático concebido como uma realidade autônoma que evolui no espaço e no tempo, sem ajuda da forma, ou do suporte, em um presente contínuo", diz a biografia compartilhada em seu portal.

Reações

"Que todas as cores brilhem, vibrem e se saturem em tributo à obra de Carlos Cruz Diez, mestre venezuelano da arte cinética (...) Os venezuelanos, para além de qualquer diferença, se unem no colorido luto por sua partida", afirmou no Twitter o ministro da Cultura da Venezuela, Ernesto Villegas.

O Parlamento local também lamentou "a perda de um venezuelano exemplar, reconhecido em nível mundial" e manifestou condolências "à sua família e equipe de trabalho".

"A França expressa sua profunda emoção, após o falecimento de Carlos Cruz-Diez. Precursor do cinetismo, visionário das cores e de seus jogos com os materiais, Carlos Cruz-Diez foi um venezuelano universal, cujas obras fazem parte da paisagem urbanística de muitas cidades", tuitou o embaixador da França na Venezuela, Romain Nadal.

Em breve, completou Nadal, a embaixada vai organizar uma homenagem a Cruz-Diez "com artistas venezuelanos amigos".

Mestre da metamorfose da cor

Sua obsessão era a cor, a qual transformava em obras vivas em capitais como Paris, Londres, Nova York, assim como nas ruas de sua cidade natal, Caracas.

Misturas de cores que dançam ao ritmo do movimento do observador, suas "fisicromias" se tornaram símbolos da op art. Da Venezuela, junto com outros artistas como Jesús Soto e Juvenal Ravelo, protagonizou uma das correntes de maior força no cinetismo.

"Tem uma invenção: a metamorfose da cor. Ocorre com o deslocamento do espectador, com gamas de cores que não são percebidas se você está estático em frente à obra. Quando começa o movimento, ocorre a metamorfose", disse Ravelo, discípulo e amigo, em entrevista à AFP há alguns meses.

Lúcido até o fim, incansável, Cruz-Diez nunca deixou de trabalhar desde que começou a estudar na Escola de Artes Plásticas de Caracas em 1940.

Criado no bairro caraquenho de La Pastora, a cor o seduziu desde criança, quando mudava diante de seus olhos ao lançar luz nas garrafas de vidro da fábrica artesanal administrada pelo pai. Manteve esta paixão por toda vida.

A cor é "uma situação efêmera, uma realidade autônoma em contínua mutação" e, assim como os fatos, acontece "no espaço e no tempo real, sem passado nem futuro, em um presente perpétuo", dizia Cruz-Diez, ao analisar a própria obra.

Ganhador do Prêmio Nacional de Artes Plásticas em 1971, alçou fama mundial, sendo reconhecido na Argentina, Brasil, França, Espanha e Estados Unidos, entre outros países.

"Arte para todos"

Embora tenha vivido em Paris desde a década de 1960, quando a democracia nascia na Venezuela após a ditadura de Marcos Pérez Jiménez (1952-1959), sua obra está ligada a seu país. Muitas de suas criações são ícones da "venezuelanidade".

A gigantesca "Cromointerferência de cor aditiva" cobre, com coloridos azulejos, o chão e as paredes do Aeroporto internacional Simón Bolívar, em Caracas. E "Fisicromia em homenagem a Andrés Bello" orna a Praça Venezuela, um icônico ponto também na capital.

No início da carreira, foi ilustrador em jornais como "El Nacional", um dos mais importantes da Venezuela. Também foi professor da Escola Superior de Belas Artes e Técnicas Cinéticas de Paris e fundou três oficinas de arte - em Caracas, Paris e Panamá.

A pesquisadora María Elena Huizi destaca sua "paixão pelo ensino", em especial, em sua área, a Fenomenologia da Cor.

A arte de Carlos Cruz-Diez está exposta em museus como o MoMA, de Nova York, o Tate Modern, em Londres, ou o Centre George Pompidou, de Paris. Também está nas ruas, onde torna a experiência do espectador não apenas táctil, como visual.

"Arte para todos (...). A arte não ficou entre quatro paredes em coleções privadas e museus. O cinetismo se incorporou à arquitetura e, depois, à rua", afirma Ravelo, 12 anos mais novo do que Cruz-Diez.

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