Pela primeira vez nos 127 anos de história da Bienal de Veneza, a feira de arte contemporânea mais antiga e importante do mundo apresenta uma maioria de artistas femininas e de gênero não-conformista, sob a direção curatorial de Cecilia Alemani.
O resultado é uma Bienal que coloca os holofotes em artistas que foram negligenciados há muito tempo, apesar de carreiras prolíficas, ao mesmo tempo em que investiga temas como normas de gênero, colonialismo e mudanças climáticas.
A principal criação de Alemani, intitulada The Milk of Dreams, ao lado de 80 pavilhões nacionais, abriu no sábado, 23, após um atraso de um ano devido à pandemia. A feira de arte vai até 27 de novembro. É apenas a quarta das 59 edições da Bienal com curadoria feminina.
As mulheres levaram os prêmios Leão de Ouro anunciados no sábado para o melhor pavilhão nacional, que foi para o do Reino Unido, da artista Sonia Boyce. O de melhor participante da exposição principal foi ganho pela escultora norte-americana Simone Leigh.
Presença feminina
A predominância de mulheres entre os mais de 200 artistas que Alemani escolheu para a mostra principal “não foi uma escolha, mas um processo”, disse ela. “Acho que alguns dos melhores artistas hoje são mulheres. Mas não vamos nos esquecer que, na longa história da Bienal de Veneza, a preponderância de artistas masculinos nas edições anteriores foi surpreendente.”