Fábio Miguez, expoente do neoexpressionista, abre mostra que é um tributo aos mestres


Exposição na Galeria Nara Roesler abre neste sábado, 28

Por Antonio Gonçalves Filho

Há pouco mais de 20 anos, entre 1993 e 1994, o pintor Fábio Miguez, expoente da geração neoexpressionista e integrante do histórico grupo Casa 7, parou de pintar e começou a fotografar. Por pouco tempo. Logo voltou à pintura, ensaiando em pequenas telas temas que desenvolveria em trabalhos de dimensões maiores. Esse costume se manteve – e com ele um ceticismo em relação ao ofício que, segundo o crítico Alberto Tassinari, guarda semelhança com o de Cézanne, no sentido de que também o mestre francês duvidava da potência de suas pinceladas. Miguez, um pintor de formação erudita, acabou encontrando na tradição da própria pintura um motivo que o fez seguir em frente, apesar da dúvida, conquistando uma poética singular ao recorrer à ajuda de renascentistas como Piero della Francesca, modernos – De Chirico, Matisse, Volpi – e contemporâneos – Richard Diebenkorn e Agnes Martin, entre outros.

Sua exposição Horizonte Deserto Tecido Cimento, que será aberta neste sábado, 28, na Galeria Nara Roesler, é uma celebração de todas essas (boas) influências. O título da mostra, que reúne 40 pinturas recentes e trabalhos mais antigos, pertencentes ao acervo do Instituto Figueiredo Ferraz, evoca uma combinação do universo poético de João Cabral de Melo Neto com a dramaturgia de Samuel Beckett. São quatro substantivos ligados à ideia de construção e desolação, todos extraídos da obra dos dois autores, assim como imagens criadas pelos pintores anteriormente citados. 

Fábio Miguez Foto: JOSE PATRICIO/ESTADÃO
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Não se trata, porém, de uma apropriação paródica. A economia compacta, minimalista, com que Beckett definia a experiência existencial é levada a sério, a ponto de uma das telas, Pó (II), produzida no ano passado, reproduzir a tumba da ressurreição de Cristo pintada no afresco de Fra Angelico que está no convento de San Marco, em Florença.

Na pintura de Fra Angelico, a frustração das mulheres diante da tumba vazia é compensada pela visão do Cristo subindo ao céu (que só os espectadores do afresco conseguem ver). A tela de Miguez é um aggiornamento desse jogo beckettiano entre ver e não ver, ser e não ser, estar presente e ao mesmo tempo ausente do mundo. Daí seu apego ao conceito cunhado por Piero della Francesca, de que pintura e perspectiva são sinônimos, o que conduz naturalmente aos pintores metafísicos – e De Chirico é citado nominalmente numa tela da série Shortcuts (Atalhos), de 2013.

Miguez conta que esse amor pelos mestres antigos vem do tempo da Casa 7, quando ele e Rodrigo Andrade fizeram, nos anos 1980, uma viagem pela Itália. “Vem daí essa paixão, e vale lembrar que Volpi passou por um processo assemelhado”, observa, referindo-se à passagem do pintor moderno brasileiro pela Itália nos anos 1950, quando, seduzido pelos pré-renascentistas, acabou enveredando pela trilha da abstração. Volpi usou fragmentos (e cores) dos mestres do gótico tardio e dos pré-renascentistas para criar seus “mastros”, “fachadas” e “bandeirinhas”. Por sua vez, Miguez presta tributo a Volpi em algumas telas (óleo e cera) da série Shortcuts, de pequenas dimensões (33 x 40 cm), mais intimistas e sem o jogo de palavras intercambiáveis que domina as pinturas maiores.

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Outra homenageada na série Shortcuts é a pintora norte-americana Agnes Martin (1912-2004), quase sempre associada aos minimalistas – embora ela se definisse como expressionista abstrata. Agnes Martin prezava Rothko por ter atingido o “grau zero” da pintura. Seguindo seus passos, Martin reduziu sua pintura a poucos elementos, para forçar a percepção do transcendental.

É mais ou menos o que faz Miguez quando coloca a palavra “pó” ao lado da “tumba” de Fra Angelico, forçando um embate entre a planaridade hierática do gótico, a alvorada da perspectiva renascentista e a “pintura plana” defendida pelo crítico norte-americano Clement Greenberg (1909-1994), que expurgaria da tela a ilusão do tridimensional.

“Essa contraposição entre perspectiva e planaridade está presente em todas as pinturas da exposição”, diz Miguez, diante de uma tela da série Janelas, realizada entre o ano passado e este. É evidente nessas pinturas a referência às janelas do pintor moderno francês Henri Matisse, que resumiam sua tentativa de representar o mundo lá fora de maneira harmoniosa, sem ruído e agitação.

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O cenário despojado da tela matissiana levaria o pintor norte-americano Richard Diebenkorn (1922-1993) a criar uma série de paisagens geometrizadas da Califórnia conhecida como Ocean Park, baseada na vista da catedral de Notre Dame pintada várias vezes por Matisse.

Pinturas de Fábio Miguez

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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação

Há na exposição de Miguez telas que reinterpretam essa mesma pintura de Matisse, os melhores trabalhos de uma mostra exemplar que combina talento e erudição, reverência à história e ao mesmo tempo desconfiança dela. À alegria das cores de Matisse o pintor paulista contrapõe o ceticismo das palavras de Samuel Beckett e João Cabral de Melo Neto, tirando força desse confronto para seguir adiante, criando catedrais transitórias na tela. 

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HORIZONTE DESERTO TECIDO CIMENTO 

Galeria Nara Roesler. Av. Europa, 655, tel. 3063-2344. 2ª a 6ª, 10 h/19 h; sáb., 10 h/ 15 h. Até 28/3.

Há pouco mais de 20 anos, entre 1993 e 1994, o pintor Fábio Miguez, expoente da geração neoexpressionista e integrante do histórico grupo Casa 7, parou de pintar e começou a fotografar. Por pouco tempo. Logo voltou à pintura, ensaiando em pequenas telas temas que desenvolveria em trabalhos de dimensões maiores. Esse costume se manteve – e com ele um ceticismo em relação ao ofício que, segundo o crítico Alberto Tassinari, guarda semelhança com o de Cézanne, no sentido de que também o mestre francês duvidava da potência de suas pinceladas. Miguez, um pintor de formação erudita, acabou encontrando na tradição da própria pintura um motivo que o fez seguir em frente, apesar da dúvida, conquistando uma poética singular ao recorrer à ajuda de renascentistas como Piero della Francesca, modernos – De Chirico, Matisse, Volpi – e contemporâneos – Richard Diebenkorn e Agnes Martin, entre outros.

Sua exposição Horizonte Deserto Tecido Cimento, que será aberta neste sábado, 28, na Galeria Nara Roesler, é uma celebração de todas essas (boas) influências. O título da mostra, que reúne 40 pinturas recentes e trabalhos mais antigos, pertencentes ao acervo do Instituto Figueiredo Ferraz, evoca uma combinação do universo poético de João Cabral de Melo Neto com a dramaturgia de Samuel Beckett. São quatro substantivos ligados à ideia de construção e desolação, todos extraídos da obra dos dois autores, assim como imagens criadas pelos pintores anteriormente citados. 

Fábio Miguez Foto: JOSE PATRICIO/ESTADÃO

Não se trata, porém, de uma apropriação paródica. A economia compacta, minimalista, com que Beckett definia a experiência existencial é levada a sério, a ponto de uma das telas, Pó (II), produzida no ano passado, reproduzir a tumba da ressurreição de Cristo pintada no afresco de Fra Angelico que está no convento de San Marco, em Florença.

Na pintura de Fra Angelico, a frustração das mulheres diante da tumba vazia é compensada pela visão do Cristo subindo ao céu (que só os espectadores do afresco conseguem ver). A tela de Miguez é um aggiornamento desse jogo beckettiano entre ver e não ver, ser e não ser, estar presente e ao mesmo tempo ausente do mundo. Daí seu apego ao conceito cunhado por Piero della Francesca, de que pintura e perspectiva são sinônimos, o que conduz naturalmente aos pintores metafísicos – e De Chirico é citado nominalmente numa tela da série Shortcuts (Atalhos), de 2013.

Miguez conta que esse amor pelos mestres antigos vem do tempo da Casa 7, quando ele e Rodrigo Andrade fizeram, nos anos 1980, uma viagem pela Itália. “Vem daí essa paixão, e vale lembrar que Volpi passou por um processo assemelhado”, observa, referindo-se à passagem do pintor moderno brasileiro pela Itália nos anos 1950, quando, seduzido pelos pré-renascentistas, acabou enveredando pela trilha da abstração. Volpi usou fragmentos (e cores) dos mestres do gótico tardio e dos pré-renascentistas para criar seus “mastros”, “fachadas” e “bandeirinhas”. Por sua vez, Miguez presta tributo a Volpi em algumas telas (óleo e cera) da série Shortcuts, de pequenas dimensões (33 x 40 cm), mais intimistas e sem o jogo de palavras intercambiáveis que domina as pinturas maiores.

Outra homenageada na série Shortcuts é a pintora norte-americana Agnes Martin (1912-2004), quase sempre associada aos minimalistas – embora ela se definisse como expressionista abstrata. Agnes Martin prezava Rothko por ter atingido o “grau zero” da pintura. Seguindo seus passos, Martin reduziu sua pintura a poucos elementos, para forçar a percepção do transcendental.

É mais ou menos o que faz Miguez quando coloca a palavra “pó” ao lado da “tumba” de Fra Angelico, forçando um embate entre a planaridade hierática do gótico, a alvorada da perspectiva renascentista e a “pintura plana” defendida pelo crítico norte-americano Clement Greenberg (1909-1994), que expurgaria da tela a ilusão do tridimensional.

“Essa contraposição entre perspectiva e planaridade está presente em todas as pinturas da exposição”, diz Miguez, diante de uma tela da série Janelas, realizada entre o ano passado e este. É evidente nessas pinturas a referência às janelas do pintor moderno francês Henri Matisse, que resumiam sua tentativa de representar o mundo lá fora de maneira harmoniosa, sem ruído e agitação.

O cenário despojado da tela matissiana levaria o pintor norte-americano Richard Diebenkorn (1922-1993) a criar uma série de paisagens geometrizadas da Califórnia conhecida como Ocean Park, baseada na vista da catedral de Notre Dame pintada várias vezes por Matisse.

Pinturas de Fábio Miguez

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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação

Há na exposição de Miguez telas que reinterpretam essa mesma pintura de Matisse, os melhores trabalhos de uma mostra exemplar que combina talento e erudição, reverência à história e ao mesmo tempo desconfiança dela. À alegria das cores de Matisse o pintor paulista contrapõe o ceticismo das palavras de Samuel Beckett e João Cabral de Melo Neto, tirando força desse confronto para seguir adiante, criando catedrais transitórias na tela. 

HORIZONTE DESERTO TECIDO CIMENTO 

Galeria Nara Roesler. Av. Europa, 655, tel. 3063-2344. 2ª a 6ª, 10 h/19 h; sáb., 10 h/ 15 h. Até 28/3.

Há pouco mais de 20 anos, entre 1993 e 1994, o pintor Fábio Miguez, expoente da geração neoexpressionista e integrante do histórico grupo Casa 7, parou de pintar e começou a fotografar. Por pouco tempo. Logo voltou à pintura, ensaiando em pequenas telas temas que desenvolveria em trabalhos de dimensões maiores. Esse costume se manteve – e com ele um ceticismo em relação ao ofício que, segundo o crítico Alberto Tassinari, guarda semelhança com o de Cézanne, no sentido de que também o mestre francês duvidava da potência de suas pinceladas. Miguez, um pintor de formação erudita, acabou encontrando na tradição da própria pintura um motivo que o fez seguir em frente, apesar da dúvida, conquistando uma poética singular ao recorrer à ajuda de renascentistas como Piero della Francesca, modernos – De Chirico, Matisse, Volpi – e contemporâneos – Richard Diebenkorn e Agnes Martin, entre outros.

Sua exposição Horizonte Deserto Tecido Cimento, que será aberta neste sábado, 28, na Galeria Nara Roesler, é uma celebração de todas essas (boas) influências. O título da mostra, que reúne 40 pinturas recentes e trabalhos mais antigos, pertencentes ao acervo do Instituto Figueiredo Ferraz, evoca uma combinação do universo poético de João Cabral de Melo Neto com a dramaturgia de Samuel Beckett. São quatro substantivos ligados à ideia de construção e desolação, todos extraídos da obra dos dois autores, assim como imagens criadas pelos pintores anteriormente citados. 

Fábio Miguez Foto: JOSE PATRICIO/ESTADÃO

Não se trata, porém, de uma apropriação paródica. A economia compacta, minimalista, com que Beckett definia a experiência existencial é levada a sério, a ponto de uma das telas, Pó (II), produzida no ano passado, reproduzir a tumba da ressurreição de Cristo pintada no afresco de Fra Angelico que está no convento de San Marco, em Florença.

Na pintura de Fra Angelico, a frustração das mulheres diante da tumba vazia é compensada pela visão do Cristo subindo ao céu (que só os espectadores do afresco conseguem ver). A tela de Miguez é um aggiornamento desse jogo beckettiano entre ver e não ver, ser e não ser, estar presente e ao mesmo tempo ausente do mundo. Daí seu apego ao conceito cunhado por Piero della Francesca, de que pintura e perspectiva são sinônimos, o que conduz naturalmente aos pintores metafísicos – e De Chirico é citado nominalmente numa tela da série Shortcuts (Atalhos), de 2013.

Miguez conta que esse amor pelos mestres antigos vem do tempo da Casa 7, quando ele e Rodrigo Andrade fizeram, nos anos 1980, uma viagem pela Itália. “Vem daí essa paixão, e vale lembrar que Volpi passou por um processo assemelhado”, observa, referindo-se à passagem do pintor moderno brasileiro pela Itália nos anos 1950, quando, seduzido pelos pré-renascentistas, acabou enveredando pela trilha da abstração. Volpi usou fragmentos (e cores) dos mestres do gótico tardio e dos pré-renascentistas para criar seus “mastros”, “fachadas” e “bandeirinhas”. Por sua vez, Miguez presta tributo a Volpi em algumas telas (óleo e cera) da série Shortcuts, de pequenas dimensões (33 x 40 cm), mais intimistas e sem o jogo de palavras intercambiáveis que domina as pinturas maiores.

Outra homenageada na série Shortcuts é a pintora norte-americana Agnes Martin (1912-2004), quase sempre associada aos minimalistas – embora ela se definisse como expressionista abstrata. Agnes Martin prezava Rothko por ter atingido o “grau zero” da pintura. Seguindo seus passos, Martin reduziu sua pintura a poucos elementos, para forçar a percepção do transcendental.

É mais ou menos o que faz Miguez quando coloca a palavra “pó” ao lado da “tumba” de Fra Angelico, forçando um embate entre a planaridade hierática do gótico, a alvorada da perspectiva renascentista e a “pintura plana” defendida pelo crítico norte-americano Clement Greenberg (1909-1994), que expurgaria da tela a ilusão do tridimensional.

“Essa contraposição entre perspectiva e planaridade está presente em todas as pinturas da exposição”, diz Miguez, diante de uma tela da série Janelas, realizada entre o ano passado e este. É evidente nessas pinturas a referência às janelas do pintor moderno francês Henri Matisse, que resumiam sua tentativa de representar o mundo lá fora de maneira harmoniosa, sem ruído e agitação.

O cenário despojado da tela matissiana levaria o pintor norte-americano Richard Diebenkorn (1922-1993) a criar uma série de paisagens geometrizadas da Califórnia conhecida como Ocean Park, baseada na vista da catedral de Notre Dame pintada várias vezes por Matisse.

Pinturas de Fábio Miguez

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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação
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Foto: Divulgação
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Pintura de Fábio Miguez, em exposição na Gleria Nara Roesler a partir deste sábado, dia 27/2

Foto: Divulgação

Há na exposição de Miguez telas que reinterpretam essa mesma pintura de Matisse, os melhores trabalhos de uma mostra exemplar que combina talento e erudição, reverência à história e ao mesmo tempo desconfiança dela. À alegria das cores de Matisse o pintor paulista contrapõe o ceticismo das palavras de Samuel Beckett e João Cabral de Melo Neto, tirando força desse confronto para seguir adiante, criando catedrais transitórias na tela. 

HORIZONTE DESERTO TECIDO CIMENTO 

Galeria Nara Roesler. Av. Europa, 655, tel. 3063-2344. 2ª a 6ª, 10 h/19 h; sáb., 10 h/ 15 h. Até 28/3.

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