Filósofo Edgar Morin fala sobre as formas do prazer estético em SP


Pensador francês, que completa 98 anos em julho, faz palestra na terça em São Paulo na qual vai mostrar como a arte pode estar também no voo dos pássaros

Por Ubiratan Brasil

A emoção estética não nasce unicamente da admiração de uma obra de arte – “ela pode surgir também quando observamos o voar dos pássaros”, ensina o filósofo francês Edgar Morin, que pretende apresentar outros exemplos na conversa que terá nesta terça, 18, com o público, no Sesc Pinheiros, a partir das 20h. Intitulada Estética e Arte, a conferência pretende mostrar que a fruição artística não necessita necessariamente de um conhecimento prévio, mas principalmente de uma disposição para o prazer.

Considerado um dos grandes pensadores sobre a complexidade (corrente que privilegia estudos multidisciplinares para resolução dos problemas), Morin é um homem moderno, que busca colocar a arte no mesmo patamar de importância da ciência. Próximo dos 98 anos (que completa em julho), ele, que já publicou mais de 30 livros, aposta no que chama de ‘estado poético’. “Trata-se de um segundo estado em que podemos nos sentir apaixonados, admirados, em comunhão com outras pessoas, maravilhados, transportados, transfigurados, inspirados. Algo que está no limite do místico, sem ser religioso.”

O filósofo francês Edgar Morin em São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Morin conversa com o Estado na tarde de segunda-feira, em um hotel da região da Avenida Paulista. O andar ligeiramente cuidadoso talvez seja o único indicador da idade – ao falar, gesticula, diz as palavras com paixão, sorri com profusão, apertando os olhos já pequenos. E, para calibrar tamanha euforia, pede para trocar o copo com água por outro, com caipirinha. “Pouco açúcar”, solicita, com riso matreiro.

“As obras de arte nos provocam uma emoção estética que, para os antigos, era algo próximo do religioso, xamânico mesmo”, continua. “Veja um exemplo: há alguns anos, foi descoberta na França uma caverna que continha desenhos pré-históricos de animais em suas paredes. Mas, essa caverna estava situada a muitos metros de profundidade, o que obrigou o autor dos desenhos a fazê-los a partir de sua imaginação, não da observação. Ou seja, mesmo sem ver os animais, aquele artista rupestre se aproximou da semelhança.”

Para Morin, o estado criativo é algo especial, que permite ao homem ter uma emoção particular, próxima de um transe, o que é transmitida para quem saboreia essa arte. “A beleza da vida é poder usufruir desse estado especial, o que acontece, por exemplo, quando lemos a obra de Balzac ou Jorge Amado: eles criaram personagens cujo universo é capaz de provocar mudanças em nossa existência”, acredita. “Música, poesia, literatura e outras artes sempre estiveram presentes e ativas na minha vida.”

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O filósofo francês é fiel defensor da arte diante da ciência, em uma batalha que, nos dias de hoje, privilegia cada vez menos os criadores. “Um romance me oferece um conhecimento sobre a humanidade que nenhuma ciência consegue, pois apresenta relações complexas. Por isso, acredito que não é possível ensinar apenas pela ciência”, comenta ele, ciente das dificuldades atuais.

“Vivemos em um mundo em que o poder econômico tenta impor a prosa da vida. Mas, felizmente podemos encontrar a solução em nós mesmos, quando nos reunimos com familiares ou amigos, ou quando assistimos a um bom filme. São formas de resistência a esse poder moderno que quer nos transformar em robôs a partir das vantagens tecnológicas.” Ensinamentos que Morin pretende distribuir na conferência desta terça, que será transmitida ao vivo pelo Facebook e YouTube do Sesc Pinheiros.

A emoção estética não nasce unicamente da admiração de uma obra de arte – “ela pode surgir também quando observamos o voar dos pássaros”, ensina o filósofo francês Edgar Morin, que pretende apresentar outros exemplos na conversa que terá nesta terça, 18, com o público, no Sesc Pinheiros, a partir das 20h. Intitulada Estética e Arte, a conferência pretende mostrar que a fruição artística não necessita necessariamente de um conhecimento prévio, mas principalmente de uma disposição para o prazer.

Considerado um dos grandes pensadores sobre a complexidade (corrente que privilegia estudos multidisciplinares para resolução dos problemas), Morin é um homem moderno, que busca colocar a arte no mesmo patamar de importância da ciência. Próximo dos 98 anos (que completa em julho), ele, que já publicou mais de 30 livros, aposta no que chama de ‘estado poético’. “Trata-se de um segundo estado em que podemos nos sentir apaixonados, admirados, em comunhão com outras pessoas, maravilhados, transportados, transfigurados, inspirados. Algo que está no limite do místico, sem ser religioso.”

O filósofo francês Edgar Morin em São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Morin conversa com o Estado na tarde de segunda-feira, em um hotel da região da Avenida Paulista. O andar ligeiramente cuidadoso talvez seja o único indicador da idade – ao falar, gesticula, diz as palavras com paixão, sorri com profusão, apertando os olhos já pequenos. E, para calibrar tamanha euforia, pede para trocar o copo com água por outro, com caipirinha. “Pouco açúcar”, solicita, com riso matreiro.

“As obras de arte nos provocam uma emoção estética que, para os antigos, era algo próximo do religioso, xamânico mesmo”, continua. “Veja um exemplo: há alguns anos, foi descoberta na França uma caverna que continha desenhos pré-históricos de animais em suas paredes. Mas, essa caverna estava situada a muitos metros de profundidade, o que obrigou o autor dos desenhos a fazê-los a partir de sua imaginação, não da observação. Ou seja, mesmo sem ver os animais, aquele artista rupestre se aproximou da semelhança.”

Para Morin, o estado criativo é algo especial, que permite ao homem ter uma emoção particular, próxima de um transe, o que é transmitida para quem saboreia essa arte. “A beleza da vida é poder usufruir desse estado especial, o que acontece, por exemplo, quando lemos a obra de Balzac ou Jorge Amado: eles criaram personagens cujo universo é capaz de provocar mudanças em nossa existência”, acredita. “Música, poesia, literatura e outras artes sempre estiveram presentes e ativas na minha vida.”

O filósofo francês é fiel defensor da arte diante da ciência, em uma batalha que, nos dias de hoje, privilegia cada vez menos os criadores. “Um romance me oferece um conhecimento sobre a humanidade que nenhuma ciência consegue, pois apresenta relações complexas. Por isso, acredito que não é possível ensinar apenas pela ciência”, comenta ele, ciente das dificuldades atuais.

“Vivemos em um mundo em que o poder econômico tenta impor a prosa da vida. Mas, felizmente podemos encontrar a solução em nós mesmos, quando nos reunimos com familiares ou amigos, ou quando assistimos a um bom filme. São formas de resistência a esse poder moderno que quer nos transformar em robôs a partir das vantagens tecnológicas.” Ensinamentos que Morin pretende distribuir na conferência desta terça, que será transmitida ao vivo pelo Facebook e YouTube do Sesc Pinheiros.

A emoção estética não nasce unicamente da admiração de uma obra de arte – “ela pode surgir também quando observamos o voar dos pássaros”, ensina o filósofo francês Edgar Morin, que pretende apresentar outros exemplos na conversa que terá nesta terça, 18, com o público, no Sesc Pinheiros, a partir das 20h. Intitulada Estética e Arte, a conferência pretende mostrar que a fruição artística não necessita necessariamente de um conhecimento prévio, mas principalmente de uma disposição para o prazer.

Considerado um dos grandes pensadores sobre a complexidade (corrente que privilegia estudos multidisciplinares para resolução dos problemas), Morin é um homem moderno, que busca colocar a arte no mesmo patamar de importância da ciência. Próximo dos 98 anos (que completa em julho), ele, que já publicou mais de 30 livros, aposta no que chama de ‘estado poético’. “Trata-se de um segundo estado em que podemos nos sentir apaixonados, admirados, em comunhão com outras pessoas, maravilhados, transportados, transfigurados, inspirados. Algo que está no limite do místico, sem ser religioso.”

O filósofo francês Edgar Morin em São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Morin conversa com o Estado na tarde de segunda-feira, em um hotel da região da Avenida Paulista. O andar ligeiramente cuidadoso talvez seja o único indicador da idade – ao falar, gesticula, diz as palavras com paixão, sorri com profusão, apertando os olhos já pequenos. E, para calibrar tamanha euforia, pede para trocar o copo com água por outro, com caipirinha. “Pouco açúcar”, solicita, com riso matreiro.

“As obras de arte nos provocam uma emoção estética que, para os antigos, era algo próximo do religioso, xamânico mesmo”, continua. “Veja um exemplo: há alguns anos, foi descoberta na França uma caverna que continha desenhos pré-históricos de animais em suas paredes. Mas, essa caverna estava situada a muitos metros de profundidade, o que obrigou o autor dos desenhos a fazê-los a partir de sua imaginação, não da observação. Ou seja, mesmo sem ver os animais, aquele artista rupestre se aproximou da semelhança.”

Para Morin, o estado criativo é algo especial, que permite ao homem ter uma emoção particular, próxima de um transe, o que é transmitida para quem saboreia essa arte. “A beleza da vida é poder usufruir desse estado especial, o que acontece, por exemplo, quando lemos a obra de Balzac ou Jorge Amado: eles criaram personagens cujo universo é capaz de provocar mudanças em nossa existência”, acredita. “Música, poesia, literatura e outras artes sempre estiveram presentes e ativas na minha vida.”

O filósofo francês é fiel defensor da arte diante da ciência, em uma batalha que, nos dias de hoje, privilegia cada vez menos os criadores. “Um romance me oferece um conhecimento sobre a humanidade que nenhuma ciência consegue, pois apresenta relações complexas. Por isso, acredito que não é possível ensinar apenas pela ciência”, comenta ele, ciente das dificuldades atuais.

“Vivemos em um mundo em que o poder econômico tenta impor a prosa da vida. Mas, felizmente podemos encontrar a solução em nós mesmos, quando nos reunimos com familiares ou amigos, ou quando assistimos a um bom filme. São formas de resistência a esse poder moderno que quer nos transformar em robôs a partir das vantagens tecnológicas.” Ensinamentos que Morin pretende distribuir na conferência desta terça, que será transmitida ao vivo pelo Facebook e YouTube do Sesc Pinheiros.

A emoção estética não nasce unicamente da admiração de uma obra de arte – “ela pode surgir também quando observamos o voar dos pássaros”, ensina o filósofo francês Edgar Morin, que pretende apresentar outros exemplos na conversa que terá nesta terça, 18, com o público, no Sesc Pinheiros, a partir das 20h. Intitulada Estética e Arte, a conferência pretende mostrar que a fruição artística não necessita necessariamente de um conhecimento prévio, mas principalmente de uma disposição para o prazer.

Considerado um dos grandes pensadores sobre a complexidade (corrente que privilegia estudos multidisciplinares para resolução dos problemas), Morin é um homem moderno, que busca colocar a arte no mesmo patamar de importância da ciência. Próximo dos 98 anos (que completa em julho), ele, que já publicou mais de 30 livros, aposta no que chama de ‘estado poético’. “Trata-se de um segundo estado em que podemos nos sentir apaixonados, admirados, em comunhão com outras pessoas, maravilhados, transportados, transfigurados, inspirados. Algo que está no limite do místico, sem ser religioso.”

O filósofo francês Edgar Morin em São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Morin conversa com o Estado na tarde de segunda-feira, em um hotel da região da Avenida Paulista. O andar ligeiramente cuidadoso talvez seja o único indicador da idade – ao falar, gesticula, diz as palavras com paixão, sorri com profusão, apertando os olhos já pequenos. E, para calibrar tamanha euforia, pede para trocar o copo com água por outro, com caipirinha. “Pouco açúcar”, solicita, com riso matreiro.

“As obras de arte nos provocam uma emoção estética que, para os antigos, era algo próximo do religioso, xamânico mesmo”, continua. “Veja um exemplo: há alguns anos, foi descoberta na França uma caverna que continha desenhos pré-históricos de animais em suas paredes. Mas, essa caverna estava situada a muitos metros de profundidade, o que obrigou o autor dos desenhos a fazê-los a partir de sua imaginação, não da observação. Ou seja, mesmo sem ver os animais, aquele artista rupestre se aproximou da semelhança.”

Para Morin, o estado criativo é algo especial, que permite ao homem ter uma emoção particular, próxima de um transe, o que é transmitida para quem saboreia essa arte. “A beleza da vida é poder usufruir desse estado especial, o que acontece, por exemplo, quando lemos a obra de Balzac ou Jorge Amado: eles criaram personagens cujo universo é capaz de provocar mudanças em nossa existência”, acredita. “Música, poesia, literatura e outras artes sempre estiveram presentes e ativas na minha vida.”

O filósofo francês é fiel defensor da arte diante da ciência, em uma batalha que, nos dias de hoje, privilegia cada vez menos os criadores. “Um romance me oferece um conhecimento sobre a humanidade que nenhuma ciência consegue, pois apresenta relações complexas. Por isso, acredito que não é possível ensinar apenas pela ciência”, comenta ele, ciente das dificuldades atuais.

“Vivemos em um mundo em que o poder econômico tenta impor a prosa da vida. Mas, felizmente podemos encontrar a solução em nós mesmos, quando nos reunimos com familiares ou amigos, ou quando assistimos a um bom filme. São formas de resistência a esse poder moderno que quer nos transformar em robôs a partir das vantagens tecnológicas.” Ensinamentos que Morin pretende distribuir na conferência desta terça, que será transmitida ao vivo pelo Facebook e YouTube do Sesc Pinheiros.

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