ANSA - O Conselho de Ministros da Itália aprovou nesta quinta-feira, 16, um projeto de lei que prevê a criação do Museu Nacional do Holocausto em Roma. A iniciativa, proposta pelo ministro da Cultura da Itália, Gennaro Sangiuliano, “poderá ajudar a manter viva e presente a memória da tragédia” no campo de extermínio nazista de Auschwitz.
Em comunicado, o governo italiano explica que “a escolha de Roma como sede é duplamente simbólica, tanto como capital da Itália quanto como local onde se encontra uma das comunidades judaicas mais antigas da Europa e uma das mais numerosas da Itália”.
Ao deixar o Palazzo Chigi, Sangiuliano celebrou a aprovação do projeto e reforçou que “o Museu do Holocausto está presente em todas as grandes capitais da Europa e parecia justo que fosse criado também no nosso país”.
“Em apenas três meses conseguimos preparar a disposição que foi aprovada esta noite pelo Conselho de Ministros, com uma alocação de 10 milhões de euros para iniciar a construção do museu do Holocausto em nossa capital, Roma”, acrescentou.
Apesar da proposta apresentada pelo atual ministro da Cultura, a ideia inicial de construir um museu dedicado à memória do Holocausto em Roma, como existe nas cidades europeias mais importantes, nasceu de fato em 1997. No entanto, foi o então prefeito Walter Veltroni quem anunciou o início das obras em 2005.
Na ocasião, o Campidoglio adquiriu uma área de Villa Torlonia, ao lado da então residência de Benito Mussolini: uma escolha com um forte valor histórico e simbólico. Desde então, uma série de burocracias paralisou o projeto.
Em 2016, a então prefeita de Roma Virginia Raggi anunciou que o plano seria retomado “em breve”, mas a pandemia da covid-19 voltou a paralisá-lo. Somente em meados de setembro de 2021 que foi iniciada a construção do canteiro do museu, com o lançamento da primeira pedra.
“Quero expressar meus agradecimentos ao governo e ao ministro da Cultura, Gennaro Sangiuliano, pela atenção concreta ao tema da memória”, disse Ruth Dureghello, presidente da comunidade judaica de Roma. “O apoio para que Roma finalmente tenha um museu do Holocausto representa um impulso para dar respostas definitivas da administração quanto à sua implementação, que esperamos ser rápida”.