O historiador de arte espanhol Joan Palop-Robledo apresentou nesta quinta-feira, 24, em Nova York uma exposição na qual uniu pela primeira vez obras destacadas do minimalismo dos Estados Unidos com peças da Espanha e do Brasil que, apesar da distância e da incomunicação, coincidiram nas suas ideias e metodologias.
Minimal Means: Concretize Inventions in the US, Brazil and Spain é uma iniciativa da Zeit Contemporary Art, fundada e dirigida por Palop-Robledo, na qual é possível ver obras de um total de 17 artistas americanos, brasileiros e espanhóis das décadas de 1950 e 1960, entre os quais se destaca Josef Albers, uma figura de referência.
"A exposição tenta apresentar as semelhanças entre eles, apesar de muitos nunca terem chegado a se conhecer pessoalmente", declarou à Agência Efe o historiador de arte, que trabalhou durante dois anos para reunir cerca de 30 obras de grandes artistas dos anos 50 e 60.
O denominador comum entre eles, segundo ressaltou, é que reelaboram o legado da escola alemã de Bauhaus, do pintor holandês Piet Mondrian e do construtivismo russo.
"Foi como uma iluminação ver como todos falavam dos mesmos problemas e os resolviam com recursos formais muito próximos uns dos outros, em um tempo muito parecido também, quase simultaneamente", declarou o fundador da Zeit Contemporary Art.
Além do americano Josef Albers, a exposição oferece a possibilidade de admirar peças de sua esposa, Anni Albers, e de seus compatriotas Agnes Martin, Donald Judd, Dan Flavin, Sol LeWitt e Robert Mangold.
A eles se somam os espanhóis Jorge Oteiza, Manuel Barbadillo, Elena Asins, Jordi Teixidor e José María Yturralde, e os brasileiros Mira Schendel, Willys de Castro, Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio Oiticica.
No total, um conjunto artístico avaliado em US$ 8 milhões, liderado pela peça de Albers Homage to the Square: Golden (Homenagem ao quadrado: Dourado), de 1957, um óleo sobre masonita (superfície dura composta por madeira) avaliado em US$ 1,2 milhão.
A exposição é o resultado dos esforços para coordenar colecionadores de todo o mundo para reunir na sede da Edelman Arts, em Manhattan, peças chegadas de França, Espanha, Brasil, Venezuela e vários estados americanos.
Um trabalho do qual Robledo-Palop tirou uma valiosa lição: "Sobretudo no momento político no qual vivemos, o que esta exposição me ensinou é que gente de países muito diferentes, no final das contas, tem os mesmos problemas".
"E a arte tem o poder de "juntar a gente de línguas e culturas muito diferentes, porque não há países mais diferentes que EUA, Espanha e Brasil. Três continentes, três culturas e três línguas", completou.