Rochelle Costi, fotógrafa e artista plástica, morreu na tarde deste sábado, 26, aos 61 anos de idade, em decorrência de um atropelamento na região do Museu da Imagem e do Som (MIS). Sua arte era conhecida por valorizar objetos e instalações cotidianas sob um olhar próprio.
Nascida em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, em 1961, passou por uma cirurgia nos olhos logo aos três anos de idade, precisando fazer diversos exercícios óticos para reconstruir sua visão do mundo.
Em 1978, começou o curso de comunicação social pela Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (PUC-RS), se formando em 1981. Morou alguns meses em Belo Horizonte, tendo contato com ateliês de arte e fazendo um curso de extensão sobre fotografia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em São Paulo, onde morou por muitos anos nas últimas décadas, chegou pela primeira vez em 1988, mas passou algum tempo em Londres no início dos anos 1990.
Consta que começou a fotografar por não saber desenhar e, através da fotografia, acabou chegando às artes plásticas. Em seus trabalhos, era comum encontrar objetos do cotidiano. Em 1995, explicava ao Estadão: “Sempre trabalho com materiais que estão presentes no dia-a-dia, como perucas, espelhos... Coleciono esses materiais durante anos antes de utilizá-los em meus trabalhos”.
Em Os Quartos (1998), um de seus principais trabalhos, buscava mostrar como “a intimidade, de tão pessoal e profunda, se torna universal”. Além de obras expostas em diversos cantos do Brasil, também teve seu trabalho apreciado internacionalmente em países como Estados Unidos, Espanha, China, Equador, Inglaterra, Portugal e Guatemala. Neste último país, por exemplo, foi em 2006 e fez diversos registros de lojas de artesanato, refletindo sobre o processo de produção e exposição para venda dos materiais.
Entre suas exposições mais recentes, estava A Terceira Margem, nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade, em São Paulo, realizada em outubro de 2021. Fotos impressas como grandes cortinas permitiam ao público observar parte dos cenários com os quais se deparou em uma viagem à Amazônia, como uma loja de produtos chineses na divisa entre Bolívia e Brasil, ou a sede de um coletivo cultural do povo indígena Huni Kuin, no Acre.