O Museu do Prado de Madri está investigando a procedência de pelo menos 62 obras de arte de sua extensa coleção, para determinar se foram apreendidas durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), ou na subsequente ditadura de Francisco Franco.
“O Museu Nacional do Prado decidiu abrir formalmente uma via de investigação sobre a possibilidade de algumas obras presentes em sua coleção serem procedentes de apreensões realizadas durante o período da Guerra Civil, ou durante o franquismo”, que terminou em 1975, anunciou a instituição em um comunicado.
“O objetivo é esclarecer qualquer dúvida que possa existir sobre os antecedentes e o contexto anterior à sua entrada nas coleções do Prado e, se necessário e cumprindo todos os requisitos legais, proceder à sua devolução aos seus legítimos donos”, acrescentou o texto do museu.
Na terça-feira, 20, o Prado publicou uma lista inicial com 25 obras de seu acervo procedentes do Comissariado Geral da Defesa do Patrimônio Artístico Nacional e que, “provavelmente, foram apreendidas pela Junta de Apreensão e Proteção do Tesouro Artístico durante a Guerra Civil”. Este órgão foi criado por Francisco Franco durante o conflito espanhol.
A lista aumentou, porém, e já inclui 62 obras. Entre elas, estão pinturas do impressionista espanhol Joaquín Sorolla e do francês François Boucher, das quais o Museu publicou imagens.
O Prado anunciou ainda que lançou uma equipe de investigação - liderada por Arturo Colorado, especialista em patrimônio cultural e na Guerra Civil Espanhola - para investigar a origem das obras da famosa coleção deste museu de Madri. O relatório de seu trabalho será divulgado em janeiro.
Entre as 25 primeiras obras identificadas, 17 pinturas foram doadas ao Museu do Prado entre 1940 e 1944. Outras seis foram transferidas, inicialmente, para o Museu de Arte Moderna, entre 1942 e 1943, e depois adquiridas pelo Prado.