Museus discutem reabertura durante a pandemia


Painel internacional debate nesta quarta, às 10 horas, estratégias para a reabertura de espaços culturais após a quarentena

Por Antonio Gonçalves Filho

Museus alemães que estavam fechados por causa da pandemia do novo coronavírus reabriram, a exemplo de grandes instituições americanas (como o Metropolitan e MoMA) e francesas (como o Louvre), mas as perspectivas não são nada animadoras. O Estado conversou com dois diretores de importantes museus alemães, Johannes Vogel, do Museu de História Natural de Berlim, fundado em 1810, e Barbara Plankensteiner, diretora do Museum am Rothenbaum - Kulturen und Künste der Welt, que confirmaram uma queda acentuada no número de visitantes desde a reabertura. Os dois participam nesta quarta-feira (2), às 10 horas, do evento virtual Reopening Museums: European and South American Perspectives, promovido pelo Goethe-Institut, o Ministério Federal das Relações Exteriores da Alemanha e o Museu Nacional/UFRJ. Eles vão debater estratégias para a reabertura de espaços culturais após a quarentena provocada pela pandemia do covid-19. O painel contará com a participação dos dois diretores citados e ainda de Gabriela Rangel, diretora do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba) e Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ.

Barbara Plankensteiner: o digital ajuda, mas não substituiu visital presencial Foto: Paul Schimweg/MARKK

O debate, mediado pela diretora do Icom Brasil, Marília Bonas, será transmitido em inglês, ao vivo, pelo canal do Goethe-Institut Central no YouTube (https://www.youtube.com/goetheinstitut). Um link para tradução simultânea em português no Zoom será disponibilizado no chat ao vivo. A participação é franca e aberta a todos os interessados. O evento é uma das iniciativas que integram um projeto de longo prazo de intercâmbio museológico entre Brasil e Alemanha, que o Goethe-Institut vai comandar. Também está marcada para junho de 2021 uma conferência internacional, a ser realizada presencialmente, no Rio de Janeiro.

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“O Reopening Museums foi pensado a partir da necessidade de falarmos sobre a reabertura destes espaços de maneira segura. Num momento como esse, é importante dar a nossa contribuição para incentivar colaborações entre diversas instituições da América do Sul e da Europa”, diz Robin Mallick, diretor do Goethe-Institut Rio.

A Alemanha reabriu museus após a diminuição das taxas de contágio do coronavírus, mas viu o número de visitantes cair pela metade. Ou mais, caso do Museu de História Natural de Berlim. Segundo seu diretor, Johannes Vogel, normalmente o museu recebe 800 mil visitantes por ano. “Teremos sorte se este ano chegarmos a 300 mil’, diz Vogel, referindo-se às medidas de seguranças adotadas para a reabertura, que não permitem mais de mil visitantes por período. Devido à natureza científica do museu, ele tem recebido a mesma assistência governamental. “Nossas verbas para pesquisas e manutenção não sofreram alterações”, revela o diretor.

Johannes Vogel: pandemia provocou reinvençãodigital dos museus Foto: Hwa Ja-Götz
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Igualmente tradicional, o Museum am Rothenbaum - Kulturen und Künste der Welt, fundado em 1879, um dos maiores de etnologia da Europa, recebe 180 mil visitantes por ano, mas permaneceu fechado por sete semanas como todos os museus de Hamburgo, segundo sua diretora Barbara Plankensteiner. “Continuamos a registrar perdas significativas na arrecadação, mas felizmente pudemos manter exposições feitas em cooperação com parceiros internacionais, como a mostra In the Shadow of Venus. Lisa Reihana & Pacific Taonga, que tinha sido aberta pouco antes da pandemia e depois fechou”.

As regras de funcionamento dos museus na Alemanha diferem de região para região. Os museus de Hamburgo, segundo Barbara Plankensteiner, recomendam o uso de máscara protetora, mas ela não é obrigatória. Sua percepção é que os visitantes, mais cautelosos, se contentam em ver as obras, embora sintam falta de programas interativos, comuns antes da pandemia. “Reagimos com uma série de visitas guiadas virtualmente e projetos digitais como podcasts, mas não creio que, no caso do museu que dirijo, seja a mesma coisa que uma visita presencial”. Sobre o digital, convém lembrar que o acervo do Museum am Rothenbaum - Kulturen und Künste der Welt desperta muito interesse fora da Alemanha, embora pouco visitado por quem mais precisa. Só para citar um caso, apenas 5% dos museus africanos estão aptos para oferecer conteúdo online, lembra Plankensteiner. A crise do coronavírus acentuou ainda mais essas diferenças de acesso. O museu alemão está desenvolvendo um projeto de fórum chamado Benin Digital, que pretende reunir peças dispersas da África Ocidental.

No caso do Museu de História Natural de Berlim, de acordo com seu diretor Johannes Vogel, a pandemia provocada pelo novo coronavírus trouxe ao menos um aspecto positivo para os museus: eles foram obrigados a se reinventar e se ajudar mutuamente para expandir seu território, ainda que de forma digital: “Isso significa que muitas das nossas visitas guiadas agora podem ser vistas na Internet com nossa equipe técnica e científica explicando seu trabalho por meio de posts no Instagram”, diz Vogel.

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Mas como reabrir com segurança em tempos de pandemia? Vale lembrar que o debate digital desta quarta-feira marca os dois anos do incêndio do Museu Nacional/UFRJ, no Rio de Janeiro, que recebeu apoio da Alemanha. No dia seguinte ao desastre, o Ministério Federal das Relações Externas da Alemanha realizou uma doação de até 1 milhão de euros para a recuperação e reconstrução do museu.

Museus alemães que estavam fechados por causa da pandemia do novo coronavírus reabriram, a exemplo de grandes instituições americanas (como o Metropolitan e MoMA) e francesas (como o Louvre), mas as perspectivas não são nada animadoras. O Estado conversou com dois diretores de importantes museus alemães, Johannes Vogel, do Museu de História Natural de Berlim, fundado em 1810, e Barbara Plankensteiner, diretora do Museum am Rothenbaum - Kulturen und Künste der Welt, que confirmaram uma queda acentuada no número de visitantes desde a reabertura. Os dois participam nesta quarta-feira (2), às 10 horas, do evento virtual Reopening Museums: European and South American Perspectives, promovido pelo Goethe-Institut, o Ministério Federal das Relações Exteriores da Alemanha e o Museu Nacional/UFRJ. Eles vão debater estratégias para a reabertura de espaços culturais após a quarentena provocada pela pandemia do covid-19. O painel contará com a participação dos dois diretores citados e ainda de Gabriela Rangel, diretora do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba) e Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ.

Barbara Plankensteiner: o digital ajuda, mas não substituiu visital presencial Foto: Paul Schimweg/MARKK

O debate, mediado pela diretora do Icom Brasil, Marília Bonas, será transmitido em inglês, ao vivo, pelo canal do Goethe-Institut Central no YouTube (https://www.youtube.com/goetheinstitut). Um link para tradução simultânea em português no Zoom será disponibilizado no chat ao vivo. A participação é franca e aberta a todos os interessados. O evento é uma das iniciativas que integram um projeto de longo prazo de intercâmbio museológico entre Brasil e Alemanha, que o Goethe-Institut vai comandar. Também está marcada para junho de 2021 uma conferência internacional, a ser realizada presencialmente, no Rio de Janeiro.

“O Reopening Museums foi pensado a partir da necessidade de falarmos sobre a reabertura destes espaços de maneira segura. Num momento como esse, é importante dar a nossa contribuição para incentivar colaborações entre diversas instituições da América do Sul e da Europa”, diz Robin Mallick, diretor do Goethe-Institut Rio.

A Alemanha reabriu museus após a diminuição das taxas de contágio do coronavírus, mas viu o número de visitantes cair pela metade. Ou mais, caso do Museu de História Natural de Berlim. Segundo seu diretor, Johannes Vogel, normalmente o museu recebe 800 mil visitantes por ano. “Teremos sorte se este ano chegarmos a 300 mil’, diz Vogel, referindo-se às medidas de seguranças adotadas para a reabertura, que não permitem mais de mil visitantes por período. Devido à natureza científica do museu, ele tem recebido a mesma assistência governamental. “Nossas verbas para pesquisas e manutenção não sofreram alterações”, revela o diretor.

Johannes Vogel: pandemia provocou reinvençãodigital dos museus Foto: Hwa Ja-Götz

Igualmente tradicional, o Museum am Rothenbaum - Kulturen und Künste der Welt, fundado em 1879, um dos maiores de etnologia da Europa, recebe 180 mil visitantes por ano, mas permaneceu fechado por sete semanas como todos os museus de Hamburgo, segundo sua diretora Barbara Plankensteiner. “Continuamos a registrar perdas significativas na arrecadação, mas felizmente pudemos manter exposições feitas em cooperação com parceiros internacionais, como a mostra In the Shadow of Venus. Lisa Reihana & Pacific Taonga, que tinha sido aberta pouco antes da pandemia e depois fechou”.

As regras de funcionamento dos museus na Alemanha diferem de região para região. Os museus de Hamburgo, segundo Barbara Plankensteiner, recomendam o uso de máscara protetora, mas ela não é obrigatória. Sua percepção é que os visitantes, mais cautelosos, se contentam em ver as obras, embora sintam falta de programas interativos, comuns antes da pandemia. “Reagimos com uma série de visitas guiadas virtualmente e projetos digitais como podcasts, mas não creio que, no caso do museu que dirijo, seja a mesma coisa que uma visita presencial”. Sobre o digital, convém lembrar que o acervo do Museum am Rothenbaum - Kulturen und Künste der Welt desperta muito interesse fora da Alemanha, embora pouco visitado por quem mais precisa. Só para citar um caso, apenas 5% dos museus africanos estão aptos para oferecer conteúdo online, lembra Plankensteiner. A crise do coronavírus acentuou ainda mais essas diferenças de acesso. O museu alemão está desenvolvendo um projeto de fórum chamado Benin Digital, que pretende reunir peças dispersas da África Ocidental.

No caso do Museu de História Natural de Berlim, de acordo com seu diretor Johannes Vogel, a pandemia provocada pelo novo coronavírus trouxe ao menos um aspecto positivo para os museus: eles foram obrigados a se reinventar e se ajudar mutuamente para expandir seu território, ainda que de forma digital: “Isso significa que muitas das nossas visitas guiadas agora podem ser vistas na Internet com nossa equipe técnica e científica explicando seu trabalho por meio de posts no Instagram”, diz Vogel.

Mas como reabrir com segurança em tempos de pandemia? Vale lembrar que o debate digital desta quarta-feira marca os dois anos do incêndio do Museu Nacional/UFRJ, no Rio de Janeiro, que recebeu apoio da Alemanha. No dia seguinte ao desastre, o Ministério Federal das Relações Externas da Alemanha realizou uma doação de até 1 milhão de euros para a recuperação e reconstrução do museu.

Museus alemães que estavam fechados por causa da pandemia do novo coronavírus reabriram, a exemplo de grandes instituições americanas (como o Metropolitan e MoMA) e francesas (como o Louvre), mas as perspectivas não são nada animadoras. O Estado conversou com dois diretores de importantes museus alemães, Johannes Vogel, do Museu de História Natural de Berlim, fundado em 1810, e Barbara Plankensteiner, diretora do Museum am Rothenbaum - Kulturen und Künste der Welt, que confirmaram uma queda acentuada no número de visitantes desde a reabertura. Os dois participam nesta quarta-feira (2), às 10 horas, do evento virtual Reopening Museums: European and South American Perspectives, promovido pelo Goethe-Institut, o Ministério Federal das Relações Exteriores da Alemanha e o Museu Nacional/UFRJ. Eles vão debater estratégias para a reabertura de espaços culturais após a quarentena provocada pela pandemia do covid-19. O painel contará com a participação dos dois diretores citados e ainda de Gabriela Rangel, diretora do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba) e Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ.

Barbara Plankensteiner: o digital ajuda, mas não substituiu visital presencial Foto: Paul Schimweg/MARKK

O debate, mediado pela diretora do Icom Brasil, Marília Bonas, será transmitido em inglês, ao vivo, pelo canal do Goethe-Institut Central no YouTube (https://www.youtube.com/goetheinstitut). Um link para tradução simultânea em português no Zoom será disponibilizado no chat ao vivo. A participação é franca e aberta a todos os interessados. O evento é uma das iniciativas que integram um projeto de longo prazo de intercâmbio museológico entre Brasil e Alemanha, que o Goethe-Institut vai comandar. Também está marcada para junho de 2021 uma conferência internacional, a ser realizada presencialmente, no Rio de Janeiro.

“O Reopening Museums foi pensado a partir da necessidade de falarmos sobre a reabertura destes espaços de maneira segura. Num momento como esse, é importante dar a nossa contribuição para incentivar colaborações entre diversas instituições da América do Sul e da Europa”, diz Robin Mallick, diretor do Goethe-Institut Rio.

A Alemanha reabriu museus após a diminuição das taxas de contágio do coronavírus, mas viu o número de visitantes cair pela metade. Ou mais, caso do Museu de História Natural de Berlim. Segundo seu diretor, Johannes Vogel, normalmente o museu recebe 800 mil visitantes por ano. “Teremos sorte se este ano chegarmos a 300 mil’, diz Vogel, referindo-se às medidas de seguranças adotadas para a reabertura, que não permitem mais de mil visitantes por período. Devido à natureza científica do museu, ele tem recebido a mesma assistência governamental. “Nossas verbas para pesquisas e manutenção não sofreram alterações”, revela o diretor.

Johannes Vogel: pandemia provocou reinvençãodigital dos museus Foto: Hwa Ja-Götz

Igualmente tradicional, o Museum am Rothenbaum - Kulturen und Künste der Welt, fundado em 1879, um dos maiores de etnologia da Europa, recebe 180 mil visitantes por ano, mas permaneceu fechado por sete semanas como todos os museus de Hamburgo, segundo sua diretora Barbara Plankensteiner. “Continuamos a registrar perdas significativas na arrecadação, mas felizmente pudemos manter exposições feitas em cooperação com parceiros internacionais, como a mostra In the Shadow of Venus. Lisa Reihana & Pacific Taonga, que tinha sido aberta pouco antes da pandemia e depois fechou”.

As regras de funcionamento dos museus na Alemanha diferem de região para região. Os museus de Hamburgo, segundo Barbara Plankensteiner, recomendam o uso de máscara protetora, mas ela não é obrigatória. Sua percepção é que os visitantes, mais cautelosos, se contentam em ver as obras, embora sintam falta de programas interativos, comuns antes da pandemia. “Reagimos com uma série de visitas guiadas virtualmente e projetos digitais como podcasts, mas não creio que, no caso do museu que dirijo, seja a mesma coisa que uma visita presencial”. Sobre o digital, convém lembrar que o acervo do Museum am Rothenbaum - Kulturen und Künste der Welt desperta muito interesse fora da Alemanha, embora pouco visitado por quem mais precisa. Só para citar um caso, apenas 5% dos museus africanos estão aptos para oferecer conteúdo online, lembra Plankensteiner. A crise do coronavírus acentuou ainda mais essas diferenças de acesso. O museu alemão está desenvolvendo um projeto de fórum chamado Benin Digital, que pretende reunir peças dispersas da África Ocidental.

No caso do Museu de História Natural de Berlim, de acordo com seu diretor Johannes Vogel, a pandemia provocada pelo novo coronavírus trouxe ao menos um aspecto positivo para os museus: eles foram obrigados a se reinventar e se ajudar mutuamente para expandir seu território, ainda que de forma digital: “Isso significa que muitas das nossas visitas guiadas agora podem ser vistas na Internet com nossa equipe técnica e científica explicando seu trabalho por meio de posts no Instagram”, diz Vogel.

Mas como reabrir com segurança em tempos de pandemia? Vale lembrar que o debate digital desta quarta-feira marca os dois anos do incêndio do Museu Nacional/UFRJ, no Rio de Janeiro, que recebeu apoio da Alemanha. No dia seguinte ao desastre, o Ministério Federal das Relações Externas da Alemanha realizou uma doação de até 1 milhão de euros para a recuperação e reconstrução do museu.

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