Nova feira de arte em São Paulo, a ArtSampa abre as portas na Oca


Lançada pelos mesmos criadores da ArtRio, mostra enfatiza a importância da diversidade de criadores e temas artísticos

Por Ana Lourenço
Arquitetura da Ocaharmoniza com as obras Foto: Werther Santana/Estadão

Uma das maiores belezas da arte é sua multiplicidade. Seja seu tema, sua forma, seu motivo ou sua interpretação. Arte plural, que é de todos e para todos, e serve para causar impacto, nem que esse seja de pura admiração. Assim se apresenta a primeira edição da Art Sampa que ocupa a Oca até domingo, 20.

A arquitetura circular de Oscar Niemeyer permite a união de épocas e estilos diferentes das mais de 1.500 obras espalhadas pelos três andares do espaço. As galerias selecionadas por Juliana Cintra, Filipe e Eduardo Masini e Antonia Bergamin foram convidadas a apresentar propostas que apostassem na originalidade e no diálogo com o espaço. 

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Enquanto o térreo e o subsolo recebem galerias, no piso superior ficam os apoiadores do evento e as instituições artísticas escolhidas pelos criadores do evento – os mesmos que criaram a ArtRio em 2010. “Chegar a São Paulo no ano do centenário do movimento modernista é muito emblemático. Temos como compromissos a valorização da arte brasileira, o estímulo a novos artistas e o reconhecimento da arte como forma de expressão da sociedade e sua cultura”, conta a presidente do evento, Brenda Valansi.

Pelos caminhos criados, o visitante encontra desde frases impactantes em néon, jogos de ilusão de ótica que simulam o céu, material do cotidiano que vira manifestação artística ou rabiscos originais de Anita Malfatti. Parece que cada centímetro do espaço faz o visitante parar e observar os detalhes das obras.

Obra de Matheus Abu ao lado de peças néons de Verena Smit Foto: Werther Santana/Estadão
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Um que chama bastante atenção é o do artista paulista Gui Teixeira, no estande da Sé Galeria. “Gosto de pensar que a arte é um lugar de encontro, de troca, que proporciona acontecimentos, mesmo sendo uma pintura, o que me interessa muito é o que interessa em volta daquela pintura e não tanto o objeto”, conta. 

Para provar sua teoria, o artista criou um espaço para o visitante atirar massa de modelar com estilingue, criando uma nova obra na parede. “Imagino a arte como um grande jogo de construção, onde a gente vai construindo a gente mesmo. Eu acho que a gente faz a arte para que a arte nos faça. É um espaço de construção para aquilo que a gente quer ser”, completa. 

Gui também participará do Conversas ArtSampa, sobre a relação entre a arte e o jogo. Os bate-papos ocorrem no auditório da Oca, com transmissão online no site do evento – em que é também possível conferir a programação, na qual a diversidade chama a atenção.

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PLURALIDADE

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Pela primeira vez expondo em uma galeria, o artista carioca Matheus Marques Abu, da Galeria Karla Osorio, trouxe em suas obras símbolos adinkras (de origem da África Ocidental e usado em rituais) e corpos negros. “Este é o momento de trazer como sinto que meu corpo é lido e de como leio as coisas em volta de mim”, diz. 

A ONG Casa Chama faz o mesmo com pessoas trans desde 2018. Para eles, “a participação de pessoas trans nos círculos e espaços institucionais do sistema da arte é pontual. Abafadas por estereótipos e leituras condicionadas pelos sintomas sociais da cultura e do tempo”. Por isso, trazem artistas que vivem e falam sobre isso em sua arte. 

Através do olhar político dos artistas baianos Felipe Rezende, Isabela Seifarth e Pedro Marighella, da RV Cultura e Arte, o cotidiano também é exposto com imagens de pessoas comuns das periferias do Nordeste.

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Para além dos criadores, a pluralidade também é explorada nas formas de arte. Algo que nitidamente é visto pela Metaverse Agency. Depois de ser o primeiro espaço de criptoarte em todas edições da ArtRio, a galeria apresenta obras de 11 artistas nacionais e internacionais, baseados na realidade aumentada e até holografia.

“A única diferença entre o artista paleolítico, que há 15 mil anos usava pigmentos naturais nas cavernas, para o artista atual que utiliza pixel, programação e código, é o suporte escolhido. Porque a genialidade e o ímpeto criativo são os mesmos”, reflete Byron Mendes, CEO da agência. 

Mural de grafite dagaleria A7MA Foto: Werther Santana/Estadão
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Outra possibilidade, também exposta na Art Sampa, é a releitura de grandes obras, algo que Nelson Leirner fazia como ninguém e é relembrado pela Galeria Silvia Cintra + Box4. “Em sua obra, tudo volta, mas renovado, digerido e devidamente traduzido”, pontua o texto introdutório do espaço de Lilia Moritz Schwarcz. Com ele, Mona Lisa se torna carnavalesca e as composições de Piet Mondrian, um terno com pontos de cor.

“Sabemos que não existe neste mundo nada isolado. E Nelson escancara a fenda e o desconforto, mostrando como arte sempre se fez e se faz por referência, inferência, leitura e tradução”, afirma Lilia. 

COMODIDADES

O espaço conta com banheiros e lanchonete em todos os pisos, além de também ocupar uma área externa de 5 mil m², construída pelo arquiteto Pedro Évora nos jardins de Burle Marx

A data e o horário devem ser agendados na hora da compra dos ingressos online (artsampa.com) ou no local, que estará sujeito à disponibilidade de cada horário. Na Oca, todos os protocolos de segurança serão cumpridos, inclusive a solicitação do comprovante de vacinação na entrada no evento.

SERVIÇO

ARTSAMPA Oca. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, tel. 5082-1777. 6ª e sáb., 13h/21h. Dom., 12h/20h. Ingressos: R$$50/ R$25. Até 20/3

Arquitetura da Ocaharmoniza com as obras Foto: Werther Santana/Estadão

Uma das maiores belezas da arte é sua multiplicidade. Seja seu tema, sua forma, seu motivo ou sua interpretação. Arte plural, que é de todos e para todos, e serve para causar impacto, nem que esse seja de pura admiração. Assim se apresenta a primeira edição da Art Sampa que ocupa a Oca até domingo, 20.

A arquitetura circular de Oscar Niemeyer permite a união de épocas e estilos diferentes das mais de 1.500 obras espalhadas pelos três andares do espaço. As galerias selecionadas por Juliana Cintra, Filipe e Eduardo Masini e Antonia Bergamin foram convidadas a apresentar propostas que apostassem na originalidade e no diálogo com o espaço. 

Enquanto o térreo e o subsolo recebem galerias, no piso superior ficam os apoiadores do evento e as instituições artísticas escolhidas pelos criadores do evento – os mesmos que criaram a ArtRio em 2010. “Chegar a São Paulo no ano do centenário do movimento modernista é muito emblemático. Temos como compromissos a valorização da arte brasileira, o estímulo a novos artistas e o reconhecimento da arte como forma de expressão da sociedade e sua cultura”, conta a presidente do evento, Brenda Valansi.

Pelos caminhos criados, o visitante encontra desde frases impactantes em néon, jogos de ilusão de ótica que simulam o céu, material do cotidiano que vira manifestação artística ou rabiscos originais de Anita Malfatti. Parece que cada centímetro do espaço faz o visitante parar e observar os detalhes das obras.

Obra de Matheus Abu ao lado de peças néons de Verena Smit Foto: Werther Santana/Estadão

Um que chama bastante atenção é o do artista paulista Gui Teixeira, no estande da Sé Galeria. “Gosto de pensar que a arte é um lugar de encontro, de troca, que proporciona acontecimentos, mesmo sendo uma pintura, o que me interessa muito é o que interessa em volta daquela pintura e não tanto o objeto”, conta. 

Para provar sua teoria, o artista criou um espaço para o visitante atirar massa de modelar com estilingue, criando uma nova obra na parede. “Imagino a arte como um grande jogo de construção, onde a gente vai construindo a gente mesmo. Eu acho que a gente faz a arte para que a arte nos faça. É um espaço de construção para aquilo que a gente quer ser”, completa. 

Gui também participará do Conversas ArtSampa, sobre a relação entre a arte e o jogo. Os bate-papos ocorrem no auditório da Oca, com transmissão online no site do evento – em que é também possível conferir a programação, na qual a diversidade chama a atenção.

PLURALIDADE

Pela primeira vez expondo em uma galeria, o artista carioca Matheus Marques Abu, da Galeria Karla Osorio, trouxe em suas obras símbolos adinkras (de origem da África Ocidental e usado em rituais) e corpos negros. “Este é o momento de trazer como sinto que meu corpo é lido e de como leio as coisas em volta de mim”, diz. 

A ONG Casa Chama faz o mesmo com pessoas trans desde 2018. Para eles, “a participação de pessoas trans nos círculos e espaços institucionais do sistema da arte é pontual. Abafadas por estereótipos e leituras condicionadas pelos sintomas sociais da cultura e do tempo”. Por isso, trazem artistas que vivem e falam sobre isso em sua arte. 

Através do olhar político dos artistas baianos Felipe Rezende, Isabela Seifarth e Pedro Marighella, da RV Cultura e Arte, o cotidiano também é exposto com imagens de pessoas comuns das periferias do Nordeste.

Para além dos criadores, a pluralidade também é explorada nas formas de arte. Algo que nitidamente é visto pela Metaverse Agency. Depois de ser o primeiro espaço de criptoarte em todas edições da ArtRio, a galeria apresenta obras de 11 artistas nacionais e internacionais, baseados na realidade aumentada e até holografia.

“A única diferença entre o artista paleolítico, que há 15 mil anos usava pigmentos naturais nas cavernas, para o artista atual que utiliza pixel, programação e código, é o suporte escolhido. Porque a genialidade e o ímpeto criativo são os mesmos”, reflete Byron Mendes, CEO da agência. 

Mural de grafite dagaleria A7MA Foto: Werther Santana/Estadão

Outra possibilidade, também exposta na Art Sampa, é a releitura de grandes obras, algo que Nelson Leirner fazia como ninguém e é relembrado pela Galeria Silvia Cintra + Box4. “Em sua obra, tudo volta, mas renovado, digerido e devidamente traduzido”, pontua o texto introdutório do espaço de Lilia Moritz Schwarcz. Com ele, Mona Lisa se torna carnavalesca e as composições de Piet Mondrian, um terno com pontos de cor.

“Sabemos que não existe neste mundo nada isolado. E Nelson escancara a fenda e o desconforto, mostrando como arte sempre se fez e se faz por referência, inferência, leitura e tradução”, afirma Lilia. 

COMODIDADES

O espaço conta com banheiros e lanchonete em todos os pisos, além de também ocupar uma área externa de 5 mil m², construída pelo arquiteto Pedro Évora nos jardins de Burle Marx

A data e o horário devem ser agendados na hora da compra dos ingressos online (artsampa.com) ou no local, que estará sujeito à disponibilidade de cada horário. Na Oca, todos os protocolos de segurança serão cumpridos, inclusive a solicitação do comprovante de vacinação na entrada no evento.

SERVIÇO

ARTSAMPA Oca. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, tel. 5082-1777. 6ª e sáb., 13h/21h. Dom., 12h/20h. Ingressos: R$$50/ R$25. Até 20/3

Arquitetura da Ocaharmoniza com as obras Foto: Werther Santana/Estadão

Uma das maiores belezas da arte é sua multiplicidade. Seja seu tema, sua forma, seu motivo ou sua interpretação. Arte plural, que é de todos e para todos, e serve para causar impacto, nem que esse seja de pura admiração. Assim se apresenta a primeira edição da Art Sampa que ocupa a Oca até domingo, 20.

A arquitetura circular de Oscar Niemeyer permite a união de épocas e estilos diferentes das mais de 1.500 obras espalhadas pelos três andares do espaço. As galerias selecionadas por Juliana Cintra, Filipe e Eduardo Masini e Antonia Bergamin foram convidadas a apresentar propostas que apostassem na originalidade e no diálogo com o espaço. 

Enquanto o térreo e o subsolo recebem galerias, no piso superior ficam os apoiadores do evento e as instituições artísticas escolhidas pelos criadores do evento – os mesmos que criaram a ArtRio em 2010. “Chegar a São Paulo no ano do centenário do movimento modernista é muito emblemático. Temos como compromissos a valorização da arte brasileira, o estímulo a novos artistas e o reconhecimento da arte como forma de expressão da sociedade e sua cultura”, conta a presidente do evento, Brenda Valansi.

Pelos caminhos criados, o visitante encontra desde frases impactantes em néon, jogos de ilusão de ótica que simulam o céu, material do cotidiano que vira manifestação artística ou rabiscos originais de Anita Malfatti. Parece que cada centímetro do espaço faz o visitante parar e observar os detalhes das obras.

Obra de Matheus Abu ao lado de peças néons de Verena Smit Foto: Werther Santana/Estadão

Um que chama bastante atenção é o do artista paulista Gui Teixeira, no estande da Sé Galeria. “Gosto de pensar que a arte é um lugar de encontro, de troca, que proporciona acontecimentos, mesmo sendo uma pintura, o que me interessa muito é o que interessa em volta daquela pintura e não tanto o objeto”, conta. 

Para provar sua teoria, o artista criou um espaço para o visitante atirar massa de modelar com estilingue, criando uma nova obra na parede. “Imagino a arte como um grande jogo de construção, onde a gente vai construindo a gente mesmo. Eu acho que a gente faz a arte para que a arte nos faça. É um espaço de construção para aquilo que a gente quer ser”, completa. 

Gui também participará do Conversas ArtSampa, sobre a relação entre a arte e o jogo. Os bate-papos ocorrem no auditório da Oca, com transmissão online no site do evento – em que é também possível conferir a programação, na qual a diversidade chama a atenção.

PLURALIDADE

Pela primeira vez expondo em uma galeria, o artista carioca Matheus Marques Abu, da Galeria Karla Osorio, trouxe em suas obras símbolos adinkras (de origem da África Ocidental e usado em rituais) e corpos negros. “Este é o momento de trazer como sinto que meu corpo é lido e de como leio as coisas em volta de mim”, diz. 

A ONG Casa Chama faz o mesmo com pessoas trans desde 2018. Para eles, “a participação de pessoas trans nos círculos e espaços institucionais do sistema da arte é pontual. Abafadas por estereótipos e leituras condicionadas pelos sintomas sociais da cultura e do tempo”. Por isso, trazem artistas que vivem e falam sobre isso em sua arte. 

Através do olhar político dos artistas baianos Felipe Rezende, Isabela Seifarth e Pedro Marighella, da RV Cultura e Arte, o cotidiano também é exposto com imagens de pessoas comuns das periferias do Nordeste.

Para além dos criadores, a pluralidade também é explorada nas formas de arte. Algo que nitidamente é visto pela Metaverse Agency. Depois de ser o primeiro espaço de criptoarte em todas edições da ArtRio, a galeria apresenta obras de 11 artistas nacionais e internacionais, baseados na realidade aumentada e até holografia.

“A única diferença entre o artista paleolítico, que há 15 mil anos usava pigmentos naturais nas cavernas, para o artista atual que utiliza pixel, programação e código, é o suporte escolhido. Porque a genialidade e o ímpeto criativo são os mesmos”, reflete Byron Mendes, CEO da agência. 

Mural de grafite dagaleria A7MA Foto: Werther Santana/Estadão

Outra possibilidade, também exposta na Art Sampa, é a releitura de grandes obras, algo que Nelson Leirner fazia como ninguém e é relembrado pela Galeria Silvia Cintra + Box4. “Em sua obra, tudo volta, mas renovado, digerido e devidamente traduzido”, pontua o texto introdutório do espaço de Lilia Moritz Schwarcz. Com ele, Mona Lisa se torna carnavalesca e as composições de Piet Mondrian, um terno com pontos de cor.

“Sabemos que não existe neste mundo nada isolado. E Nelson escancara a fenda e o desconforto, mostrando como arte sempre se fez e se faz por referência, inferência, leitura e tradução”, afirma Lilia. 

COMODIDADES

O espaço conta com banheiros e lanchonete em todos os pisos, além de também ocupar uma área externa de 5 mil m², construída pelo arquiteto Pedro Évora nos jardins de Burle Marx

A data e o horário devem ser agendados na hora da compra dos ingressos online (artsampa.com) ou no local, que estará sujeito à disponibilidade de cada horário. Na Oca, todos os protocolos de segurança serão cumpridos, inclusive a solicitação do comprovante de vacinação na entrada no evento.

SERVIÇO

ARTSAMPA Oca. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, tel. 5082-1777. 6ª e sáb., 13h/21h. Dom., 12h/20h. Ingressos: R$$50/ R$25. Até 20/3

Arquitetura da Ocaharmoniza com as obras Foto: Werther Santana/Estadão

Uma das maiores belezas da arte é sua multiplicidade. Seja seu tema, sua forma, seu motivo ou sua interpretação. Arte plural, que é de todos e para todos, e serve para causar impacto, nem que esse seja de pura admiração. Assim se apresenta a primeira edição da Art Sampa que ocupa a Oca até domingo, 20.

A arquitetura circular de Oscar Niemeyer permite a união de épocas e estilos diferentes das mais de 1.500 obras espalhadas pelos três andares do espaço. As galerias selecionadas por Juliana Cintra, Filipe e Eduardo Masini e Antonia Bergamin foram convidadas a apresentar propostas que apostassem na originalidade e no diálogo com o espaço. 

Enquanto o térreo e o subsolo recebem galerias, no piso superior ficam os apoiadores do evento e as instituições artísticas escolhidas pelos criadores do evento – os mesmos que criaram a ArtRio em 2010. “Chegar a São Paulo no ano do centenário do movimento modernista é muito emblemático. Temos como compromissos a valorização da arte brasileira, o estímulo a novos artistas e o reconhecimento da arte como forma de expressão da sociedade e sua cultura”, conta a presidente do evento, Brenda Valansi.

Pelos caminhos criados, o visitante encontra desde frases impactantes em néon, jogos de ilusão de ótica que simulam o céu, material do cotidiano que vira manifestação artística ou rabiscos originais de Anita Malfatti. Parece que cada centímetro do espaço faz o visitante parar e observar os detalhes das obras.

Obra de Matheus Abu ao lado de peças néons de Verena Smit Foto: Werther Santana/Estadão

Um que chama bastante atenção é o do artista paulista Gui Teixeira, no estande da Sé Galeria. “Gosto de pensar que a arte é um lugar de encontro, de troca, que proporciona acontecimentos, mesmo sendo uma pintura, o que me interessa muito é o que interessa em volta daquela pintura e não tanto o objeto”, conta. 

Para provar sua teoria, o artista criou um espaço para o visitante atirar massa de modelar com estilingue, criando uma nova obra na parede. “Imagino a arte como um grande jogo de construção, onde a gente vai construindo a gente mesmo. Eu acho que a gente faz a arte para que a arte nos faça. É um espaço de construção para aquilo que a gente quer ser”, completa. 

Gui também participará do Conversas ArtSampa, sobre a relação entre a arte e o jogo. Os bate-papos ocorrem no auditório da Oca, com transmissão online no site do evento – em que é também possível conferir a programação, na qual a diversidade chama a atenção.

PLURALIDADE

Pela primeira vez expondo em uma galeria, o artista carioca Matheus Marques Abu, da Galeria Karla Osorio, trouxe em suas obras símbolos adinkras (de origem da África Ocidental e usado em rituais) e corpos negros. “Este é o momento de trazer como sinto que meu corpo é lido e de como leio as coisas em volta de mim”, diz. 

A ONG Casa Chama faz o mesmo com pessoas trans desde 2018. Para eles, “a participação de pessoas trans nos círculos e espaços institucionais do sistema da arte é pontual. Abafadas por estereótipos e leituras condicionadas pelos sintomas sociais da cultura e do tempo”. Por isso, trazem artistas que vivem e falam sobre isso em sua arte. 

Através do olhar político dos artistas baianos Felipe Rezende, Isabela Seifarth e Pedro Marighella, da RV Cultura e Arte, o cotidiano também é exposto com imagens de pessoas comuns das periferias do Nordeste.

Para além dos criadores, a pluralidade também é explorada nas formas de arte. Algo que nitidamente é visto pela Metaverse Agency. Depois de ser o primeiro espaço de criptoarte em todas edições da ArtRio, a galeria apresenta obras de 11 artistas nacionais e internacionais, baseados na realidade aumentada e até holografia.

“A única diferença entre o artista paleolítico, que há 15 mil anos usava pigmentos naturais nas cavernas, para o artista atual que utiliza pixel, programação e código, é o suporte escolhido. Porque a genialidade e o ímpeto criativo são os mesmos”, reflete Byron Mendes, CEO da agência. 

Mural de grafite dagaleria A7MA Foto: Werther Santana/Estadão

Outra possibilidade, também exposta na Art Sampa, é a releitura de grandes obras, algo que Nelson Leirner fazia como ninguém e é relembrado pela Galeria Silvia Cintra + Box4. “Em sua obra, tudo volta, mas renovado, digerido e devidamente traduzido”, pontua o texto introdutório do espaço de Lilia Moritz Schwarcz. Com ele, Mona Lisa se torna carnavalesca e as composições de Piet Mondrian, um terno com pontos de cor.

“Sabemos que não existe neste mundo nada isolado. E Nelson escancara a fenda e o desconforto, mostrando como arte sempre se fez e se faz por referência, inferência, leitura e tradução”, afirma Lilia. 

COMODIDADES

O espaço conta com banheiros e lanchonete em todos os pisos, além de também ocupar uma área externa de 5 mil m², construída pelo arquiteto Pedro Évora nos jardins de Burle Marx

A data e o horário devem ser agendados na hora da compra dos ingressos online (artsampa.com) ou no local, que estará sujeito à disponibilidade de cada horário. Na Oca, todos os protocolos de segurança serão cumpridos, inclusive a solicitação do comprovante de vacinação na entrada no evento.

SERVIÇO

ARTSAMPA Oca. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, tel. 5082-1777. 6ª e sáb., 13h/21h. Dom., 12h/20h. Ingressos: R$$50/ R$25. Até 20/3

Arquitetura da Ocaharmoniza com as obras Foto: Werther Santana/Estadão

Uma das maiores belezas da arte é sua multiplicidade. Seja seu tema, sua forma, seu motivo ou sua interpretação. Arte plural, que é de todos e para todos, e serve para causar impacto, nem que esse seja de pura admiração. Assim se apresenta a primeira edição da Art Sampa que ocupa a Oca até domingo, 20.

A arquitetura circular de Oscar Niemeyer permite a união de épocas e estilos diferentes das mais de 1.500 obras espalhadas pelos três andares do espaço. As galerias selecionadas por Juliana Cintra, Filipe e Eduardo Masini e Antonia Bergamin foram convidadas a apresentar propostas que apostassem na originalidade e no diálogo com o espaço. 

Enquanto o térreo e o subsolo recebem galerias, no piso superior ficam os apoiadores do evento e as instituições artísticas escolhidas pelos criadores do evento – os mesmos que criaram a ArtRio em 2010. “Chegar a São Paulo no ano do centenário do movimento modernista é muito emblemático. Temos como compromissos a valorização da arte brasileira, o estímulo a novos artistas e o reconhecimento da arte como forma de expressão da sociedade e sua cultura”, conta a presidente do evento, Brenda Valansi.

Pelos caminhos criados, o visitante encontra desde frases impactantes em néon, jogos de ilusão de ótica que simulam o céu, material do cotidiano que vira manifestação artística ou rabiscos originais de Anita Malfatti. Parece que cada centímetro do espaço faz o visitante parar e observar os detalhes das obras.

Obra de Matheus Abu ao lado de peças néons de Verena Smit Foto: Werther Santana/Estadão

Um que chama bastante atenção é o do artista paulista Gui Teixeira, no estande da Sé Galeria. “Gosto de pensar que a arte é um lugar de encontro, de troca, que proporciona acontecimentos, mesmo sendo uma pintura, o que me interessa muito é o que interessa em volta daquela pintura e não tanto o objeto”, conta. 

Para provar sua teoria, o artista criou um espaço para o visitante atirar massa de modelar com estilingue, criando uma nova obra na parede. “Imagino a arte como um grande jogo de construção, onde a gente vai construindo a gente mesmo. Eu acho que a gente faz a arte para que a arte nos faça. É um espaço de construção para aquilo que a gente quer ser”, completa. 

Gui também participará do Conversas ArtSampa, sobre a relação entre a arte e o jogo. Os bate-papos ocorrem no auditório da Oca, com transmissão online no site do evento – em que é também possível conferir a programação, na qual a diversidade chama a atenção.

PLURALIDADE

Pela primeira vez expondo em uma galeria, o artista carioca Matheus Marques Abu, da Galeria Karla Osorio, trouxe em suas obras símbolos adinkras (de origem da África Ocidental e usado em rituais) e corpos negros. “Este é o momento de trazer como sinto que meu corpo é lido e de como leio as coisas em volta de mim”, diz. 

A ONG Casa Chama faz o mesmo com pessoas trans desde 2018. Para eles, “a participação de pessoas trans nos círculos e espaços institucionais do sistema da arte é pontual. Abafadas por estereótipos e leituras condicionadas pelos sintomas sociais da cultura e do tempo”. Por isso, trazem artistas que vivem e falam sobre isso em sua arte. 

Através do olhar político dos artistas baianos Felipe Rezende, Isabela Seifarth e Pedro Marighella, da RV Cultura e Arte, o cotidiano também é exposto com imagens de pessoas comuns das periferias do Nordeste.

Para além dos criadores, a pluralidade também é explorada nas formas de arte. Algo que nitidamente é visto pela Metaverse Agency. Depois de ser o primeiro espaço de criptoarte em todas edições da ArtRio, a galeria apresenta obras de 11 artistas nacionais e internacionais, baseados na realidade aumentada e até holografia.

“A única diferença entre o artista paleolítico, que há 15 mil anos usava pigmentos naturais nas cavernas, para o artista atual que utiliza pixel, programação e código, é o suporte escolhido. Porque a genialidade e o ímpeto criativo são os mesmos”, reflete Byron Mendes, CEO da agência. 

Mural de grafite dagaleria A7MA Foto: Werther Santana/Estadão

Outra possibilidade, também exposta na Art Sampa, é a releitura de grandes obras, algo que Nelson Leirner fazia como ninguém e é relembrado pela Galeria Silvia Cintra + Box4. “Em sua obra, tudo volta, mas renovado, digerido e devidamente traduzido”, pontua o texto introdutório do espaço de Lilia Moritz Schwarcz. Com ele, Mona Lisa se torna carnavalesca e as composições de Piet Mondrian, um terno com pontos de cor.

“Sabemos que não existe neste mundo nada isolado. E Nelson escancara a fenda e o desconforto, mostrando como arte sempre se fez e se faz por referência, inferência, leitura e tradução”, afirma Lilia. 

COMODIDADES

O espaço conta com banheiros e lanchonete em todos os pisos, além de também ocupar uma área externa de 5 mil m², construída pelo arquiteto Pedro Évora nos jardins de Burle Marx

A data e o horário devem ser agendados na hora da compra dos ingressos online (artsampa.com) ou no local, que estará sujeito à disponibilidade de cada horário. Na Oca, todos os protocolos de segurança serão cumpridos, inclusive a solicitação do comprovante de vacinação na entrada no evento.

SERVIÇO

ARTSAMPA Oca. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, tel. 5082-1777. 6ª e sáb., 13h/21h. Dom., 12h/20h. Ingressos: R$$50/ R$25. Até 20/3

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