O cinema de bordas que o povão leva aos intelectuais


Um ciclo que resgata outro tipo caseiro de produção marginal

Por Luiz Carlos Merten

Você, provavelmente, não sabe, mas existe um grupo que se reúne em São Paulo para discutir o que se chama de ?cinema de bordas?. Integrado pelos pesquisadores Bernardette Lyra e Gelson Santana, o grupo interessa-se por um tipo de cinema de baixo orçamento, feito por pessoas simples que de maneira alguma podem ser associadas ao glamour de que o cinema, como indústria, tenta se revestir. Os diretores são camelôs, faxineiros, serralheiros, lavradores. Bernardette e Santana assinam a curadoria de um evento que começa hoje no Itaú Cultural. Você vai se surpreender como esse cinema de bordas pode ser criativo, mesmo feito sem recursos e com equipamentos precários. A figura mais conhecida desse cinema que não deixa de ser marginal, mas não é assim chamado para não confundir com aquele de contestação que era feito durante a ditadura, talvez seja Simião Martiniano, o camelô do Recife cujos filmes fizeram dele uma figura cult, de referência, com direito a ser tema de documentário. Simião dirige A Valise Foi Trocada, um dos programas que compõem a mostra Cinema de Bordas. O filme desenvolve a situação do título - uma mala cheia de dinheiro é trocada, numa farmácia, por outra repleta de canos velhos. Só para lembrar - em 1988, outra troca parecida, malas confundidas num aeroporto, lançou Harrison Ford numa ?busca frenética? no thriller Frantic, de Roman Polanski. Às vezes tão curiosos como os filmes são os autores. O serralheiro amazonense Júnior Castro, que dirige Rambú IV: O Clone, uma paródia do personagem de Sylvester Stallone, adora sair vestido com as roupas de Rambo por Manaus. Considerado um cult da borda, Mangue Negro, de Rodrigo Aragão, conta a história de uma comunidade de pescadores do Espírito Santo caçada por zumbis comedores de carne humana que emergem de um manguezal. Na abertura do evento, às 20 h, os curadores dão uma palestra para contar como funciona esse tipo de cinema que mistura tudo - horror, policial, quadrinhos, ficção científica, humor, todo tipo de gênero e estilo e que é feito na cara e na coragem, sem leis de patrocínio, mas com muita disposição. Trash? Também. Na sequência, passam dois curtas - Horror Capiau, do paulista Dimitri Kozma, e A Dama da Lagoa, do mineiro Francisco Caldas de Abreu Jr., sobre crime e vingança sobrenatural no cenário de uma igreja. Serviço Mostra Cinema de Bordas. Itaú Cultural (247 lug.). Avenida Paulista, 149, tel. 2168-1776. 5.ª a dom., 17h e 20h. Grátis - ingressos meia hora antes. Até 26/4

Você, provavelmente, não sabe, mas existe um grupo que se reúne em São Paulo para discutir o que se chama de ?cinema de bordas?. Integrado pelos pesquisadores Bernardette Lyra e Gelson Santana, o grupo interessa-se por um tipo de cinema de baixo orçamento, feito por pessoas simples que de maneira alguma podem ser associadas ao glamour de que o cinema, como indústria, tenta se revestir. Os diretores são camelôs, faxineiros, serralheiros, lavradores. Bernardette e Santana assinam a curadoria de um evento que começa hoje no Itaú Cultural. Você vai se surpreender como esse cinema de bordas pode ser criativo, mesmo feito sem recursos e com equipamentos precários. A figura mais conhecida desse cinema que não deixa de ser marginal, mas não é assim chamado para não confundir com aquele de contestação que era feito durante a ditadura, talvez seja Simião Martiniano, o camelô do Recife cujos filmes fizeram dele uma figura cult, de referência, com direito a ser tema de documentário. Simião dirige A Valise Foi Trocada, um dos programas que compõem a mostra Cinema de Bordas. O filme desenvolve a situação do título - uma mala cheia de dinheiro é trocada, numa farmácia, por outra repleta de canos velhos. Só para lembrar - em 1988, outra troca parecida, malas confundidas num aeroporto, lançou Harrison Ford numa ?busca frenética? no thriller Frantic, de Roman Polanski. Às vezes tão curiosos como os filmes são os autores. O serralheiro amazonense Júnior Castro, que dirige Rambú IV: O Clone, uma paródia do personagem de Sylvester Stallone, adora sair vestido com as roupas de Rambo por Manaus. Considerado um cult da borda, Mangue Negro, de Rodrigo Aragão, conta a história de uma comunidade de pescadores do Espírito Santo caçada por zumbis comedores de carne humana que emergem de um manguezal. Na abertura do evento, às 20 h, os curadores dão uma palestra para contar como funciona esse tipo de cinema que mistura tudo - horror, policial, quadrinhos, ficção científica, humor, todo tipo de gênero e estilo e que é feito na cara e na coragem, sem leis de patrocínio, mas com muita disposição. Trash? Também. Na sequência, passam dois curtas - Horror Capiau, do paulista Dimitri Kozma, e A Dama da Lagoa, do mineiro Francisco Caldas de Abreu Jr., sobre crime e vingança sobrenatural no cenário de uma igreja. Serviço Mostra Cinema de Bordas. Itaú Cultural (247 lug.). Avenida Paulista, 149, tel. 2168-1776. 5.ª a dom., 17h e 20h. Grátis - ingressos meia hora antes. Até 26/4

Você, provavelmente, não sabe, mas existe um grupo que se reúne em São Paulo para discutir o que se chama de ?cinema de bordas?. Integrado pelos pesquisadores Bernardette Lyra e Gelson Santana, o grupo interessa-se por um tipo de cinema de baixo orçamento, feito por pessoas simples que de maneira alguma podem ser associadas ao glamour de que o cinema, como indústria, tenta se revestir. Os diretores são camelôs, faxineiros, serralheiros, lavradores. Bernardette e Santana assinam a curadoria de um evento que começa hoje no Itaú Cultural. Você vai se surpreender como esse cinema de bordas pode ser criativo, mesmo feito sem recursos e com equipamentos precários. A figura mais conhecida desse cinema que não deixa de ser marginal, mas não é assim chamado para não confundir com aquele de contestação que era feito durante a ditadura, talvez seja Simião Martiniano, o camelô do Recife cujos filmes fizeram dele uma figura cult, de referência, com direito a ser tema de documentário. Simião dirige A Valise Foi Trocada, um dos programas que compõem a mostra Cinema de Bordas. O filme desenvolve a situação do título - uma mala cheia de dinheiro é trocada, numa farmácia, por outra repleta de canos velhos. Só para lembrar - em 1988, outra troca parecida, malas confundidas num aeroporto, lançou Harrison Ford numa ?busca frenética? no thriller Frantic, de Roman Polanski. Às vezes tão curiosos como os filmes são os autores. O serralheiro amazonense Júnior Castro, que dirige Rambú IV: O Clone, uma paródia do personagem de Sylvester Stallone, adora sair vestido com as roupas de Rambo por Manaus. Considerado um cult da borda, Mangue Negro, de Rodrigo Aragão, conta a história de uma comunidade de pescadores do Espírito Santo caçada por zumbis comedores de carne humana que emergem de um manguezal. Na abertura do evento, às 20 h, os curadores dão uma palestra para contar como funciona esse tipo de cinema que mistura tudo - horror, policial, quadrinhos, ficção científica, humor, todo tipo de gênero e estilo e que é feito na cara e na coragem, sem leis de patrocínio, mas com muita disposição. Trash? Também. Na sequência, passam dois curtas - Horror Capiau, do paulista Dimitri Kozma, e A Dama da Lagoa, do mineiro Francisco Caldas de Abreu Jr., sobre crime e vingança sobrenatural no cenário de uma igreja. Serviço Mostra Cinema de Bordas. Itaú Cultural (247 lug.). Avenida Paulista, 149, tel. 2168-1776. 5.ª a dom., 17h e 20h. Grátis - ingressos meia hora antes. Até 26/4

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