Sharon Stone diz que problemas de saúde prejudicaram carreira de atriz, então se expressa na pintura


‘Tenho uma deficiência e a pintura me ajudou a não ter a ansiedade que tinha’, conta Sharon Stone em entrevista; leia e conheça seu trabalho nas artes plásticas

Por Brooke Lefferts
Foto: Chris Pizzello/AP
Entrevista comSharon StoneAtriz e pintora

NOVA YORK (AP) — Durante a pandemia, uma amiga enviou a Sharon Stone um kit de pintura guiada por números, só para mantê-la ocupada. Mas o gesto que abriu um novo caminho de expressão criativa para a atriz.

Famosa por papéis em filmes como Cassino e Instinto Selvagem, Stone descobriu o amor pela pintura e recentemente fez uma exposição de suas telas gigantes na C. Parker Gallery em Greenwich, Connecticut.

Stone se sentia frustrada ao ficar dentro das linhas e cores daquele primeiro conjunto de pinturas e começou a criar seus próprios trabalhos abstratos, usando tinta acrílica sobre tela.

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Nos últimos anos, ela montou um estúdio em casa, onde trabalha em ambientes internos e externos, coisa que adora porque precisa estar sempre em movimento.

Sharon Stone inaugurou exposição de pinturas no Estado de Connecticut, nos EUA, que vai até 3 de dezembro Foto: Chris Pizzello/AP
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A exposição, intitulada Bem-vindo ao meu jardim, é sua segunda e traz 19 de suas obras de cores brilhantes. Stone, 65 anos, mãe de três filhos, conversou recentemente com a Associated Press sobre inspiração artística, saúde e se vai voltar a atuar. As respostas foram editadas para maior clareza e brevidade.

Como você se inspirou para ser artista?

STONE: Os museus permitiam minhas visitas quando estavam fechados, então eu ia a museus do mundo todo às segundas-feiras. Era incrível. Vivi e trabalhei no mundo inteiro, tanto na minha vida de atriz quanto na minha vida de ativista da paz e dos direitos humanos. Então vi tanta arte extraordinária que é quase como se eu tivesse uma especialização em arte e história da arte. Foi magnífico e incrivelmente inspirador para mim.

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Essa paixão pelas artes plásticas começou com a pintura guiada por números e depois passou rapidamente para telas de 1,8 x 2,5 metros?

Adoro os formatos grandes. Simplesmente adoro pintar na tela grande. Se eu conseguisse telas ainda maiores... (risos). Adoro pintar em grande escala e isso abriu algo em mim. Mexeu com alguma coisa dentro de mim. Minha primeira exposição se chamava Trocar de pele porque comecei a perceber que estava me livrando de muita opressão. Muito “Você tem que fazer assim”. Você pode ser criativa, mas tem que fazer assim”.

Com o título de 'Amelia', quadro de Sharon Stone fica exposto até 3 de dezembro na C. Parker Gallery  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP
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Como saber quando uma pintura está concluída?

Este é o maior aprendizado. Porque no começo você não consegue parar. Você nunca sente: “É isso”. Quando eles estavam embrulhando tudo para esta exposição, deu para ver o todo, tudo junto. E aí comecei a correr com o pincel na mão. “Oh! Oh, meu Deus!” (Faz gesto de pinceladas). Mas aí pensei: “Preciso me acalmar”. Porque você pode destruir tudo e arruinar sua arte se não parar. Você pode passar de um ponto sem volta.

Como você se sente quando está pintando?

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Eu me sinto valiosa. Disciplinada. Eu gosto de trabalhar. E gosto do propósito. A arte tem um propósito. A arte tem um grande propósito para mim. Sabemos que, quando ensinamos arte aos jovens, há menos reincidência no sistema prisional, mas, mesmo assim, estamos tirando as aulas de arte das escolas.

'Bamboo Forest FallWinter' é mais uma das pinturas de Sharon Stone em exposição  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

Você ainda quer trabalhar como atriz?

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Não consigo muito trabalho como atriz. E o sistema realmente não me ajudou. Tive um derrame cerebral sério aos 41 anos e saí viva. Tinha entre 1% e 5% de chance de sobrevivência. Todo mundo pensou que eu iria morrer. Muitas coisas ruins aconteceram comigo porque as pessoas acharam que eu estava morta.

De alguma forma, minha conta bancária chegou a zero enquanto eu estava no hospital, meu dinheiro desapareceu. Perdi a guarda do meu filho. Minha carreira acabou. Aconteceu um monte de coisa. Tenho um problema de convulsão cerebral que é muito grave. Tentei esconder isso por muitos anos porque queria voltar ao trabalho. Se você tem uma deficiência, isso realmente não funciona na indústria do cinema. Então me escondi por muitos, muitos, muitos anos. E é isso que eu sou. Sou uma mulher com um problema de convulsão cerebral. Tenho uma deficiência e a pintura me ajudou a não ter a ansiedade que tinha. Eu ficava muito ansiosa... porque não ia ficar bem e eles não iriam me aceitar. Mas consegui me livrar de todo aquele medo, do trauma de que não seria aceita, não conseguiria trabalhar na minha comunidade. E sabe de uma coisa? Eles não me queriam mesmo. Não queriam minha volta. E estou bem com isso.

Você pinta quase todos os dias. Qual é a sua motivação?

Adoro pintar e adoro que a pintura traga tanta alegria para as pessoas. Simples assim. A pintura traz muito prazer. E adoro quando as pessoas vêm ao estúdio e dizem: “Uau, não sabíamos que você pintava!”

A colorida 'Bossa Nova' também faz parte do acervo de pinturas de Sharon Stone  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

/ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

NOVA YORK (AP) — Durante a pandemia, uma amiga enviou a Sharon Stone um kit de pintura guiada por números, só para mantê-la ocupada. Mas o gesto que abriu um novo caminho de expressão criativa para a atriz.

Famosa por papéis em filmes como Cassino e Instinto Selvagem, Stone descobriu o amor pela pintura e recentemente fez uma exposição de suas telas gigantes na C. Parker Gallery em Greenwich, Connecticut.

Stone se sentia frustrada ao ficar dentro das linhas e cores daquele primeiro conjunto de pinturas e começou a criar seus próprios trabalhos abstratos, usando tinta acrílica sobre tela.

Nos últimos anos, ela montou um estúdio em casa, onde trabalha em ambientes internos e externos, coisa que adora porque precisa estar sempre em movimento.

Sharon Stone inaugurou exposição de pinturas no Estado de Connecticut, nos EUA, que vai até 3 de dezembro Foto: Chris Pizzello/AP

A exposição, intitulada Bem-vindo ao meu jardim, é sua segunda e traz 19 de suas obras de cores brilhantes. Stone, 65 anos, mãe de três filhos, conversou recentemente com a Associated Press sobre inspiração artística, saúde e se vai voltar a atuar. As respostas foram editadas para maior clareza e brevidade.

Como você se inspirou para ser artista?

STONE: Os museus permitiam minhas visitas quando estavam fechados, então eu ia a museus do mundo todo às segundas-feiras. Era incrível. Vivi e trabalhei no mundo inteiro, tanto na minha vida de atriz quanto na minha vida de ativista da paz e dos direitos humanos. Então vi tanta arte extraordinária que é quase como se eu tivesse uma especialização em arte e história da arte. Foi magnífico e incrivelmente inspirador para mim.

Essa paixão pelas artes plásticas começou com a pintura guiada por números e depois passou rapidamente para telas de 1,8 x 2,5 metros?

Adoro os formatos grandes. Simplesmente adoro pintar na tela grande. Se eu conseguisse telas ainda maiores... (risos). Adoro pintar em grande escala e isso abriu algo em mim. Mexeu com alguma coisa dentro de mim. Minha primeira exposição se chamava Trocar de pele porque comecei a perceber que estava me livrando de muita opressão. Muito “Você tem que fazer assim”. Você pode ser criativa, mas tem que fazer assim”.

Com o título de 'Amelia', quadro de Sharon Stone fica exposto até 3 de dezembro na C. Parker Gallery  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

Como saber quando uma pintura está concluída?

Este é o maior aprendizado. Porque no começo você não consegue parar. Você nunca sente: “É isso”. Quando eles estavam embrulhando tudo para esta exposição, deu para ver o todo, tudo junto. E aí comecei a correr com o pincel na mão. “Oh! Oh, meu Deus!” (Faz gesto de pinceladas). Mas aí pensei: “Preciso me acalmar”. Porque você pode destruir tudo e arruinar sua arte se não parar. Você pode passar de um ponto sem volta.

Como você se sente quando está pintando?

Eu me sinto valiosa. Disciplinada. Eu gosto de trabalhar. E gosto do propósito. A arte tem um propósito. A arte tem um grande propósito para mim. Sabemos que, quando ensinamos arte aos jovens, há menos reincidência no sistema prisional, mas, mesmo assim, estamos tirando as aulas de arte das escolas.

'Bamboo Forest FallWinter' é mais uma das pinturas de Sharon Stone em exposição  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

Você ainda quer trabalhar como atriz?

Não consigo muito trabalho como atriz. E o sistema realmente não me ajudou. Tive um derrame cerebral sério aos 41 anos e saí viva. Tinha entre 1% e 5% de chance de sobrevivência. Todo mundo pensou que eu iria morrer. Muitas coisas ruins aconteceram comigo porque as pessoas acharam que eu estava morta.

De alguma forma, minha conta bancária chegou a zero enquanto eu estava no hospital, meu dinheiro desapareceu. Perdi a guarda do meu filho. Minha carreira acabou. Aconteceu um monte de coisa. Tenho um problema de convulsão cerebral que é muito grave. Tentei esconder isso por muitos anos porque queria voltar ao trabalho. Se você tem uma deficiência, isso realmente não funciona na indústria do cinema. Então me escondi por muitos, muitos, muitos anos. E é isso que eu sou. Sou uma mulher com um problema de convulsão cerebral. Tenho uma deficiência e a pintura me ajudou a não ter a ansiedade que tinha. Eu ficava muito ansiosa... porque não ia ficar bem e eles não iriam me aceitar. Mas consegui me livrar de todo aquele medo, do trauma de que não seria aceita, não conseguiria trabalhar na minha comunidade. E sabe de uma coisa? Eles não me queriam mesmo. Não queriam minha volta. E estou bem com isso.

Você pinta quase todos os dias. Qual é a sua motivação?

Adoro pintar e adoro que a pintura traga tanta alegria para as pessoas. Simples assim. A pintura traz muito prazer. E adoro quando as pessoas vêm ao estúdio e dizem: “Uau, não sabíamos que você pintava!”

A colorida 'Bossa Nova' também faz parte do acervo de pinturas de Sharon Stone  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

/ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

NOVA YORK (AP) — Durante a pandemia, uma amiga enviou a Sharon Stone um kit de pintura guiada por números, só para mantê-la ocupada. Mas o gesto que abriu um novo caminho de expressão criativa para a atriz.

Famosa por papéis em filmes como Cassino e Instinto Selvagem, Stone descobriu o amor pela pintura e recentemente fez uma exposição de suas telas gigantes na C. Parker Gallery em Greenwich, Connecticut.

Stone se sentia frustrada ao ficar dentro das linhas e cores daquele primeiro conjunto de pinturas e começou a criar seus próprios trabalhos abstratos, usando tinta acrílica sobre tela.

Nos últimos anos, ela montou um estúdio em casa, onde trabalha em ambientes internos e externos, coisa que adora porque precisa estar sempre em movimento.

Sharon Stone inaugurou exposição de pinturas no Estado de Connecticut, nos EUA, que vai até 3 de dezembro Foto: Chris Pizzello/AP

A exposição, intitulada Bem-vindo ao meu jardim, é sua segunda e traz 19 de suas obras de cores brilhantes. Stone, 65 anos, mãe de três filhos, conversou recentemente com a Associated Press sobre inspiração artística, saúde e se vai voltar a atuar. As respostas foram editadas para maior clareza e brevidade.

Como você se inspirou para ser artista?

STONE: Os museus permitiam minhas visitas quando estavam fechados, então eu ia a museus do mundo todo às segundas-feiras. Era incrível. Vivi e trabalhei no mundo inteiro, tanto na minha vida de atriz quanto na minha vida de ativista da paz e dos direitos humanos. Então vi tanta arte extraordinária que é quase como se eu tivesse uma especialização em arte e história da arte. Foi magnífico e incrivelmente inspirador para mim.

Essa paixão pelas artes plásticas começou com a pintura guiada por números e depois passou rapidamente para telas de 1,8 x 2,5 metros?

Adoro os formatos grandes. Simplesmente adoro pintar na tela grande. Se eu conseguisse telas ainda maiores... (risos). Adoro pintar em grande escala e isso abriu algo em mim. Mexeu com alguma coisa dentro de mim. Minha primeira exposição se chamava Trocar de pele porque comecei a perceber que estava me livrando de muita opressão. Muito “Você tem que fazer assim”. Você pode ser criativa, mas tem que fazer assim”.

Com o título de 'Amelia', quadro de Sharon Stone fica exposto até 3 de dezembro na C. Parker Gallery  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

Como saber quando uma pintura está concluída?

Este é o maior aprendizado. Porque no começo você não consegue parar. Você nunca sente: “É isso”. Quando eles estavam embrulhando tudo para esta exposição, deu para ver o todo, tudo junto. E aí comecei a correr com o pincel na mão. “Oh! Oh, meu Deus!” (Faz gesto de pinceladas). Mas aí pensei: “Preciso me acalmar”. Porque você pode destruir tudo e arruinar sua arte se não parar. Você pode passar de um ponto sem volta.

Como você se sente quando está pintando?

Eu me sinto valiosa. Disciplinada. Eu gosto de trabalhar. E gosto do propósito. A arte tem um propósito. A arte tem um grande propósito para mim. Sabemos que, quando ensinamos arte aos jovens, há menos reincidência no sistema prisional, mas, mesmo assim, estamos tirando as aulas de arte das escolas.

'Bamboo Forest FallWinter' é mais uma das pinturas de Sharon Stone em exposição  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

Você ainda quer trabalhar como atriz?

Não consigo muito trabalho como atriz. E o sistema realmente não me ajudou. Tive um derrame cerebral sério aos 41 anos e saí viva. Tinha entre 1% e 5% de chance de sobrevivência. Todo mundo pensou que eu iria morrer. Muitas coisas ruins aconteceram comigo porque as pessoas acharam que eu estava morta.

De alguma forma, minha conta bancária chegou a zero enquanto eu estava no hospital, meu dinheiro desapareceu. Perdi a guarda do meu filho. Minha carreira acabou. Aconteceu um monte de coisa. Tenho um problema de convulsão cerebral que é muito grave. Tentei esconder isso por muitos anos porque queria voltar ao trabalho. Se você tem uma deficiência, isso realmente não funciona na indústria do cinema. Então me escondi por muitos, muitos, muitos anos. E é isso que eu sou. Sou uma mulher com um problema de convulsão cerebral. Tenho uma deficiência e a pintura me ajudou a não ter a ansiedade que tinha. Eu ficava muito ansiosa... porque não ia ficar bem e eles não iriam me aceitar. Mas consegui me livrar de todo aquele medo, do trauma de que não seria aceita, não conseguiria trabalhar na minha comunidade. E sabe de uma coisa? Eles não me queriam mesmo. Não queriam minha volta. E estou bem com isso.

Você pinta quase todos os dias. Qual é a sua motivação?

Adoro pintar e adoro que a pintura traga tanta alegria para as pessoas. Simples assim. A pintura traz muito prazer. E adoro quando as pessoas vêm ao estúdio e dizem: “Uau, não sabíamos que você pintava!”

A colorida 'Bossa Nova' também faz parte do acervo de pinturas de Sharon Stone  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

/ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

NOVA YORK (AP) — Durante a pandemia, uma amiga enviou a Sharon Stone um kit de pintura guiada por números, só para mantê-la ocupada. Mas o gesto que abriu um novo caminho de expressão criativa para a atriz.

Famosa por papéis em filmes como Cassino e Instinto Selvagem, Stone descobriu o amor pela pintura e recentemente fez uma exposição de suas telas gigantes na C. Parker Gallery em Greenwich, Connecticut.

Stone se sentia frustrada ao ficar dentro das linhas e cores daquele primeiro conjunto de pinturas e começou a criar seus próprios trabalhos abstratos, usando tinta acrílica sobre tela.

Nos últimos anos, ela montou um estúdio em casa, onde trabalha em ambientes internos e externos, coisa que adora porque precisa estar sempre em movimento.

Sharon Stone inaugurou exposição de pinturas no Estado de Connecticut, nos EUA, que vai até 3 de dezembro Foto: Chris Pizzello/AP

A exposição, intitulada Bem-vindo ao meu jardim, é sua segunda e traz 19 de suas obras de cores brilhantes. Stone, 65 anos, mãe de três filhos, conversou recentemente com a Associated Press sobre inspiração artística, saúde e se vai voltar a atuar. As respostas foram editadas para maior clareza e brevidade.

Como você se inspirou para ser artista?

STONE: Os museus permitiam minhas visitas quando estavam fechados, então eu ia a museus do mundo todo às segundas-feiras. Era incrível. Vivi e trabalhei no mundo inteiro, tanto na minha vida de atriz quanto na minha vida de ativista da paz e dos direitos humanos. Então vi tanta arte extraordinária que é quase como se eu tivesse uma especialização em arte e história da arte. Foi magnífico e incrivelmente inspirador para mim.

Essa paixão pelas artes plásticas começou com a pintura guiada por números e depois passou rapidamente para telas de 1,8 x 2,5 metros?

Adoro os formatos grandes. Simplesmente adoro pintar na tela grande. Se eu conseguisse telas ainda maiores... (risos). Adoro pintar em grande escala e isso abriu algo em mim. Mexeu com alguma coisa dentro de mim. Minha primeira exposição se chamava Trocar de pele porque comecei a perceber que estava me livrando de muita opressão. Muito “Você tem que fazer assim”. Você pode ser criativa, mas tem que fazer assim”.

Com o título de 'Amelia', quadro de Sharon Stone fica exposto até 3 de dezembro na C. Parker Gallery  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

Como saber quando uma pintura está concluída?

Este é o maior aprendizado. Porque no começo você não consegue parar. Você nunca sente: “É isso”. Quando eles estavam embrulhando tudo para esta exposição, deu para ver o todo, tudo junto. E aí comecei a correr com o pincel na mão. “Oh! Oh, meu Deus!” (Faz gesto de pinceladas). Mas aí pensei: “Preciso me acalmar”. Porque você pode destruir tudo e arruinar sua arte se não parar. Você pode passar de um ponto sem volta.

Como você se sente quando está pintando?

Eu me sinto valiosa. Disciplinada. Eu gosto de trabalhar. E gosto do propósito. A arte tem um propósito. A arte tem um grande propósito para mim. Sabemos que, quando ensinamos arte aos jovens, há menos reincidência no sistema prisional, mas, mesmo assim, estamos tirando as aulas de arte das escolas.

'Bamboo Forest FallWinter' é mais uma das pinturas de Sharon Stone em exposição  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

Você ainda quer trabalhar como atriz?

Não consigo muito trabalho como atriz. E o sistema realmente não me ajudou. Tive um derrame cerebral sério aos 41 anos e saí viva. Tinha entre 1% e 5% de chance de sobrevivência. Todo mundo pensou que eu iria morrer. Muitas coisas ruins aconteceram comigo porque as pessoas acharam que eu estava morta.

De alguma forma, minha conta bancária chegou a zero enquanto eu estava no hospital, meu dinheiro desapareceu. Perdi a guarda do meu filho. Minha carreira acabou. Aconteceu um monte de coisa. Tenho um problema de convulsão cerebral que é muito grave. Tentei esconder isso por muitos anos porque queria voltar ao trabalho. Se você tem uma deficiência, isso realmente não funciona na indústria do cinema. Então me escondi por muitos, muitos, muitos anos. E é isso que eu sou. Sou uma mulher com um problema de convulsão cerebral. Tenho uma deficiência e a pintura me ajudou a não ter a ansiedade que tinha. Eu ficava muito ansiosa... porque não ia ficar bem e eles não iriam me aceitar. Mas consegui me livrar de todo aquele medo, do trauma de que não seria aceita, não conseguiria trabalhar na minha comunidade. E sabe de uma coisa? Eles não me queriam mesmo. Não queriam minha volta. E estou bem com isso.

Você pinta quase todos os dias. Qual é a sua motivação?

Adoro pintar e adoro que a pintura traga tanta alegria para as pessoas. Simples assim. A pintura traz muito prazer. E adoro quando as pessoas vêm ao estúdio e dizem: “Uau, não sabíamos que você pintava!”

A colorida 'Bossa Nova' também faz parte do acervo de pinturas de Sharon Stone  Foto: Sharon Stone/C. Parker Gallery via AP

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