SP-Arte Rotas Brasileiras concentra melhor da arte pelo Brasil em SP: veja mapa com 10 destaques


Feira com mais de 70 projetos todas as regiões do País acontece na Vila Leopoldina, em São Paulo. Estadão seleciona 10 entre os trabalhos mais interessantes para ‘visita’ por mapa; veja.

Por Daniel Silveira
Atualização:

Ao longo de alguns metros na Vila Leopoldina, em São Paulo, será possível percorrer milhares de quilômetros dos caminhos mais interessantes da arte brasileira atual. A partir desta quarta-feira, 30, até domingo, 3, os apaixonados por pinturas, esculturas, e outras obras de artistas nacionais, vai poder conferir mais de 70 projetos vindos de todas as regiões do País, na SP–Arte Rotas Brasileiras. (Veja mapa acima)

Feira SP-Arte Rotas Brasileiras reúne galerias e artistas do Brasil todo em um a mostra especial no ARCA.  Foto: Felipe Rau/Estadão
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A feira acontece na ARCA (Av. Manuel Bandeira, 360 - Vila Leopoldina), e tem projetos de galerias de todo o Brasil, com o objetivo de celebrar a riqueza e diversidade da arte nacional, além de englobar costumes e culturas que adquirem novos significados. Também traz perspectivas locais e globais dos artistas. A SP-Arte Rotas Brasileiras busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a diversidade e a pluralidade da produção artística de todo o território nacional.

Estarão na feira galerias já estabelecidas como Almeida & Dale, Fortes D’Aloia & Gabriel, Gomide&Co, Millan e Vermelho. Elas dividirão o espaço da mostra com jovens galerias de destaque como HOA, Central, VERVE e Sé. Como a ideia é mostrar uma arte nacional, serão apresentados também galeristas que estão fora do eixo Rio-São Paulo, como Cerrado (Goiânia), Lima (São Luís do Maranhão), Marco Zero (Recife), Mitre (Belo Horizonte) e Paulo Darzé (Salvador).

As obras escolhidas passam por nomes renomados como Lina Bo Bardi, Iole de Freitas, Sonia Gomes e outros destaques. O programa da feira inclui projetos especiais convidados com múltiplas atuações, como Sertão Negro (GO), espaço de residência e vivência artística fundado pelo artista goiano Dalton Paula.

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A feira oferece ainda audioguias temáticos produzidos por curadores convidados, que estarão disponíveis no Spotify, visitas guiadas e conversas com artistas.

Os ingressos custam R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia) e podem ser comprados no site https://bilheteria.sp-arte.com/home. O espaço conta com estacionamento que é pago, custando R$ 70 (diária).

Confira 10 artistas e galerias que estão presentes na SP-Arte Rotas Brasileiras

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Peça em cerâmica da artista Erika Verzutti. Foto: Pavka Segura

São Paulo

Destaque para a artista paulistana Erika Verzutti. A Fortes D’Aloia & Gabriel participa de Rotas Brasileiras com uma seleção de obras da artista feitas em cerâmica, material novo no seu repertório, apresentada pela primeira vez no Brasil por ocasião da feira. As superfícies ásperas e riscadas de Verzutti passam a formas esmaltadas, dando aos contornos um acabamento brilhante e reflexivo. A apresentação se divide em dois grupos: um composto de relevos de parede e outro de esculturas verticais. Estes trabalhos foram executados em colaboração com a Cerâmica Suro, oficina de Guadalajara, e expostos na mostra individual da artista no Museu Experimental el Eco, na Cidade do México, em fevereiro deste ano.

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Representante do Rio de Janeiro, obra do artista Heitor dos Prazeres.  Foto: Sergio Guerini/Divulgação

Rio de Janeiro

Do Rio, a galeria Almeida&Dale apresenta uma seleção de obras de Heitor dos Prazeres (1898-1966), entre pinturas a óleo sobre tela, madeira e cartão, realizadas, principalmente, nas décadas de 1950 e 1960. O conjunto de obras destaca seu estilo único e vibrante, marcado pela expressividade das cores e pela representação de temas relacionados à cultura afro-brasileira, entre cenas do cotidiano, festas populares, sambistas, malandros e outros personagens da cultura popular carioca.

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Obra da artista baiana Nadia Taquary, representada pela Galeria Paulo Darzé. Foto: Andrew Kemp/Mainah de Andrade Rego

Bahia

A galeria Paulo Darzé propõe um diálogo entre dois artistas baianos contemporâneos de grande destaque no cenário nacional. Imersos nesse complexo sistema de saberes, oriundo de Áfricas pré-coloniais que reverberam a partir da margem americana do Atlântico negro, os artistas Ayrson Heráclito e Nadia Taquary propõe como conceito central para suas criações poéticas o “protagonismo preto” na construção e na ordenação de mundos.

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O Movimento Armorial é um dos representantes de Pernambuco, da Galeria Marco Zero. Foto: Marco Zero Gallery/Divulgação

Pernambuco

Destaque para galeria Marco Zero com movimento Armorial, criado em 1970 e que foi um grande marco na história da cultura brasileira. Idealizado por Ariano Suassuna, o movimento tinha como proposta produzir uma Arte Brasileira ligada às raízes da nossa cultura popular, mas erudita, e, por isso, universal. A bandeira do movimento era construção dessas pontes sem distinção de hierarquia entre elas. Propunha a produção das mais variadas formas de arte sempre exaltando a cultura brasileira, em especial o espírito mágico do Romanceiro Popular do Nordeste.

A galeria cearense Leonardo Leal trouxe obras como a do artista Artur Bombato  Foto: Opera Artes/Divulgação

Ceará

O projeto da galeria Leonardo Leal para a Rotas Brasileiras contempla um grupo heterogêneo de artistas: Armarinhos Teixeira, Arrudas, Artur Bombonato, Beatrice Arraes, Binário Armada e Diego de Santos. Em um recorte que, no primeiro momento, nos parece distintos em seus trabalhos, mas que ao final, nos é evidenciado ricos vestígios de convergências. A proposta surge como uma maneira de gerar reflexões sobre as relações sociais, pois como indivíduos, somos em muito diferentes e, ao mesmo tempo, iguais.

A galeria Karla Osorio trouxe para a SP-Arte Rotas Brasileiras peças como do artista Krems-Matheus M. Abu. Bruna  Foto: Galeria Karla Osorio

Distrito Federal

Destaque para galeria Karla Osorio. Liberdade é a palavra central da proposta do estande da galeria Karla Osorio. Guiados pela poesia de Manoel de Barros, reunimos artistas que trazem em suas obras uma brasilidade original, diferenciada, marcada por nuances próprias de suas diversas pesquisas, mas que se encontram no eixo comum de busca de liberdade: liberdade criativa, liberdade de pensar o mundo de modo amplo, inclusivo e singelo, conseguindo representar este anseio em suas obras. Afinal como ensinou o mestre mato-grossense: “a poesia está nas coisas mais simples e há beleza onde menos se espera”.

O projeto Arte Pará trouxe amostras de seus trabalhos para a SP-Arte Rotas Brasileiras.  Foto: Laura Rago/Divulgação

Pará

Destaque para o projeto especial Arte Pará, que resulta de uma proposta curatorial cuja concepção parte da vocação do projeto fundado em 1982: promover artistas da região Norte em início de carreira e visibilizar e legitimar a produção artística contemporânea. Para esta edição, as curadoras Laura Rago e Roberta Maiorana apresentam obras de seis artistas da Amazônia Legal: Marcone Moreira (Pio XII - MA), Domingos Nunes (Marabá-PA), Gabriel Bicho (Porto Velho-RO), Rafa Matheus Moreira (Belém-PA), Sofia Ramos (Boa Vista-RR) e Antônio Dias Júnior (Abaetetuba-PA). Os trabalhos que serão exibidos transcendem estereótipos, sendo expressões autênticas e genuínas atravessadas pelo contexto individual de cada criador. Suas criações refletem a diversidade, complexidade e o cotidiano da Amazônia, estabelecendo um diálogo profundo entre a natureza, a cultura, as histórias e os desafios dos indivíduos que a habitam.

Já de Goiás tem o projeto Sertão Negro. Foto: Paulo Rezende

Goiás

Destaque para projeto especial Sertão Negro. A terra é uma matriz que concebe cura, fecunda e sustenta toda sociedade. As gerações mais velhas desbravaram as matas e teceram um território subjetivo, atado por um emaranhado histórico de opressões e pela partilha de corpos. Esse território questiona as hierarquias e os poderes que inviabilizaram o corpo ao longo desse viver diaspórico. A terra é um microterritório desse aterramento do corpo no chão sertanejo, de solo vermelho e vivo, que nos conecta resguardando as raízes do cerrado e propondo o resgate das memórias adormecidas e soterradas. Artistas apresentados: Lucélia Maciel, Abraão Veloso, Augusto César, Gabriela Chaves, Genor Sales, lia vallejo, Tor Teixeira, William Maia e Xica.

Do Acre, peças da galeria Gomide&Co que se alinham com criações de Lina Bo Bardi. Foto: DingMusa

Acre

A presença da Gomide&Co tem como ponto de partida a produção de Lina Bo Bardi realizada entre os anos de 1958 e 1963. Em parceria com a Marcenaria Baraúna, a galeria apresenta uma série de móveis até então nunca comercializados e que são representativos da produção de Lina, tais como a “Poltrona Sertaneja” (1960), projetada para o MAM da Bahia, e a “Cadeira Sesc” (1982), projetado para o Sesc Pompeia. Em diálogo com mobiliários de Lina, apresentamos uma série de trabalhos de nomes como Alfredo Volpi, Chico da Silva, Conceição dos Bugres, Francisco Brennand, Itamar Julião, Maria Lira Marques, Nilda Neves, entre outros.

Do Rio Grande do Sul, vem a Galeria Superfície, com peças de diversos artistas, incluindo Gê Viana, criadora da obra Radiola de Promessa. Foto: Galeria Superfície

Rio Grande do Sul

A galeria Superfície apresenta uma seleção de obras de seu repertório - José Leonilson e León Ferrari -, bem como trabalhos de jovens artistas, como Gê Viana, Andréa Hygino e Marina Camargo. Para compor o stand ela traz ainda trabalhos de Hermelindo Fiaminghi. A criteriosa escolha das obras espelha o trabalho que a galeria vem exercendo no mercado nos últimos anos: desenvolvendo a carreira de artistas contemporâneos e emergentes, ao mesmo tempo em que se debruça sobre artistas históricos, em especial os que atuaram em torno dos anos 1970.

Ao longo de alguns metros na Vila Leopoldina, em São Paulo, será possível percorrer milhares de quilômetros dos caminhos mais interessantes da arte brasileira atual. A partir desta quarta-feira, 30, até domingo, 3, os apaixonados por pinturas, esculturas, e outras obras de artistas nacionais, vai poder conferir mais de 70 projetos vindos de todas as regiões do País, na SP–Arte Rotas Brasileiras. (Veja mapa acima)

Feira SP-Arte Rotas Brasileiras reúne galerias e artistas do Brasil todo em um a mostra especial no ARCA.  Foto: Felipe Rau/Estadão

A feira acontece na ARCA (Av. Manuel Bandeira, 360 - Vila Leopoldina), e tem projetos de galerias de todo o Brasil, com o objetivo de celebrar a riqueza e diversidade da arte nacional, além de englobar costumes e culturas que adquirem novos significados. Também traz perspectivas locais e globais dos artistas. A SP-Arte Rotas Brasileiras busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a diversidade e a pluralidade da produção artística de todo o território nacional.

Estarão na feira galerias já estabelecidas como Almeida & Dale, Fortes D’Aloia & Gabriel, Gomide&Co, Millan e Vermelho. Elas dividirão o espaço da mostra com jovens galerias de destaque como HOA, Central, VERVE e Sé. Como a ideia é mostrar uma arte nacional, serão apresentados também galeristas que estão fora do eixo Rio-São Paulo, como Cerrado (Goiânia), Lima (São Luís do Maranhão), Marco Zero (Recife), Mitre (Belo Horizonte) e Paulo Darzé (Salvador).

As obras escolhidas passam por nomes renomados como Lina Bo Bardi, Iole de Freitas, Sonia Gomes e outros destaques. O programa da feira inclui projetos especiais convidados com múltiplas atuações, como Sertão Negro (GO), espaço de residência e vivência artística fundado pelo artista goiano Dalton Paula.

A feira oferece ainda audioguias temáticos produzidos por curadores convidados, que estarão disponíveis no Spotify, visitas guiadas e conversas com artistas.

Os ingressos custam R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia) e podem ser comprados no site https://bilheteria.sp-arte.com/home. O espaço conta com estacionamento que é pago, custando R$ 70 (diária).

Confira 10 artistas e galerias que estão presentes na SP-Arte Rotas Brasileiras

Peça em cerâmica da artista Erika Verzutti. Foto: Pavka Segura

São Paulo

Destaque para a artista paulistana Erika Verzutti. A Fortes D’Aloia & Gabriel participa de Rotas Brasileiras com uma seleção de obras da artista feitas em cerâmica, material novo no seu repertório, apresentada pela primeira vez no Brasil por ocasião da feira. As superfícies ásperas e riscadas de Verzutti passam a formas esmaltadas, dando aos contornos um acabamento brilhante e reflexivo. A apresentação se divide em dois grupos: um composto de relevos de parede e outro de esculturas verticais. Estes trabalhos foram executados em colaboração com a Cerâmica Suro, oficina de Guadalajara, e expostos na mostra individual da artista no Museu Experimental el Eco, na Cidade do México, em fevereiro deste ano.

Representante do Rio de Janeiro, obra do artista Heitor dos Prazeres.  Foto: Sergio Guerini/Divulgação

Rio de Janeiro

Do Rio, a galeria Almeida&Dale apresenta uma seleção de obras de Heitor dos Prazeres (1898-1966), entre pinturas a óleo sobre tela, madeira e cartão, realizadas, principalmente, nas décadas de 1950 e 1960. O conjunto de obras destaca seu estilo único e vibrante, marcado pela expressividade das cores e pela representação de temas relacionados à cultura afro-brasileira, entre cenas do cotidiano, festas populares, sambistas, malandros e outros personagens da cultura popular carioca.

Obra da artista baiana Nadia Taquary, representada pela Galeria Paulo Darzé. Foto: Andrew Kemp/Mainah de Andrade Rego

Bahia

A galeria Paulo Darzé propõe um diálogo entre dois artistas baianos contemporâneos de grande destaque no cenário nacional. Imersos nesse complexo sistema de saberes, oriundo de Áfricas pré-coloniais que reverberam a partir da margem americana do Atlântico negro, os artistas Ayrson Heráclito e Nadia Taquary propõe como conceito central para suas criações poéticas o “protagonismo preto” na construção e na ordenação de mundos.

O Movimento Armorial é um dos representantes de Pernambuco, da Galeria Marco Zero. Foto: Marco Zero Gallery/Divulgação

Pernambuco

Destaque para galeria Marco Zero com movimento Armorial, criado em 1970 e que foi um grande marco na história da cultura brasileira. Idealizado por Ariano Suassuna, o movimento tinha como proposta produzir uma Arte Brasileira ligada às raízes da nossa cultura popular, mas erudita, e, por isso, universal. A bandeira do movimento era construção dessas pontes sem distinção de hierarquia entre elas. Propunha a produção das mais variadas formas de arte sempre exaltando a cultura brasileira, em especial o espírito mágico do Romanceiro Popular do Nordeste.

A galeria cearense Leonardo Leal trouxe obras como a do artista Artur Bombato  Foto: Opera Artes/Divulgação

Ceará

O projeto da galeria Leonardo Leal para a Rotas Brasileiras contempla um grupo heterogêneo de artistas: Armarinhos Teixeira, Arrudas, Artur Bombonato, Beatrice Arraes, Binário Armada e Diego de Santos. Em um recorte que, no primeiro momento, nos parece distintos em seus trabalhos, mas que ao final, nos é evidenciado ricos vestígios de convergências. A proposta surge como uma maneira de gerar reflexões sobre as relações sociais, pois como indivíduos, somos em muito diferentes e, ao mesmo tempo, iguais.

A galeria Karla Osorio trouxe para a SP-Arte Rotas Brasileiras peças como do artista Krems-Matheus M. Abu. Bruna  Foto: Galeria Karla Osorio

Distrito Federal

Destaque para galeria Karla Osorio. Liberdade é a palavra central da proposta do estande da galeria Karla Osorio. Guiados pela poesia de Manoel de Barros, reunimos artistas que trazem em suas obras uma brasilidade original, diferenciada, marcada por nuances próprias de suas diversas pesquisas, mas que se encontram no eixo comum de busca de liberdade: liberdade criativa, liberdade de pensar o mundo de modo amplo, inclusivo e singelo, conseguindo representar este anseio em suas obras. Afinal como ensinou o mestre mato-grossense: “a poesia está nas coisas mais simples e há beleza onde menos se espera”.

O projeto Arte Pará trouxe amostras de seus trabalhos para a SP-Arte Rotas Brasileiras.  Foto: Laura Rago/Divulgação

Pará

Destaque para o projeto especial Arte Pará, que resulta de uma proposta curatorial cuja concepção parte da vocação do projeto fundado em 1982: promover artistas da região Norte em início de carreira e visibilizar e legitimar a produção artística contemporânea. Para esta edição, as curadoras Laura Rago e Roberta Maiorana apresentam obras de seis artistas da Amazônia Legal: Marcone Moreira (Pio XII - MA), Domingos Nunes (Marabá-PA), Gabriel Bicho (Porto Velho-RO), Rafa Matheus Moreira (Belém-PA), Sofia Ramos (Boa Vista-RR) e Antônio Dias Júnior (Abaetetuba-PA). Os trabalhos que serão exibidos transcendem estereótipos, sendo expressões autênticas e genuínas atravessadas pelo contexto individual de cada criador. Suas criações refletem a diversidade, complexidade e o cotidiano da Amazônia, estabelecendo um diálogo profundo entre a natureza, a cultura, as histórias e os desafios dos indivíduos que a habitam.

Já de Goiás tem o projeto Sertão Negro. Foto: Paulo Rezende

Goiás

Destaque para projeto especial Sertão Negro. A terra é uma matriz que concebe cura, fecunda e sustenta toda sociedade. As gerações mais velhas desbravaram as matas e teceram um território subjetivo, atado por um emaranhado histórico de opressões e pela partilha de corpos. Esse território questiona as hierarquias e os poderes que inviabilizaram o corpo ao longo desse viver diaspórico. A terra é um microterritório desse aterramento do corpo no chão sertanejo, de solo vermelho e vivo, que nos conecta resguardando as raízes do cerrado e propondo o resgate das memórias adormecidas e soterradas. Artistas apresentados: Lucélia Maciel, Abraão Veloso, Augusto César, Gabriela Chaves, Genor Sales, lia vallejo, Tor Teixeira, William Maia e Xica.

Do Acre, peças da galeria Gomide&Co que se alinham com criações de Lina Bo Bardi. Foto: DingMusa

Acre

A presença da Gomide&Co tem como ponto de partida a produção de Lina Bo Bardi realizada entre os anos de 1958 e 1963. Em parceria com a Marcenaria Baraúna, a galeria apresenta uma série de móveis até então nunca comercializados e que são representativos da produção de Lina, tais como a “Poltrona Sertaneja” (1960), projetada para o MAM da Bahia, e a “Cadeira Sesc” (1982), projetado para o Sesc Pompeia. Em diálogo com mobiliários de Lina, apresentamos uma série de trabalhos de nomes como Alfredo Volpi, Chico da Silva, Conceição dos Bugres, Francisco Brennand, Itamar Julião, Maria Lira Marques, Nilda Neves, entre outros.

Do Rio Grande do Sul, vem a Galeria Superfície, com peças de diversos artistas, incluindo Gê Viana, criadora da obra Radiola de Promessa. Foto: Galeria Superfície

Rio Grande do Sul

A galeria Superfície apresenta uma seleção de obras de seu repertório - José Leonilson e León Ferrari -, bem como trabalhos de jovens artistas, como Gê Viana, Andréa Hygino e Marina Camargo. Para compor o stand ela traz ainda trabalhos de Hermelindo Fiaminghi. A criteriosa escolha das obras espelha o trabalho que a galeria vem exercendo no mercado nos últimos anos: desenvolvendo a carreira de artistas contemporâneos e emergentes, ao mesmo tempo em que se debruça sobre artistas históricos, em especial os que atuaram em torno dos anos 1970.

Ao longo de alguns metros na Vila Leopoldina, em São Paulo, será possível percorrer milhares de quilômetros dos caminhos mais interessantes da arte brasileira atual. A partir desta quarta-feira, 30, até domingo, 3, os apaixonados por pinturas, esculturas, e outras obras de artistas nacionais, vai poder conferir mais de 70 projetos vindos de todas as regiões do País, na SP–Arte Rotas Brasileiras. (Veja mapa acima)

Feira SP-Arte Rotas Brasileiras reúne galerias e artistas do Brasil todo em um a mostra especial no ARCA.  Foto: Felipe Rau/Estadão

A feira acontece na ARCA (Av. Manuel Bandeira, 360 - Vila Leopoldina), e tem projetos de galerias de todo o Brasil, com o objetivo de celebrar a riqueza e diversidade da arte nacional, além de englobar costumes e culturas que adquirem novos significados. Também traz perspectivas locais e globais dos artistas. A SP-Arte Rotas Brasileiras busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a diversidade e a pluralidade da produção artística de todo o território nacional.

Estarão na feira galerias já estabelecidas como Almeida & Dale, Fortes D’Aloia & Gabriel, Gomide&Co, Millan e Vermelho. Elas dividirão o espaço da mostra com jovens galerias de destaque como HOA, Central, VERVE e Sé. Como a ideia é mostrar uma arte nacional, serão apresentados também galeristas que estão fora do eixo Rio-São Paulo, como Cerrado (Goiânia), Lima (São Luís do Maranhão), Marco Zero (Recife), Mitre (Belo Horizonte) e Paulo Darzé (Salvador).

As obras escolhidas passam por nomes renomados como Lina Bo Bardi, Iole de Freitas, Sonia Gomes e outros destaques. O programa da feira inclui projetos especiais convidados com múltiplas atuações, como Sertão Negro (GO), espaço de residência e vivência artística fundado pelo artista goiano Dalton Paula.

A feira oferece ainda audioguias temáticos produzidos por curadores convidados, que estarão disponíveis no Spotify, visitas guiadas e conversas com artistas.

Os ingressos custam R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia) e podem ser comprados no site https://bilheteria.sp-arte.com/home. O espaço conta com estacionamento que é pago, custando R$ 70 (diária).

Confira 10 artistas e galerias que estão presentes na SP-Arte Rotas Brasileiras

Peça em cerâmica da artista Erika Verzutti. Foto: Pavka Segura

São Paulo

Destaque para a artista paulistana Erika Verzutti. A Fortes D’Aloia & Gabriel participa de Rotas Brasileiras com uma seleção de obras da artista feitas em cerâmica, material novo no seu repertório, apresentada pela primeira vez no Brasil por ocasião da feira. As superfícies ásperas e riscadas de Verzutti passam a formas esmaltadas, dando aos contornos um acabamento brilhante e reflexivo. A apresentação se divide em dois grupos: um composto de relevos de parede e outro de esculturas verticais. Estes trabalhos foram executados em colaboração com a Cerâmica Suro, oficina de Guadalajara, e expostos na mostra individual da artista no Museu Experimental el Eco, na Cidade do México, em fevereiro deste ano.

Representante do Rio de Janeiro, obra do artista Heitor dos Prazeres.  Foto: Sergio Guerini/Divulgação

Rio de Janeiro

Do Rio, a galeria Almeida&Dale apresenta uma seleção de obras de Heitor dos Prazeres (1898-1966), entre pinturas a óleo sobre tela, madeira e cartão, realizadas, principalmente, nas décadas de 1950 e 1960. O conjunto de obras destaca seu estilo único e vibrante, marcado pela expressividade das cores e pela representação de temas relacionados à cultura afro-brasileira, entre cenas do cotidiano, festas populares, sambistas, malandros e outros personagens da cultura popular carioca.

Obra da artista baiana Nadia Taquary, representada pela Galeria Paulo Darzé. Foto: Andrew Kemp/Mainah de Andrade Rego

Bahia

A galeria Paulo Darzé propõe um diálogo entre dois artistas baianos contemporâneos de grande destaque no cenário nacional. Imersos nesse complexo sistema de saberes, oriundo de Áfricas pré-coloniais que reverberam a partir da margem americana do Atlântico negro, os artistas Ayrson Heráclito e Nadia Taquary propõe como conceito central para suas criações poéticas o “protagonismo preto” na construção e na ordenação de mundos.

O Movimento Armorial é um dos representantes de Pernambuco, da Galeria Marco Zero. Foto: Marco Zero Gallery/Divulgação

Pernambuco

Destaque para galeria Marco Zero com movimento Armorial, criado em 1970 e que foi um grande marco na história da cultura brasileira. Idealizado por Ariano Suassuna, o movimento tinha como proposta produzir uma Arte Brasileira ligada às raízes da nossa cultura popular, mas erudita, e, por isso, universal. A bandeira do movimento era construção dessas pontes sem distinção de hierarquia entre elas. Propunha a produção das mais variadas formas de arte sempre exaltando a cultura brasileira, em especial o espírito mágico do Romanceiro Popular do Nordeste.

A galeria cearense Leonardo Leal trouxe obras como a do artista Artur Bombato  Foto: Opera Artes/Divulgação

Ceará

O projeto da galeria Leonardo Leal para a Rotas Brasileiras contempla um grupo heterogêneo de artistas: Armarinhos Teixeira, Arrudas, Artur Bombonato, Beatrice Arraes, Binário Armada e Diego de Santos. Em um recorte que, no primeiro momento, nos parece distintos em seus trabalhos, mas que ao final, nos é evidenciado ricos vestígios de convergências. A proposta surge como uma maneira de gerar reflexões sobre as relações sociais, pois como indivíduos, somos em muito diferentes e, ao mesmo tempo, iguais.

A galeria Karla Osorio trouxe para a SP-Arte Rotas Brasileiras peças como do artista Krems-Matheus M. Abu. Bruna  Foto: Galeria Karla Osorio

Distrito Federal

Destaque para galeria Karla Osorio. Liberdade é a palavra central da proposta do estande da galeria Karla Osorio. Guiados pela poesia de Manoel de Barros, reunimos artistas que trazem em suas obras uma brasilidade original, diferenciada, marcada por nuances próprias de suas diversas pesquisas, mas que se encontram no eixo comum de busca de liberdade: liberdade criativa, liberdade de pensar o mundo de modo amplo, inclusivo e singelo, conseguindo representar este anseio em suas obras. Afinal como ensinou o mestre mato-grossense: “a poesia está nas coisas mais simples e há beleza onde menos se espera”.

O projeto Arte Pará trouxe amostras de seus trabalhos para a SP-Arte Rotas Brasileiras.  Foto: Laura Rago/Divulgação

Pará

Destaque para o projeto especial Arte Pará, que resulta de uma proposta curatorial cuja concepção parte da vocação do projeto fundado em 1982: promover artistas da região Norte em início de carreira e visibilizar e legitimar a produção artística contemporânea. Para esta edição, as curadoras Laura Rago e Roberta Maiorana apresentam obras de seis artistas da Amazônia Legal: Marcone Moreira (Pio XII - MA), Domingos Nunes (Marabá-PA), Gabriel Bicho (Porto Velho-RO), Rafa Matheus Moreira (Belém-PA), Sofia Ramos (Boa Vista-RR) e Antônio Dias Júnior (Abaetetuba-PA). Os trabalhos que serão exibidos transcendem estereótipos, sendo expressões autênticas e genuínas atravessadas pelo contexto individual de cada criador. Suas criações refletem a diversidade, complexidade e o cotidiano da Amazônia, estabelecendo um diálogo profundo entre a natureza, a cultura, as histórias e os desafios dos indivíduos que a habitam.

Já de Goiás tem o projeto Sertão Negro. Foto: Paulo Rezende

Goiás

Destaque para projeto especial Sertão Negro. A terra é uma matriz que concebe cura, fecunda e sustenta toda sociedade. As gerações mais velhas desbravaram as matas e teceram um território subjetivo, atado por um emaranhado histórico de opressões e pela partilha de corpos. Esse território questiona as hierarquias e os poderes que inviabilizaram o corpo ao longo desse viver diaspórico. A terra é um microterritório desse aterramento do corpo no chão sertanejo, de solo vermelho e vivo, que nos conecta resguardando as raízes do cerrado e propondo o resgate das memórias adormecidas e soterradas. Artistas apresentados: Lucélia Maciel, Abraão Veloso, Augusto César, Gabriela Chaves, Genor Sales, lia vallejo, Tor Teixeira, William Maia e Xica.

Do Acre, peças da galeria Gomide&Co que se alinham com criações de Lina Bo Bardi. Foto: DingMusa

Acre

A presença da Gomide&Co tem como ponto de partida a produção de Lina Bo Bardi realizada entre os anos de 1958 e 1963. Em parceria com a Marcenaria Baraúna, a galeria apresenta uma série de móveis até então nunca comercializados e que são representativos da produção de Lina, tais como a “Poltrona Sertaneja” (1960), projetada para o MAM da Bahia, e a “Cadeira Sesc” (1982), projetado para o Sesc Pompeia. Em diálogo com mobiliários de Lina, apresentamos uma série de trabalhos de nomes como Alfredo Volpi, Chico da Silva, Conceição dos Bugres, Francisco Brennand, Itamar Julião, Maria Lira Marques, Nilda Neves, entre outros.

Do Rio Grande do Sul, vem a Galeria Superfície, com peças de diversos artistas, incluindo Gê Viana, criadora da obra Radiola de Promessa. Foto: Galeria Superfície

Rio Grande do Sul

A galeria Superfície apresenta uma seleção de obras de seu repertório - José Leonilson e León Ferrari -, bem como trabalhos de jovens artistas, como Gê Viana, Andréa Hygino e Marina Camargo. Para compor o stand ela traz ainda trabalhos de Hermelindo Fiaminghi. A criteriosa escolha das obras espelha o trabalho que a galeria vem exercendo no mercado nos últimos anos: desenvolvendo a carreira de artistas contemporâneos e emergentes, ao mesmo tempo em que se debruça sobre artistas históricos, em especial os que atuaram em torno dos anos 1970.

Ao longo de alguns metros na Vila Leopoldina, em São Paulo, será possível percorrer milhares de quilômetros dos caminhos mais interessantes da arte brasileira atual. A partir desta quarta-feira, 30, até domingo, 3, os apaixonados por pinturas, esculturas, e outras obras de artistas nacionais, vai poder conferir mais de 70 projetos vindos de todas as regiões do País, na SP–Arte Rotas Brasileiras. (Veja mapa acima)

Feira SP-Arte Rotas Brasileiras reúne galerias e artistas do Brasil todo em um a mostra especial no ARCA.  Foto: Felipe Rau/Estadão

A feira acontece na ARCA (Av. Manuel Bandeira, 360 - Vila Leopoldina), e tem projetos de galerias de todo o Brasil, com o objetivo de celebrar a riqueza e diversidade da arte nacional, além de englobar costumes e culturas que adquirem novos significados. Também traz perspectivas locais e globais dos artistas. A SP-Arte Rotas Brasileiras busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a diversidade e a pluralidade da produção artística de todo o território nacional.

Estarão na feira galerias já estabelecidas como Almeida & Dale, Fortes D’Aloia & Gabriel, Gomide&Co, Millan e Vermelho. Elas dividirão o espaço da mostra com jovens galerias de destaque como HOA, Central, VERVE e Sé. Como a ideia é mostrar uma arte nacional, serão apresentados também galeristas que estão fora do eixo Rio-São Paulo, como Cerrado (Goiânia), Lima (São Luís do Maranhão), Marco Zero (Recife), Mitre (Belo Horizonte) e Paulo Darzé (Salvador).

As obras escolhidas passam por nomes renomados como Lina Bo Bardi, Iole de Freitas, Sonia Gomes e outros destaques. O programa da feira inclui projetos especiais convidados com múltiplas atuações, como Sertão Negro (GO), espaço de residência e vivência artística fundado pelo artista goiano Dalton Paula.

A feira oferece ainda audioguias temáticos produzidos por curadores convidados, que estarão disponíveis no Spotify, visitas guiadas e conversas com artistas.

Os ingressos custam R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia) e podem ser comprados no site https://bilheteria.sp-arte.com/home. O espaço conta com estacionamento que é pago, custando R$ 70 (diária).

Confira 10 artistas e galerias que estão presentes na SP-Arte Rotas Brasileiras

Peça em cerâmica da artista Erika Verzutti. Foto: Pavka Segura

São Paulo

Destaque para a artista paulistana Erika Verzutti. A Fortes D’Aloia & Gabriel participa de Rotas Brasileiras com uma seleção de obras da artista feitas em cerâmica, material novo no seu repertório, apresentada pela primeira vez no Brasil por ocasião da feira. As superfícies ásperas e riscadas de Verzutti passam a formas esmaltadas, dando aos contornos um acabamento brilhante e reflexivo. A apresentação se divide em dois grupos: um composto de relevos de parede e outro de esculturas verticais. Estes trabalhos foram executados em colaboração com a Cerâmica Suro, oficina de Guadalajara, e expostos na mostra individual da artista no Museu Experimental el Eco, na Cidade do México, em fevereiro deste ano.

Representante do Rio de Janeiro, obra do artista Heitor dos Prazeres.  Foto: Sergio Guerini/Divulgação

Rio de Janeiro

Do Rio, a galeria Almeida&Dale apresenta uma seleção de obras de Heitor dos Prazeres (1898-1966), entre pinturas a óleo sobre tela, madeira e cartão, realizadas, principalmente, nas décadas de 1950 e 1960. O conjunto de obras destaca seu estilo único e vibrante, marcado pela expressividade das cores e pela representação de temas relacionados à cultura afro-brasileira, entre cenas do cotidiano, festas populares, sambistas, malandros e outros personagens da cultura popular carioca.

Obra da artista baiana Nadia Taquary, representada pela Galeria Paulo Darzé. Foto: Andrew Kemp/Mainah de Andrade Rego

Bahia

A galeria Paulo Darzé propõe um diálogo entre dois artistas baianos contemporâneos de grande destaque no cenário nacional. Imersos nesse complexo sistema de saberes, oriundo de Áfricas pré-coloniais que reverberam a partir da margem americana do Atlântico negro, os artistas Ayrson Heráclito e Nadia Taquary propõe como conceito central para suas criações poéticas o “protagonismo preto” na construção e na ordenação de mundos.

O Movimento Armorial é um dos representantes de Pernambuco, da Galeria Marco Zero. Foto: Marco Zero Gallery/Divulgação

Pernambuco

Destaque para galeria Marco Zero com movimento Armorial, criado em 1970 e que foi um grande marco na história da cultura brasileira. Idealizado por Ariano Suassuna, o movimento tinha como proposta produzir uma Arte Brasileira ligada às raízes da nossa cultura popular, mas erudita, e, por isso, universal. A bandeira do movimento era construção dessas pontes sem distinção de hierarquia entre elas. Propunha a produção das mais variadas formas de arte sempre exaltando a cultura brasileira, em especial o espírito mágico do Romanceiro Popular do Nordeste.

A galeria cearense Leonardo Leal trouxe obras como a do artista Artur Bombato  Foto: Opera Artes/Divulgação

Ceará

O projeto da galeria Leonardo Leal para a Rotas Brasileiras contempla um grupo heterogêneo de artistas: Armarinhos Teixeira, Arrudas, Artur Bombonato, Beatrice Arraes, Binário Armada e Diego de Santos. Em um recorte que, no primeiro momento, nos parece distintos em seus trabalhos, mas que ao final, nos é evidenciado ricos vestígios de convergências. A proposta surge como uma maneira de gerar reflexões sobre as relações sociais, pois como indivíduos, somos em muito diferentes e, ao mesmo tempo, iguais.

A galeria Karla Osorio trouxe para a SP-Arte Rotas Brasileiras peças como do artista Krems-Matheus M. Abu. Bruna  Foto: Galeria Karla Osorio

Distrito Federal

Destaque para galeria Karla Osorio. Liberdade é a palavra central da proposta do estande da galeria Karla Osorio. Guiados pela poesia de Manoel de Barros, reunimos artistas que trazem em suas obras uma brasilidade original, diferenciada, marcada por nuances próprias de suas diversas pesquisas, mas que se encontram no eixo comum de busca de liberdade: liberdade criativa, liberdade de pensar o mundo de modo amplo, inclusivo e singelo, conseguindo representar este anseio em suas obras. Afinal como ensinou o mestre mato-grossense: “a poesia está nas coisas mais simples e há beleza onde menos se espera”.

O projeto Arte Pará trouxe amostras de seus trabalhos para a SP-Arte Rotas Brasileiras.  Foto: Laura Rago/Divulgação

Pará

Destaque para o projeto especial Arte Pará, que resulta de uma proposta curatorial cuja concepção parte da vocação do projeto fundado em 1982: promover artistas da região Norte em início de carreira e visibilizar e legitimar a produção artística contemporânea. Para esta edição, as curadoras Laura Rago e Roberta Maiorana apresentam obras de seis artistas da Amazônia Legal: Marcone Moreira (Pio XII - MA), Domingos Nunes (Marabá-PA), Gabriel Bicho (Porto Velho-RO), Rafa Matheus Moreira (Belém-PA), Sofia Ramos (Boa Vista-RR) e Antônio Dias Júnior (Abaetetuba-PA). Os trabalhos que serão exibidos transcendem estereótipos, sendo expressões autênticas e genuínas atravessadas pelo contexto individual de cada criador. Suas criações refletem a diversidade, complexidade e o cotidiano da Amazônia, estabelecendo um diálogo profundo entre a natureza, a cultura, as histórias e os desafios dos indivíduos que a habitam.

Já de Goiás tem o projeto Sertão Negro. Foto: Paulo Rezende

Goiás

Destaque para projeto especial Sertão Negro. A terra é uma matriz que concebe cura, fecunda e sustenta toda sociedade. As gerações mais velhas desbravaram as matas e teceram um território subjetivo, atado por um emaranhado histórico de opressões e pela partilha de corpos. Esse território questiona as hierarquias e os poderes que inviabilizaram o corpo ao longo desse viver diaspórico. A terra é um microterritório desse aterramento do corpo no chão sertanejo, de solo vermelho e vivo, que nos conecta resguardando as raízes do cerrado e propondo o resgate das memórias adormecidas e soterradas. Artistas apresentados: Lucélia Maciel, Abraão Veloso, Augusto César, Gabriela Chaves, Genor Sales, lia vallejo, Tor Teixeira, William Maia e Xica.

Do Acre, peças da galeria Gomide&Co que se alinham com criações de Lina Bo Bardi. Foto: DingMusa

Acre

A presença da Gomide&Co tem como ponto de partida a produção de Lina Bo Bardi realizada entre os anos de 1958 e 1963. Em parceria com a Marcenaria Baraúna, a galeria apresenta uma série de móveis até então nunca comercializados e que são representativos da produção de Lina, tais como a “Poltrona Sertaneja” (1960), projetada para o MAM da Bahia, e a “Cadeira Sesc” (1982), projetado para o Sesc Pompeia. Em diálogo com mobiliários de Lina, apresentamos uma série de trabalhos de nomes como Alfredo Volpi, Chico da Silva, Conceição dos Bugres, Francisco Brennand, Itamar Julião, Maria Lira Marques, Nilda Neves, entre outros.

Do Rio Grande do Sul, vem a Galeria Superfície, com peças de diversos artistas, incluindo Gê Viana, criadora da obra Radiola de Promessa. Foto: Galeria Superfície

Rio Grande do Sul

A galeria Superfície apresenta uma seleção de obras de seu repertório - José Leonilson e León Ferrari -, bem como trabalhos de jovens artistas, como Gê Viana, Andréa Hygino e Marina Camargo. Para compor o stand ela traz ainda trabalhos de Hermelindo Fiaminghi. A criteriosa escolha das obras espelha o trabalho que a galeria vem exercendo no mercado nos últimos anos: desenvolvendo a carreira de artistas contemporâneos e emergentes, ao mesmo tempo em que se debruça sobre artistas históricos, em especial os que atuaram em torno dos anos 1970.

Ao longo de alguns metros na Vila Leopoldina, em São Paulo, será possível percorrer milhares de quilômetros dos caminhos mais interessantes da arte brasileira atual. A partir desta quarta-feira, 30, até domingo, 3, os apaixonados por pinturas, esculturas, e outras obras de artistas nacionais, vai poder conferir mais de 70 projetos vindos de todas as regiões do País, na SP–Arte Rotas Brasileiras. (Veja mapa acima)

Feira SP-Arte Rotas Brasileiras reúne galerias e artistas do Brasil todo em um a mostra especial no ARCA.  Foto: Felipe Rau/Estadão

A feira acontece na ARCA (Av. Manuel Bandeira, 360 - Vila Leopoldina), e tem projetos de galerias de todo o Brasil, com o objetivo de celebrar a riqueza e diversidade da arte nacional, além de englobar costumes e culturas que adquirem novos significados. Também traz perspectivas locais e globais dos artistas. A SP-Arte Rotas Brasileiras busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a diversidade e a pluralidade da produção artística de todo o território nacional.

Estarão na feira galerias já estabelecidas como Almeida & Dale, Fortes D’Aloia & Gabriel, Gomide&Co, Millan e Vermelho. Elas dividirão o espaço da mostra com jovens galerias de destaque como HOA, Central, VERVE e Sé. Como a ideia é mostrar uma arte nacional, serão apresentados também galeristas que estão fora do eixo Rio-São Paulo, como Cerrado (Goiânia), Lima (São Luís do Maranhão), Marco Zero (Recife), Mitre (Belo Horizonte) e Paulo Darzé (Salvador).

As obras escolhidas passam por nomes renomados como Lina Bo Bardi, Iole de Freitas, Sonia Gomes e outros destaques. O programa da feira inclui projetos especiais convidados com múltiplas atuações, como Sertão Negro (GO), espaço de residência e vivência artística fundado pelo artista goiano Dalton Paula.

A feira oferece ainda audioguias temáticos produzidos por curadores convidados, que estarão disponíveis no Spotify, visitas guiadas e conversas com artistas.

Os ingressos custam R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia) e podem ser comprados no site https://bilheteria.sp-arte.com/home. O espaço conta com estacionamento que é pago, custando R$ 70 (diária).

Confira 10 artistas e galerias que estão presentes na SP-Arte Rotas Brasileiras

Peça em cerâmica da artista Erika Verzutti. Foto: Pavka Segura

São Paulo

Destaque para a artista paulistana Erika Verzutti. A Fortes D’Aloia & Gabriel participa de Rotas Brasileiras com uma seleção de obras da artista feitas em cerâmica, material novo no seu repertório, apresentada pela primeira vez no Brasil por ocasião da feira. As superfícies ásperas e riscadas de Verzutti passam a formas esmaltadas, dando aos contornos um acabamento brilhante e reflexivo. A apresentação se divide em dois grupos: um composto de relevos de parede e outro de esculturas verticais. Estes trabalhos foram executados em colaboração com a Cerâmica Suro, oficina de Guadalajara, e expostos na mostra individual da artista no Museu Experimental el Eco, na Cidade do México, em fevereiro deste ano.

Representante do Rio de Janeiro, obra do artista Heitor dos Prazeres.  Foto: Sergio Guerini/Divulgação

Rio de Janeiro

Do Rio, a galeria Almeida&Dale apresenta uma seleção de obras de Heitor dos Prazeres (1898-1966), entre pinturas a óleo sobre tela, madeira e cartão, realizadas, principalmente, nas décadas de 1950 e 1960. O conjunto de obras destaca seu estilo único e vibrante, marcado pela expressividade das cores e pela representação de temas relacionados à cultura afro-brasileira, entre cenas do cotidiano, festas populares, sambistas, malandros e outros personagens da cultura popular carioca.

Obra da artista baiana Nadia Taquary, representada pela Galeria Paulo Darzé. Foto: Andrew Kemp/Mainah de Andrade Rego

Bahia

A galeria Paulo Darzé propõe um diálogo entre dois artistas baianos contemporâneos de grande destaque no cenário nacional. Imersos nesse complexo sistema de saberes, oriundo de Áfricas pré-coloniais que reverberam a partir da margem americana do Atlântico negro, os artistas Ayrson Heráclito e Nadia Taquary propõe como conceito central para suas criações poéticas o “protagonismo preto” na construção e na ordenação de mundos.

O Movimento Armorial é um dos representantes de Pernambuco, da Galeria Marco Zero. Foto: Marco Zero Gallery/Divulgação

Pernambuco

Destaque para galeria Marco Zero com movimento Armorial, criado em 1970 e que foi um grande marco na história da cultura brasileira. Idealizado por Ariano Suassuna, o movimento tinha como proposta produzir uma Arte Brasileira ligada às raízes da nossa cultura popular, mas erudita, e, por isso, universal. A bandeira do movimento era construção dessas pontes sem distinção de hierarquia entre elas. Propunha a produção das mais variadas formas de arte sempre exaltando a cultura brasileira, em especial o espírito mágico do Romanceiro Popular do Nordeste.

A galeria cearense Leonardo Leal trouxe obras como a do artista Artur Bombato  Foto: Opera Artes/Divulgação

Ceará

O projeto da galeria Leonardo Leal para a Rotas Brasileiras contempla um grupo heterogêneo de artistas: Armarinhos Teixeira, Arrudas, Artur Bombonato, Beatrice Arraes, Binário Armada e Diego de Santos. Em um recorte que, no primeiro momento, nos parece distintos em seus trabalhos, mas que ao final, nos é evidenciado ricos vestígios de convergências. A proposta surge como uma maneira de gerar reflexões sobre as relações sociais, pois como indivíduos, somos em muito diferentes e, ao mesmo tempo, iguais.

A galeria Karla Osorio trouxe para a SP-Arte Rotas Brasileiras peças como do artista Krems-Matheus M. Abu. Bruna  Foto: Galeria Karla Osorio

Distrito Federal

Destaque para galeria Karla Osorio. Liberdade é a palavra central da proposta do estande da galeria Karla Osorio. Guiados pela poesia de Manoel de Barros, reunimos artistas que trazem em suas obras uma brasilidade original, diferenciada, marcada por nuances próprias de suas diversas pesquisas, mas que se encontram no eixo comum de busca de liberdade: liberdade criativa, liberdade de pensar o mundo de modo amplo, inclusivo e singelo, conseguindo representar este anseio em suas obras. Afinal como ensinou o mestre mato-grossense: “a poesia está nas coisas mais simples e há beleza onde menos se espera”.

O projeto Arte Pará trouxe amostras de seus trabalhos para a SP-Arte Rotas Brasileiras.  Foto: Laura Rago/Divulgação

Pará

Destaque para o projeto especial Arte Pará, que resulta de uma proposta curatorial cuja concepção parte da vocação do projeto fundado em 1982: promover artistas da região Norte em início de carreira e visibilizar e legitimar a produção artística contemporânea. Para esta edição, as curadoras Laura Rago e Roberta Maiorana apresentam obras de seis artistas da Amazônia Legal: Marcone Moreira (Pio XII - MA), Domingos Nunes (Marabá-PA), Gabriel Bicho (Porto Velho-RO), Rafa Matheus Moreira (Belém-PA), Sofia Ramos (Boa Vista-RR) e Antônio Dias Júnior (Abaetetuba-PA). Os trabalhos que serão exibidos transcendem estereótipos, sendo expressões autênticas e genuínas atravessadas pelo contexto individual de cada criador. Suas criações refletem a diversidade, complexidade e o cotidiano da Amazônia, estabelecendo um diálogo profundo entre a natureza, a cultura, as histórias e os desafios dos indivíduos que a habitam.

Já de Goiás tem o projeto Sertão Negro. Foto: Paulo Rezende

Goiás

Destaque para projeto especial Sertão Negro. A terra é uma matriz que concebe cura, fecunda e sustenta toda sociedade. As gerações mais velhas desbravaram as matas e teceram um território subjetivo, atado por um emaranhado histórico de opressões e pela partilha de corpos. Esse território questiona as hierarquias e os poderes que inviabilizaram o corpo ao longo desse viver diaspórico. A terra é um microterritório desse aterramento do corpo no chão sertanejo, de solo vermelho e vivo, que nos conecta resguardando as raízes do cerrado e propondo o resgate das memórias adormecidas e soterradas. Artistas apresentados: Lucélia Maciel, Abraão Veloso, Augusto César, Gabriela Chaves, Genor Sales, lia vallejo, Tor Teixeira, William Maia e Xica.

Do Acre, peças da galeria Gomide&Co que se alinham com criações de Lina Bo Bardi. Foto: DingMusa

Acre

A presença da Gomide&Co tem como ponto de partida a produção de Lina Bo Bardi realizada entre os anos de 1958 e 1963. Em parceria com a Marcenaria Baraúna, a galeria apresenta uma série de móveis até então nunca comercializados e que são representativos da produção de Lina, tais como a “Poltrona Sertaneja” (1960), projetada para o MAM da Bahia, e a “Cadeira Sesc” (1982), projetado para o Sesc Pompeia. Em diálogo com mobiliários de Lina, apresentamos uma série de trabalhos de nomes como Alfredo Volpi, Chico da Silva, Conceição dos Bugres, Francisco Brennand, Itamar Julião, Maria Lira Marques, Nilda Neves, entre outros.

Do Rio Grande do Sul, vem a Galeria Superfície, com peças de diversos artistas, incluindo Gê Viana, criadora da obra Radiola de Promessa. Foto: Galeria Superfície

Rio Grande do Sul

A galeria Superfície apresenta uma seleção de obras de seu repertório - José Leonilson e León Ferrari -, bem como trabalhos de jovens artistas, como Gê Viana, Andréa Hygino e Marina Camargo. Para compor o stand ela traz ainda trabalhos de Hermelindo Fiaminghi. A criteriosa escolha das obras espelha o trabalho que a galeria vem exercendo no mercado nos últimos anos: desenvolvendo a carreira de artistas contemporâneos e emergentes, ao mesmo tempo em que se debruça sobre artistas históricos, em especial os que atuaram em torno dos anos 1970.

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