Uma volta ao mundo do glamour


Viagens Extraordinárias exibe, no Rio, 50 looks do estilista francês Saint Laurent

Por Roberta Pennafort

Em janeiro de 2002, um monumental desfile emocionou dois mil convidados que lotaram o Centro Georges Pompidou, em Paris, para uma despedida. Era a retrospectiva dos 40 anos de carreira de Yves Saint Laurent (1936-2008), que se aposentava. Uma parte dos fantásticos looks apresentados então para artistas e milionários do mundo todo - e para a multidão que assistiu do lado de fora, num telão -, veio para o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio (Rua 1º de Março, 66), que abre hoje a exposição Yves Saint Laurent - Viagens Extraordinárias. Nem sempre foram físicas as "viagens extraordinárias" do estilista francês de origem argelina, um dos ícones da moda no século 20 que entrou para a história por ousadias como o smoking feminino, de 1966. O título da mostra vem das inspirações para as coleções de alta-costura, dos anos 60, 70, 80 e 90, aqui representadas: África, Ásia, Espanha, Marrocos, Rússia e Índia. São lugares não necessariamente visitados por Saint Laurent, mas que o encantavam pelo exotismo e riqueza cultural. "Ele não gostava tanto de sair. Para Saint Laurent, a obra era mais importante do que o homem", conta a baronesa Hélène de Ludinghausen, que trabalhou com ele por mais de 30 anos e veio ao Rio por conta da mostra. Durante toda a semana passada, funcionários da Fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent retiraram cuidadosamente os 50 figurinos e 240 acessórios de suas caixas. Só três pessoas, entre elas o curador do acervo da fundação, Gael Mamine, têm autorização para abri-las e fiscalizar seu conteúdo, que tem de ser conferido detalhe por detalhe (a fundação, que funciona no mesmo lugar onde ficava a Maison YSL, em Paris, foi criada em 2004 com o objetivo de preservar e divulgar sua obra por Pierre Bergé, o empresário que foi companheiro do estilista por 50 anos). Os looks, "vestidos" por manequins desenhadas pelo próprio estilista, com as medidas que ele considerava perfeitas (mulheres de pescoço longo, cintura fina e pernas enormes), são saias, blusas, túnicas, vestidos, sapatos, enfeites de cabelo, brincos, colares, braceletes, turbantes, cintos, chapéus... Cada uma das peças veio acompanhada de laudo técnico. Todos os envolvidos, franceses e brasileiros, usam luvas brancas para o manuseio das roupas e acessórios. O tratamento é o mesmo destinado a obras de arte. Nos ambientes em que estarão à mostra, a temperatura não pode exceder 19 graus e tudo tem de estar protegido da luz e umidade. "O cuidado é necessário porque nunca mais vai se fazer coisa igual. Não há mais essa qualidade", explica a baronesa. "Saint-Laurent tem status de artista na França. Mas o grande público conhece mais Jean Paul Gualtier e Christian Lacroix, por causa da cultura midiática. Saint Laurent era mais discreto, silencioso, virou um mito", acredita Cristophe Coffrant, francês radicado no Rio que organizou a exposição (parte dos eventos do Ano da França no Brasil). No térreo do CCBB ficará uma instalação-móbile com réplicas gigantes (de 2 x 3 m) dos cartões "Love", que o estilista desenhava e mandava para os amigos no réveillon - fez isso por décadas. Assim como o estilista os escrevia como uma forma de cumprimento para o ano-novo, no CCBB eles darão boas-vindas ao público. A exposição, que estará aberta até 19 de julho e terá oficinas de moda, custou R$ 1 milhão. Não seguirá para outras cidades por sua difícil execução. "Tudo que está aqui é tratado como preciosidade, como uma escultura de Rodin ou um quadro de Rembrandt", diz Coffrant.

Em janeiro de 2002, um monumental desfile emocionou dois mil convidados que lotaram o Centro Georges Pompidou, em Paris, para uma despedida. Era a retrospectiva dos 40 anos de carreira de Yves Saint Laurent (1936-2008), que se aposentava. Uma parte dos fantásticos looks apresentados então para artistas e milionários do mundo todo - e para a multidão que assistiu do lado de fora, num telão -, veio para o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio (Rua 1º de Março, 66), que abre hoje a exposição Yves Saint Laurent - Viagens Extraordinárias. Nem sempre foram físicas as "viagens extraordinárias" do estilista francês de origem argelina, um dos ícones da moda no século 20 que entrou para a história por ousadias como o smoking feminino, de 1966. O título da mostra vem das inspirações para as coleções de alta-costura, dos anos 60, 70, 80 e 90, aqui representadas: África, Ásia, Espanha, Marrocos, Rússia e Índia. São lugares não necessariamente visitados por Saint Laurent, mas que o encantavam pelo exotismo e riqueza cultural. "Ele não gostava tanto de sair. Para Saint Laurent, a obra era mais importante do que o homem", conta a baronesa Hélène de Ludinghausen, que trabalhou com ele por mais de 30 anos e veio ao Rio por conta da mostra. Durante toda a semana passada, funcionários da Fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent retiraram cuidadosamente os 50 figurinos e 240 acessórios de suas caixas. Só três pessoas, entre elas o curador do acervo da fundação, Gael Mamine, têm autorização para abri-las e fiscalizar seu conteúdo, que tem de ser conferido detalhe por detalhe (a fundação, que funciona no mesmo lugar onde ficava a Maison YSL, em Paris, foi criada em 2004 com o objetivo de preservar e divulgar sua obra por Pierre Bergé, o empresário que foi companheiro do estilista por 50 anos). Os looks, "vestidos" por manequins desenhadas pelo próprio estilista, com as medidas que ele considerava perfeitas (mulheres de pescoço longo, cintura fina e pernas enormes), são saias, blusas, túnicas, vestidos, sapatos, enfeites de cabelo, brincos, colares, braceletes, turbantes, cintos, chapéus... Cada uma das peças veio acompanhada de laudo técnico. Todos os envolvidos, franceses e brasileiros, usam luvas brancas para o manuseio das roupas e acessórios. O tratamento é o mesmo destinado a obras de arte. Nos ambientes em que estarão à mostra, a temperatura não pode exceder 19 graus e tudo tem de estar protegido da luz e umidade. "O cuidado é necessário porque nunca mais vai se fazer coisa igual. Não há mais essa qualidade", explica a baronesa. "Saint-Laurent tem status de artista na França. Mas o grande público conhece mais Jean Paul Gualtier e Christian Lacroix, por causa da cultura midiática. Saint Laurent era mais discreto, silencioso, virou um mito", acredita Cristophe Coffrant, francês radicado no Rio que organizou a exposição (parte dos eventos do Ano da França no Brasil). No térreo do CCBB ficará uma instalação-móbile com réplicas gigantes (de 2 x 3 m) dos cartões "Love", que o estilista desenhava e mandava para os amigos no réveillon - fez isso por décadas. Assim como o estilista os escrevia como uma forma de cumprimento para o ano-novo, no CCBB eles darão boas-vindas ao público. A exposição, que estará aberta até 19 de julho e terá oficinas de moda, custou R$ 1 milhão. Não seguirá para outras cidades por sua difícil execução. "Tudo que está aqui é tratado como preciosidade, como uma escultura de Rodin ou um quadro de Rembrandt", diz Coffrant.

Em janeiro de 2002, um monumental desfile emocionou dois mil convidados que lotaram o Centro Georges Pompidou, em Paris, para uma despedida. Era a retrospectiva dos 40 anos de carreira de Yves Saint Laurent (1936-2008), que se aposentava. Uma parte dos fantásticos looks apresentados então para artistas e milionários do mundo todo - e para a multidão que assistiu do lado de fora, num telão -, veio para o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio (Rua 1º de Março, 66), que abre hoje a exposição Yves Saint Laurent - Viagens Extraordinárias. Nem sempre foram físicas as "viagens extraordinárias" do estilista francês de origem argelina, um dos ícones da moda no século 20 que entrou para a história por ousadias como o smoking feminino, de 1966. O título da mostra vem das inspirações para as coleções de alta-costura, dos anos 60, 70, 80 e 90, aqui representadas: África, Ásia, Espanha, Marrocos, Rússia e Índia. São lugares não necessariamente visitados por Saint Laurent, mas que o encantavam pelo exotismo e riqueza cultural. "Ele não gostava tanto de sair. Para Saint Laurent, a obra era mais importante do que o homem", conta a baronesa Hélène de Ludinghausen, que trabalhou com ele por mais de 30 anos e veio ao Rio por conta da mostra. Durante toda a semana passada, funcionários da Fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent retiraram cuidadosamente os 50 figurinos e 240 acessórios de suas caixas. Só três pessoas, entre elas o curador do acervo da fundação, Gael Mamine, têm autorização para abri-las e fiscalizar seu conteúdo, que tem de ser conferido detalhe por detalhe (a fundação, que funciona no mesmo lugar onde ficava a Maison YSL, em Paris, foi criada em 2004 com o objetivo de preservar e divulgar sua obra por Pierre Bergé, o empresário que foi companheiro do estilista por 50 anos). Os looks, "vestidos" por manequins desenhadas pelo próprio estilista, com as medidas que ele considerava perfeitas (mulheres de pescoço longo, cintura fina e pernas enormes), são saias, blusas, túnicas, vestidos, sapatos, enfeites de cabelo, brincos, colares, braceletes, turbantes, cintos, chapéus... Cada uma das peças veio acompanhada de laudo técnico. Todos os envolvidos, franceses e brasileiros, usam luvas brancas para o manuseio das roupas e acessórios. O tratamento é o mesmo destinado a obras de arte. Nos ambientes em que estarão à mostra, a temperatura não pode exceder 19 graus e tudo tem de estar protegido da luz e umidade. "O cuidado é necessário porque nunca mais vai se fazer coisa igual. Não há mais essa qualidade", explica a baronesa. "Saint-Laurent tem status de artista na França. Mas o grande público conhece mais Jean Paul Gualtier e Christian Lacroix, por causa da cultura midiática. Saint Laurent era mais discreto, silencioso, virou um mito", acredita Cristophe Coffrant, francês radicado no Rio que organizou a exposição (parte dos eventos do Ano da França no Brasil). No térreo do CCBB ficará uma instalação-móbile com réplicas gigantes (de 2 x 3 m) dos cartões "Love", que o estilista desenhava e mandava para os amigos no réveillon - fez isso por décadas. Assim como o estilista os escrevia como uma forma de cumprimento para o ano-novo, no CCBB eles darão boas-vindas ao público. A exposição, que estará aberta até 19 de julho e terá oficinas de moda, custou R$ 1 milhão. Não seguirá para outras cidades por sua difícil execução. "Tudo que está aqui é tratado como preciosidade, como uma escultura de Rodin ou um quadro de Rembrandt", diz Coffrant.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.