Doutor Janusz Korczak, o polonês que dedicou sua vida à causa das infâncias, que podia ter se salvado durante a Segunda Guerra Mundial mas foi executado no dia 7 de agosto de 1942 ao lado das 200 crianças de seu orfanato, em câmara de gás no campo extermínio de Treblinka, na Polônia, é tema de três livros da Summus Editorial - duas reedições revistas e com novo projeto gráfico e uma biografia inédita.
Nos 80 anos de sua morte, chega às livrarias Janusz Korczak: Uma Vida em Defesa da Infância, de Sarita Mucinic Sarue. Pedagoga, membro da Associação Janusz Korczak do Brasil e coordenadora educacional do Memorial do Holocausto, ela conta a história de Henryk Goldszmit, que depois adotaria o pseudônimo de Janusz Korczakseu, o homem que concebeu, na Polônia, o orfanato Dom Sierot, e cujas ideias inspiram, até hoje, educadores. Ali, as crianças tinham os direitos dos adultos e a educação era democrática e respeitosa. Sarita viajou para a Polônia e para Israel para sua pesquisa e entre seus entrevistados estava Itzchak Belfer, ex-aluno do orfanato, que morreu em 2021, aos 97 anos.
Os outros dois volumes já estão prontos. Quando Eu Voltar a Ser Criança é uma ficção de Korczak sobre um professor que, cansado dos dissabores da vida, volta no tempo e passa a ver e a sentir o mundo com olhos e coração de criança, mas retendo suas memórias de adulto. A obra, com apresentação de Tatiana Belinky, já está em sua 18ª edição. O Direito da Criança ao Respeito, com dois ensaios - o que dá nome ao livro, de Janusz Korczak, de 1929, e Os Direitos da Criança, escrito em 1986 por Dalmo Dallari (1931-2022).
Não é lançamento, mas deixo como uma dica final. Tem um livro infantil muito bonito, O Diário de Blumka, com textos e ilustrações de Iwona Chmielewska, que foi publicado pela Pulo do Gato em 2016, que se passa no orfanato e registra um pouco da atmosfera do lugar.
Flores de Verão
Operada agora pela quatro cinco um, a Tinta-da-China Brasil lança, em agosto, Flores de Verão. É a primeira edição em português da obra de Tamiki Hara (1905-1951), sobrevivente do bombardeio de Hiroshima. No volume, traduzido do japonês por Jefferson José Teixeira, estão três textos sobre o bombardeio atômico de agosto de 1945 e outro, de pouco antes de seu suicídio.
Prelúdio à destruição é ambientado nos meses anteriores à bomba. Três irmãos e suas famílias participam do esforço de mobilização de guerra e participam de treinamentos enquanto a cidade de Hiroshima é evacuada, na expectativa de um ataque aéreo. Flores de verão é o relato dos momentos seguintes à explosão da bomba. O narrador, que sobreviveu com poucos ferimentos porque estava na privada na hora do ataque, caminha pela cidade destruída. O terceiro texto, A Partir das Ruínas, descreve a cidade e seus habitantes nos meses após a catástrofe. O texto final, escrito no ano em que ele se matou, é intitulado O país do meu mais sincero desejo e traz reflexões do autor acerca do sentido da vida, sobre sua mulher morta pouco antes da tragédia e sobre as memórias da bomba.
Mary Del Priore na Editora Unesp
A historiadora Mary Del Priore está levando alguns de seus livros para a Editora Unesp e também um lançamento. Entre os livros que vão ganhar novas edições estão A Descoberta do Novo Mundo, A Viagem Proibida: Nas Trilhas do Ouro e O Castelo de Papel: Uma História de Isabel de Bragança, Princesa Imperial do Brasil, e Gastão de Orléans, Conde d'Eu. Os dois primeiros foram publicados pela Planeta e o terceiro, pela Rocco. * E está no prelo o inédito História dos Jovens no Brasil, com organização dela e artigos de historiadores e historiadoras que analisam o tema desde os tempos da monarquia até a República. * Mary Del Priore já estava no catálogo da Unesp como autora de Ao Sul do Corpo - Condição Feminina, Maternidades e Mentalidades no Brasil Colônia e coorganizadora de História do Corpo no Brasil, História dos Homens no Brasil, História dos Crimes e da Violência no Brasil, História do Esporte no Brasil e de A História do Brasil nas Duas Guerras Mundiais.
Poesia em Moçambique
A antologia Tudo é Sempre Despedida - 50 Poetas Brasileiros Contemporâneos será lançada em setembro, em Moçambique, pela editora Cavalo do Mar, como uma das ações em comemoração aos 200 anos da Independência. Organizada pelo escritor, editor e médico Mbate Pedro, ela traz poemas de, entre outros, Adélia Prado, Marília Garcia, Affonso Romano de Sant'Anna, Antonio Cícero. Edmilson Pereira de Almeida, Armando Freitas Filho, Paulo Henriques Britto, Prisca Agustoni, Ronaldo Cagiano e Angélica Freitas.
Amizade e superpoderes
Sai em breve, pela FTD Educação, A Liga dos Heróis Inúteis. No livro de Luiz Antonio Aguiar e Alexandre de Castro Gomes, ilustrado pelo estúdio Sapo Lendário, dos designers Natália Lima e Júnior Ramoso, no estilo dos animes japoneses, jovens heróis brasileiros passam por apuros enquanto descobrem que têm dons estranhos, como soltar pipoca pela pele, transformar objetos em flores ou mudar de cor. A obra juvenil apresenta cinco super-heróis teen que sofrem bullying na escola e estão sempre se metendo em encrenca. Mas, unidos e com a ajuda de um mentor, eles descobrem que podem lutar contra uma organização criminosa internacional e que ainda sobra tempo para estudar, namorar e comer pizza.
Pilar no teatro
Diário de Pilar na Grécia, adaptação do livro de Flavia Lins e Silva para o teatro, inicia nova temporada, no Teatro das Artes, no Shopping Eldorado, no dia 6 de agosto. O espetáculo foi idealizado e é estrelado por Miriam Freeland. O elenco conta ainda com Roberto Bomtempo, Pedro Monteiro, Leandro Baumgratz, Alexandre Mofati, Viviana Rocha e Symone Strobel - que adaptou a obra e dirige a peça. A coleção Diários de Pilar, que apresenta os mitos para as crianças, é publicada pela Pequena Zahar e já virou animação. Flavia é autora, ainda, de D.P.A. - Detetives do Prédio Azul, outro grande sucesso entre os pequenos leitores e espectadores.