Literatura e mercado editorial

Lucas Lima e Tolstoi: Saiba quantos livros foram vendidos e o saldo final do ‘efeito Sandy’


Segundo a Nielsen, salto nas vendas de ‘A Morte de Ivan Ilitch’ depois da separação de Lucas Lima e Sandy, e depois que um post dele sobre o livro viralizou, foi de mais de 250%; escritor russo foi apontado por fãs como o pivô do divórcio

Por Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:

Quantos exemplares de A Morte de Ivan Ilitch foram vendidos no Brasil desde a separação de Lucas Lima e Sandy? À pedido do Estadão, a Nielsen fez um estudo exclusivo que mostra a evolução da venda da versão impressa do clássico de Liev Tolstoi desde o início do ano. Faremos um recorte entre o post do músico viralizar, no dia 28 de setembro, e o último dia de seu mais recente relatório, o domingo, 1º de outubro. Segundo os dados, houve um crescimento de 250% nas vendas nesse período. Se na semana anterior à separação do casal foram vendidos 270 exemplares no livro no Brasil, na semana do divórcio a Nielsen contabilizou nada menos do que 968 cópias.

Antes, uma breve recapitulação.

Lucas Lima fez um post sobre A Morte de Ivan Ilitch no dia 5 de setembro. Ele chamou o livro de “forte”, disse que era “uma baita reflexão sobre a vida” e finalizou dizendo que a novela escrita entre 1882 e 1886 por um dos maiores escritores da literatura mundial tinha dado “uma chacoalhada legal no Lucão”. No dia 25, ele e Sandy anunciaram o fim do casamento. No dia 28, aquele seu post do dia 5 voltou a ser comentado e Tolstoi passou a ser apontado como o pivô do divórcio do casal - o Estadão explicou, aqui, a história e o livro.

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Brincadeiras à parte, o fato é que a história repercutiu positivamente para o clássico russo.

Conforme o Estadão mostrou na sexta-feira, 6, a venda de A Morte de Ivan Ilitch disparou no Brasil. Livreiros e editores confirmaram o aumento da procura do livro depois da publicação da matéria do dia 28. Na Leitura, a maior rede de livrarias do Brasil, o crescimento foi de 400%. No Spotify, onde a Hedra disponibilizou o audiobook para ser ouvido no streaming, o pico foi de 3 mil%, com um público majoritariamente jovem e masculino - diferente do padrão anterior, mais velho - ouvindo o livro de Tolstoi.

Os novos dados da Nielsen, revelados agora, confirmam o fenômeno e apontam para uma escala maior. O resultado é o retrato da venda nas principais redes e livrarias do País - da Amazon ao Magazine Luiza, passando pela Leitura, Curitiba, Vila, Travessa, Martins Fontes, Drummond, Saraiva, Cultura, Dois Pontos, B2W, Submarino e outras, abrangendo mais de 70% do mercado nacional.

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Os números de venda

Entre os dias 25 de setembro e 1º de outubro, foram vendidos no Brasil 968 exemplares de edições variadas de A Morte de Ivan Ilitch. Como a obra está em domínio público, qualquer pessoa pode traduzir e publicar. A Nielsen contabilizou 12 edições (ISBNs) diferentes.

A edição da 34, que aparece no post de Lucas Lima, traduzida por Boris Schnaiderman, um dos maiores tradutores do russo, lidera com quase metade das vendas. Nesse período, foram comercializadas 440 cópias. Esta é, ainda, a mais vendida do ano até agora - também com quase 50% dos exemplares.

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Venda de Tolstoi no País dispara após Lucas Lima recomendar livro em meio a divórcio Foto: @lucas.lima via Instagram e Domínio Público

Depois disso, as edições com melhor desempenho no ranking da semana, da Nielsen, são aquelas com valor médio mais baixo, mostrando que o leitor valorizou o preço em detrimento da tradução. Os três livros que que aparecem na sequência (Principis, Garnier e Camelot) não indicam quem foi responsável por verter a obra para o português - e custam entre R$ 19 e R$ 25.

Em domínio público, 'A Morte de Ivan Ilitch', de Tolstoi está disponível em diversas edições e traduções no Brasil Foto: Montagem de capa/Estadão
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Ranking das edições mais vendidas

A lista a seguir apresenta a editora, o número de exemplares vendidos nas semanas 18/9 a 24/9 e 25/9 a 1/10 e o preço médio das respectivas edições em 2023

  1. Editora 34 - 95 / 440 (R$ 34,93)
  2. Principis/2ª edição - 49 / 215 (R$ 17,71)
  3. Garnier - 34 / 82 (R$ 26,44)
  4. Camelot - 10 / 62 (R$ 23,25)
  5. Antofágica - 25 / 47 (R$ 59,79´; trad. Lucas Simone)
  6. L&PM - 25 / 41 (R$ 20,39; trad. Vera Karam)
  7. Principis/1ª edição - 13 / 39 (R$ 14,12)
  8. Martin Claret - 9 / 23 (R$ 64,62; trad. Oleg Almeida)
  9. Todavia - 8/ 17 (R$ 55,78; trad. Rubens Figueiredo; volume traz todas as novelas de Tolstoi)
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* As demais edições não registraram venda significativa.

A Morte de Ivan Ilitch na semana da separação

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A Morte de Ivan Ilitch em 2023

  • Venda total: 15.269 exemplares
  • Venda média semanal: 391 exemplares

Em julho, houve outro pico de venda - 1.274 cópias em uma semana, quase todas da 34. Segundo a editora, não houve uma ação dela de promoção da obra. Se excluirmos essa semana da conta, dá uma média de 368 exemplares vendidos semanalmente

  • Preço médio: R$ 34,73 (varia de R$ 14,12 a R$ 64,62)

Quantos exemplares de A Morte de Ivan Ilitch foram vendidos no Brasil desde a separação de Lucas Lima e Sandy? À pedido do Estadão, a Nielsen fez um estudo exclusivo que mostra a evolução da venda da versão impressa do clássico de Liev Tolstoi desde o início do ano. Faremos um recorte entre o post do músico viralizar, no dia 28 de setembro, e o último dia de seu mais recente relatório, o domingo, 1º de outubro. Segundo os dados, houve um crescimento de 250% nas vendas nesse período. Se na semana anterior à separação do casal foram vendidos 270 exemplares no livro no Brasil, na semana do divórcio a Nielsen contabilizou nada menos do que 968 cópias.

Antes, uma breve recapitulação.

Lucas Lima fez um post sobre A Morte de Ivan Ilitch no dia 5 de setembro. Ele chamou o livro de “forte”, disse que era “uma baita reflexão sobre a vida” e finalizou dizendo que a novela escrita entre 1882 e 1886 por um dos maiores escritores da literatura mundial tinha dado “uma chacoalhada legal no Lucão”. No dia 25, ele e Sandy anunciaram o fim do casamento. No dia 28, aquele seu post do dia 5 voltou a ser comentado e Tolstoi passou a ser apontado como o pivô do divórcio do casal - o Estadão explicou, aqui, a história e o livro.

Brincadeiras à parte, o fato é que a história repercutiu positivamente para o clássico russo.

Conforme o Estadão mostrou na sexta-feira, 6, a venda de A Morte de Ivan Ilitch disparou no Brasil. Livreiros e editores confirmaram o aumento da procura do livro depois da publicação da matéria do dia 28. Na Leitura, a maior rede de livrarias do Brasil, o crescimento foi de 400%. No Spotify, onde a Hedra disponibilizou o audiobook para ser ouvido no streaming, o pico foi de 3 mil%, com um público majoritariamente jovem e masculino - diferente do padrão anterior, mais velho - ouvindo o livro de Tolstoi.

Os novos dados da Nielsen, revelados agora, confirmam o fenômeno e apontam para uma escala maior. O resultado é o retrato da venda nas principais redes e livrarias do País - da Amazon ao Magazine Luiza, passando pela Leitura, Curitiba, Vila, Travessa, Martins Fontes, Drummond, Saraiva, Cultura, Dois Pontos, B2W, Submarino e outras, abrangendo mais de 70% do mercado nacional.

Os números de venda

Entre os dias 25 de setembro e 1º de outubro, foram vendidos no Brasil 968 exemplares de edições variadas de A Morte de Ivan Ilitch. Como a obra está em domínio público, qualquer pessoa pode traduzir e publicar. A Nielsen contabilizou 12 edições (ISBNs) diferentes.

A edição da 34, que aparece no post de Lucas Lima, traduzida por Boris Schnaiderman, um dos maiores tradutores do russo, lidera com quase metade das vendas. Nesse período, foram comercializadas 440 cópias. Esta é, ainda, a mais vendida do ano até agora - também com quase 50% dos exemplares.

Venda de Tolstoi no País dispara após Lucas Lima recomendar livro em meio a divórcio Foto: @lucas.lima via Instagram e Domínio Público

Depois disso, as edições com melhor desempenho no ranking da semana, da Nielsen, são aquelas com valor médio mais baixo, mostrando que o leitor valorizou o preço em detrimento da tradução. Os três livros que que aparecem na sequência (Principis, Garnier e Camelot) não indicam quem foi responsável por verter a obra para o português - e custam entre R$ 19 e R$ 25.

Em domínio público, 'A Morte de Ivan Ilitch', de Tolstoi está disponível em diversas edições e traduções no Brasil Foto: Montagem de capa/Estadão

Ranking das edições mais vendidas

A lista a seguir apresenta a editora, o número de exemplares vendidos nas semanas 18/9 a 24/9 e 25/9 a 1/10 e o preço médio das respectivas edições em 2023

  1. Editora 34 - 95 / 440 (R$ 34,93)
  2. Principis/2ª edição - 49 / 215 (R$ 17,71)
  3. Garnier - 34 / 82 (R$ 26,44)
  4. Camelot - 10 / 62 (R$ 23,25)
  5. Antofágica - 25 / 47 (R$ 59,79´; trad. Lucas Simone)
  6. L&PM - 25 / 41 (R$ 20,39; trad. Vera Karam)
  7. Principis/1ª edição - 13 / 39 (R$ 14,12)
  8. Martin Claret - 9 / 23 (R$ 64,62; trad. Oleg Almeida)
  9. Todavia - 8/ 17 (R$ 55,78; trad. Rubens Figueiredo; volume traz todas as novelas de Tolstoi)

* As demais edições não registraram venda significativa.

A Morte de Ivan Ilitch na semana da separação

A Morte de Ivan Ilitch em 2023

  • Venda total: 15.269 exemplares
  • Venda média semanal: 391 exemplares

Em julho, houve outro pico de venda - 1.274 cópias em uma semana, quase todas da 34. Segundo a editora, não houve uma ação dela de promoção da obra. Se excluirmos essa semana da conta, dá uma média de 368 exemplares vendidos semanalmente

  • Preço médio: R$ 34,73 (varia de R$ 14,12 a R$ 64,62)

Quantos exemplares de A Morte de Ivan Ilitch foram vendidos no Brasil desde a separação de Lucas Lima e Sandy? À pedido do Estadão, a Nielsen fez um estudo exclusivo que mostra a evolução da venda da versão impressa do clássico de Liev Tolstoi desde o início do ano. Faremos um recorte entre o post do músico viralizar, no dia 28 de setembro, e o último dia de seu mais recente relatório, o domingo, 1º de outubro. Segundo os dados, houve um crescimento de 250% nas vendas nesse período. Se na semana anterior à separação do casal foram vendidos 270 exemplares no livro no Brasil, na semana do divórcio a Nielsen contabilizou nada menos do que 968 cópias.

Antes, uma breve recapitulação.

Lucas Lima fez um post sobre A Morte de Ivan Ilitch no dia 5 de setembro. Ele chamou o livro de “forte”, disse que era “uma baita reflexão sobre a vida” e finalizou dizendo que a novela escrita entre 1882 e 1886 por um dos maiores escritores da literatura mundial tinha dado “uma chacoalhada legal no Lucão”. No dia 25, ele e Sandy anunciaram o fim do casamento. No dia 28, aquele seu post do dia 5 voltou a ser comentado e Tolstoi passou a ser apontado como o pivô do divórcio do casal - o Estadão explicou, aqui, a história e o livro.

Brincadeiras à parte, o fato é que a história repercutiu positivamente para o clássico russo.

Conforme o Estadão mostrou na sexta-feira, 6, a venda de A Morte de Ivan Ilitch disparou no Brasil. Livreiros e editores confirmaram o aumento da procura do livro depois da publicação da matéria do dia 28. Na Leitura, a maior rede de livrarias do Brasil, o crescimento foi de 400%. No Spotify, onde a Hedra disponibilizou o audiobook para ser ouvido no streaming, o pico foi de 3 mil%, com um público majoritariamente jovem e masculino - diferente do padrão anterior, mais velho - ouvindo o livro de Tolstoi.

Os novos dados da Nielsen, revelados agora, confirmam o fenômeno e apontam para uma escala maior. O resultado é o retrato da venda nas principais redes e livrarias do País - da Amazon ao Magazine Luiza, passando pela Leitura, Curitiba, Vila, Travessa, Martins Fontes, Drummond, Saraiva, Cultura, Dois Pontos, B2W, Submarino e outras, abrangendo mais de 70% do mercado nacional.

Os números de venda

Entre os dias 25 de setembro e 1º de outubro, foram vendidos no Brasil 968 exemplares de edições variadas de A Morte de Ivan Ilitch. Como a obra está em domínio público, qualquer pessoa pode traduzir e publicar. A Nielsen contabilizou 12 edições (ISBNs) diferentes.

A edição da 34, que aparece no post de Lucas Lima, traduzida por Boris Schnaiderman, um dos maiores tradutores do russo, lidera com quase metade das vendas. Nesse período, foram comercializadas 440 cópias. Esta é, ainda, a mais vendida do ano até agora - também com quase 50% dos exemplares.

Venda de Tolstoi no País dispara após Lucas Lima recomendar livro em meio a divórcio Foto: @lucas.lima via Instagram e Domínio Público

Depois disso, as edições com melhor desempenho no ranking da semana, da Nielsen, são aquelas com valor médio mais baixo, mostrando que o leitor valorizou o preço em detrimento da tradução. Os três livros que que aparecem na sequência (Principis, Garnier e Camelot) não indicam quem foi responsável por verter a obra para o português - e custam entre R$ 19 e R$ 25.

Em domínio público, 'A Morte de Ivan Ilitch', de Tolstoi está disponível em diversas edições e traduções no Brasil Foto: Montagem de capa/Estadão

Ranking das edições mais vendidas

A lista a seguir apresenta a editora, o número de exemplares vendidos nas semanas 18/9 a 24/9 e 25/9 a 1/10 e o preço médio das respectivas edições em 2023

  1. Editora 34 - 95 / 440 (R$ 34,93)
  2. Principis/2ª edição - 49 / 215 (R$ 17,71)
  3. Garnier - 34 / 82 (R$ 26,44)
  4. Camelot - 10 / 62 (R$ 23,25)
  5. Antofágica - 25 / 47 (R$ 59,79´; trad. Lucas Simone)
  6. L&PM - 25 / 41 (R$ 20,39; trad. Vera Karam)
  7. Principis/1ª edição - 13 / 39 (R$ 14,12)
  8. Martin Claret - 9 / 23 (R$ 64,62; trad. Oleg Almeida)
  9. Todavia - 8/ 17 (R$ 55,78; trad. Rubens Figueiredo; volume traz todas as novelas de Tolstoi)

* As demais edições não registraram venda significativa.

A Morte de Ivan Ilitch na semana da separação

A Morte de Ivan Ilitch em 2023

  • Venda total: 15.269 exemplares
  • Venda média semanal: 391 exemplares

Em julho, houve outro pico de venda - 1.274 cópias em uma semana, quase todas da 34. Segundo a editora, não houve uma ação dela de promoção da obra. Se excluirmos essa semana da conta, dá uma média de 368 exemplares vendidos semanalmente

  • Preço médio: R$ 34,73 (varia de R$ 14,12 a R$ 64,62)

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