Manifestantes chilenos resgatam músicas de Victor Jara e Violeta Parra


Músicas do cantor folclórico entraram nas 50 mais virais do país no Spotify

Por Alexandre Ferraz Bazzan
Violonistas tocam, acompanhados por uma multidão, 'El derecho de vivir en paz', de Victor Jara - Foto: Pedro Ugarte/AFP

Tudo começou com o aumento do transporte público e de repente milhares estavam nas ruas do Chile. O presidente Sebastián Piñera decretou toque de recolher depois que as manifestações cresceram.

Toda retirada de liberdade é sempre recebida com indignação, mas a resposta de uma cantora anônima surpreendeu. No lugar de bater panelas, ela soltou a voz e foi ovacionada pela vizinhança.

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A música é El cigarrito, de Victor Jara.

Os atos chegam nesta segunda ao 11º dia e após a reunião de mais de 1 milhão de pessoas em Santiago, o Piñera pediu que seus ministros entregassem o cargo. Em uma dessas manifestações, dezenas de violonistas se juntaram para tocar El derecho de vivir en paz, de Victor Jara. Aos instrumentos somaram-se as vozes de milhares de pessoas que estavam protestando.

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Jara era um militante comunista, professor e, assim como Violeta Parra, um dos mais importantes cantores e compositores do Chile. Ele foi ativo na luta contra a ditadura de Augusto Pinochet até ser preso, torturado e assassinado. Histórias contam que ele teve as mãos esmagadas a coronhadas para não poder voltar a tocar. Em 2018, oito ex-militares foram condenados pelo assassinato do cantor.

Victor Jara - Foto: Victor Jara Foundation
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Um pianista também desafiou o toque de recolher de Piñera, mas tocando Gracias a la vida de Violeta Parra. Parra é considerada a pedra fundamental da Canção Nova chilena, importante movimento dos anos 1960. A artista não só compôs, como cantou e divulgou a cultura do país e seria regravada internacionalmente por Joan Baez, Merdecedes Sosa e Milton Nascimento. Antes de cometer suicídio, a cantora também incentivou o compatriota Victor Jara.

Violeta Parra - Foto: Wikipedia
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A canção El pueblo unido jamás será vencido, do grupo Quilapayún, também foi resgatada nas atuais manifestações. Criada originalmente durante e em apoio à campanha de Allende, a música virou um hino de resistência contra a ditadura Pinochet. A banda também faz parte da geração da Canção Nova e fez parcerias com Victor Jara. Uma orquestra fez uma versão ao ar livre de El pueblo unido jamás será vencido.

Com a revolta chilena atual, surgiu um novo interesse nas canções de protesto. El derecho de vivir en paz entrou no primeiro lugar das 50 músicas virais do Chile, no Spotify, e  Vientos del pueblo ficou na 36ª posição.

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A procura pelos dois cantores no Google também cresceu, tanto no Chile, quanto no Brasil. Veja abaixo a evolução das buscas nos últimos 30 dias.

Brasil

 
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Chile

 
Violonistas tocam, acompanhados por uma multidão, 'El derecho de vivir en paz', de Victor Jara - Foto: Pedro Ugarte/AFP

Tudo começou com o aumento do transporte público e de repente milhares estavam nas ruas do Chile. O presidente Sebastián Piñera decretou toque de recolher depois que as manifestações cresceram.

Toda retirada de liberdade é sempre recebida com indignação, mas a resposta de uma cantora anônima surpreendeu. No lugar de bater panelas, ela soltou a voz e foi ovacionada pela vizinhança.

A música é El cigarrito, de Victor Jara.

Os atos chegam nesta segunda ao 11º dia e após a reunião de mais de 1 milhão de pessoas em Santiago, o Piñera pediu que seus ministros entregassem o cargo. Em uma dessas manifestações, dezenas de violonistas se juntaram para tocar El derecho de vivir en paz, de Victor Jara. Aos instrumentos somaram-se as vozes de milhares de pessoas que estavam protestando.

Jara era um militante comunista, professor e, assim como Violeta Parra, um dos mais importantes cantores e compositores do Chile. Ele foi ativo na luta contra a ditadura de Augusto Pinochet até ser preso, torturado e assassinado. Histórias contam que ele teve as mãos esmagadas a coronhadas para não poder voltar a tocar. Em 2018, oito ex-militares foram condenados pelo assassinato do cantor.

Victor Jara - Foto: Victor Jara Foundation

Um pianista também desafiou o toque de recolher de Piñera, mas tocando Gracias a la vida de Violeta Parra. Parra é considerada a pedra fundamental da Canção Nova chilena, importante movimento dos anos 1960. A artista não só compôs, como cantou e divulgou a cultura do país e seria regravada internacionalmente por Joan Baez, Merdecedes Sosa e Milton Nascimento. Antes de cometer suicídio, a cantora também incentivou o compatriota Victor Jara.

Violeta Parra - Foto: Wikipedia

A canção El pueblo unido jamás será vencido, do grupo Quilapayún, também foi resgatada nas atuais manifestações. Criada originalmente durante e em apoio à campanha de Allende, a música virou um hino de resistência contra a ditadura Pinochet. A banda também faz parte da geração da Canção Nova e fez parcerias com Victor Jara. Uma orquestra fez uma versão ao ar livre de El pueblo unido jamás será vencido.

Com a revolta chilena atual, surgiu um novo interesse nas canções de protesto. El derecho de vivir en paz entrou no primeiro lugar das 50 músicas virais do Chile, no Spotify, e  Vientos del pueblo ficou na 36ª posição.

A procura pelos dois cantores no Google também cresceu, tanto no Chile, quanto no Brasil. Veja abaixo a evolução das buscas nos últimos 30 dias.

Brasil

 

Chile

 
Violonistas tocam, acompanhados por uma multidão, 'El derecho de vivir en paz', de Victor Jara - Foto: Pedro Ugarte/AFP

Tudo começou com o aumento do transporte público e de repente milhares estavam nas ruas do Chile. O presidente Sebastián Piñera decretou toque de recolher depois que as manifestações cresceram.

Toda retirada de liberdade é sempre recebida com indignação, mas a resposta de uma cantora anônima surpreendeu. No lugar de bater panelas, ela soltou a voz e foi ovacionada pela vizinhança.

A música é El cigarrito, de Victor Jara.

Os atos chegam nesta segunda ao 11º dia e após a reunião de mais de 1 milhão de pessoas em Santiago, o Piñera pediu que seus ministros entregassem o cargo. Em uma dessas manifestações, dezenas de violonistas se juntaram para tocar El derecho de vivir en paz, de Victor Jara. Aos instrumentos somaram-se as vozes de milhares de pessoas que estavam protestando.

Jara era um militante comunista, professor e, assim como Violeta Parra, um dos mais importantes cantores e compositores do Chile. Ele foi ativo na luta contra a ditadura de Augusto Pinochet até ser preso, torturado e assassinado. Histórias contam que ele teve as mãos esmagadas a coronhadas para não poder voltar a tocar. Em 2018, oito ex-militares foram condenados pelo assassinato do cantor.

Victor Jara - Foto: Victor Jara Foundation

Um pianista também desafiou o toque de recolher de Piñera, mas tocando Gracias a la vida de Violeta Parra. Parra é considerada a pedra fundamental da Canção Nova chilena, importante movimento dos anos 1960. A artista não só compôs, como cantou e divulgou a cultura do país e seria regravada internacionalmente por Joan Baez, Merdecedes Sosa e Milton Nascimento. Antes de cometer suicídio, a cantora também incentivou o compatriota Victor Jara.

Violeta Parra - Foto: Wikipedia

A canção El pueblo unido jamás será vencido, do grupo Quilapayún, também foi resgatada nas atuais manifestações. Criada originalmente durante e em apoio à campanha de Allende, a música virou um hino de resistência contra a ditadura Pinochet. A banda também faz parte da geração da Canção Nova e fez parcerias com Victor Jara. Uma orquestra fez uma versão ao ar livre de El pueblo unido jamás será vencido.

Com a revolta chilena atual, surgiu um novo interesse nas canções de protesto. El derecho de vivir en paz entrou no primeiro lugar das 50 músicas virais do Chile, no Spotify, e  Vientos del pueblo ficou na 36ª posição.

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Violonistas tocam, acompanhados por uma multidão, 'El derecho de vivir en paz', de Victor Jara - Foto: Pedro Ugarte/AFP

Tudo começou com o aumento do transporte público e de repente milhares estavam nas ruas do Chile. O presidente Sebastián Piñera decretou toque de recolher depois que as manifestações cresceram.

Toda retirada de liberdade é sempre recebida com indignação, mas a resposta de uma cantora anônima surpreendeu. No lugar de bater panelas, ela soltou a voz e foi ovacionada pela vizinhança.

A música é El cigarrito, de Victor Jara.

Os atos chegam nesta segunda ao 11º dia e após a reunião de mais de 1 milhão de pessoas em Santiago, o Piñera pediu que seus ministros entregassem o cargo. Em uma dessas manifestações, dezenas de violonistas se juntaram para tocar El derecho de vivir en paz, de Victor Jara. Aos instrumentos somaram-se as vozes de milhares de pessoas que estavam protestando.

Jara era um militante comunista, professor e, assim como Violeta Parra, um dos mais importantes cantores e compositores do Chile. Ele foi ativo na luta contra a ditadura de Augusto Pinochet até ser preso, torturado e assassinado. Histórias contam que ele teve as mãos esmagadas a coronhadas para não poder voltar a tocar. Em 2018, oito ex-militares foram condenados pelo assassinato do cantor.

Victor Jara - Foto: Victor Jara Foundation

Um pianista também desafiou o toque de recolher de Piñera, mas tocando Gracias a la vida de Violeta Parra. Parra é considerada a pedra fundamental da Canção Nova chilena, importante movimento dos anos 1960. A artista não só compôs, como cantou e divulgou a cultura do país e seria regravada internacionalmente por Joan Baez, Merdecedes Sosa e Milton Nascimento. Antes de cometer suicídio, a cantora também incentivou o compatriota Victor Jara.

Violeta Parra - Foto: Wikipedia

A canção El pueblo unido jamás será vencido, do grupo Quilapayún, também foi resgatada nas atuais manifestações. Criada originalmente durante e em apoio à campanha de Allende, a música virou um hino de resistência contra a ditadura Pinochet. A banda também faz parte da geração da Canção Nova e fez parcerias com Victor Jara. Uma orquestra fez uma versão ao ar livre de El pueblo unido jamás será vencido.

Com a revolta chilena atual, surgiu um novo interesse nas canções de protesto. El derecho de vivir en paz entrou no primeiro lugar das 50 músicas virais do Chile, no Spotify, e  Vientos del pueblo ficou na 36ª posição.

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