Catarstrófico


Tamanho não é documento, mas tradição sim. E o Catar, apesar de ter o PSG, não a tem

Por Sérgio Augusto

Por que tanta gente se diz desinteressada da Copa que começa amanhã? Mais: por que tantos admitem que não vão torcer pelo Brasil? Só porque os patridiotas usurparam e conspurcaram a camisa da seleção, não foi. De minha parte, perdi interesse por futebol antes da pandemia, depois do Mundial de 2014, e não exatamente por causa dos 7 x 1.

Na verdade, se em campo nosso futebol deixou de ser o “beautiful game”, fora dele a cafonice e o exibicionismo dos jogadores, com sua monocórdia fixação em brincos, penteados espalhafatosos e mais tatuagens no corpo que o Queequeg de Moby Dick, já haviam feito metade do estrago. Neymar veio de bônus.

Cresci a ansiar pelas Copas, lastimando sua disputa não ser anual - e agora, justo quando disponho de um televisor com muito mais polegadas do que tinha e havia na Copa de 70 (ah! a Copa de 70), fui puxar um cartão vermelho para o certame.

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Cheguei a escrever para o Aliás sobre os três primeiros Mundiais deste século e só me abstive da polêmica sobre a escolha do Catar, 12 anos atrás, por não ter quase nada a acrescentar ao dito e repisado pela mídia internacional sobre a “catarstrófica” escolha. Futebol e Copa do Mundo não são para o bico do emirado do Golfo Pérsico, menor país a hospedar o Mundial.

Foto oficial da seleção brasileira para o Catar. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Tamanho não é documento, mas tradição futebolística sim, e o Catar, apesar da compra do Paris Saint-Germain pelo emirado, não a tem. Seu negócio é petróleo, gás, autoritarismo e desrespeito a direitos humanos, sobretudo os das mulheres.

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A política esportiva tem peso relativo frente aos petrodólares. O estatuto da Fifa não proíbe que seu mais nobre torneio seja realizado em países sob regime autocrático. A Copa de 1934 foi na Itália fascista de Mussolini. A de 1978, na Argentina, teve interferência direta dos milicos torturadores. Ambas vencidas, marotamente, pelos anfitriões. Nem com ajuda de Alá e pressão do emir Hamad al-Thani os catarenses têm chance este ano.

O Brasil quase foi palco da Copa de 1942, o que acrescentaria a essa lista de ditaduras a do Estado Novo. Aliás, Jules Rimet, presidente da Fifa, estava no Rio em agosto-setembro de 1939, acertando os ponteiros para o primeiro Mundial no Brasil dali a três anos, quando Hitler invadiu a Polônia, e a Copa acabou suspensa pela guerra.

No dia em que conquistamos o penta, na primeira Copa da Ásia, em 2002, topei com uma placa em Ipanema: “Agora só falta o Lula ganhar a eleição”. Quatro meses depois, Lula elegeu-se presidente. Nesta primeira Copa do Oriente Médio, a situação inverteu-se, mas, dado o desânimo de boa parte da torcida, duvido que alguém se anime a augurar, em nova placa, que “agora só falta o hexa.”

Por que tanta gente se diz desinteressada da Copa que começa amanhã? Mais: por que tantos admitem que não vão torcer pelo Brasil? Só porque os patridiotas usurparam e conspurcaram a camisa da seleção, não foi. De minha parte, perdi interesse por futebol antes da pandemia, depois do Mundial de 2014, e não exatamente por causa dos 7 x 1.

Na verdade, se em campo nosso futebol deixou de ser o “beautiful game”, fora dele a cafonice e o exibicionismo dos jogadores, com sua monocórdia fixação em brincos, penteados espalhafatosos e mais tatuagens no corpo que o Queequeg de Moby Dick, já haviam feito metade do estrago. Neymar veio de bônus.

Cresci a ansiar pelas Copas, lastimando sua disputa não ser anual - e agora, justo quando disponho de um televisor com muito mais polegadas do que tinha e havia na Copa de 70 (ah! a Copa de 70), fui puxar um cartão vermelho para o certame.

Cheguei a escrever para o Aliás sobre os três primeiros Mundiais deste século e só me abstive da polêmica sobre a escolha do Catar, 12 anos atrás, por não ter quase nada a acrescentar ao dito e repisado pela mídia internacional sobre a “catarstrófica” escolha. Futebol e Copa do Mundo não são para o bico do emirado do Golfo Pérsico, menor país a hospedar o Mundial.

Foto oficial da seleção brasileira para o Catar. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Tamanho não é documento, mas tradição futebolística sim, e o Catar, apesar da compra do Paris Saint-Germain pelo emirado, não a tem. Seu negócio é petróleo, gás, autoritarismo e desrespeito a direitos humanos, sobretudo os das mulheres.

A política esportiva tem peso relativo frente aos petrodólares. O estatuto da Fifa não proíbe que seu mais nobre torneio seja realizado em países sob regime autocrático. A Copa de 1934 foi na Itália fascista de Mussolini. A de 1978, na Argentina, teve interferência direta dos milicos torturadores. Ambas vencidas, marotamente, pelos anfitriões. Nem com ajuda de Alá e pressão do emir Hamad al-Thani os catarenses têm chance este ano.

O Brasil quase foi palco da Copa de 1942, o que acrescentaria a essa lista de ditaduras a do Estado Novo. Aliás, Jules Rimet, presidente da Fifa, estava no Rio em agosto-setembro de 1939, acertando os ponteiros para o primeiro Mundial no Brasil dali a três anos, quando Hitler invadiu a Polônia, e a Copa acabou suspensa pela guerra.

No dia em que conquistamos o penta, na primeira Copa da Ásia, em 2002, topei com uma placa em Ipanema: “Agora só falta o Lula ganhar a eleição”. Quatro meses depois, Lula elegeu-se presidente. Nesta primeira Copa do Oriente Médio, a situação inverteu-se, mas, dado o desânimo de boa parte da torcida, duvido que alguém se anime a augurar, em nova placa, que “agora só falta o hexa.”

Por que tanta gente se diz desinteressada da Copa que começa amanhã? Mais: por que tantos admitem que não vão torcer pelo Brasil? Só porque os patridiotas usurparam e conspurcaram a camisa da seleção, não foi. De minha parte, perdi interesse por futebol antes da pandemia, depois do Mundial de 2014, e não exatamente por causa dos 7 x 1.

Na verdade, se em campo nosso futebol deixou de ser o “beautiful game”, fora dele a cafonice e o exibicionismo dos jogadores, com sua monocórdia fixação em brincos, penteados espalhafatosos e mais tatuagens no corpo que o Queequeg de Moby Dick, já haviam feito metade do estrago. Neymar veio de bônus.

Cresci a ansiar pelas Copas, lastimando sua disputa não ser anual - e agora, justo quando disponho de um televisor com muito mais polegadas do que tinha e havia na Copa de 70 (ah! a Copa de 70), fui puxar um cartão vermelho para o certame.

Cheguei a escrever para o Aliás sobre os três primeiros Mundiais deste século e só me abstive da polêmica sobre a escolha do Catar, 12 anos atrás, por não ter quase nada a acrescentar ao dito e repisado pela mídia internacional sobre a “catarstrófica” escolha. Futebol e Copa do Mundo não são para o bico do emirado do Golfo Pérsico, menor país a hospedar o Mundial.

Foto oficial da seleção brasileira para o Catar. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Tamanho não é documento, mas tradição futebolística sim, e o Catar, apesar da compra do Paris Saint-Germain pelo emirado, não a tem. Seu negócio é petróleo, gás, autoritarismo e desrespeito a direitos humanos, sobretudo os das mulheres.

A política esportiva tem peso relativo frente aos petrodólares. O estatuto da Fifa não proíbe que seu mais nobre torneio seja realizado em países sob regime autocrático. A Copa de 1934 foi na Itália fascista de Mussolini. A de 1978, na Argentina, teve interferência direta dos milicos torturadores. Ambas vencidas, marotamente, pelos anfitriões. Nem com ajuda de Alá e pressão do emir Hamad al-Thani os catarenses têm chance este ano.

O Brasil quase foi palco da Copa de 1942, o que acrescentaria a essa lista de ditaduras a do Estado Novo. Aliás, Jules Rimet, presidente da Fifa, estava no Rio em agosto-setembro de 1939, acertando os ponteiros para o primeiro Mundial no Brasil dali a três anos, quando Hitler invadiu a Polônia, e a Copa acabou suspensa pela guerra.

No dia em que conquistamos o penta, na primeira Copa da Ásia, em 2002, topei com uma placa em Ipanema: “Agora só falta o Lula ganhar a eleição”. Quatro meses depois, Lula elegeu-se presidente. Nesta primeira Copa do Oriente Médio, a situação inverteu-se, mas, dado o desânimo de boa parte da torcida, duvido que alguém se anime a augurar, em nova placa, que “agora só falta o hexa.”

Por que tanta gente se diz desinteressada da Copa que começa amanhã? Mais: por que tantos admitem que não vão torcer pelo Brasil? Só porque os patridiotas usurparam e conspurcaram a camisa da seleção, não foi. De minha parte, perdi interesse por futebol antes da pandemia, depois do Mundial de 2014, e não exatamente por causa dos 7 x 1.

Na verdade, se em campo nosso futebol deixou de ser o “beautiful game”, fora dele a cafonice e o exibicionismo dos jogadores, com sua monocórdia fixação em brincos, penteados espalhafatosos e mais tatuagens no corpo que o Queequeg de Moby Dick, já haviam feito metade do estrago. Neymar veio de bônus.

Cresci a ansiar pelas Copas, lastimando sua disputa não ser anual - e agora, justo quando disponho de um televisor com muito mais polegadas do que tinha e havia na Copa de 70 (ah! a Copa de 70), fui puxar um cartão vermelho para o certame.

Cheguei a escrever para o Aliás sobre os três primeiros Mundiais deste século e só me abstive da polêmica sobre a escolha do Catar, 12 anos atrás, por não ter quase nada a acrescentar ao dito e repisado pela mídia internacional sobre a “catarstrófica” escolha. Futebol e Copa do Mundo não são para o bico do emirado do Golfo Pérsico, menor país a hospedar o Mundial.

Foto oficial da seleção brasileira para o Catar. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Tamanho não é documento, mas tradição futebolística sim, e o Catar, apesar da compra do Paris Saint-Germain pelo emirado, não a tem. Seu negócio é petróleo, gás, autoritarismo e desrespeito a direitos humanos, sobretudo os das mulheres.

A política esportiva tem peso relativo frente aos petrodólares. O estatuto da Fifa não proíbe que seu mais nobre torneio seja realizado em países sob regime autocrático. A Copa de 1934 foi na Itália fascista de Mussolini. A de 1978, na Argentina, teve interferência direta dos milicos torturadores. Ambas vencidas, marotamente, pelos anfitriões. Nem com ajuda de Alá e pressão do emir Hamad al-Thani os catarenses têm chance este ano.

O Brasil quase foi palco da Copa de 1942, o que acrescentaria a essa lista de ditaduras a do Estado Novo. Aliás, Jules Rimet, presidente da Fifa, estava no Rio em agosto-setembro de 1939, acertando os ponteiros para o primeiro Mundial no Brasil dali a três anos, quando Hitler invadiu a Polônia, e a Copa acabou suspensa pela guerra.

No dia em que conquistamos o penta, na primeira Copa da Ásia, em 2002, topei com uma placa em Ipanema: “Agora só falta o Lula ganhar a eleição”. Quatro meses depois, Lula elegeu-se presidente. Nesta primeira Copa do Oriente Médio, a situação inverteu-se, mas, dado o desânimo de boa parte da torcida, duvido que alguém se anime a augurar, em nova placa, que “agora só falta o hexa.”

Por que tanta gente se diz desinteressada da Copa que começa amanhã? Mais: por que tantos admitem que não vão torcer pelo Brasil? Só porque os patridiotas usurparam e conspurcaram a camisa da seleção, não foi. De minha parte, perdi interesse por futebol antes da pandemia, depois do Mundial de 2014, e não exatamente por causa dos 7 x 1.

Na verdade, se em campo nosso futebol deixou de ser o “beautiful game”, fora dele a cafonice e o exibicionismo dos jogadores, com sua monocórdia fixação em brincos, penteados espalhafatosos e mais tatuagens no corpo que o Queequeg de Moby Dick, já haviam feito metade do estrago. Neymar veio de bônus.

Cresci a ansiar pelas Copas, lastimando sua disputa não ser anual - e agora, justo quando disponho de um televisor com muito mais polegadas do que tinha e havia na Copa de 70 (ah! a Copa de 70), fui puxar um cartão vermelho para o certame.

Cheguei a escrever para o Aliás sobre os três primeiros Mundiais deste século e só me abstive da polêmica sobre a escolha do Catar, 12 anos atrás, por não ter quase nada a acrescentar ao dito e repisado pela mídia internacional sobre a “catarstrófica” escolha. Futebol e Copa do Mundo não são para o bico do emirado do Golfo Pérsico, menor país a hospedar o Mundial.

Foto oficial da seleção brasileira para o Catar. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Tamanho não é documento, mas tradição futebolística sim, e o Catar, apesar da compra do Paris Saint-Germain pelo emirado, não a tem. Seu negócio é petróleo, gás, autoritarismo e desrespeito a direitos humanos, sobretudo os das mulheres.

A política esportiva tem peso relativo frente aos petrodólares. O estatuto da Fifa não proíbe que seu mais nobre torneio seja realizado em países sob regime autocrático. A Copa de 1934 foi na Itália fascista de Mussolini. A de 1978, na Argentina, teve interferência direta dos milicos torturadores. Ambas vencidas, marotamente, pelos anfitriões. Nem com ajuda de Alá e pressão do emir Hamad al-Thani os catarenses têm chance este ano.

O Brasil quase foi palco da Copa de 1942, o que acrescentaria a essa lista de ditaduras a do Estado Novo. Aliás, Jules Rimet, presidente da Fifa, estava no Rio em agosto-setembro de 1939, acertando os ponteiros para o primeiro Mundial no Brasil dali a três anos, quando Hitler invadiu a Polônia, e a Copa acabou suspensa pela guerra.

No dia em que conquistamos o penta, na primeira Copa da Ásia, em 2002, topei com uma placa em Ipanema: “Agora só falta o Lula ganhar a eleição”. Quatro meses depois, Lula elegeu-se presidente. Nesta primeira Copa do Oriente Médio, a situação inverteu-se, mas, dado o desânimo de boa parte da torcida, duvido que alguém se anime a augurar, em nova placa, que “agora só falta o hexa.”

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