10 revelações sobre a tutela de Britney Spears


Através de entrevistas e documentos sigilosos, três documentários contam detalhes da tutela em que a cantora vive desde 2008

Por João Ker

Em 23 de junho, Britney Spears falou publicamente pela primeira vez e em detalhes sobre algumas das privações e os muitos abusos que sofreu nos últimos 13 anos, desde que foi colocada sob uma tutela que garante ao pai poder sobre sua vida pessoal, profissional e suas finanças. Durante um longo e emocionado depoimento à Corte de Los Angeles, a Princesa do Pop se autodeclarou uma “vítima de tráfico humano” e disse que era impedida sequer de remover o DIU e tentar engravidar. Três documentários lançados nos últimos dias ajudam a entender um pouco melhor como essa armadilha judicial foi possível e até que ponto ela chegou. No sábado, 25, a equipe do The New York Times lançou Controlling Britney Spears, a continuação do filme de março, Framing Britney Spears, com novas entrevistas, documentos e um olhar mais aprofundado sobre a tutela, tão pouco explorada no primeiro filme. No dia seguinte, a CNN dos Estados Unidos exibiu um especial de uma hora sobre o tema, no qual traz relatos de fontes próximas à artista que falam pela primeira vez sobre como ela se sente e quem ela culpa pela prisão em que vive. 

A cantora Britney Spears, em junho, falou pela primeira vez publicamente sobre os abusos que sofreu nos últimos 13 anos. Foto: REUTERS/Eduardo Munoz

Já nesta terça-feira, 28, a Netflix lançou o documentário Britney vs Spears, o mais recente a vasculhar a vida pessoal e profissional da artista desde 2007, trazendo também uma série de detalhes e episódios ainda obscuros sobre os últimos 13 anos. Abaixo, confira as principais revelações feitas pelas três produções:

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Medicação alterada: a equipe de Britney vs Spears teve acesso a documentos sigilosos e até então inéditos sobre as prescrições médicas e os remédios psiquiátricos que a popstar era obrigada a tomar por seus tutores. Em 2009, quando se preparava para a turnê mundial de divulgação do álbum Circus, Britney tomava estimulantes para dar conta da rotina intensa de shows, viagens e divulgação. Já em 2013, durante sua participação como jurada no The X Factor, a dose dos remédios foi aumentada já que ela se sentia sob a “pressão indevida” de um programa ao vivo.  Em seu próprio depoimento ao tribunal, Britney disse que quando se recusou a continuar trabalhando, em 2019, sua equipe a dopou com lítio, um antidepressivo que a deixava “bêbada” e incapaz de “ter uma conversa com a minha mãe ou meus filhos sobre qualquer coisa”. 

Vigilância 24 horas: desde que entrou para a tutela, Britney é seguida 24 horas por dia pelos seguranças contratados com seu próprio dinheiro. Mais do que mantê-la segura, eles vigiam qualquer interação da popstar com amigos, familiares, colegas de trabalho e namorados. Uma equipe também está sempre posicionada dentro de sua casa, mesmo que ela esteja sozinha.

Britney Spears e o noivo Sam Asghari em Los Angeles, California. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni
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Gravadores escondidos: uma das principais revelações de Controlling Britney Spears foi feita por Alex Vlasov, que trabalhava na equipe de segurança da empresa Black Box no monitoramento de Britney. Segundo ele, a casa da popstar era repleta de gravadores escondidos, inclusive seu quarto, que registravam desde conversas que ela tinha com os filhos até suas reuniões com o próprio advogado, que teoricamente teriam o privilégio do segredo garantido pela justiça da Califórnia. Ao todo, Vlasov diz que mais de 180 horas foram capturadas na casa da artista sem que ela soubesse ou tivesse consentido.

Grampeada: além dos gravadores escondidos e da vigilância de seguranças, o telefone de Britney foi grampeado pela mesma empresa, que tinha acesso a todas as ligações que ela fazia ou recebia, mensagens que trocava, sites que visitava e fotos que tirava. 

Lucro de terceiros: os três documentários deixam claro que o pai de Britney, Jamie Spears, ganha uma mesada fixa de U$ 16 mil, além das porcentagens para cada negócio que ela fechasse, show que vendesse ou música que gravasse. Em Controlling Britney Spears e Britney vs Spears, vários profissionais que trabalharam com a popstar em shows e programas ao longo do ano relataram que ela se sentia cansada do excesso de trabalho e precisava de uma pausa, mas era forçada a continuar se apresentando para que as pessoas envolvidas não deixassem de lucrar.

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Fãs da cantora nos Estado Unidos protestam no movimento 'Free Britney'. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Restrição financeira: apesar de ser uma das artistas mais lucrativas das últimas décadas, Britney não podia almoçar sushi, comprar roupas ou sequer um celular. Tish Yates, responsável pelo figurino da turnê do “Circus”, conta em Controlling que a artista foi proibida de comprar um tênis e ela acabou tirando o dinheiro do próprio orçamento de figurino e dando-o de presente à popstar. 

Tentativas de socorro: Britney vs Spears traz depoimentos de pessoas que receberam cartas da popstar pedindo ajuda. Uma delas foi o fotógrafo Andrew Gallery, que filmou o documentário For The Record, em 2008. Além de entregar-lhe uma carta escrita de próprio punho, Britney pediu que ele a lesse na televisão para esclarecer o episódio em que se trancou no banheiro com os filhos. Ela também pediria ocasionalmente para usar o telefone pessoal do amigo e ligar para advogados ou conhecidos em busca de ajuda. Outro episódio narrado no documentário conta uma tentativa frustrada de Britney contratar seu próprio advogado já em 2009. Ela teria se encontrado escondida com uma jornalista no banheiro do Beverly Hills Hotel e assinado um documento no qual afirmava que não tinha como confiar no advogado Sam Ingham, apontado pela corte, e que era vítima de abuso da tutela.

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Exploração: a CEO da companhia TriStar finalmente recebeu papel de destaque em todos os três documentários, que apontaram como ela foi uma das principais responsáveis por adiantar e idealizar o processo de tutela através de Jamie Spears. Mais do que isso, ela também teria recebido uma grande porcentagem dos lucros da popstar e uma segunda funcionária, Robin Greenhill, tinha como função isolar a artista de qualquer contato pessoal, assim como manter uma agenda de trabalho que incluía dias úteis até em seu aniversário.

Lou Taylor: fontes próximas a Britney e ouvidas pela CNN afirmam que a popstar culpa Lou Taylor pela tutela e por muitos dos problemas que se seguiram. “Britney está ciente e com raiva do poder exercido sobre ela por Lou Taylor e sua empresa, que arrancaram milhares de dólares da sua fortuna.”

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Violência doméstica: desde 2019, há muita especulação sobre o que teria motivado Britney a lutar novamente para sair da tutela e qual teria sido a gota d’água para que ela se revoltasse contra o pai. Em Britney vs Spears, o advogado de Kevin Federline, ex-marido da artista e pai de seus filhos, finalmente confirma que Jamie Spears teria colocado os dois meninos em um situação que eles “temiam pela própria segurança”, após uma briga em que ele teria tentado agredir um dos rapazes. Outros documentos apontam que a própria Britney tentou contestar a capacidade do pai de ser tutor, uma vez que ele estaria se embriagando regularmente. “E quem é ela para cobrar isso de alguém?”, respondeu a juíza.

Em 23 de junho, Britney Spears falou publicamente pela primeira vez e em detalhes sobre algumas das privações e os muitos abusos que sofreu nos últimos 13 anos, desde que foi colocada sob uma tutela que garante ao pai poder sobre sua vida pessoal, profissional e suas finanças. Durante um longo e emocionado depoimento à Corte de Los Angeles, a Princesa do Pop se autodeclarou uma “vítima de tráfico humano” e disse que era impedida sequer de remover o DIU e tentar engravidar. Três documentários lançados nos últimos dias ajudam a entender um pouco melhor como essa armadilha judicial foi possível e até que ponto ela chegou. No sábado, 25, a equipe do The New York Times lançou Controlling Britney Spears, a continuação do filme de março, Framing Britney Spears, com novas entrevistas, documentos e um olhar mais aprofundado sobre a tutela, tão pouco explorada no primeiro filme. No dia seguinte, a CNN dos Estados Unidos exibiu um especial de uma hora sobre o tema, no qual traz relatos de fontes próximas à artista que falam pela primeira vez sobre como ela se sente e quem ela culpa pela prisão em que vive. 

A cantora Britney Spears, em junho, falou pela primeira vez publicamente sobre os abusos que sofreu nos últimos 13 anos. Foto: REUTERS/Eduardo Munoz

Já nesta terça-feira, 28, a Netflix lançou o documentário Britney vs Spears, o mais recente a vasculhar a vida pessoal e profissional da artista desde 2007, trazendo também uma série de detalhes e episódios ainda obscuros sobre os últimos 13 anos. Abaixo, confira as principais revelações feitas pelas três produções:

Medicação alterada: a equipe de Britney vs Spears teve acesso a documentos sigilosos e até então inéditos sobre as prescrições médicas e os remédios psiquiátricos que a popstar era obrigada a tomar por seus tutores. Em 2009, quando se preparava para a turnê mundial de divulgação do álbum Circus, Britney tomava estimulantes para dar conta da rotina intensa de shows, viagens e divulgação. Já em 2013, durante sua participação como jurada no The X Factor, a dose dos remédios foi aumentada já que ela se sentia sob a “pressão indevida” de um programa ao vivo.  Em seu próprio depoimento ao tribunal, Britney disse que quando se recusou a continuar trabalhando, em 2019, sua equipe a dopou com lítio, um antidepressivo que a deixava “bêbada” e incapaz de “ter uma conversa com a minha mãe ou meus filhos sobre qualquer coisa”. 

Vigilância 24 horas: desde que entrou para a tutela, Britney é seguida 24 horas por dia pelos seguranças contratados com seu próprio dinheiro. Mais do que mantê-la segura, eles vigiam qualquer interação da popstar com amigos, familiares, colegas de trabalho e namorados. Uma equipe também está sempre posicionada dentro de sua casa, mesmo que ela esteja sozinha.

Britney Spears e o noivo Sam Asghari em Los Angeles, California. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Gravadores escondidos: uma das principais revelações de Controlling Britney Spears foi feita por Alex Vlasov, que trabalhava na equipe de segurança da empresa Black Box no monitoramento de Britney. Segundo ele, a casa da popstar era repleta de gravadores escondidos, inclusive seu quarto, que registravam desde conversas que ela tinha com os filhos até suas reuniões com o próprio advogado, que teoricamente teriam o privilégio do segredo garantido pela justiça da Califórnia. Ao todo, Vlasov diz que mais de 180 horas foram capturadas na casa da artista sem que ela soubesse ou tivesse consentido.

Grampeada: além dos gravadores escondidos e da vigilância de seguranças, o telefone de Britney foi grampeado pela mesma empresa, que tinha acesso a todas as ligações que ela fazia ou recebia, mensagens que trocava, sites que visitava e fotos que tirava. 

Lucro de terceiros: os três documentários deixam claro que o pai de Britney, Jamie Spears, ganha uma mesada fixa de U$ 16 mil, além das porcentagens para cada negócio que ela fechasse, show que vendesse ou música que gravasse. Em Controlling Britney Spears e Britney vs Spears, vários profissionais que trabalharam com a popstar em shows e programas ao longo do ano relataram que ela se sentia cansada do excesso de trabalho e precisava de uma pausa, mas era forçada a continuar se apresentando para que as pessoas envolvidas não deixassem de lucrar.

Fãs da cantora nos Estado Unidos protestam no movimento 'Free Britney'. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Restrição financeira: apesar de ser uma das artistas mais lucrativas das últimas décadas, Britney não podia almoçar sushi, comprar roupas ou sequer um celular. Tish Yates, responsável pelo figurino da turnê do “Circus”, conta em Controlling que a artista foi proibida de comprar um tênis e ela acabou tirando o dinheiro do próprio orçamento de figurino e dando-o de presente à popstar. 

Tentativas de socorro: Britney vs Spears traz depoimentos de pessoas que receberam cartas da popstar pedindo ajuda. Uma delas foi o fotógrafo Andrew Gallery, que filmou o documentário For The Record, em 2008. Além de entregar-lhe uma carta escrita de próprio punho, Britney pediu que ele a lesse na televisão para esclarecer o episódio em que se trancou no banheiro com os filhos. Ela também pediria ocasionalmente para usar o telefone pessoal do amigo e ligar para advogados ou conhecidos em busca de ajuda. Outro episódio narrado no documentário conta uma tentativa frustrada de Britney contratar seu próprio advogado já em 2009. Ela teria se encontrado escondida com uma jornalista no banheiro do Beverly Hills Hotel e assinado um documento no qual afirmava que não tinha como confiar no advogado Sam Ingham, apontado pela corte, e que era vítima de abuso da tutela.

Exploração: a CEO da companhia TriStar finalmente recebeu papel de destaque em todos os três documentários, que apontaram como ela foi uma das principais responsáveis por adiantar e idealizar o processo de tutela através de Jamie Spears. Mais do que isso, ela também teria recebido uma grande porcentagem dos lucros da popstar e uma segunda funcionária, Robin Greenhill, tinha como função isolar a artista de qualquer contato pessoal, assim como manter uma agenda de trabalho que incluía dias úteis até em seu aniversário.

Lou Taylor: fontes próximas a Britney e ouvidas pela CNN afirmam que a popstar culpa Lou Taylor pela tutela e por muitos dos problemas que se seguiram. “Britney está ciente e com raiva do poder exercido sobre ela por Lou Taylor e sua empresa, que arrancaram milhares de dólares da sua fortuna.”

Violência doméstica: desde 2019, há muita especulação sobre o que teria motivado Britney a lutar novamente para sair da tutela e qual teria sido a gota d’água para que ela se revoltasse contra o pai. Em Britney vs Spears, o advogado de Kevin Federline, ex-marido da artista e pai de seus filhos, finalmente confirma que Jamie Spears teria colocado os dois meninos em um situação que eles “temiam pela própria segurança”, após uma briga em que ele teria tentado agredir um dos rapazes. Outros documentos apontam que a própria Britney tentou contestar a capacidade do pai de ser tutor, uma vez que ele estaria se embriagando regularmente. “E quem é ela para cobrar isso de alguém?”, respondeu a juíza.

Em 23 de junho, Britney Spears falou publicamente pela primeira vez e em detalhes sobre algumas das privações e os muitos abusos que sofreu nos últimos 13 anos, desde que foi colocada sob uma tutela que garante ao pai poder sobre sua vida pessoal, profissional e suas finanças. Durante um longo e emocionado depoimento à Corte de Los Angeles, a Princesa do Pop se autodeclarou uma “vítima de tráfico humano” e disse que era impedida sequer de remover o DIU e tentar engravidar. Três documentários lançados nos últimos dias ajudam a entender um pouco melhor como essa armadilha judicial foi possível e até que ponto ela chegou. No sábado, 25, a equipe do The New York Times lançou Controlling Britney Spears, a continuação do filme de março, Framing Britney Spears, com novas entrevistas, documentos e um olhar mais aprofundado sobre a tutela, tão pouco explorada no primeiro filme. No dia seguinte, a CNN dos Estados Unidos exibiu um especial de uma hora sobre o tema, no qual traz relatos de fontes próximas à artista que falam pela primeira vez sobre como ela se sente e quem ela culpa pela prisão em que vive. 

A cantora Britney Spears, em junho, falou pela primeira vez publicamente sobre os abusos que sofreu nos últimos 13 anos. Foto: REUTERS/Eduardo Munoz

Já nesta terça-feira, 28, a Netflix lançou o documentário Britney vs Spears, o mais recente a vasculhar a vida pessoal e profissional da artista desde 2007, trazendo também uma série de detalhes e episódios ainda obscuros sobre os últimos 13 anos. Abaixo, confira as principais revelações feitas pelas três produções:

Medicação alterada: a equipe de Britney vs Spears teve acesso a documentos sigilosos e até então inéditos sobre as prescrições médicas e os remédios psiquiátricos que a popstar era obrigada a tomar por seus tutores. Em 2009, quando se preparava para a turnê mundial de divulgação do álbum Circus, Britney tomava estimulantes para dar conta da rotina intensa de shows, viagens e divulgação. Já em 2013, durante sua participação como jurada no The X Factor, a dose dos remédios foi aumentada já que ela se sentia sob a “pressão indevida” de um programa ao vivo.  Em seu próprio depoimento ao tribunal, Britney disse que quando se recusou a continuar trabalhando, em 2019, sua equipe a dopou com lítio, um antidepressivo que a deixava “bêbada” e incapaz de “ter uma conversa com a minha mãe ou meus filhos sobre qualquer coisa”. 

Vigilância 24 horas: desde que entrou para a tutela, Britney é seguida 24 horas por dia pelos seguranças contratados com seu próprio dinheiro. Mais do que mantê-la segura, eles vigiam qualquer interação da popstar com amigos, familiares, colegas de trabalho e namorados. Uma equipe também está sempre posicionada dentro de sua casa, mesmo que ela esteja sozinha.

Britney Spears e o noivo Sam Asghari em Los Angeles, California. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Gravadores escondidos: uma das principais revelações de Controlling Britney Spears foi feita por Alex Vlasov, que trabalhava na equipe de segurança da empresa Black Box no monitoramento de Britney. Segundo ele, a casa da popstar era repleta de gravadores escondidos, inclusive seu quarto, que registravam desde conversas que ela tinha com os filhos até suas reuniões com o próprio advogado, que teoricamente teriam o privilégio do segredo garantido pela justiça da Califórnia. Ao todo, Vlasov diz que mais de 180 horas foram capturadas na casa da artista sem que ela soubesse ou tivesse consentido.

Grampeada: além dos gravadores escondidos e da vigilância de seguranças, o telefone de Britney foi grampeado pela mesma empresa, que tinha acesso a todas as ligações que ela fazia ou recebia, mensagens que trocava, sites que visitava e fotos que tirava. 

Lucro de terceiros: os três documentários deixam claro que o pai de Britney, Jamie Spears, ganha uma mesada fixa de U$ 16 mil, além das porcentagens para cada negócio que ela fechasse, show que vendesse ou música que gravasse. Em Controlling Britney Spears e Britney vs Spears, vários profissionais que trabalharam com a popstar em shows e programas ao longo do ano relataram que ela se sentia cansada do excesso de trabalho e precisava de uma pausa, mas era forçada a continuar se apresentando para que as pessoas envolvidas não deixassem de lucrar.

Fãs da cantora nos Estado Unidos protestam no movimento 'Free Britney'. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Restrição financeira: apesar de ser uma das artistas mais lucrativas das últimas décadas, Britney não podia almoçar sushi, comprar roupas ou sequer um celular. Tish Yates, responsável pelo figurino da turnê do “Circus”, conta em Controlling que a artista foi proibida de comprar um tênis e ela acabou tirando o dinheiro do próprio orçamento de figurino e dando-o de presente à popstar. 

Tentativas de socorro: Britney vs Spears traz depoimentos de pessoas que receberam cartas da popstar pedindo ajuda. Uma delas foi o fotógrafo Andrew Gallery, que filmou o documentário For The Record, em 2008. Além de entregar-lhe uma carta escrita de próprio punho, Britney pediu que ele a lesse na televisão para esclarecer o episódio em que se trancou no banheiro com os filhos. Ela também pediria ocasionalmente para usar o telefone pessoal do amigo e ligar para advogados ou conhecidos em busca de ajuda. Outro episódio narrado no documentário conta uma tentativa frustrada de Britney contratar seu próprio advogado já em 2009. Ela teria se encontrado escondida com uma jornalista no banheiro do Beverly Hills Hotel e assinado um documento no qual afirmava que não tinha como confiar no advogado Sam Ingham, apontado pela corte, e que era vítima de abuso da tutela.

Exploração: a CEO da companhia TriStar finalmente recebeu papel de destaque em todos os três documentários, que apontaram como ela foi uma das principais responsáveis por adiantar e idealizar o processo de tutela através de Jamie Spears. Mais do que isso, ela também teria recebido uma grande porcentagem dos lucros da popstar e uma segunda funcionária, Robin Greenhill, tinha como função isolar a artista de qualquer contato pessoal, assim como manter uma agenda de trabalho que incluía dias úteis até em seu aniversário.

Lou Taylor: fontes próximas a Britney e ouvidas pela CNN afirmam que a popstar culpa Lou Taylor pela tutela e por muitos dos problemas que se seguiram. “Britney está ciente e com raiva do poder exercido sobre ela por Lou Taylor e sua empresa, que arrancaram milhares de dólares da sua fortuna.”

Violência doméstica: desde 2019, há muita especulação sobre o que teria motivado Britney a lutar novamente para sair da tutela e qual teria sido a gota d’água para que ela se revoltasse contra o pai. Em Britney vs Spears, o advogado de Kevin Federline, ex-marido da artista e pai de seus filhos, finalmente confirma que Jamie Spears teria colocado os dois meninos em um situação que eles “temiam pela própria segurança”, após uma briga em que ele teria tentado agredir um dos rapazes. Outros documentos apontam que a própria Britney tentou contestar a capacidade do pai de ser tutor, uma vez que ele estaria se embriagando regularmente. “E quem é ela para cobrar isso de alguém?”, respondeu a juíza.

Em 23 de junho, Britney Spears falou publicamente pela primeira vez e em detalhes sobre algumas das privações e os muitos abusos que sofreu nos últimos 13 anos, desde que foi colocada sob uma tutela que garante ao pai poder sobre sua vida pessoal, profissional e suas finanças. Durante um longo e emocionado depoimento à Corte de Los Angeles, a Princesa do Pop se autodeclarou uma “vítima de tráfico humano” e disse que era impedida sequer de remover o DIU e tentar engravidar. Três documentários lançados nos últimos dias ajudam a entender um pouco melhor como essa armadilha judicial foi possível e até que ponto ela chegou. No sábado, 25, a equipe do The New York Times lançou Controlling Britney Spears, a continuação do filme de março, Framing Britney Spears, com novas entrevistas, documentos e um olhar mais aprofundado sobre a tutela, tão pouco explorada no primeiro filme. No dia seguinte, a CNN dos Estados Unidos exibiu um especial de uma hora sobre o tema, no qual traz relatos de fontes próximas à artista que falam pela primeira vez sobre como ela se sente e quem ela culpa pela prisão em que vive. 

A cantora Britney Spears, em junho, falou pela primeira vez publicamente sobre os abusos que sofreu nos últimos 13 anos. Foto: REUTERS/Eduardo Munoz

Já nesta terça-feira, 28, a Netflix lançou o documentário Britney vs Spears, o mais recente a vasculhar a vida pessoal e profissional da artista desde 2007, trazendo também uma série de detalhes e episódios ainda obscuros sobre os últimos 13 anos. Abaixo, confira as principais revelações feitas pelas três produções:

Medicação alterada: a equipe de Britney vs Spears teve acesso a documentos sigilosos e até então inéditos sobre as prescrições médicas e os remédios psiquiátricos que a popstar era obrigada a tomar por seus tutores. Em 2009, quando se preparava para a turnê mundial de divulgação do álbum Circus, Britney tomava estimulantes para dar conta da rotina intensa de shows, viagens e divulgação. Já em 2013, durante sua participação como jurada no The X Factor, a dose dos remédios foi aumentada já que ela se sentia sob a “pressão indevida” de um programa ao vivo.  Em seu próprio depoimento ao tribunal, Britney disse que quando se recusou a continuar trabalhando, em 2019, sua equipe a dopou com lítio, um antidepressivo que a deixava “bêbada” e incapaz de “ter uma conversa com a minha mãe ou meus filhos sobre qualquer coisa”. 

Vigilância 24 horas: desde que entrou para a tutela, Britney é seguida 24 horas por dia pelos seguranças contratados com seu próprio dinheiro. Mais do que mantê-la segura, eles vigiam qualquer interação da popstar com amigos, familiares, colegas de trabalho e namorados. Uma equipe também está sempre posicionada dentro de sua casa, mesmo que ela esteja sozinha.

Britney Spears e o noivo Sam Asghari em Los Angeles, California. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Gravadores escondidos: uma das principais revelações de Controlling Britney Spears foi feita por Alex Vlasov, que trabalhava na equipe de segurança da empresa Black Box no monitoramento de Britney. Segundo ele, a casa da popstar era repleta de gravadores escondidos, inclusive seu quarto, que registravam desde conversas que ela tinha com os filhos até suas reuniões com o próprio advogado, que teoricamente teriam o privilégio do segredo garantido pela justiça da Califórnia. Ao todo, Vlasov diz que mais de 180 horas foram capturadas na casa da artista sem que ela soubesse ou tivesse consentido.

Grampeada: além dos gravadores escondidos e da vigilância de seguranças, o telefone de Britney foi grampeado pela mesma empresa, que tinha acesso a todas as ligações que ela fazia ou recebia, mensagens que trocava, sites que visitava e fotos que tirava. 

Lucro de terceiros: os três documentários deixam claro que o pai de Britney, Jamie Spears, ganha uma mesada fixa de U$ 16 mil, além das porcentagens para cada negócio que ela fechasse, show que vendesse ou música que gravasse. Em Controlling Britney Spears e Britney vs Spears, vários profissionais que trabalharam com a popstar em shows e programas ao longo do ano relataram que ela se sentia cansada do excesso de trabalho e precisava de uma pausa, mas era forçada a continuar se apresentando para que as pessoas envolvidas não deixassem de lucrar.

Fãs da cantora nos Estado Unidos protestam no movimento 'Free Britney'. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Restrição financeira: apesar de ser uma das artistas mais lucrativas das últimas décadas, Britney não podia almoçar sushi, comprar roupas ou sequer um celular. Tish Yates, responsável pelo figurino da turnê do “Circus”, conta em Controlling que a artista foi proibida de comprar um tênis e ela acabou tirando o dinheiro do próprio orçamento de figurino e dando-o de presente à popstar. 

Tentativas de socorro: Britney vs Spears traz depoimentos de pessoas que receberam cartas da popstar pedindo ajuda. Uma delas foi o fotógrafo Andrew Gallery, que filmou o documentário For The Record, em 2008. Além de entregar-lhe uma carta escrita de próprio punho, Britney pediu que ele a lesse na televisão para esclarecer o episódio em que se trancou no banheiro com os filhos. Ela também pediria ocasionalmente para usar o telefone pessoal do amigo e ligar para advogados ou conhecidos em busca de ajuda. Outro episódio narrado no documentário conta uma tentativa frustrada de Britney contratar seu próprio advogado já em 2009. Ela teria se encontrado escondida com uma jornalista no banheiro do Beverly Hills Hotel e assinado um documento no qual afirmava que não tinha como confiar no advogado Sam Ingham, apontado pela corte, e que era vítima de abuso da tutela.

Exploração: a CEO da companhia TriStar finalmente recebeu papel de destaque em todos os três documentários, que apontaram como ela foi uma das principais responsáveis por adiantar e idealizar o processo de tutela através de Jamie Spears. Mais do que isso, ela também teria recebido uma grande porcentagem dos lucros da popstar e uma segunda funcionária, Robin Greenhill, tinha como função isolar a artista de qualquer contato pessoal, assim como manter uma agenda de trabalho que incluía dias úteis até em seu aniversário.

Lou Taylor: fontes próximas a Britney e ouvidas pela CNN afirmam que a popstar culpa Lou Taylor pela tutela e por muitos dos problemas que se seguiram. “Britney está ciente e com raiva do poder exercido sobre ela por Lou Taylor e sua empresa, que arrancaram milhares de dólares da sua fortuna.”

Violência doméstica: desde 2019, há muita especulação sobre o que teria motivado Britney a lutar novamente para sair da tutela e qual teria sido a gota d’água para que ela se revoltasse contra o pai. Em Britney vs Spears, o advogado de Kevin Federline, ex-marido da artista e pai de seus filhos, finalmente confirma que Jamie Spears teria colocado os dois meninos em um situação que eles “temiam pela própria segurança”, após uma briga em que ele teria tentado agredir um dos rapazes. Outros documentos apontam que a própria Britney tentou contestar a capacidade do pai de ser tutor, uma vez que ele estaria se embriagando regularmente. “E quem é ela para cobrar isso de alguém?”, respondeu a juíza.

Em 23 de junho, Britney Spears falou publicamente pela primeira vez e em detalhes sobre algumas das privações e os muitos abusos que sofreu nos últimos 13 anos, desde que foi colocada sob uma tutela que garante ao pai poder sobre sua vida pessoal, profissional e suas finanças. Durante um longo e emocionado depoimento à Corte de Los Angeles, a Princesa do Pop se autodeclarou uma “vítima de tráfico humano” e disse que era impedida sequer de remover o DIU e tentar engravidar. Três documentários lançados nos últimos dias ajudam a entender um pouco melhor como essa armadilha judicial foi possível e até que ponto ela chegou. No sábado, 25, a equipe do The New York Times lançou Controlling Britney Spears, a continuação do filme de março, Framing Britney Spears, com novas entrevistas, documentos e um olhar mais aprofundado sobre a tutela, tão pouco explorada no primeiro filme. No dia seguinte, a CNN dos Estados Unidos exibiu um especial de uma hora sobre o tema, no qual traz relatos de fontes próximas à artista que falam pela primeira vez sobre como ela se sente e quem ela culpa pela prisão em que vive. 

A cantora Britney Spears, em junho, falou pela primeira vez publicamente sobre os abusos que sofreu nos últimos 13 anos. Foto: REUTERS/Eduardo Munoz

Já nesta terça-feira, 28, a Netflix lançou o documentário Britney vs Spears, o mais recente a vasculhar a vida pessoal e profissional da artista desde 2007, trazendo também uma série de detalhes e episódios ainda obscuros sobre os últimos 13 anos. Abaixo, confira as principais revelações feitas pelas três produções:

Medicação alterada: a equipe de Britney vs Spears teve acesso a documentos sigilosos e até então inéditos sobre as prescrições médicas e os remédios psiquiátricos que a popstar era obrigada a tomar por seus tutores. Em 2009, quando se preparava para a turnê mundial de divulgação do álbum Circus, Britney tomava estimulantes para dar conta da rotina intensa de shows, viagens e divulgação. Já em 2013, durante sua participação como jurada no The X Factor, a dose dos remédios foi aumentada já que ela se sentia sob a “pressão indevida” de um programa ao vivo.  Em seu próprio depoimento ao tribunal, Britney disse que quando se recusou a continuar trabalhando, em 2019, sua equipe a dopou com lítio, um antidepressivo que a deixava “bêbada” e incapaz de “ter uma conversa com a minha mãe ou meus filhos sobre qualquer coisa”. 

Vigilância 24 horas: desde que entrou para a tutela, Britney é seguida 24 horas por dia pelos seguranças contratados com seu próprio dinheiro. Mais do que mantê-la segura, eles vigiam qualquer interação da popstar com amigos, familiares, colegas de trabalho e namorados. Uma equipe também está sempre posicionada dentro de sua casa, mesmo que ela esteja sozinha.

Britney Spears e o noivo Sam Asghari em Los Angeles, California. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Gravadores escondidos: uma das principais revelações de Controlling Britney Spears foi feita por Alex Vlasov, que trabalhava na equipe de segurança da empresa Black Box no monitoramento de Britney. Segundo ele, a casa da popstar era repleta de gravadores escondidos, inclusive seu quarto, que registravam desde conversas que ela tinha com os filhos até suas reuniões com o próprio advogado, que teoricamente teriam o privilégio do segredo garantido pela justiça da Califórnia. Ao todo, Vlasov diz que mais de 180 horas foram capturadas na casa da artista sem que ela soubesse ou tivesse consentido.

Grampeada: além dos gravadores escondidos e da vigilância de seguranças, o telefone de Britney foi grampeado pela mesma empresa, que tinha acesso a todas as ligações que ela fazia ou recebia, mensagens que trocava, sites que visitava e fotos que tirava. 

Lucro de terceiros: os três documentários deixam claro que o pai de Britney, Jamie Spears, ganha uma mesada fixa de U$ 16 mil, além das porcentagens para cada negócio que ela fechasse, show que vendesse ou música que gravasse. Em Controlling Britney Spears e Britney vs Spears, vários profissionais que trabalharam com a popstar em shows e programas ao longo do ano relataram que ela se sentia cansada do excesso de trabalho e precisava de uma pausa, mas era forçada a continuar se apresentando para que as pessoas envolvidas não deixassem de lucrar.

Fãs da cantora nos Estado Unidos protestam no movimento 'Free Britney'. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Restrição financeira: apesar de ser uma das artistas mais lucrativas das últimas décadas, Britney não podia almoçar sushi, comprar roupas ou sequer um celular. Tish Yates, responsável pelo figurino da turnê do “Circus”, conta em Controlling que a artista foi proibida de comprar um tênis e ela acabou tirando o dinheiro do próprio orçamento de figurino e dando-o de presente à popstar. 

Tentativas de socorro: Britney vs Spears traz depoimentos de pessoas que receberam cartas da popstar pedindo ajuda. Uma delas foi o fotógrafo Andrew Gallery, que filmou o documentário For The Record, em 2008. Além de entregar-lhe uma carta escrita de próprio punho, Britney pediu que ele a lesse na televisão para esclarecer o episódio em que se trancou no banheiro com os filhos. Ela também pediria ocasionalmente para usar o telefone pessoal do amigo e ligar para advogados ou conhecidos em busca de ajuda. Outro episódio narrado no documentário conta uma tentativa frustrada de Britney contratar seu próprio advogado já em 2009. Ela teria se encontrado escondida com uma jornalista no banheiro do Beverly Hills Hotel e assinado um documento no qual afirmava que não tinha como confiar no advogado Sam Ingham, apontado pela corte, e que era vítima de abuso da tutela.

Exploração: a CEO da companhia TriStar finalmente recebeu papel de destaque em todos os três documentários, que apontaram como ela foi uma das principais responsáveis por adiantar e idealizar o processo de tutela através de Jamie Spears. Mais do que isso, ela também teria recebido uma grande porcentagem dos lucros da popstar e uma segunda funcionária, Robin Greenhill, tinha como função isolar a artista de qualquer contato pessoal, assim como manter uma agenda de trabalho que incluía dias úteis até em seu aniversário.

Lou Taylor: fontes próximas a Britney e ouvidas pela CNN afirmam que a popstar culpa Lou Taylor pela tutela e por muitos dos problemas que se seguiram. “Britney está ciente e com raiva do poder exercido sobre ela por Lou Taylor e sua empresa, que arrancaram milhares de dólares da sua fortuna.”

Violência doméstica: desde 2019, há muita especulação sobre o que teria motivado Britney a lutar novamente para sair da tutela e qual teria sido a gota d’água para que ela se revoltasse contra o pai. Em Britney vs Spears, o advogado de Kevin Federline, ex-marido da artista e pai de seus filhos, finalmente confirma que Jamie Spears teria colocado os dois meninos em um situação que eles “temiam pela própria segurança”, após uma briga em que ele teria tentado agredir um dos rapazes. Outros documentos apontam que a própria Britney tentou contestar a capacidade do pai de ser tutor, uma vez que ele estaria se embriagando regularmente. “E quem é ela para cobrar isso de alguém?”, respondeu a juíza.

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