44.ª Mostra: 'Stardust' é filme tímido sobre ano fundamental na vida de David Bowie


Veja o trailer do filme independente do diretor britânico Gabriel Range, com o ator Johnny Flynn no papel principal

Por Guilherme Sobota

Uma cinebiografia independente (e até não autorizada) quase sempre terá maior potencial estético e investigativo sobre uma grande personalidade comparada a filmes blockbusters patrocinados pelos envolvidos ou pelos herdeiros — vide o péssimo vencedor de quatro Oscars, Bohemian Rhapsody, e o absolutamente comum sucesso de bilheterias e também oscarizado Rocketman. Por isso, é interessante ver o esforço dos envolvidos em Stardust (2020), um filme que retrata um ano da vida de David Bowie — em cartaz na 44.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e que acaba de ganhar um trailer. Veja abaixo:

O tímido filme do diretor britânico Gabriel Range retrata a primeira “turnê” de David Bowie pela América, em chave ficcional: “O que aparece a seguir é (na maior parte) ficção”, diz o letreiro no início do filme. O problema é que Bowie, àquela altura um cantor de relativo sucesso no Reino Unido (1971), chegou aos EUA sem um visto de trabalho, então sua atuação na turnê fica limitada a encontros corporativos e entrevistas esquisitas, bem como uma passagem por Nova York onde ele conhece Andy Warhol e Lou Reed (ou pelo menos é o que ele pensa).

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Johnny Flynn (o ator britânico protagonista da muito boa Lovesick, série da Netflix) interpreta aqui um David Bowie incrivelmente mal articulado, devorado por jornalistas esnobes, e em profunda transformação, que vai enfim dar um empurrão na carreira do cantor em direção às estrelas. O processo (ficcional) do artista no filme é interessante, e as atuações de Jena Malone (como a então esposa do cantor, Angie) e de Marc Maron (como o atrapalhado empresário Ron Oberman) aumentam a densidade do filme, que sofre muito por não ter os direitos das músicas de Bowie.

Isto é comum no cinema, mas não há como deixar de notar: a diferença de idade entre ator (Flynn tinha cerca de 35 anos durante as filmagens) e personagem (Bowie tinha 24 em 1971) cria uma desconexão. Por mais que o filme exerça licenças criativas, é difícil imaginar David Bowie (com três discos na bagagem e Space Oddity conhecida dos dois lados do Atlântico) sendo "jantado" por jornalistas de música claramente desinteressados no aspecto artístico do homem — que, sejamos justos, ficaria mais e mais evidente ao longo dos anos. Mas é isso que acontece, mais de três vezes durante o filme, num motif que faz cansar e que apenas reforça o caráter repetitivo da atuação.

O ator britânico Johnny Flynn vive David Bowie em 'Stardust', atração da 44.ª Mostra Internacional de Cinema Foto: FilmConstelation
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Mas outro ponto, mais relevante para o desenvolvimento do personagem, é o de que são os relacionamentos interpessoais que aos poucos ajudam Bowie a encontrar a si mesmo: com a esposa, com o empresário americano, mas também com o irmão, Terry, vítima de problemas de saúde mental. Tentar entender como cada um deles se encaixa nas suas próprias e excêntricas visões de mundo é um exercício frequente para o Bowie de Stardust, um filme que funciona como homenagem, mas que nunca alcança a capacidade do Bowie real de tocar as pessoas — sejamos justos de novo, um parâmetro altíssimo.

O filme teve uma pré-estreia no Festival de Cinema de Tribeca (realizado de maneira online em abril), passou no Festival Internacional de Roma, em outubro, e faz parte da programação da Mostra — que vai até o dia 4 de novembro na plataforma Mostra Play.

A ausência das canções é um assunto delicado, e o orçamento limitado e independente do filme não foi o suficiente para comprar os direitos. Não é difícil imaginar que em alguns anos um grande estúdio o faça, entregue a vida de Bowie para um diretor pouco ambicioso, e o filme estoure nas bilheterias e consagre um ator mediano. Por enquanto, Stardust é o primeiro filme sobre a vida do cantor desde a sua morte em 2016, e, no fim, faz um belo trabalho ao abrir uma porta que o cinema certamente vai explorar no futuro.

Uma cinebiografia independente (e até não autorizada) quase sempre terá maior potencial estético e investigativo sobre uma grande personalidade comparada a filmes blockbusters patrocinados pelos envolvidos ou pelos herdeiros — vide o péssimo vencedor de quatro Oscars, Bohemian Rhapsody, e o absolutamente comum sucesso de bilheterias e também oscarizado Rocketman. Por isso, é interessante ver o esforço dos envolvidos em Stardust (2020), um filme que retrata um ano da vida de David Bowie — em cartaz na 44.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e que acaba de ganhar um trailer. Veja abaixo:

O tímido filme do diretor britânico Gabriel Range retrata a primeira “turnê” de David Bowie pela América, em chave ficcional: “O que aparece a seguir é (na maior parte) ficção”, diz o letreiro no início do filme. O problema é que Bowie, àquela altura um cantor de relativo sucesso no Reino Unido (1971), chegou aos EUA sem um visto de trabalho, então sua atuação na turnê fica limitada a encontros corporativos e entrevistas esquisitas, bem como uma passagem por Nova York onde ele conhece Andy Warhol e Lou Reed (ou pelo menos é o que ele pensa).

Johnny Flynn (o ator britânico protagonista da muito boa Lovesick, série da Netflix) interpreta aqui um David Bowie incrivelmente mal articulado, devorado por jornalistas esnobes, e em profunda transformação, que vai enfim dar um empurrão na carreira do cantor em direção às estrelas. O processo (ficcional) do artista no filme é interessante, e as atuações de Jena Malone (como a então esposa do cantor, Angie) e de Marc Maron (como o atrapalhado empresário Ron Oberman) aumentam a densidade do filme, que sofre muito por não ter os direitos das músicas de Bowie.

Isto é comum no cinema, mas não há como deixar de notar: a diferença de idade entre ator (Flynn tinha cerca de 35 anos durante as filmagens) e personagem (Bowie tinha 24 em 1971) cria uma desconexão. Por mais que o filme exerça licenças criativas, é difícil imaginar David Bowie (com três discos na bagagem e Space Oddity conhecida dos dois lados do Atlântico) sendo "jantado" por jornalistas de música claramente desinteressados no aspecto artístico do homem — que, sejamos justos, ficaria mais e mais evidente ao longo dos anos. Mas é isso que acontece, mais de três vezes durante o filme, num motif que faz cansar e que apenas reforça o caráter repetitivo da atuação.

O ator britânico Johnny Flynn vive David Bowie em 'Stardust', atração da 44.ª Mostra Internacional de Cinema Foto: FilmConstelation

Mas outro ponto, mais relevante para o desenvolvimento do personagem, é o de que são os relacionamentos interpessoais que aos poucos ajudam Bowie a encontrar a si mesmo: com a esposa, com o empresário americano, mas também com o irmão, Terry, vítima de problemas de saúde mental. Tentar entender como cada um deles se encaixa nas suas próprias e excêntricas visões de mundo é um exercício frequente para o Bowie de Stardust, um filme que funciona como homenagem, mas que nunca alcança a capacidade do Bowie real de tocar as pessoas — sejamos justos de novo, um parâmetro altíssimo.

O filme teve uma pré-estreia no Festival de Cinema de Tribeca (realizado de maneira online em abril), passou no Festival Internacional de Roma, em outubro, e faz parte da programação da Mostra — que vai até o dia 4 de novembro na plataforma Mostra Play.

A ausência das canções é um assunto delicado, e o orçamento limitado e independente do filme não foi o suficiente para comprar os direitos. Não é difícil imaginar que em alguns anos um grande estúdio o faça, entregue a vida de Bowie para um diretor pouco ambicioso, e o filme estoure nas bilheterias e consagre um ator mediano. Por enquanto, Stardust é o primeiro filme sobre a vida do cantor desde a sua morte em 2016, e, no fim, faz um belo trabalho ao abrir uma porta que o cinema certamente vai explorar no futuro.

Uma cinebiografia independente (e até não autorizada) quase sempre terá maior potencial estético e investigativo sobre uma grande personalidade comparada a filmes blockbusters patrocinados pelos envolvidos ou pelos herdeiros — vide o péssimo vencedor de quatro Oscars, Bohemian Rhapsody, e o absolutamente comum sucesso de bilheterias e também oscarizado Rocketman. Por isso, é interessante ver o esforço dos envolvidos em Stardust (2020), um filme que retrata um ano da vida de David Bowie — em cartaz na 44.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e que acaba de ganhar um trailer. Veja abaixo:

O tímido filme do diretor britânico Gabriel Range retrata a primeira “turnê” de David Bowie pela América, em chave ficcional: “O que aparece a seguir é (na maior parte) ficção”, diz o letreiro no início do filme. O problema é que Bowie, àquela altura um cantor de relativo sucesso no Reino Unido (1971), chegou aos EUA sem um visto de trabalho, então sua atuação na turnê fica limitada a encontros corporativos e entrevistas esquisitas, bem como uma passagem por Nova York onde ele conhece Andy Warhol e Lou Reed (ou pelo menos é o que ele pensa).

Johnny Flynn (o ator britânico protagonista da muito boa Lovesick, série da Netflix) interpreta aqui um David Bowie incrivelmente mal articulado, devorado por jornalistas esnobes, e em profunda transformação, que vai enfim dar um empurrão na carreira do cantor em direção às estrelas. O processo (ficcional) do artista no filme é interessante, e as atuações de Jena Malone (como a então esposa do cantor, Angie) e de Marc Maron (como o atrapalhado empresário Ron Oberman) aumentam a densidade do filme, que sofre muito por não ter os direitos das músicas de Bowie.

Isto é comum no cinema, mas não há como deixar de notar: a diferença de idade entre ator (Flynn tinha cerca de 35 anos durante as filmagens) e personagem (Bowie tinha 24 em 1971) cria uma desconexão. Por mais que o filme exerça licenças criativas, é difícil imaginar David Bowie (com três discos na bagagem e Space Oddity conhecida dos dois lados do Atlântico) sendo "jantado" por jornalistas de música claramente desinteressados no aspecto artístico do homem — que, sejamos justos, ficaria mais e mais evidente ao longo dos anos. Mas é isso que acontece, mais de três vezes durante o filme, num motif que faz cansar e que apenas reforça o caráter repetitivo da atuação.

O ator britânico Johnny Flynn vive David Bowie em 'Stardust', atração da 44.ª Mostra Internacional de Cinema Foto: FilmConstelation

Mas outro ponto, mais relevante para o desenvolvimento do personagem, é o de que são os relacionamentos interpessoais que aos poucos ajudam Bowie a encontrar a si mesmo: com a esposa, com o empresário americano, mas também com o irmão, Terry, vítima de problemas de saúde mental. Tentar entender como cada um deles se encaixa nas suas próprias e excêntricas visões de mundo é um exercício frequente para o Bowie de Stardust, um filme que funciona como homenagem, mas que nunca alcança a capacidade do Bowie real de tocar as pessoas — sejamos justos de novo, um parâmetro altíssimo.

O filme teve uma pré-estreia no Festival de Cinema de Tribeca (realizado de maneira online em abril), passou no Festival Internacional de Roma, em outubro, e faz parte da programação da Mostra — que vai até o dia 4 de novembro na plataforma Mostra Play.

A ausência das canções é um assunto delicado, e o orçamento limitado e independente do filme não foi o suficiente para comprar os direitos. Não é difícil imaginar que em alguns anos um grande estúdio o faça, entregue a vida de Bowie para um diretor pouco ambicioso, e o filme estoure nas bilheterias e consagre um ator mediano. Por enquanto, Stardust é o primeiro filme sobre a vida do cantor desde a sua morte em 2016, e, no fim, faz um belo trabalho ao abrir uma porta que o cinema certamente vai explorar no futuro.

Uma cinebiografia independente (e até não autorizada) quase sempre terá maior potencial estético e investigativo sobre uma grande personalidade comparada a filmes blockbusters patrocinados pelos envolvidos ou pelos herdeiros — vide o péssimo vencedor de quatro Oscars, Bohemian Rhapsody, e o absolutamente comum sucesso de bilheterias e também oscarizado Rocketman. Por isso, é interessante ver o esforço dos envolvidos em Stardust (2020), um filme que retrata um ano da vida de David Bowie — em cartaz na 44.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e que acaba de ganhar um trailer. Veja abaixo:

O tímido filme do diretor britânico Gabriel Range retrata a primeira “turnê” de David Bowie pela América, em chave ficcional: “O que aparece a seguir é (na maior parte) ficção”, diz o letreiro no início do filme. O problema é que Bowie, àquela altura um cantor de relativo sucesso no Reino Unido (1971), chegou aos EUA sem um visto de trabalho, então sua atuação na turnê fica limitada a encontros corporativos e entrevistas esquisitas, bem como uma passagem por Nova York onde ele conhece Andy Warhol e Lou Reed (ou pelo menos é o que ele pensa).

Johnny Flynn (o ator britânico protagonista da muito boa Lovesick, série da Netflix) interpreta aqui um David Bowie incrivelmente mal articulado, devorado por jornalistas esnobes, e em profunda transformação, que vai enfim dar um empurrão na carreira do cantor em direção às estrelas. O processo (ficcional) do artista no filme é interessante, e as atuações de Jena Malone (como a então esposa do cantor, Angie) e de Marc Maron (como o atrapalhado empresário Ron Oberman) aumentam a densidade do filme, que sofre muito por não ter os direitos das músicas de Bowie.

Isto é comum no cinema, mas não há como deixar de notar: a diferença de idade entre ator (Flynn tinha cerca de 35 anos durante as filmagens) e personagem (Bowie tinha 24 em 1971) cria uma desconexão. Por mais que o filme exerça licenças criativas, é difícil imaginar David Bowie (com três discos na bagagem e Space Oddity conhecida dos dois lados do Atlântico) sendo "jantado" por jornalistas de música claramente desinteressados no aspecto artístico do homem — que, sejamos justos, ficaria mais e mais evidente ao longo dos anos. Mas é isso que acontece, mais de três vezes durante o filme, num motif que faz cansar e que apenas reforça o caráter repetitivo da atuação.

O ator britânico Johnny Flynn vive David Bowie em 'Stardust', atração da 44.ª Mostra Internacional de Cinema Foto: FilmConstelation

Mas outro ponto, mais relevante para o desenvolvimento do personagem, é o de que são os relacionamentos interpessoais que aos poucos ajudam Bowie a encontrar a si mesmo: com a esposa, com o empresário americano, mas também com o irmão, Terry, vítima de problemas de saúde mental. Tentar entender como cada um deles se encaixa nas suas próprias e excêntricas visões de mundo é um exercício frequente para o Bowie de Stardust, um filme que funciona como homenagem, mas que nunca alcança a capacidade do Bowie real de tocar as pessoas — sejamos justos de novo, um parâmetro altíssimo.

O filme teve uma pré-estreia no Festival de Cinema de Tribeca (realizado de maneira online em abril), passou no Festival Internacional de Roma, em outubro, e faz parte da programação da Mostra — que vai até o dia 4 de novembro na plataforma Mostra Play.

A ausência das canções é um assunto delicado, e o orçamento limitado e independente do filme não foi o suficiente para comprar os direitos. Não é difícil imaginar que em alguns anos um grande estúdio o faça, entregue a vida de Bowie para um diretor pouco ambicioso, e o filme estoure nas bilheterias e consagre um ator mediano. Por enquanto, Stardust é o primeiro filme sobre a vida do cantor desde a sua morte em 2016, e, no fim, faz um belo trabalho ao abrir uma porta que o cinema certamente vai explorar no futuro.

Uma cinebiografia independente (e até não autorizada) quase sempre terá maior potencial estético e investigativo sobre uma grande personalidade comparada a filmes blockbusters patrocinados pelos envolvidos ou pelos herdeiros — vide o péssimo vencedor de quatro Oscars, Bohemian Rhapsody, e o absolutamente comum sucesso de bilheterias e também oscarizado Rocketman. Por isso, é interessante ver o esforço dos envolvidos em Stardust (2020), um filme que retrata um ano da vida de David Bowie — em cartaz na 44.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e que acaba de ganhar um trailer. Veja abaixo:

O tímido filme do diretor britânico Gabriel Range retrata a primeira “turnê” de David Bowie pela América, em chave ficcional: “O que aparece a seguir é (na maior parte) ficção”, diz o letreiro no início do filme. O problema é que Bowie, àquela altura um cantor de relativo sucesso no Reino Unido (1971), chegou aos EUA sem um visto de trabalho, então sua atuação na turnê fica limitada a encontros corporativos e entrevistas esquisitas, bem como uma passagem por Nova York onde ele conhece Andy Warhol e Lou Reed (ou pelo menos é o que ele pensa).

Johnny Flynn (o ator britânico protagonista da muito boa Lovesick, série da Netflix) interpreta aqui um David Bowie incrivelmente mal articulado, devorado por jornalistas esnobes, e em profunda transformação, que vai enfim dar um empurrão na carreira do cantor em direção às estrelas. O processo (ficcional) do artista no filme é interessante, e as atuações de Jena Malone (como a então esposa do cantor, Angie) e de Marc Maron (como o atrapalhado empresário Ron Oberman) aumentam a densidade do filme, que sofre muito por não ter os direitos das músicas de Bowie.

Isto é comum no cinema, mas não há como deixar de notar: a diferença de idade entre ator (Flynn tinha cerca de 35 anos durante as filmagens) e personagem (Bowie tinha 24 em 1971) cria uma desconexão. Por mais que o filme exerça licenças criativas, é difícil imaginar David Bowie (com três discos na bagagem e Space Oddity conhecida dos dois lados do Atlântico) sendo "jantado" por jornalistas de música claramente desinteressados no aspecto artístico do homem — que, sejamos justos, ficaria mais e mais evidente ao longo dos anos. Mas é isso que acontece, mais de três vezes durante o filme, num motif que faz cansar e que apenas reforça o caráter repetitivo da atuação.

O ator britânico Johnny Flynn vive David Bowie em 'Stardust', atração da 44.ª Mostra Internacional de Cinema Foto: FilmConstelation

Mas outro ponto, mais relevante para o desenvolvimento do personagem, é o de que são os relacionamentos interpessoais que aos poucos ajudam Bowie a encontrar a si mesmo: com a esposa, com o empresário americano, mas também com o irmão, Terry, vítima de problemas de saúde mental. Tentar entender como cada um deles se encaixa nas suas próprias e excêntricas visões de mundo é um exercício frequente para o Bowie de Stardust, um filme que funciona como homenagem, mas que nunca alcança a capacidade do Bowie real de tocar as pessoas — sejamos justos de novo, um parâmetro altíssimo.

O filme teve uma pré-estreia no Festival de Cinema de Tribeca (realizado de maneira online em abril), passou no Festival Internacional de Roma, em outubro, e faz parte da programação da Mostra — que vai até o dia 4 de novembro na plataforma Mostra Play.

A ausência das canções é um assunto delicado, e o orçamento limitado e independente do filme não foi o suficiente para comprar os direitos. Não é difícil imaginar que em alguns anos um grande estúdio o faça, entregue a vida de Bowie para um diretor pouco ambicioso, e o filme estoure nas bilheterias e consagre um ator mediano. Por enquanto, Stardust é o primeiro filme sobre a vida do cantor desde a sua morte em 2016, e, no fim, faz um belo trabalho ao abrir uma porta que o cinema certamente vai explorar no futuro.

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