‘A Mulher Rei’: Filme com Viola Davis encara uma batalha crucial pela bilheteria


Atriz é a estrela do longa que conta a história das mulheres guerreiras de Dahomey - hoje Benin - no século 19

Por Andrew Marszal
Atualização:

A atriz Viola Davis, vencedora do Oscar, afirmou que o futuro do cinema de grande orçamento com presença de mulheres negras em Hollywood está em jogo com a estreia no fim de semana do épico A Mulher Rei, em que interpreta uma guerreira africana.

Em declarações à AFP, Davis disse nesta quarta-feira, 14, que sente uma pressão intensa e emoções mistas, pois sabe que sua atuação neste longa será julgada de uma forma que os filmes com diretores e elenco brancos não são.

Viola Davis em cena de 'A Mulher Rei'. Foto: Ilze Kitshoff/Sony Pictures Entertainment
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“Antes de tudo, o filme tem que fazer dinheiro. E me sinto em conflito quanto a isso, porque temos só uma ou duas oportunidades”, disse. “Se não gerar dinheiro, então isso significa sobretudo que mulheres negras, mulheres negras de pele escura, não podem protagonizar um sucesso mundial de bilheteria?”

“É isso, ponto. E agora, eles usam dados para isso, porque A Mulher Rei fez A, B e C. E é isso que me deixa em conflito.”

“Porque simplesmente não é verdade. Não fazemos isso com filmes brancos. Se um filme fracassa, você faz outro filme, e faz outro filme do mesmo jeito.”

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A Mulher Rei, da Sony Pictures, que conta a história das mulheres guerreiras de Dahomey - hoje Benin - no século 19, é em muitos sentidos um passo ao desconhecido para um grande estúdio de Hollywod.

Com a diretora negra Gina Prince-Bythewood e um elenco majoritariamente negro e feminino, o título estreará em mais de três mil salas. Seu orçamento é de aproximadamente 100 milhões de dólares, incluindo a divulgação.

Davis, a única mulher afro-americana a vencer um Oscar, um Emmy e um Tony, passou seis anos tentando tirar o filme do papel, com estúdios e produtores reticentes em fazer a aposta.

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'A Mulher Rei' tem um elenco majoritariamente negro e feminino.  Foto: Ilze Kitshoff/Sony Pictures Entertainment

Provem

Davis interpreta a guerreira veterana Nanisca, que treina uma nova geração que deve se defender de um reino rival mais forte e dos escravistas europeus. O exército feminino do reino de Dahomey serviu como inspiração para as guerreiras de elite de Pantera Negra (2018), que arrecadou 1,3 bilhão de dólares globalmente.

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Davis pediu ao público amante do cinema que prove que filmes como A Mulher Rei podem fazer sucesso sem que façam parte de uma franquia de super-heróis. “Estamos todos juntos nisso, né? Sabemos que precisamos de uns aos outros. Sabemos que estamos todos comprometidos com a inclusão e a diversidade”, disse a artista.

“Então, se pode gastar seu dinheiro para ver Avatar, se pode gastar seu dinheiro para ver Titanic, então também pode gastá-lo para ver A Mulher Rei”, acrescentou. “Porque é o seguinte. Não é nem que se trata só do protagonismo de mulheres negras, a relevância cultural disso. É um filme muito divertido.”

“E se de fato somos iguais, então te desafio a provar”, declarou Davis.

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Não nos verão

O filme recebeu muitas resenhas positivas após sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto. A Variety o descreveu como uma “demonstração cativante de poder negro”, com Davis em “seu papel mais feroz até hoje”.

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Porém, segundo Davis, as cenas de fortes batalhas despertaram críticas e misoginia entre a comunidade negra. “Inclusive na comunidade negra há pessoas dizendo ‘Ah, essas mulheres de pele escura, por que elas têm que ser tão masculinas? Por que não podem ser mais bonitas? Por que não pode ser uma comédia romântica?’”, apontou.

“Pois bem, se esse filme não fizer dinheiro em 16 de setembro - e eu estou 150% certa de que fará - mas se não fizer, aí adivinha só: não nos verão mais”, afirmou. “Essa é a verdade. Queria que fosse diferente.” /AFP

A atriz Viola Davis, vencedora do Oscar, afirmou que o futuro do cinema de grande orçamento com presença de mulheres negras em Hollywood está em jogo com a estreia no fim de semana do épico A Mulher Rei, em que interpreta uma guerreira africana.

Em declarações à AFP, Davis disse nesta quarta-feira, 14, que sente uma pressão intensa e emoções mistas, pois sabe que sua atuação neste longa será julgada de uma forma que os filmes com diretores e elenco brancos não são.

Viola Davis em cena de 'A Mulher Rei'. Foto: Ilze Kitshoff/Sony Pictures Entertainment

“Antes de tudo, o filme tem que fazer dinheiro. E me sinto em conflito quanto a isso, porque temos só uma ou duas oportunidades”, disse. “Se não gerar dinheiro, então isso significa sobretudo que mulheres negras, mulheres negras de pele escura, não podem protagonizar um sucesso mundial de bilheteria?”

“É isso, ponto. E agora, eles usam dados para isso, porque A Mulher Rei fez A, B e C. E é isso que me deixa em conflito.”

“Porque simplesmente não é verdade. Não fazemos isso com filmes brancos. Se um filme fracassa, você faz outro filme, e faz outro filme do mesmo jeito.”

A Mulher Rei, da Sony Pictures, que conta a história das mulheres guerreiras de Dahomey - hoje Benin - no século 19, é em muitos sentidos um passo ao desconhecido para um grande estúdio de Hollywod.

Com a diretora negra Gina Prince-Bythewood e um elenco majoritariamente negro e feminino, o título estreará em mais de três mil salas. Seu orçamento é de aproximadamente 100 milhões de dólares, incluindo a divulgação.

Davis, a única mulher afro-americana a vencer um Oscar, um Emmy e um Tony, passou seis anos tentando tirar o filme do papel, com estúdios e produtores reticentes em fazer a aposta.

'A Mulher Rei' tem um elenco majoritariamente negro e feminino.  Foto: Ilze Kitshoff/Sony Pictures Entertainment

Provem

Davis interpreta a guerreira veterana Nanisca, que treina uma nova geração que deve se defender de um reino rival mais forte e dos escravistas europeus. O exército feminino do reino de Dahomey serviu como inspiração para as guerreiras de elite de Pantera Negra (2018), que arrecadou 1,3 bilhão de dólares globalmente.

Davis pediu ao público amante do cinema que prove que filmes como A Mulher Rei podem fazer sucesso sem que façam parte de uma franquia de super-heróis. “Estamos todos juntos nisso, né? Sabemos que precisamos de uns aos outros. Sabemos que estamos todos comprometidos com a inclusão e a diversidade”, disse a artista.

“Então, se pode gastar seu dinheiro para ver Avatar, se pode gastar seu dinheiro para ver Titanic, então também pode gastá-lo para ver A Mulher Rei”, acrescentou. “Porque é o seguinte. Não é nem que se trata só do protagonismo de mulheres negras, a relevância cultural disso. É um filme muito divertido.”

“E se de fato somos iguais, então te desafio a provar”, declarou Davis.

Não nos verão

O filme recebeu muitas resenhas positivas após sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto. A Variety o descreveu como uma “demonstração cativante de poder negro”, com Davis em “seu papel mais feroz até hoje”.

Porém, segundo Davis, as cenas de fortes batalhas despertaram críticas e misoginia entre a comunidade negra. “Inclusive na comunidade negra há pessoas dizendo ‘Ah, essas mulheres de pele escura, por que elas têm que ser tão masculinas? Por que não podem ser mais bonitas? Por que não pode ser uma comédia romântica?’”, apontou.

“Pois bem, se esse filme não fizer dinheiro em 16 de setembro - e eu estou 150% certa de que fará - mas se não fizer, aí adivinha só: não nos verão mais”, afirmou. “Essa é a verdade. Queria que fosse diferente.” /AFP

A atriz Viola Davis, vencedora do Oscar, afirmou que o futuro do cinema de grande orçamento com presença de mulheres negras em Hollywood está em jogo com a estreia no fim de semana do épico A Mulher Rei, em que interpreta uma guerreira africana.

Em declarações à AFP, Davis disse nesta quarta-feira, 14, que sente uma pressão intensa e emoções mistas, pois sabe que sua atuação neste longa será julgada de uma forma que os filmes com diretores e elenco brancos não são.

Viola Davis em cena de 'A Mulher Rei'. Foto: Ilze Kitshoff/Sony Pictures Entertainment

“Antes de tudo, o filme tem que fazer dinheiro. E me sinto em conflito quanto a isso, porque temos só uma ou duas oportunidades”, disse. “Se não gerar dinheiro, então isso significa sobretudo que mulheres negras, mulheres negras de pele escura, não podem protagonizar um sucesso mundial de bilheteria?”

“É isso, ponto. E agora, eles usam dados para isso, porque A Mulher Rei fez A, B e C. E é isso que me deixa em conflito.”

“Porque simplesmente não é verdade. Não fazemos isso com filmes brancos. Se um filme fracassa, você faz outro filme, e faz outro filme do mesmo jeito.”

A Mulher Rei, da Sony Pictures, que conta a história das mulheres guerreiras de Dahomey - hoje Benin - no século 19, é em muitos sentidos um passo ao desconhecido para um grande estúdio de Hollywod.

Com a diretora negra Gina Prince-Bythewood e um elenco majoritariamente negro e feminino, o título estreará em mais de três mil salas. Seu orçamento é de aproximadamente 100 milhões de dólares, incluindo a divulgação.

Davis, a única mulher afro-americana a vencer um Oscar, um Emmy e um Tony, passou seis anos tentando tirar o filme do papel, com estúdios e produtores reticentes em fazer a aposta.

'A Mulher Rei' tem um elenco majoritariamente negro e feminino.  Foto: Ilze Kitshoff/Sony Pictures Entertainment

Provem

Davis interpreta a guerreira veterana Nanisca, que treina uma nova geração que deve se defender de um reino rival mais forte e dos escravistas europeus. O exército feminino do reino de Dahomey serviu como inspiração para as guerreiras de elite de Pantera Negra (2018), que arrecadou 1,3 bilhão de dólares globalmente.

Davis pediu ao público amante do cinema que prove que filmes como A Mulher Rei podem fazer sucesso sem que façam parte de uma franquia de super-heróis. “Estamos todos juntos nisso, né? Sabemos que precisamos de uns aos outros. Sabemos que estamos todos comprometidos com a inclusão e a diversidade”, disse a artista.

“Então, se pode gastar seu dinheiro para ver Avatar, se pode gastar seu dinheiro para ver Titanic, então também pode gastá-lo para ver A Mulher Rei”, acrescentou. “Porque é o seguinte. Não é nem que se trata só do protagonismo de mulheres negras, a relevância cultural disso. É um filme muito divertido.”

“E se de fato somos iguais, então te desafio a provar”, declarou Davis.

Não nos verão

O filme recebeu muitas resenhas positivas após sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto. A Variety o descreveu como uma “demonstração cativante de poder negro”, com Davis em “seu papel mais feroz até hoje”.

Porém, segundo Davis, as cenas de fortes batalhas despertaram críticas e misoginia entre a comunidade negra. “Inclusive na comunidade negra há pessoas dizendo ‘Ah, essas mulheres de pele escura, por que elas têm que ser tão masculinas? Por que não podem ser mais bonitas? Por que não pode ser uma comédia romântica?’”, apontou.

“Pois bem, se esse filme não fizer dinheiro em 16 de setembro - e eu estou 150% certa de que fará - mas se não fizer, aí adivinha só: não nos verão mais”, afirmou. “Essa é a verdade. Queria que fosse diferente.” /AFP

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