'A Vida Invisível de Eurídice Gusmão' faz cinema de lágrimas com a grife de Karim Aïnouz


Melodrama tropical, longa revela a Cannes talentos de sororidade de atrizes nacionais

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

Era difícil não notar os soluços na projeção para a imprensa internacional de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão no 72º Festival de Cannes, na manhã desta segunda: habitualmente sisuda, a plateia de críticos não escondeu seu encanto por uma história de lealdade fraterna filmada pelo cearense Karim Aïnouz, consagrado na Croisette há 17 anos com Madame Satã. A entrada de Fernanda Montenegro num trecho que é melhor ser mantido em sigilo do leitor, para evitar spoilers, comoveu ainda mais os jornalistas, que aplaudiram com ardor, mais de uma vez, quando os créditos do melodrama produzido por Rodrigo Teixeira subiram. O nome de suas duas protagonistas correram pelas bocas francesas com curiosidade e admiração: Carol Duarte e Júlia Stockler. Elas vivem as irmãs Eurídice e Guida, cujo convívio carinhoso é encerrado por adversidade inerentes ao machismo do Rio dos anos 1950.

Karim Ainouz com as atrizes Carol Duarte eJulia Stockler Foto: REUTERS/Regis Duvignau

“É um amor de duas mulheres que são irmãs, ligadas em um momento de uma cultura patriarcal. Elas são muito amigas”, diz Carol, famosa pelo papel de Ivana (posteriormente Ivan) na novela “A força do querer”, onde comoveu o Brasil no papel de uma jovem querendo assumir sua identidade de homem trans.

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“É uma história que fala de empatia, com mulheres que se buscam ao longo do tempo”, diz Júlia, que viveu Mel Garcia da série “Só garotas” do Multishow.

Filme de maior vigor da mostra Un Certain Regard de Cannes, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão foi descrito em revistas europeias como “uma das joias secretas de Cannes”. Há uma pergunta em coro correndo pela Croisette em torno do trabalho de Karim: por que não está em competição. Há quem já aposte em prêmios para Fernanda, 21 anos depois do sucesso mundial de Central do Brasil (1998). “Trabalhar com a Fernanda foi antes de tudo, realizar um sonho. Um sonho gigante, como ela, que é uma mulher gigante e apaixonante, além da atriz fenomenal”, rasga-se Karim, em elogios à estrela. “Ela foi de uma generosidade enorme, de inteligencia aguda e contundente. E a vontade de fazer outros filmes com ela, pra que eu possa aprender com não so sobre atuação mas sobre a vida”.

Cinco dias depois de enveredar por um Nordeste com tintas de western em Bacurau, um dos longas mais elogiados e debatidos da competição de 2019, Cannes vê A vida invisível de Eurídice Gusmão como um canteiro de experimentação sensorial para o cinema brasileiro. “O que eu aprendi produzindo filmes no exterior eu tentei trazer pra este filme, num trabalho de equipe ao lado de um Karim que subverte seu próprio estilo para apostar num formato mais narrativo, numa grande história”, diz Rodrigo Teixeira, que tem outros dois filmes no festival, o thriller sobrenatural The lighthouse e o drama romântico Port Authority.

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Livre adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, o filme é uma produção do carioca Rodrigo Teixeira e sua RT Features, agora em parceria com a produtora alemã The Match Factory, que aborda uma cartografia carioca mais central. As filmagens passaram por São Cristóvão, Estácio, Tijuca, Santa Teresa.  Na trama de A Vida invisível de Eurídice Gusmão, as irmãs Guida e Eurídice são cúmplices no afeto que têm uma pela outra, inseparáveis no dia a dia. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, expulsa a menina de casa. Guida e Eurídice são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa, fotografado por Hélène Louvart (que clicou Pina, de Wim Wenders), traz o comediante e escritor Gregório Duvivier como o marido de Eurídice, o contador Antenor. Ele tenta impedir que sua mulher galgue o sonho de estudar piano num conservatório e defende a tese de que Guida está morta.

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“O set do Karim é um monastério. Não tem barulho. Ele só chama você pelo nome do personagem. É um mergulho radical, muito bonito, disse Gregório, um atores mais elogiados doe elenco.

O Festival de Cannes segue até o dia 25, quando será entregue a Palma de Ouro e os demais prêmios. Dor e glória, do espanhol Pedro Almodóvar, A hidden life, de Terrence Malick e Portrait de um jeune fille en feu, de Céline Sciamma, são os mais cotados a saírem daqui premiados, na disputa oficial. 

Era difícil não notar os soluços na projeção para a imprensa internacional de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão no 72º Festival de Cannes, na manhã desta segunda: habitualmente sisuda, a plateia de críticos não escondeu seu encanto por uma história de lealdade fraterna filmada pelo cearense Karim Aïnouz, consagrado na Croisette há 17 anos com Madame Satã. A entrada de Fernanda Montenegro num trecho que é melhor ser mantido em sigilo do leitor, para evitar spoilers, comoveu ainda mais os jornalistas, que aplaudiram com ardor, mais de uma vez, quando os créditos do melodrama produzido por Rodrigo Teixeira subiram. O nome de suas duas protagonistas correram pelas bocas francesas com curiosidade e admiração: Carol Duarte e Júlia Stockler. Elas vivem as irmãs Eurídice e Guida, cujo convívio carinhoso é encerrado por adversidade inerentes ao machismo do Rio dos anos 1950.

Karim Ainouz com as atrizes Carol Duarte eJulia Stockler Foto: REUTERS/Regis Duvignau

“É um amor de duas mulheres que são irmãs, ligadas em um momento de uma cultura patriarcal. Elas são muito amigas”, diz Carol, famosa pelo papel de Ivana (posteriormente Ivan) na novela “A força do querer”, onde comoveu o Brasil no papel de uma jovem querendo assumir sua identidade de homem trans.

“É uma história que fala de empatia, com mulheres que se buscam ao longo do tempo”, diz Júlia, que viveu Mel Garcia da série “Só garotas” do Multishow.

Filme de maior vigor da mostra Un Certain Regard de Cannes, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão foi descrito em revistas europeias como “uma das joias secretas de Cannes”. Há uma pergunta em coro correndo pela Croisette em torno do trabalho de Karim: por que não está em competição. Há quem já aposte em prêmios para Fernanda, 21 anos depois do sucesso mundial de Central do Brasil (1998). “Trabalhar com a Fernanda foi antes de tudo, realizar um sonho. Um sonho gigante, como ela, que é uma mulher gigante e apaixonante, além da atriz fenomenal”, rasga-se Karim, em elogios à estrela. “Ela foi de uma generosidade enorme, de inteligencia aguda e contundente. E a vontade de fazer outros filmes com ela, pra que eu possa aprender com não so sobre atuação mas sobre a vida”.

Cinco dias depois de enveredar por um Nordeste com tintas de western em Bacurau, um dos longas mais elogiados e debatidos da competição de 2019, Cannes vê A vida invisível de Eurídice Gusmão como um canteiro de experimentação sensorial para o cinema brasileiro. “O que eu aprendi produzindo filmes no exterior eu tentei trazer pra este filme, num trabalho de equipe ao lado de um Karim que subverte seu próprio estilo para apostar num formato mais narrativo, numa grande história”, diz Rodrigo Teixeira, que tem outros dois filmes no festival, o thriller sobrenatural The lighthouse e o drama romântico Port Authority.

Livre adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, o filme é uma produção do carioca Rodrigo Teixeira e sua RT Features, agora em parceria com a produtora alemã The Match Factory, que aborda uma cartografia carioca mais central. As filmagens passaram por São Cristóvão, Estácio, Tijuca, Santa Teresa.  Na trama de A Vida invisível de Eurídice Gusmão, as irmãs Guida e Eurídice são cúmplices no afeto que têm uma pela outra, inseparáveis no dia a dia. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, expulsa a menina de casa. Guida e Eurídice são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa, fotografado por Hélène Louvart (que clicou Pina, de Wim Wenders), traz o comediante e escritor Gregório Duvivier como o marido de Eurídice, o contador Antenor. Ele tenta impedir que sua mulher galgue o sonho de estudar piano num conservatório e defende a tese de que Guida está morta.

“O set do Karim é um monastério. Não tem barulho. Ele só chama você pelo nome do personagem. É um mergulho radical, muito bonito, disse Gregório, um atores mais elogiados doe elenco.

O Festival de Cannes segue até o dia 25, quando será entregue a Palma de Ouro e os demais prêmios. Dor e glória, do espanhol Pedro Almodóvar, A hidden life, de Terrence Malick e Portrait de um jeune fille en feu, de Céline Sciamma, são os mais cotados a saírem daqui premiados, na disputa oficial. 

Era difícil não notar os soluços na projeção para a imprensa internacional de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão no 72º Festival de Cannes, na manhã desta segunda: habitualmente sisuda, a plateia de críticos não escondeu seu encanto por uma história de lealdade fraterna filmada pelo cearense Karim Aïnouz, consagrado na Croisette há 17 anos com Madame Satã. A entrada de Fernanda Montenegro num trecho que é melhor ser mantido em sigilo do leitor, para evitar spoilers, comoveu ainda mais os jornalistas, que aplaudiram com ardor, mais de uma vez, quando os créditos do melodrama produzido por Rodrigo Teixeira subiram. O nome de suas duas protagonistas correram pelas bocas francesas com curiosidade e admiração: Carol Duarte e Júlia Stockler. Elas vivem as irmãs Eurídice e Guida, cujo convívio carinhoso é encerrado por adversidade inerentes ao machismo do Rio dos anos 1950.

Karim Ainouz com as atrizes Carol Duarte eJulia Stockler Foto: REUTERS/Regis Duvignau

“É um amor de duas mulheres que são irmãs, ligadas em um momento de uma cultura patriarcal. Elas são muito amigas”, diz Carol, famosa pelo papel de Ivana (posteriormente Ivan) na novela “A força do querer”, onde comoveu o Brasil no papel de uma jovem querendo assumir sua identidade de homem trans.

“É uma história que fala de empatia, com mulheres que se buscam ao longo do tempo”, diz Júlia, que viveu Mel Garcia da série “Só garotas” do Multishow.

Filme de maior vigor da mostra Un Certain Regard de Cannes, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão foi descrito em revistas europeias como “uma das joias secretas de Cannes”. Há uma pergunta em coro correndo pela Croisette em torno do trabalho de Karim: por que não está em competição. Há quem já aposte em prêmios para Fernanda, 21 anos depois do sucesso mundial de Central do Brasil (1998). “Trabalhar com a Fernanda foi antes de tudo, realizar um sonho. Um sonho gigante, como ela, que é uma mulher gigante e apaixonante, além da atriz fenomenal”, rasga-se Karim, em elogios à estrela. “Ela foi de uma generosidade enorme, de inteligencia aguda e contundente. E a vontade de fazer outros filmes com ela, pra que eu possa aprender com não so sobre atuação mas sobre a vida”.

Cinco dias depois de enveredar por um Nordeste com tintas de western em Bacurau, um dos longas mais elogiados e debatidos da competição de 2019, Cannes vê A vida invisível de Eurídice Gusmão como um canteiro de experimentação sensorial para o cinema brasileiro. “O que eu aprendi produzindo filmes no exterior eu tentei trazer pra este filme, num trabalho de equipe ao lado de um Karim que subverte seu próprio estilo para apostar num formato mais narrativo, numa grande história”, diz Rodrigo Teixeira, que tem outros dois filmes no festival, o thriller sobrenatural The lighthouse e o drama romântico Port Authority.

Livre adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, o filme é uma produção do carioca Rodrigo Teixeira e sua RT Features, agora em parceria com a produtora alemã The Match Factory, que aborda uma cartografia carioca mais central. As filmagens passaram por São Cristóvão, Estácio, Tijuca, Santa Teresa.  Na trama de A Vida invisível de Eurídice Gusmão, as irmãs Guida e Eurídice são cúmplices no afeto que têm uma pela outra, inseparáveis no dia a dia. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, expulsa a menina de casa. Guida e Eurídice são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa, fotografado por Hélène Louvart (que clicou Pina, de Wim Wenders), traz o comediante e escritor Gregório Duvivier como o marido de Eurídice, o contador Antenor. Ele tenta impedir que sua mulher galgue o sonho de estudar piano num conservatório e defende a tese de que Guida está morta.

“O set do Karim é um monastério. Não tem barulho. Ele só chama você pelo nome do personagem. É um mergulho radical, muito bonito, disse Gregório, um atores mais elogiados doe elenco.

O Festival de Cannes segue até o dia 25, quando será entregue a Palma de Ouro e os demais prêmios. Dor e glória, do espanhol Pedro Almodóvar, A hidden life, de Terrence Malick e Portrait de um jeune fille en feu, de Céline Sciamma, são os mais cotados a saírem daqui premiados, na disputa oficial. 

Era difícil não notar os soluços na projeção para a imprensa internacional de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão no 72º Festival de Cannes, na manhã desta segunda: habitualmente sisuda, a plateia de críticos não escondeu seu encanto por uma história de lealdade fraterna filmada pelo cearense Karim Aïnouz, consagrado na Croisette há 17 anos com Madame Satã. A entrada de Fernanda Montenegro num trecho que é melhor ser mantido em sigilo do leitor, para evitar spoilers, comoveu ainda mais os jornalistas, que aplaudiram com ardor, mais de uma vez, quando os créditos do melodrama produzido por Rodrigo Teixeira subiram. O nome de suas duas protagonistas correram pelas bocas francesas com curiosidade e admiração: Carol Duarte e Júlia Stockler. Elas vivem as irmãs Eurídice e Guida, cujo convívio carinhoso é encerrado por adversidade inerentes ao machismo do Rio dos anos 1950.

Karim Ainouz com as atrizes Carol Duarte eJulia Stockler Foto: REUTERS/Regis Duvignau

“É um amor de duas mulheres que são irmãs, ligadas em um momento de uma cultura patriarcal. Elas são muito amigas”, diz Carol, famosa pelo papel de Ivana (posteriormente Ivan) na novela “A força do querer”, onde comoveu o Brasil no papel de uma jovem querendo assumir sua identidade de homem trans.

“É uma história que fala de empatia, com mulheres que se buscam ao longo do tempo”, diz Júlia, que viveu Mel Garcia da série “Só garotas” do Multishow.

Filme de maior vigor da mostra Un Certain Regard de Cannes, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão foi descrito em revistas europeias como “uma das joias secretas de Cannes”. Há uma pergunta em coro correndo pela Croisette em torno do trabalho de Karim: por que não está em competição. Há quem já aposte em prêmios para Fernanda, 21 anos depois do sucesso mundial de Central do Brasil (1998). “Trabalhar com a Fernanda foi antes de tudo, realizar um sonho. Um sonho gigante, como ela, que é uma mulher gigante e apaixonante, além da atriz fenomenal”, rasga-se Karim, em elogios à estrela. “Ela foi de uma generosidade enorme, de inteligencia aguda e contundente. E a vontade de fazer outros filmes com ela, pra que eu possa aprender com não so sobre atuação mas sobre a vida”.

Cinco dias depois de enveredar por um Nordeste com tintas de western em Bacurau, um dos longas mais elogiados e debatidos da competição de 2019, Cannes vê A vida invisível de Eurídice Gusmão como um canteiro de experimentação sensorial para o cinema brasileiro. “O que eu aprendi produzindo filmes no exterior eu tentei trazer pra este filme, num trabalho de equipe ao lado de um Karim que subverte seu próprio estilo para apostar num formato mais narrativo, numa grande história”, diz Rodrigo Teixeira, que tem outros dois filmes no festival, o thriller sobrenatural The lighthouse e o drama romântico Port Authority.

Livre adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, o filme é uma produção do carioca Rodrigo Teixeira e sua RT Features, agora em parceria com a produtora alemã The Match Factory, que aborda uma cartografia carioca mais central. As filmagens passaram por São Cristóvão, Estácio, Tijuca, Santa Teresa.  Na trama de A Vida invisível de Eurídice Gusmão, as irmãs Guida e Eurídice são cúmplices no afeto que têm uma pela outra, inseparáveis no dia a dia. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, expulsa a menina de casa. Guida e Eurídice são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa, fotografado por Hélène Louvart (que clicou Pina, de Wim Wenders), traz o comediante e escritor Gregório Duvivier como o marido de Eurídice, o contador Antenor. Ele tenta impedir que sua mulher galgue o sonho de estudar piano num conservatório e defende a tese de que Guida está morta.

“O set do Karim é um monastério. Não tem barulho. Ele só chama você pelo nome do personagem. É um mergulho radical, muito bonito, disse Gregório, um atores mais elogiados doe elenco.

O Festival de Cannes segue até o dia 25, quando será entregue a Palma de Ouro e os demais prêmios. Dor e glória, do espanhol Pedro Almodóvar, A hidden life, de Terrence Malick e Portrait de um jeune fille en feu, de Céline Sciamma, são os mais cotados a saírem daqui premiados, na disputa oficial. 

Era difícil não notar os soluços na projeção para a imprensa internacional de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão no 72º Festival de Cannes, na manhã desta segunda: habitualmente sisuda, a plateia de críticos não escondeu seu encanto por uma história de lealdade fraterna filmada pelo cearense Karim Aïnouz, consagrado na Croisette há 17 anos com Madame Satã. A entrada de Fernanda Montenegro num trecho que é melhor ser mantido em sigilo do leitor, para evitar spoilers, comoveu ainda mais os jornalistas, que aplaudiram com ardor, mais de uma vez, quando os créditos do melodrama produzido por Rodrigo Teixeira subiram. O nome de suas duas protagonistas correram pelas bocas francesas com curiosidade e admiração: Carol Duarte e Júlia Stockler. Elas vivem as irmãs Eurídice e Guida, cujo convívio carinhoso é encerrado por adversidade inerentes ao machismo do Rio dos anos 1950.

Karim Ainouz com as atrizes Carol Duarte eJulia Stockler Foto: REUTERS/Regis Duvignau

“É um amor de duas mulheres que são irmãs, ligadas em um momento de uma cultura patriarcal. Elas são muito amigas”, diz Carol, famosa pelo papel de Ivana (posteriormente Ivan) na novela “A força do querer”, onde comoveu o Brasil no papel de uma jovem querendo assumir sua identidade de homem trans.

“É uma história que fala de empatia, com mulheres que se buscam ao longo do tempo”, diz Júlia, que viveu Mel Garcia da série “Só garotas” do Multishow.

Filme de maior vigor da mostra Un Certain Regard de Cannes, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão foi descrito em revistas europeias como “uma das joias secretas de Cannes”. Há uma pergunta em coro correndo pela Croisette em torno do trabalho de Karim: por que não está em competição. Há quem já aposte em prêmios para Fernanda, 21 anos depois do sucesso mundial de Central do Brasil (1998). “Trabalhar com a Fernanda foi antes de tudo, realizar um sonho. Um sonho gigante, como ela, que é uma mulher gigante e apaixonante, além da atriz fenomenal”, rasga-se Karim, em elogios à estrela. “Ela foi de uma generosidade enorme, de inteligencia aguda e contundente. E a vontade de fazer outros filmes com ela, pra que eu possa aprender com não so sobre atuação mas sobre a vida”.

Cinco dias depois de enveredar por um Nordeste com tintas de western em Bacurau, um dos longas mais elogiados e debatidos da competição de 2019, Cannes vê A vida invisível de Eurídice Gusmão como um canteiro de experimentação sensorial para o cinema brasileiro. “O que eu aprendi produzindo filmes no exterior eu tentei trazer pra este filme, num trabalho de equipe ao lado de um Karim que subverte seu próprio estilo para apostar num formato mais narrativo, numa grande história”, diz Rodrigo Teixeira, que tem outros dois filmes no festival, o thriller sobrenatural The lighthouse e o drama romântico Port Authority.

Livre adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, o filme é uma produção do carioca Rodrigo Teixeira e sua RT Features, agora em parceria com a produtora alemã The Match Factory, que aborda uma cartografia carioca mais central. As filmagens passaram por São Cristóvão, Estácio, Tijuca, Santa Teresa.  Na trama de A Vida invisível de Eurídice Gusmão, as irmãs Guida e Eurídice são cúmplices no afeto que têm uma pela outra, inseparáveis no dia a dia. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, expulsa a menina de casa. Guida e Eurídice são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa, fotografado por Hélène Louvart (que clicou Pina, de Wim Wenders), traz o comediante e escritor Gregório Duvivier como o marido de Eurídice, o contador Antenor. Ele tenta impedir que sua mulher galgue o sonho de estudar piano num conservatório e defende a tese de que Guida está morta.

“O set do Karim é um monastério. Não tem barulho. Ele só chama você pelo nome do personagem. É um mergulho radical, muito bonito, disse Gregório, um atores mais elogiados doe elenco.

O Festival de Cannes segue até o dia 25, quando será entregue a Palma de Ouro e os demais prêmios. Dor e glória, do espanhol Pedro Almodóvar, A hidden life, de Terrence Malick e Portrait de um jeune fille en feu, de Céline Sciamma, são os mais cotados a saírem daqui premiados, na disputa oficial. 

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