Análise: Características peculiares de ‘Aftersun’ podem dificultar adesão ao filme


Primeiro longa de Charlotte Wells estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 1º

Por Luiz Carlos Merten
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É o tipo do filme - delicado e intimista - que não parece feito para ser polêmico, mas Aftersun possui características peculiares que, se não impedem, podem dificultar a adesão. O longa de Charlotte Wells venceu o troféu Bandeira Paulista na recente Mostra de São Paulo. Foi escolhido pelo júri como o melhor da competição de novos diretores. Charlotte se debruça sobre o próprio passado. Lembra esse verão que passou em companhia do pai. É um filme que deixa mais questões do que propõe respostas para essa relação que Charlotte reavalia do ponto de vista da mulher em que se converteu.

Tal é a singularidade de Aftersun. Pai e filha nesse hotel. Existem tensões. A filha, obviamente, não mora com o pai. O hotel não é lá essas coisas. A menina joga com um garoto, beija-o. O pai se oferece para confidências que não evoluem. Ela ganha a pulseirinha de uma hóspede que está indo embora. Deslumbra-se - a pulseirinha é a garantia da fórmula ‘all inclusive’, bastante comum em hotéis onde os hóspedes não precisam pagar pelo que consomem. Tudo está incluído na estada. A grande questão de Aftersun é o ponto de vista. A plateia feminina identifica-se com a garota, a masculina, com o pai.

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Frankie Corio e Paul Mescal em cena de 'Aftersun'. Foto: A24 via AP

Distância

Na vida adulta, a garota vive uma ligação lésbica. Tem um bebê com outra mulher. O pai é pintado como fracassado, depressivo. Vários indicadores provocam apreensão. A cama no quarto, por momentos, sugere o risco de abuso. O karaokê, na área de convivência, é sob medida para estabelecer a distância dos dois. E, quando o pai entra no mar, é para matar-se? Aonde ele vai por aquela porta? Justamente o desfecho. Quem gosta de Aftersun considera o final um dos mais belos de filmes recentes. Será?

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Embora contada de um ponto de vista adulto - mais maduro? -, a história está no passado. Há um abismo entre pai e filha. Ela o empurra para baixo. A cena em que o pai cata bagana do chão é para expressar decadência? Os contatos telefônicos - com a mãe - reforçam a ideia de que a ligação pai e filha não vai andar. Sob a aparência de uma peça (quase) de câmara, é um filme cruel, sobre relações que não se sustentam. O risco é o público não entender - ou não se interessar - pela passagem da menina à mulher, que, mesmo mãe, não revela empatia, nem compaixão por esse (pobre?) pai.

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É o tipo do filme - delicado e intimista - que não parece feito para ser polêmico, mas Aftersun possui características peculiares que, se não impedem, podem dificultar a adesão. O longa de Charlotte Wells venceu o troféu Bandeira Paulista na recente Mostra de São Paulo. Foi escolhido pelo júri como o melhor da competição de novos diretores. Charlotte se debruça sobre o próprio passado. Lembra esse verão que passou em companhia do pai. É um filme que deixa mais questões do que propõe respostas para essa relação que Charlotte reavalia do ponto de vista da mulher em que se converteu.

Tal é a singularidade de Aftersun. Pai e filha nesse hotel. Existem tensões. A filha, obviamente, não mora com o pai. O hotel não é lá essas coisas. A menina joga com um garoto, beija-o. O pai se oferece para confidências que não evoluem. Ela ganha a pulseirinha de uma hóspede que está indo embora. Deslumbra-se - a pulseirinha é a garantia da fórmula ‘all inclusive’, bastante comum em hotéis onde os hóspedes não precisam pagar pelo que consomem. Tudo está incluído na estada. A grande questão de Aftersun é o ponto de vista. A plateia feminina identifica-se com a garota, a masculina, com o pai.

Frankie Corio e Paul Mescal em cena de 'Aftersun'. Foto: A24 via AP

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Na vida adulta, a garota vive uma ligação lésbica. Tem um bebê com outra mulher. O pai é pintado como fracassado, depressivo. Vários indicadores provocam apreensão. A cama no quarto, por momentos, sugere o risco de abuso. O karaokê, na área de convivência, é sob medida para estabelecer a distância dos dois. E, quando o pai entra no mar, é para matar-se? Aonde ele vai por aquela porta? Justamente o desfecho. Quem gosta de Aftersun considera o final um dos mais belos de filmes recentes. Será?

Embora contada de um ponto de vista adulto - mais maduro? -, a história está no passado. Há um abismo entre pai e filha. Ela o empurra para baixo. A cena em que o pai cata bagana do chão é para expressar decadência? Os contatos telefônicos - com a mãe - reforçam a ideia de que a ligação pai e filha não vai andar. Sob a aparência de uma peça (quase) de câmara, é um filme cruel, sobre relações que não se sustentam. O risco é o público não entender - ou não se interessar - pela passagem da menina à mulher, que, mesmo mãe, não revela empatia, nem compaixão por esse (pobre?) pai.

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É o tipo do filme - delicado e intimista - que não parece feito para ser polêmico, mas Aftersun possui características peculiares que, se não impedem, podem dificultar a adesão. O longa de Charlotte Wells venceu o troféu Bandeira Paulista na recente Mostra de São Paulo. Foi escolhido pelo júri como o melhor da competição de novos diretores. Charlotte se debruça sobre o próprio passado. Lembra esse verão que passou em companhia do pai. É um filme que deixa mais questões do que propõe respostas para essa relação que Charlotte reavalia do ponto de vista da mulher em que se converteu.

Tal é a singularidade de Aftersun. Pai e filha nesse hotel. Existem tensões. A filha, obviamente, não mora com o pai. O hotel não é lá essas coisas. A menina joga com um garoto, beija-o. O pai se oferece para confidências que não evoluem. Ela ganha a pulseirinha de uma hóspede que está indo embora. Deslumbra-se - a pulseirinha é a garantia da fórmula ‘all inclusive’, bastante comum em hotéis onde os hóspedes não precisam pagar pelo que consomem. Tudo está incluído na estada. A grande questão de Aftersun é o ponto de vista. A plateia feminina identifica-se com a garota, a masculina, com o pai.

Frankie Corio e Paul Mescal em cena de 'Aftersun'. Foto: A24 via AP

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Na vida adulta, a garota vive uma ligação lésbica. Tem um bebê com outra mulher. O pai é pintado como fracassado, depressivo. Vários indicadores provocam apreensão. A cama no quarto, por momentos, sugere o risco de abuso. O karaokê, na área de convivência, é sob medida para estabelecer a distância dos dois. E, quando o pai entra no mar, é para matar-se? Aonde ele vai por aquela porta? Justamente o desfecho. Quem gosta de Aftersun considera o final um dos mais belos de filmes recentes. Será?

Embora contada de um ponto de vista adulto - mais maduro? -, a história está no passado. Há um abismo entre pai e filha. Ela o empurra para baixo. A cena em que o pai cata bagana do chão é para expressar decadência? Os contatos telefônicos - com a mãe - reforçam a ideia de que a ligação pai e filha não vai andar. Sob a aparência de uma peça (quase) de câmara, é um filme cruel, sobre relações que não se sustentam. O risco é o público não entender - ou não se interessar - pela passagem da menina à mulher, que, mesmo mãe, não revela empatia, nem compaixão por esse (pobre?) pai.

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É o tipo do filme - delicado e intimista - que não parece feito para ser polêmico, mas Aftersun possui características peculiares que, se não impedem, podem dificultar a adesão. O longa de Charlotte Wells venceu o troféu Bandeira Paulista na recente Mostra de São Paulo. Foi escolhido pelo júri como o melhor da competição de novos diretores. Charlotte se debruça sobre o próprio passado. Lembra esse verão que passou em companhia do pai. É um filme que deixa mais questões do que propõe respostas para essa relação que Charlotte reavalia do ponto de vista da mulher em que se converteu.

Tal é a singularidade de Aftersun. Pai e filha nesse hotel. Existem tensões. A filha, obviamente, não mora com o pai. O hotel não é lá essas coisas. A menina joga com um garoto, beija-o. O pai se oferece para confidências que não evoluem. Ela ganha a pulseirinha de uma hóspede que está indo embora. Deslumbra-se - a pulseirinha é a garantia da fórmula ‘all inclusive’, bastante comum em hotéis onde os hóspedes não precisam pagar pelo que consomem. Tudo está incluído na estada. A grande questão de Aftersun é o ponto de vista. A plateia feminina identifica-se com a garota, a masculina, com o pai.

Frankie Corio e Paul Mescal em cena de 'Aftersun'. Foto: A24 via AP

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Na vida adulta, a garota vive uma ligação lésbica. Tem um bebê com outra mulher. O pai é pintado como fracassado, depressivo. Vários indicadores provocam apreensão. A cama no quarto, por momentos, sugere o risco de abuso. O karaokê, na área de convivência, é sob medida para estabelecer a distância dos dois. E, quando o pai entra no mar, é para matar-se? Aonde ele vai por aquela porta? Justamente o desfecho. Quem gosta de Aftersun considera o final um dos mais belos de filmes recentes. Será?

Embora contada de um ponto de vista adulto - mais maduro? -, a história está no passado. Há um abismo entre pai e filha. Ela o empurra para baixo. A cena em que o pai cata bagana do chão é para expressar decadência? Os contatos telefônicos - com a mãe - reforçam a ideia de que a ligação pai e filha não vai andar. Sob a aparência de uma peça (quase) de câmara, é um filme cruel, sobre relações que não se sustentam. O risco é o público não entender - ou não se interessar - pela passagem da menina à mulher, que, mesmo mãe, não revela empatia, nem compaixão por esse (pobre?) pai.

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